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RECURSOS TERAPEUTICOS MANUAIS aula pratica

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS
Recursos Terapêuticos Manuais
CURSO: FISIOTERAPIA
DISCIPLINA: RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS
PROFESSOR: ANA LUISA DONATTI
NOME DO ALUNO: MARINA SÉLOS FERREIRA
R.A.: 2294968 POLO: UNIP ASA SUL
DATA: 18/09/2023
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Sumário
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................4
2.1. Aula 1, Roteiro 1 – Massagem Clássica e Shantala.........................................4
2.2. Aula 2, Roteiro 1 – Drenagem Linfática Manual e Liberação Miofascial /
Pompage................................................................................................................11
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................17
4. FIGURAS E ILUSTRAÇÕES.................................................................................18
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................20
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1. INTRODUÇÃO
O toque, ainda que muitas vezes desapercebido, está entre as formas de comunicação
não verbal mais utilizadas em nosso dia a dia, podendo ser classificado em toque
instrumental, toque expressivo ou afetivo, toque expressivo-instrumental e toque terapêutico
(Vasconcelos e Mansour, 2021).
O toque instrumental é aquele caracterizado pelo toque físico apenas para
procedimentos técnicos e prestação de assistência (Vasconcelos e Mansour, 2021). 
O toque expressivo ou afetivo é espontâneo e aplicado de maneira mais humanizada,
não estando relacionado a uma atividade específica (Vasconcelos e Mansour, 2021). O toque
expressivo-instrumental alia o toque espontâneo ao toque instrumental, que objetiva realizar
um procedimento técnico (Vasconcelos e Mansour, 2021). 
Por último, o toque terapêutico é uma terapia integrativa e holística baseada na milenar
técnica terapêutica de imposição das mãos, objetivando aliviar sintomas, dores, minimizar
ansiedade e melhorar o processo de cicatrização, constituindo a hoje chamada terapia manual
um importante componente na intervenção de doenças ortopédicas e neurológicas, sendo
considerada uma área de especialização da fisioterapia (Vasconcelos e Mansour, 2021).
De fato, o avanço das pesquisas, da tecnologia e da área de fisioterapia permitiram
que inúmeras técnicas de terapia manual fossem desenvolvidas e aplicadas, tanto de modo
individual quanto em conjunto com as demais intervenções da fisioterapia, podendo-se citar,
entre elas, Cyriax (massagem friccional transversa), Mennel, Maitland, Mulligan, Kaltenborn,
osteopatia, quiropraxia, liberação miofascial, técnica de liberação posicional, técnicas de
mobilização neurodinâmica, exercícios com resistência manual, facilitação neuromuscular
proprioceptiva (FNP), mobilização e manipulação das articulações, etc. (Vasconcelos e
Mansour, 2021). 
Os objetivos dessas técnicas incluem alívio dos sintomas dolorosos e melhora da
extensibilidade tecidual, não havendo ainda consenso em relação à escolha da melhor técnica
e à disfunção para que se deve aplicá-la, pois as avaliações e as pesquisas científicas esbarram
na subjetividade da aplicação e da avaliação da efetividade dessas intervenções (Vasconcelos
e Mansour, 2021).
Nesta disciplina, especificamente, serão vistas a massagem clássica, a Shantala, a
drenagem linfática, a liberação miofascial e a pompage. 
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2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.1. Aula 1, Roteiro 1 – Massagem Clássica e Shantala
Nessa primeira aula, foram objeto de prática tanto a massagem clássica quanto a
Shantala.
Iniciando-se pela massagem clássica, relembrou a professora que essa técnica produz
efeitos mecânicos, fisiológicos e psicológicos.
Os efeitos mecânicos consistem na estimulação mecânica dos tecidos por meio de uma
pressão e estiramento ritmicamente aplicados. Dentre os efeitos mecânicos, tem-se o
movimento da linfa, sangue venoso, secreções pulmonares, edema, conteúdo intestinal,
conteúdo de hematomas e mobilização de fibras musculares, massas musculares, tendões, pele
e tecido subcutâneo, tecido cicatricial e aderências (Pelegrini, 2020).
