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Processo Civil 2 Ônus da Prova A1

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2
Processo Civil (Audiências, Provas e Sentenças) 
O Ônus da Prova e as Hipóteses de Admissibilidade de Inversão
De acordo com o Novo CPC, o ônus da prova é do Autor da ação, e precisa provar os fatos constitutivos de seu direito, e o Réu os fatos Impeditivos, Modificativos ou Extintivos dos Direitos do Autor.
O Ônus da prova é o encargo que a pessoa tem de provar as suas alegações que realiza por meio das ferramentas legais necessárias. 
Enfim, as provas pertencem ao processo e não as partes e serão utilizadas para formar a convicção do juiz independente de quem a produziu.
O que é o Ônus da prova:
Dentro do ordenamento jurídico brasileiro o sentido dado de ônus da prova, é o encargo que alguém, ou, em casos processuais a parte, tem que sustentar suas afirmações e pedidos por meio de documentos ou testemunhas que justifiquem e verifiquem o que ela apresenta.
Entendemos no direito que tudo o que pode influenciar o pensamento do juiz a respeito do processo em questão, trazendo evidências documentais ou testemunhais do que é afirmado pela parte que está pedindo judicialmente a efetivação dos seus direitos.
Assim, considera-se como prova, fotos, documentos, áudios, vídeos, depoimentos de testemunhas, peritos, extratos bancários, contratos e todos os outros artifícios usados para comprovar, de que a parte fala é verdade e, dessa forma o pedido judicial dela faz sentido. 
Portanto, quando se fala de ônus da prova, a parte tem a responsabilidade de construir provas legais que indiquem para o juiz que o que ela afirma nos altos processuais é factível. 
A importância do ônus da prova: 
Um dos institutos mais fundamentais do direito é o ônus da prova, pois sem o ônus da prova, seria impossível a aplicação da justiça, uma vez que os pedidos e acusações realizados entre as pessoas não precisariam de comprovação, por meio de provas, para serem sustentados.
Vamos de exemplo: Thalys entra com uma ação judicial contra Maria Júlia, sua inquilina, cobrando alugueis em atraso. 
Portanto, para que essa cobrança seja legitima, Thalys precisa fundamentar suas provas contra Maria Júlia, provando que ela é sua inquilina, e principalmente mostrando que ela deve o aluguel.
Essa comprovação esperada de Thalys, para que as suas afirmações sejam de fato acatadas pelo juiz, é o que o direito chama de ônus da prova.
Diante desse exemplo hipotético, podemos compreender como o ônus da prova é fundamental para o direito e para a efetivação dos pedidos da parte interessada em ter seus direitos realizados.
É do interesse do autor de um processo, comprovar que seu pedido judicial é legitimo, apresentando as provas necessárias para convencer o juiz. 
Portanto, o ônus da prova, não se trata de uma obrigação ou dever da parte, e sim de um encargo necessário para que ela confirme seus pedidos, se defenda das acusações da outra parte e, ao mesmo tempo convença o juiz doque ele pede no processo. 
Ônus perfeito vs ônus imperfeito:
Quando se trata do ônus da prova, é comum encontrarmos os termos “ônus perfeito” e “ônus imperfeito”, dentro da doutrina jurídica.
É essencial saber a diferença entre os dois: compreende-se como Ônus Perfeito, aquele que sem o encargo da prova não será possível gerar o resultado previsto, enquanto o Ônus Imperfeito é aquele cuja não observação não altera necessariamente a comprovação da afirmação, porém podendo afetá-la.
No exemplo dado antes do caso Thalys e Maria Júlia, podemos compreender que o Ônus Perfeito e a comprovação de que Maria Júlia não pagou, realmente o aluguel previsto. Já o Ônus Imperfeito, seria o extrato bancário de Thalys, afirmando que o pagamento não caiu na conta bancaria nos meses acusado. 
Não é uma prova fundamental para o caso o extrato bancário, porém pode influenciar na decisão do juiz ao enfraquecer os documentos comprobatórios que Thalys apresentou na petição inicial.
Ônus da Prova no Novo CPC, art. 373,374 e 429
O Ônus da Prova é citado no Código de Processo Civil em artigos distintos, 373 e 429, sendo o primeiro tratando do ônus da prova em si e o segundo tratando da incumbência sobre a força comprobatória de documentos no processo.
Da seguinte forma trata o art. 373 do Novo Código Civil, trabalha a incumbência de ônus da prova para as partes do processo da seguinte forma:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
A partir do que dispõe o texto do Código, é possível perceber que o ônus da prova não é algo exclusivo da parte que ingressa com o pedido na justiça, embora a mesma sempre tenha que apresentar primeiro as provas necessárias para sustentar o seu pedido.
De acordo o que apresenta o Novo Código Civil, o Ônus da Prova é do autor da ação para constituir as afirmações que formam o seu direito expresso na demanda judicial, enquanto o Ônus da Prova incide sobre o réu ao debater, de forma impeditiva, modificativa ou extintiva o pedido do autor.
