Buscar

CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO LARISSA LIMA GOMES SILVA ANÁLISE ACERCA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, DA SUA CONTRADIÇÃO E DA DITADURA MILITAR NO BRASIL.


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO
LARISSA LIMA GOMES SILVA
ANÁLISE ACERCA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, DA SUA
CONTRADIÇÃO E DA DITADURA MILITAR NO BRASIL.
Salvador - Bahia
2022
LARISSA LIMA GOMES SILVA
ANÁLISE ACERCA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, DA SUA
CONTRADIÇÃO E DA DITADURA MILITAR NO BRASIL.
Trabalho da disciplina de Teoria do Estado e
Democracia apresentado ao professor Mateus
Costa Pinheiro como requisito parcial para
conclusão da referida disciplina no curso de
direito do Centro Universitário Jorge Amado.
Salvador - Bahia
2022
RESUMO
O presente artigo visa conceituar o Estado Democrático de Direito e analisar se o Regime
Ditatorial Militar no Brasil pode ser caracterizado como um Estado de Direito (também
chamado de Estado Democrático de Direito). A análise dos dados foi feita a partir dos assuntos
estudados em aula, dos assuntos abordados durante o Debate preparatório para a AV1, das
pesquisas realizadas em grupo para a realização da AV1 e da pesquisa bibliográfica online. Foi
possível entender como está caracterizado o Estado de Direito, o porquê ele também ser
chamado de Estado Democrático de Direito, e, como se caracteriza sua contradição o Estado
de Não-Direito. Por fim, após análises das características da Ditadura Militar no Brasil, chegou-
se à conclusão de que a mesma foi um Estado de Não-Direito.
Palavras-chave: Estado. Direito. Democracia. Ditadura Militar.
1 INTRODUÇÃO
Este texto mostra que o Estado de Direito tem como características: leis justas para
todos, garante os direitos humanos fundamentais da população (direitos inerentes à vida,
liberdade, igualdade, segurança e propriedade), tem meios para que as pessoas lutem pelos seus
direitos que ainda não são garantidos, e tem como regime governamental a Democracia, já que
é a forma de governo que permite a maior participação das pessoas nas decisões do governo.
Também mostra as características do Estado de Não-Direito, que, em suma, são características
contrárias as características do Estado de Direito. Por fim, responde ao questionamento do
professor: É possível caracterizar o Regime Militar no Brasil como Estado Democrático de
Direito?
2 DESENVOLVIMENTO
A constituição federal no seu artigo 1° afirma que o Estado Brasileiro é constituído em um
Estado Democrático de Direito. Mas o que significa esse termo? Como conceituar esse sistema
institucional? O Brasil sempre foi um Estado Democrático de Direito? A Ditadura Militar no
Brasil pode ser considerada um Estado Democrático de Direito? Tais questionamentos foram
fundamentais na confecção do preste artigo, uma vez que, nortearam a pesquisa sobre esse
assunto tão extenso e cada vez mais discutido. A partir de agora analisaremos o que constitui o
Estado de Direito, e sua contradição, o Estado de Não-Direito, e, se a Ditadura Militar deve ser
compreendida ou não como um Estado de Direito.
2.1 ESTADO DE NÃO-DIREITO
Para entender a complexidade do Estado de Direito é necessário, primeiramente,
analisar o que não é Estado de Direito, o chamado Estado de Não-Direito. O Jurista Português
J. J. Gomes Canotilho (1999, p. 4) conceituou em uma de suas obras esse Estado contrário ao
leis arbitrárias, cruéis e desumanas
essas sendo injustas para determinadas pessoas ou grupos sociais. Um exemplo claro desse tipo
de leis são as Leis de Nuremberg na Alemanha Nazista que eram completamente cruéis para
com os Judeus, eram injustas ao ponto de proibir relacionamento entre Alemães e Judeus, e,
não os considerar cidadãos da Alemanha, onde nem mesmo pelo princípio de Jus Solis seria
possível que eles obtestem a nacionalidade e os benefícios provenientes dela, indo totalmente
contra com os princípios da dignidade da pessoa humana e os direitos inerentes ao mesmo.