Os efeitos mecânicos, então, dão origem aos efeitos fisiológicos, como aumento da
circulação sanguínea, aumento da circulação linfática, maior aporte de oxigênio nos tecidos,
estímulo de trocas gasosas, aumento do fluxo de nutrientes, remoção dos produtos catabólicos
e metabólicos, aumento da extensibilidade do tecido conjuntivo, facilitação da atividade
muscular, estímulo de movimentos peristálticos e estímulo de funções viscerais (Pelegrini,
2020).
Além desses efeitos, há também os efeitos psicológicos, originados pelo toque do
terapeuta, fazendo que o paciente se sinta cuidado (Pelegrini, 2020).
Como relembrou a professora em sala, as técnicas de massagem clássica incluem o
deslizamento superficial, o deslizamento profundo, o amassamento, a percussão, a fricção e a
vibração.
O deslizamento é uma técnica na qual são aplicados movimentos de leves a profundos,
antes ou no final da massagem. Nessa manobra, a pressão realizada na região corporal a ser
tratada não deve ser nem muito leve, nem pesada. Os movimentos são realizados com a mão
aplanada na região a ser tratada, com os dedos suavemente fechados (Vasconcelos e Mansour,
2021). 
Ao receber essa técnica, o paciente é induzido ao relaxamento, pois durante o toque
são estimulados os receptores superficiais teciduais. Outros efeitos fisiológicos do
deslizamento incluem a melhora do retorno venoso devido ao aumento do fluxo sanguíneo, a
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melhora da drenagem linfática (o que resulta na diminuição de edemas), a redução da dor e da
fadiga (Vasconcelos e Mansour, 2021).
Figura 1 - Deslizamento
Figura extraída de Vasconcelos e Mansour, 2021.
O amassamento é uma técnica na qual os músculos individuais ou grupos musculares
são manipulados firmemente pelo fisioterapeuta com o objetivo de desenrijecer a
musculatura. O manuseio é realizado de forma rítmica, à medida que o fisioterapeuta aperta e
libera os tecidos musculares. Nessa técnica, o ventre muscular é agarrado com firmeza com a
palma da mão, levantando-se e espremendo-se a pele e os músculos para afastá-los dos ossos,
forçando assim o tecido para cima com os dedos levemente arqueados (Vasconcelos e
Mansour, 2021). 
Nessa técnica há aumento do fluxo sanguíneo, liberação de aderências, diminuição do
edema e da dor, e aumento da amplitude de movimento articular (Vasconcelos e Mansour,
2021). 
Figura 2 - Amassamento
Figura extraída de Vasconcelos e Mansour, 2021.
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Na percussão, os movimentos são realizados em forma de golpes, envolvendo
manobras como dedilhamento, punho-percussão, mão em concha, cutilada e pinçamento
(Vasconcelos e Mansour, 2021).
No dedilhamento, o terapeuta dá pancadinhas de forma alternada com os punhos
relaxados sobre a pele (Vasconcelos e Mansour, 2021).
No punho-percussão ou socamento, o terapeuta, com as mãos e os punhos fechados,
aplica suaves socos alternados com a região ulnar da mão sobre a pele (Vasconcelos e
Mansour, 2021).
Na percussão, o terapeuta aplica movimentos alternados com as palmas das mãos, em
forma de concha, sobre a pele, produzido um som oco (Vasconcelos e Mansour, 2021).
Na cutilada, com a região ulnar das mãos, são aplicadas, de forma alternada, pequenas
batidas, dependendo a pressão da tolerância do paciente (Vasconcelos e Mansour, 2021).
Enfim, no pinçamento, a pele é agarrada entre os polegares, na ponta dos dedos,
devendo ser levantada de forma superficial (Vasconcelos e Mansour, 2021). 
Os efeitos fisiológicos da percussão incluem aumento do tônus muscular, aumentoda
circulação local e higiene brônquica que facilita a expectoração de secreções (Vasconcelos e
Mansour, 2021). 
Figura 3 – Percussão , sendo “a” pinçamento; “b”cutilada; e “c” punho-percussão
Figura extraída de Vasconcelos e Mansour, 2021.