O Código de Processo Civil também apresenta, no seu texto, situações onde não é necessária a apresentação de provas para determinados fatos. 
São eles:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III – admitidos no processo como incontroversos;
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Por fim, em relação aos documentos comprobatórios dos pedidos e do direito das partes, o Novo CPC incumbe o ônus da prova da seguinte forma:
Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
I – se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
II – se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento.
Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, o art. 373 mostra que, é possível compreender que o ônus da prova não é algo unilateral, sendo uma incumbência de apenas uma das partes.
Ele é passado de uma parte para a outra, dependendo do contexto em que o processo em questão se encontra. Essa dinâmica de atribuição do ônus da prova entre as partes é chamada de “distribuição dinâmica do ônus da prova”, ou “teoria das cargas probatórias dinâmicas”.
Essa reconfiguração de que o ônus da prova é algo flexível, que a cada tempo se encontra com um dos pólos da ação, possibilita que o juiz determine que ambas as partes devam comprovar as suas alegações com a produção de provas que convenham com os fatos apresentados.
Assim sendo, o juiz tem o poder de pedir para que as partes provem, em diferentes momentos, os fatos que estão alegando (no caso do autor, o que constitui o direito buscado, enquanto, no caso do réu, indicar quais coisas o autor alega que não são da forma que se apresentam).
Inversão do Ônus da Prova art.373 do CPC
Como afirmamos anteriormente, a via de regra sobre o Ônus da Prova no Processo Civil é que aquele que alega algo deve comprovar a sua alegação por meio da produção de provas que sustentem o que ele afirma.
Entretanto, o próprio CPC apresenta, nos parágrafos do artigo 373, situações onde o ônus comprobatório é passado de uma parte para a outra, num movimento chamado de Inversão do Ônus da Prova.
A primeira situação de inversão da onerosidade apresentada pelo Novo CPC, se dá nas situações onde há impossibilidade ou grande dificuldade da parte de apresentar provas de suas alegações, sendo mais fácil que a parte contrária apresente documentos comprovando o fato contrário:
Art. 373 § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Assim, o juiz poderá determinar, fundamentando sua escolha, de inverter o ônus da prova, desde que a obtençãodas provas necessárias se dê com mais facilidade por um dos lados do processo do que pelo outro.
Essa fundamentação não pode criar uma situação onde a inversão cria uma impossibilidade ou dificuldade muito grande para a outra parte, que é justamente o que o parágrafo 1º procura evitar.
Art. 373 § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
Por último, a Inversão do Ônus da Prova não precisa sempre ser determinada pelo juiz responsável pelo processo. Ela pode ocorrer a partir de convenção das partes, conforme apontam os parágrafos 3º e 4º do artigo 373:
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
Recurso em face de inversão
Por fim, conforme o art. 1.015 inciso XI do CPC: 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
XI. redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º.
Portanto, caberá agravo de instrumento contra a decisão que inverter o ônus da prova.
Jurisprudência
O Superior Tribunal de Justiça, acerca da inversão do ônus da prova, assim decidiu em acórdão em Agravo Interno, citando, então, tanto o Novo CPC quanto o CDC em sua ementa:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONDOMÍNIO EDILÍCIO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE VÍCIOS CONSTRUTIVOS. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA. REFORMATIO IN PEJUS. NÃO OCORRÊNCIA.
Hipótese em que a adoção de fundamentos distintos para a inversão do ônus da prova – seja em virtude da aplicação do disposto no art. 373, § 1º, do CPC/2015, seja em função da incidência das normas consumeristas – não implicou reformatio in pejus, pois não houve piora da situação da parte que, pela adoção de um ou outro fundamento, permaneceu responsável pela comprovação da inexistência de vícios no imóvel objeto da lide, capazes de comprometer a sua solidez e segurança.[…] A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem albergado a inversão do ônus da prova nas demandas propostas por condomínios contra construtoras/incorporadoras, em defesa dos interesses de condôminos, com fundamento no art 6º, VIII, do CDC ou mediante aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova de que trata o art. 373, § 1º, do CPC/2015.
(STJ, 3ª Turma, AgInt no AREsp 1293126/DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/12/2018, publicado em 14/12/2018)
Conclusão
O Ônus da Prova é um instituto fundamental do direito. É por meio dele que as partes podem sustentar suas alegações a partir da produção e apresentação de provas que afirmam o que elas apresentam no processo.
Dessa forma, conhecer as situações onde pode ocorrer a inversão da onerosidade é fundamental para qualquer advogado processualista, uma vez que a constituição de provas que fundamentam a busca (ou defesa) de direitos é um dos principais atributos do trabalho advocatício.
Embora a regra da atribuição inicial da onerosidade seja do autor da ação, há situações diferentes, como no direito do consumidor, que invertem essa lógica, o que torna ainda mais fundamental compreender o instituto e as suas aplicações práticas no direito.
BIBLIOGRAFIAS:
GONÇALVES, Marcus Vinicius R. Direito Processual Civil. (Coleção Esquematizado®). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2023. E-book. ISBN 9786553627659. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553627659/. Acesso em: 21 abr. 2023.

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