Canotilho também afirma que no Estado de Não-Direito os governantes fazem da sua
força o Direito, onde eles utilizam o Direito para criar leis arbitrárias, e assim justificar as
atitudes cruéis e injustas que tem para com a sociedade. É possível citar um exemplo claro dessa
atitude na obra de George Orwell1
Napoleão assumiu o posto de governador da sociedade chamada Animalismo, porém ele
abusava do poder que tinha para modificar os Mandamentos do Animalismo e, dessa forma,
justificar as suas atitudes arbitrárias para com os outros animais, podemos notar isso quando
Napoleão decidiu que iria matar alguns animais para oprimir ainda mais os outros, e para poder
justificar a sua atitude ele modificou o mandamento escrito que mal matará
sem motivo
Por último, este modelo de Estado, ainda de acordo com Canotilho, não oferece meios
para que a população se defenda das leis e atitudes abusivas por parte dos governantes,
deixando-os assim, totalmente à mercê dos atos cruéis e arbitrários, e, um Estado onde a
população não tem a possibilidade de buscar justiça quando seus direitos são violados é um
Estado impossível de se viver.
É importante ressaltar que no passado era defendida a teoria de que o Estado de Não-
Direito é um estado em que o Direito não está presente, entretanto, essa teoria não é mais aceita.
O próprio Canotilho defende que o Direito está sim presente nesse modelo de Estado, mas
ele é injusto.
Pseudônimo para Eric Arthur Blair.
2.2 ESTADO DE DIREITO (DEMOCRÁTICO?)
Agora que já foi realizada a conceituação do Estado de Não-Direito é possível, partindo
do pressuposto que o Estado de Direito tem características totalmente contrárias da forma de
Estado dissertada no tópico anterior, conceituar o Estado de Direito. Dessarte, o Estado de
Direito possui leis justas para todos, garante os direitos individuais humanos a saber são
direitos inerentes à vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade da população (vale
salientar que a Constituição Federal de 1988 descreve tais direitos no Título II, artigo 5), além
de permitir a participação das pessoas nas decisões que contemplam o Estado como um todo.
No ensaio teórico da Iniciação Científica da UNIJUÍ Aline Michele e Carolina Andrade
(2016, p. 3) dissertaram sobre o Estado Democrático de Direito e em sua análise expuseram a
opinião de Norberto Bobbio acerca do assunto em questão. Ficou claro que para Bobbio o
Estado Democrático de Direito é contrário à autocracia, que está caracterizada em um regime
que o governante detém do poder absoluto, dessa forma ele defende que o Estado de Direito é
um governo do povo e para o povo, que garante todos os direitos básicos inerentes aos direitos
humanos, como a igualdade, os direitos políticos, a liberdade e muitos outros, também dá ao
povo o poder de ter uma participação ativa no governo dessa sociedade, além de dá-los
liberdade de lutar pelos seus direitos para que sejam cada vez mais abrangidos pela sociedade,
que, deve ter o Direito em constante mudança.
Jorge Miranda também utiliza de suas obras para conceituar o Estado de Direito, onde,
de acordo com análise do Professor Mateus Costa Pinheiro (2010), Jorge Miranda em seu
conceito destaca a separação de poderes como garantia dos direitos dos cidadãos e ao princípio
da legalidade substancial, que deve guiar a atuação dos governantes .
Dessa forma, é perceptível que para Estado de Direito ser pleno ele precisa ter como
forma de governo a democracia, já que a mesma permite a participação do povo na política.