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Na fricção, utiliza-se apenas uma mão, com a ponta dos dedos ou o polegar, realizando
movimentos em várias direções, como em forma transversal entre as fibras musculares, em
linha reta entre as fibras ou em forma circular (Vasconcelos e Mansour, 2021). 
Os efeitos fisiológicos incluem o reparo tecidual por meio da hiperemia tecidual, a
correção de cicatrizes teciduais, a melhora da extensibilidade do tecido conjuntivo, a
diminuição da dor, o realinhamento das fibras de colágeno e a diminuição da espasticidade e
das aderências teciduais (Vasconcelos e Mansour, 2021). 
Figura 4 – Fricção
Figura extraída de Vasconcelos e Mansour, 2021.
Na vibração, os dedos das mãos são mantidos abduzidos e estendidos, e a ponta dos
dedos é usada para segurar a pele e os tecidos sutilmente. Nesta posição, aplica-se pressão
com as mãos na região e executam-se movimentos de vibração fina (Vasconcelos e Mansour,
2021). 
Os efeitos fisiológicos incluem o aumento do fluxo linfático devido à liberação da
linfa (consequentemente reduzindo os edemas), a liberação de aderências e a contração dos
músculos involuntários, que pode ser realizada no abdome (Vasconcelos e Mansour, 2021). 
Figura 5 – Vibração
Figura extraída de Vasconcelos e Mansour, 2021.
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Especificamente sobre a prática da massagem clássica, relembrou a professora que o
uso de óleo ou creme (condutores) é essencial nesse tipo de massagem, devendo-se preferir
aqueles com baixa comedogenicidade. Afirmou, ainda, a professora o cuidado de não colocar
o creme ou óleo diretamente na pele do paciente, para não gerar neste ansiedade, bem como
sempre permanecer com uma das mãos apoiadas no paciente, pelo mesmo motivo.
Na sequência, convidou a professora um aluno, que estava adequadamente vestido,
para demonstrar a realização da massagem clássica.
Sobre as técnicas de massagem clássica (deslizamento superficial, deslizamento
profundo, amassamento, percussão, fricção e vibração), afirmou a professora o cansaço que
lhe geram as técnicas de percussão, fricção e vibração, que podem ser realizadas de forma
mais adequada pela pistola massageadora.
Passando, então, à prática, o aluno deitou na maca, em decúbito dorsal, ao centro da
sala, e a professora iniciou a massagem aplicando em suas mãos o óleo disponibilizado em
sala passando, então, a realizar o deslizamento superficial nos pés para, na sequência, realizar
o deslizamento profundo.
Passando à perna, repetiram-se os movimentos de deslizamento, demonstrando a
professora que, na face anterior da perna, não é possível realizar o amassamento por ser uma
área com rígida pelos ossos.
Na coxa, foram realizados movimentos de deslizamento (superficial e profundo),
amassamento e fricção.
Passando ao abdomem, relembrou a professora que os movimentos peristálticos
devem ser estimulados sempre no sentido horário.
Igualmente, no torax, foram realizados movimentos de deslizamento (superficial e
profundo), amassamento e fricção.
Passando aos membros superiores, iniciou-se a massagem pelo manuseio das mãos,
passando então ao antebraço e ao braço.
Afirmou a professor que, alguns profissionais, aproveitam o decúbito dorsal para já
realizar a massagem de alguns músculos na região cervical.
O aluno, então, mudou o decúbito repetindo, então, a professora os movimentos de
massagem, iniciando-se pelos pés, no sentido distal-proximal.
Relembrou a professora a necessidade de se atentar bastante à região lombar, fonte de
dores de muitas pessoas.
Finda a demonstração, passou-se à prática dos alunos.
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Divididos os alunos em grupo, um aluno, que estava adequadamente vestido, fez o
papel de paciente, fazendo os demais em meu grupo o papel de fisioterapeuta.
Dentre os alunos do meu grupo, havia uma massoterapeuta que, por ter bem mais
experiência que os demais, ajudava na correção dos movimentos.
Ainda, foi interessante um mesmo aluno receber massagem de mais de uma pessoa
para poder verbalizar as diferenças e mostrar a massagem que se mostrava mais eficiente.
A massagem nos pés e nas costas, ao ver do aluno, foram as mais relaxantes, tendo
sido possível localizar um ponto-gatilho na parte plantar do pé.