Hans Kelsen (2000, p. 27) defendeu esse conceito já que afirmou que a democracia é o único
modelo de governo que tem como base os princípios de liberdade e igualdade, fundamentos de
um Estado de Direito, ele escreveu que a partir:
Da ideia de que somos idealmente iguais, pode-se deduzir que ninguém deve
mandar em ninguém. Mas a experiência ensina que, se quisermos ser realmente todos
iguais, deveremos deixar-nos comandar. Por isso a ideologia política não renuncia a
unir liberdade com igualdade. A síntese destes dois princípios é justamente a
característica da democracia.
Por conta de a democracia ser imprescindível neste sistema ele é também nomeado de
Estado de Direito Democrático.Note que caso um Estado não tenha a Democracia como forma
de governo ele será considerado um Estado de Direito em formação/em transição, atingindo a
plenitude deste Estado de Direito ao mudar sua forma de governo para o regime Democrático.
2.3 O REGIME DITATORIAL MILITAR NO BRASIL FOI UM ESTADO DE
DIREITO?
Os estudos realizados em sala de aula, principalmente o Debate e a preparação para a
AV1 foram de suma importância para a formulação da resposta de tal questionamento, uma vez
que, tornou possível perceber que para definir se um regime é Estado Democrático de Direito
Direito ou Estado de Não-Direito se faz necessário comparar as características de tais estados
já descritas acima com as características da forma de governo em questão, desta forma, agora
analisaremos as características da Ditadura Militar no Brasil em comparação com as
características do Estado de Direito e Estado de Não Direito.
Primeiramente, vale frisar que o regime de governo no Brasil nesta época (1964 1985)
era a Ditadura e não a Democracia, regime necessário para que um estado seja totalmente
Estado de Direito.
Os Atos Institucionais instaurados no regime Ditatorial Militar eram cruéis, abusivos,
e, serviram para validar e legitimar as violações a outras leis, e até mesmo à própria
Constituição que eram cometidas pelo governo. Dessa forma, é perceptível duas características
de um Estado de Não-Direito, sendo elas: as leis arbitrárias e fazer da sua força e do poder
o Direito.
Ao todo foram instaurados 17 Atos Institucionais (AI), sendo os cinco primeiros mais
conhecidos, onde o AI-1 e AI-2 modificaram a Constituição, as regras das eleições, passando a
permitir que os Militares suspendessem direitos políticos e outros, caso assim desejassem, e,
deram plenos poderes para o Poder Executivo permitindo, assim, que ele muitas vezes agisse
como Poder Legislativo. O Ato Institucional-3 instituiu as eleições indiretas para o cargo de
presidente e vice-presidente no Brasil, tornando mais difícil que a oposição tomasse posse de
tais cargos. Já o AI-4 convocou o Congresso e por meio da votação da Constituição de 1967
institucionalizou oficialmente a Ditadura Militar no Brasil. Por fim, o AI-5 interrompeu o
Direito a habeas corpus, tornando possível que o Presidente instituísse o Estado de Sítio no
Brasil e, dessa forma, fazer mudanças no Brasil sem estar limitado pela Constituição.
A Ditadura Militar oprimiu a população ao ponto de eles não serem capazes de se
defender da opressão e arbitrariedade. Nesta época era proibida a Liberdade de
Expressão, onde por sua vez não poderiam existir manifestações contra o governo, um exemplo
claro do que acontecia caso a pessoa se manifestasse foi o caso do cantor Caetano Veloso que
teve muitas de suas músicas censuradas, além de ter sido preso e, logo após, exilado, o Jornal
El País obteve acesso aos autos do processo instaurado contra Caetano Veloso, onde foi descrito
o motivo de sua prisão como tendo sido por entretanto,
o próprio jornal apresenta provas que mostram que Caetano Veloso não foi autor das ações
descritas no processo. Dessa forma é possível concluir que, a prisão e a perseguição para com
Caetano Veloso se deram unicamente por ele deixar claro que era contra ao regime político da
época.
A imprensa também foi censurada, a Lei da Imprensa de 1967 regulamentava as
informações que eram de propagação permitidas pela mídia, tornando assim impossível à
imprensa a liberdade de noticiar as arbitrariedades do Governo Ditatorial.