Finda a prática dos alunos, a professora tomou em suas mãos um boneco e passou a
manuseá-lo como se estivesse realizando a massagem Shantala.
Assim, utilizando-se do boneco, a professora lembrou que, em sua origem, a mãe e/ou
aplicador da massagem fica em sedestação no chão, com os membros inferiores estendidos e
uma toalha ou lençol sobre as pernas, podendo ainda ser aplicada na cama, maca ou tablado.
Constituem manobras da Shantala, nesta ordem: 
(i) deslizar as mãos do centro do peito até os braços;
(ii) mãos em sentidos opostos e deslizar até os ombros;
(iii) em decúbito lateral, segurar ombro e punho, deslizar a mão do ombro até o punho;
(iv) movimento de rosca até a mão
(v) massagear as mãos com os polegares e depois alongar os dedos
(vi) deslizamento no abdome;
(vii) deslizamento no abdome com as pernas elevadas e depois com o antebraço;
(viii) deslizar a mão do quadril até o tornozelo;
(ix) movimento de rosca na perna;
(x) massagem com os polegares na planta do pé e alongamento;
(xi) 1º tempo nas costas: deslizamento uma mão após a outra;
(xii) 2º tempo: utilizar uma mão com deslizamento da nuca até as nádegas;
(xiii) 3º tempo: deslizamento até os pés;
(xiv) na região do rosto, deslizar do centro da testa para a lateral das sobrancelhas, retornando
para o centro da testa;
(xv) deslizamento no nariz, pressão leve na região dos olhos;
(xvi) cruzamento dos braços e das pernas;
(xvii) cruzamento alternado entre braços e pernas.
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Enquanto realizava os movimentos, explicava a professora a origem dessa massagem e
os benefícios que ocasiona, como aumento do fluxo sanguíneo e do retorno venoso, melhora
da troca gasosa, ativação do sistema linfático, aumento do débito urinário e da funcionalidade
renal, melhora da sensação tátil pela ativação dos receptores, relaxamento muscular, aumento
de amplitude do movimento, além do aumento do vínculo entre mãe e filho (Pelegrini, 2020).
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2.2. Aula 2, Roteiro 1 – Drenagem Linfática Manual e Liberação Miofascial / Pompage 
Nesta segunda aula, iniciou a professora por recapitular o sistema linfático, sua função
e funcionamento.
O sistema linfático, também conhecido como sistema de defesa, atua contra a invasão
de corpos estranhos. Além disso, também atua como via secundária, auxiliando na remoção de
substâncias do interstício que, ao entrar no sistema linfático, passa a se chamar linfa (Oliveira,
2018). 
O sistema linfático é composto por órgãos linfoides, tecidos linfáticos, ductos
linfáticos, linfonodos, vasos e capilares linfáticos. Eles estão presentes no corpo todo e criam
uma rede que faz o transporte da linfa. Assim, o sistema linfático atua como uma via
suplementar da circulação, que filtra o líquido intersticial, que então pode retornar dos
espaços intersticiais para o sangue (Oliveira, 2018). 
O sistema linfático pode ser dividido em sistema linfático superficial (que atua sobre o
líquido intersticial da pele, que se distribui em redes paralelas às veias superficiais) e sistema
linfático profundo (que age sobre o líquido intersticial de órgãos, músculos e articulações, e se
distribui junto aos vasos sanguíneos) (Oliveira, 2018). 
Diferentemente do sistema sanguíneo, o sistema linfático não tem uma “bomba
propulsora” (o coração), mas seus capilares e vasos contêm válvulas que impedem que a linfa
volte para a corrente sanguínea e fazem a circulação linfática fluir adequadamente (Oliveira,
2018).
Relembrou, ainda, a professora o que são os linfonodos.Os linfonodos, ou gânglios linfáticos, são estruturas presentes em toda a via linfática,
com formas redondas ou ovaladas, normalmente dispostos em grupos e tamanhos variados,
chegando até 2 cm. Todos os linfonodos têm uma irrigação arterial e uma venosa, podendo
aumentar significativamente de tamanho em decorrência de infecções, tumores, doenças
autoimunes ou leucemia (Oliveira, 2018). 
As principais cadeias de linfonodos do corpo que serão utilizadas na drenagem
linfática manual são:
- Linfonodos de cabeça e pescoço: supra claviculares, cervicais laterais, cervicais posteriores,
occipitais, submandibulares, pré-auriculares, retroauriculares e temporais;
- Linfonodos do corpo: supraclaviculares, infraclaviculares, axilares, inframamários, fossa
cubital, inguinais, poplíteos e maléolos (Vasconcelos, 2015).
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Figura 6 – Principais linfonodos 
Figura extraída de Vasconcelos, 2015.
Os linfonodos possuem alta capacidade de regeneração. Por esse motivo, após
cirurgias em que são retiradas partes de cadeias de linfonodos, novos linfonodos podem se
formar, mesmo a partir de pequenos restos deixados na região (Vasconcelos, 2015).
Sobre a técnica de drenagem manual, existem três características fundamentais que
devem ser observadas na sua execução: a pressão deve ser muito suave e superficial, pois a
maioria das estruturas linfáticas são superficiais; o ritmo deve ser lento, pois a linfa caminha
muito devagar; a linfa deve ser encaminhada em direção às cadeias de linfonodos
(Vasconcelos, 2015).
Sobre as indicações dessa técnica, tem-se os seguintes: eliminação de edemas;
tratamentos pré e pós-operatórios; tratamentos de fibro edema geloide (celulite); tratamentos
de redução de medidas; tratamentos de acne; tratamentos de acompanhamento gestacional;
tratamentos anti estresse e tratamentos para diminuição de olheiras (Vasconcelos, 2015).
Na sequência, então, a professora convidou um aluno, que estava adequadamente
vestido, para poder fazer a demonstração das manobras.
Posicionado em decúbito dorsal, iniciou a professora por realizar o bombeamento dos
linfonodos.
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O movimento de bombeamento é executado sobre a cadeia de linfonodos, com cinco a
sete repetições, e tem a finalidade de esvaziar o linfonodo, empurrando o líquido já filtrado
para fora do linfonodo, deixando-o livre para receber a nova carga linfática que chegará com a
drenagem manual (Vasconcelos, 2015).
Para executar esse movimento, o profissional toca suavemente a pele do cliente com a
maior parte possível da mão, para não exercer muita pressão. Nas cadeias de linfonodos do
corpo é possível utilizar toda a extensão da mão; já nas cadeias de pescoço e face, será
possível utilizar apenas a extensão dos dedos, devendo-se ter o cuidado de não utilizar as pon-
tas (Vasconcelos, 2015). 
Na sequência, passou a professora a realizar a captação.
A manobra de captação da linfa é executada em círculos. O terapeuta toca suavemente
um ponto da pele com a porção ulnar da mão (dedo mínimo) e realiza um movimento circular,
aumentando lentamente a pressão até atingir o outro lado círculo e tocar a pele com a porção
radial da mão (dedo polegar). A partir daí a pressão vai diminuindo e a mão retorna ao ponto
inicial do movimento, chamado de ponto zero, fechando o círculo (Vasconcelos, 2015).
A finalidade desse movimento é captar a linfa, fazer com que ela saia do meio
intersticial e entre no vaso linfático (Vasconcelos, 2015).
Como já afirmado, a pressão sobre o corpo deve ser suave para que não ocorra a
compressão do vaso e o colabamento das paredes impedindo o fluxo do líquido dentro dele
(Vasconcelos, 2015).
Enfim, realizou a professora a manobra de reabsorção, tocando suavemente a pele do
paciente com toda a extensão das duas mãos paralelas e executando suaves bombeamentos em
direção à cadeia de linfonodos, encaminhado a linfa para o seu destino (Vasconcelos, 2015).
Após, passamos a treinar em nós mesmos a drenagem linfática, devendo respeitar a
seguinte ordem de realização dos movimentos. Em decúbito dorsal, iniciando-se pela coxa,
para após seguir para perna e pé. Após, abdome inerior e superior. Na sequência, região
peitoral, finalizando com membros superiores braço, antebraço e mão.