Em consonância com a tese das Três Metamorfoses do Espírito de Nietzsche, não
podemos ser iguais a um camelo, onde para ele tudo está maravilhoso e fechar os olhos para os
problemas, também não dá para ser igual ao leão que ruge e percebe o que está ruim, mas não
toma atitude para mudanças, devemos ser iguais à criança, que luta, percebe os problemas e
torna a mudança real. Com isso, é por meio da educação que a população, a saber crianças e
adolescentes, tomam ciência dos problemas da sociedade, e, também é pela educação que elas
são ensinadas sobre como fazer a mudança acontecer, entretanto, durante o regime Ditatorial
Militar no Brasil a educação também era censurada, onde, por sua vez, existia um controle
das informações que seriam ensinados e da ideologia. A Filosofia e Sociologia, matérias que
mais fazem a população questionar o motivo das coisas estarem de determinada forma e desejar
mudanças, foram substituídas por matérias que pouco iria ensiná-los a exercitar o pensamento
e criar teses para mudanças. Nesta época a educação era censurada ao ponto que é possível dizer
que era como se eles vendassem os olhos, tapassem os ouvidos das crianças e adolescentes e os
colocassem num cabresto2 para que eles submetessem os seus pensamentos e ações àquilo que
o governo desejava.
Dessa forma, neste momento do texto é possível chegar à conclusão que a Ditadura
Militar não foi um Estado de Direito (também chamado de Estado Democrático de Direito) uma
Como uma metáfora o cabresto representa o controle que se tem sobre alguém, representa algo ou alguém que
reprime/censura uma pessoa ou um grupo de pessoas
vez que suas características leis arbitrarias, opressão, sem liberdade de expressão e imprensa,
censura na educação, além do governo fazer da sua força o Direito são 100% características
do Estado de Não-Direito. Com isso, dá para afirmar com certeza que a Ditadura Militar no
Brasil foi um Estado de Não-Direito.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessarte, foi possível analisar as principais características do Estado de Não-Direito e
do Estado de Direito. Também foi afirmado que para um país ser totalmente Estado de Direito
ele precisa ter como regime a Democracia, dessa forma muitas vezes é mudado o nome que
Estado é chamado para Estado Democrático de Direito. Por fim, foi respondido o
questionamento proposto na introdução do presente texto, onde se chegou à conclusão de que
a Ditadura Militar no Brasil (1964 1985) foi um Estado de Não-Direito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANOTILHO, J. J. Gomes. Estado de direito. Lisboa, Gradiva, 1999.
KELSEN, Hans. A democracia. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
CORRÊA, M. V. G. Atos Institucionais. Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/ditadura-militar/atos-institucionais//. Acesso em: 20 jun. 2022.
PINHEIRO, Mateus Costa. Estado de Direito. Jus Navigandi. 2010. Disponível em: Estado de
Direito - Jus.com.br | Jus Navigandi. Acesso em: 19 jun. 2022.
ORWELL, George. A revolução dos bichos: um conto de fadas. Tradução de Heitor Aquino
Ferreira. 1ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extramoral. Hedra.
São Paulo: Janeiro, 2007.
LEVES, A. M. P.; BARRIQUELLO, C. A. Estado Democrático de Direito: uma reflexão à
luz do pleno exercício da cidadania em prol da efetivação dos direitos humanos.
Seminário de Iniciação Científica - Ciências Sociais Aplicadas da UNIJUÍ. Edição 2016:
Salão do Conhecimento UNIJUÍ. Disponível em:
https://www.publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/view/725
2. Acesso em: 19 jun. 2022.
A ditadura brasileira contra Caetano Veloso: os arquivos completos da repressão. Jornal
El País: 2020. Disponível em: https://brasil.elpais.com/cultura/2020-09-14/a-ditadura-
brasileira-contra-caetano-veloso-os-arquivos-completos-da-repressao.html. Acesso em: 20
jun. 2022.

Mais conteúdos dessa disciplina