Em decúbito ventral, de sua vez, iniciando-se pela coxa para apenas depois fazer na
perna. Após, glúteo, coluna lombar, torácica e cervical.
Assim, ao contrário da massagem clássica, a drenagem linfática é feita de proximal
para distal.
Na prática, mais uma vez, a companhia da massoterapeuta foi interessante, até mesmo
porque pode ela verificar meios de aprimorar sua técnica.
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Ainda, o compartilhamento de impressões entre os alunos gerou a constatação de que
há muitos profissionais que realizam a drenagem linfática de forma equivocada, iniciando-se
distalmente, nos pés, ao invés de iniciar pela coxa, para após ir para a perna.
Na sequência, passou a professora a explicar a técnica de liberação miofascial.
Para tanto, imperioso conhecer o conceito de ponto-gatilho, qual seja, ponto localizado
e de alta irritabilidade na forma de nódulo em uma área rígida de um músculo estriado
esquelético, sensível à palpação (Niel-Asher, 2008).
Dito em outras palavras, “pontos-gatilho” são pequenas áreas de sensibilidade e dor
localizadas nos músculos e no tecido conjuntivo, podendo ser produzidos por trauma agudo,
inflamação crônica ou isquemia, ou ser desenvolvidos como resultado do estresse oriundo de
atividades diárias ou hábitos posturais (Starkey, 2017).
Embora a dor e a sensibilidade sejam localizadas, os relatos na literatura sugerem que
o desconforto pode ser referido a outras partes do corpo (“dor referida”) por meio do sistema
nervoso autônomo (Starkey, 2017).
Essas áreas podem ser localizadas por palpação, com o auxílio da extremidade de
borracha de um lápis ou por meio de correntes elétricas. Tem sido sugerido que a combinação
de estimulação elétrica e ultrassom é benéfica tanto na localização quanto no tratamento das
áreas envolvidas (Starkey, 2017). 
Os nódulos podem variar em tamanho, desde uma pequena protuberância, como uma
ervilha, até um grande inchaço, podendo ser sentidos na superfície do corpo, entremeados no
interior das fibras musculares. Se forem sensíveis à palpação podem ser considerados pontos-
gatilho (Niel-Asher, 2008). 
A técnica de liberação miofascial envolve um conjunto de técnicas manuais, como
manobra de deslizamento, amassamento, fricção e alongamento, com o objetivo de realizar o
relaxamento de tensões musculares e aderências e promover a mobilidade tecidual e o
relaxamento global (Pelegrini, 2020). 
Não há uma regra para a aplicabilidade da liberação miofascial, dependendo ela da
avaliação de cada paciente e do objetivo terapêutico. Porém, a técnica envolve o
tracionamento dos tecidos em direção opostas com estabilização de regiões proximais e
distais. 
Quando passamos à prática, avaliamos uns nos outros a existência de pontos gatilho
realizando a dígito pressão nas regiões occipital, cervical, trapézio, supraespinhal, epicôndilo
lateral, trocânter maior do fêmur e joelhos.
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Neste momento, foi interessante a identificação de pontos-gatilho em diversos alunos,
ensinando a professora que a sua liberação ocorre com a pressão digital.
Sentir a localização dos nódulos em nós mesmos também foi interessante, pois é
possível inclusive ouvir um estalo quando o nódulo é manipulado.
Por fim, demonstrou a professora alguns movimentos de pompage.
Trata-se de técnica realizada em três tempos, em que primeiro se realiza uma tração,
após manutenção e finda com o retorno (Pelegrini, 2020).
O primeiro tempo é denominado manobra de tração, que é realizada no segmento
corporal a partir de um afastamento da origem e inserção muscular. Trata-se de uma manobra
leve, progressiva, quenão causa dor ou qualquer desconforto no paciente e respeita os limites
da flexibilidade fisiológica do músculo trabalhado (Pelegrini, 2020). 
O segundo tempo vem seguido pela manobra de manutenção, que tem por objetivo
manter por aproximadamente 20 segundos a tração realizada anteriormente, sem causar dor ou
qualquer desconforto na região (Pelegrini, 2020). 
Já o terceiro tempo é composto pela manobra de retorno, na qual irá ocorrer o
relaxamento da tensão exercida no primeiro tempo, com o retorno à posição inicial do
segmento (Pelegrini, 2020). 
No caso de nossa aula, realizou a professora a manobra para o peitoral maior e para o
esternocleidomastoide.
Abaixo, representação das duas manobras realizadas em sala, e praticadas uns nos
outros:
Figura 7 – Manobra para peitoral
Figura extraída de Pelletrini, 2020.
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Figura 8 – Manobra para esternocleidomastóideo
Figura extraída de Pelletrini, 2020.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como visto ao longo do relatório, e como não poderia deixar de ser, nas aulas práticas
de recursos terapêuticos manuais, foi dado bastante enfoque aos objetivos de cada tipo de
recurso terapêutico, suas indicações e forma de execução.
Nesse sentido, foi visto e repisado que a massagem terapêutica envolve pressão na sua
realização, sendo feita de distal para proximal, ao passo que a drenagem linfática é feita com
pressão suave, de proximal para distal.
O avançado da hora e a especificidade acabaram por não permitir a replicação, em sua
integralidade, das manobras de liberação miofascial e pompage. 
Entretanto, ainda que de forma mais superficial, foi muito interessante poder localizar
nódulos, às vezes até doloridos, e tentar sua liberação.
Registro, ainda, que, quando divididos em grupos, ficou no meu uma massoterapeuta
que, por ter bem mais experiência que os demais, ajudava na correção dos movimentos de
massagem terapêutica e drenagem linfática.
Ainda, foi interessante um mesmo aluno receber massagem de mais de uma pessoa
para poder verbalizar as diferenças entre os movimentos executados e mostrar a massagem
que se mostrava mais eficiente.
Em definitivo, as aulas práticas de recursos terapêuticos manuais mostraram-se muito
proveitosas para os alunos que, colocados como pacientes, puderam sentir os efeitos de cada
tipo de toque terapêutico antes de executar em terceiros. 
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4. FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
VASCONCELOS, Gabriela S.; MANSOUR, Noura R.; MAGALHÃES, Lucimara F.
Recursos terapêuticos manuais. Porto Alegre: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556900100.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556900100/. Acesso
em: 17 set. 2023. p. 28.
Figura 2
VASCONCELOS, Gabriela S.; MANSOUR, Noura R.; MAGALHÃES, Lucimara F.
Recursos terapêuticos manuais. Porto Alegre: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556900100.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556900100/. Acesso
em: 17 set. 2023. p. 30.
Figura 3
VASCONCELOS, Gabriela S.; MANSOUR, Noura R.; MAGALHÃES, Lucimara F.
Recursos terapêuticos manuais. Porto Alegre: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556900100.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556900100/. Acesso
em: 17 set. 2023. p. 31.
Figura 4
VASCONCELOS, Gabriela S.; MANSOUR, Noura R.; MAGALHÃES, Lucimara F.
Recursos terapêuticos manuais. Porto Alegre: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556900100.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556900100/. Acesso
em: 17 set. 2023. p. 32
Figura 5
VASCONCELOS, Gabriela S.; MANSOUR, Noura R.; MAGALHÃES, Lucimara F.
Recursos terapêuticos manuais. Porto Alegre: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556900100.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556900100/. Acesso
em: 17 set. 2023. p. 33.
Figura 6
VASCONCELOS, Maria Goreti de. Princípios de Drenagem Linfática. São Paulo: Editora
Saraiva, 2015. E-book. ISBN 9788536521244. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536521244/. Acesso em: 17 set. 2023.
p. 32.
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Figura 7
PELEGRINI, Stela. Recursos Terapêuticos Manuais. São Paulo: Editora Sol, 2020. p. 79.
Figura 8
PELEGRINI, Stela. Recursos Terapêuticos Manuais. São Paulo: Editora Sol, 2020. p. 80.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NIEL-ASHER, Simeon. Pontos-Gatilho: uma Abordagem Concisa. Barueri: Editora Manole,
2008. E-book. ISBN 9788520442425. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520442425/. Acesso em: 17 set. 2023.
OLIVEIRA, Ribeiro F. Drenagem linfática. Porto Alegre: Grupo A, 2018. E-book. ISBN
9788595025196. Disponível em:
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