Peça Jurídica - Direito Penal

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FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
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CÓDIGO:
2403251733M
TIPO DE MATERIAL:
Simulado Preparatório
NUMERAÇÃO:
1º Simulado
NOME DO ÓRGÃO:
Ordem dos Advogados do Brasil
OAB
EXAME:
2ª Fase do Exame 40º
DISCIPLINA:
Direito Penal
PROFESSOR:
Nestor Távora
MODELO/BANCA:
FGV – OAB
DATA DE APLICAÇÃO:
03/2024
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
03/2024
Livro Eletrônico
Padrão de Resposta 
1º Simulado – 2ª Fase – 40º Exame de Ordem Unificado
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SIMULADO PREPARATÓRIO
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
2ª FASE DO 40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
ÁREA: DIREITO PENAL
Aplicação: 2024
BASEADO NO MODELO DE PROVA APLICADO PELA FGV
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
PADRÃO DE RESPOSTA – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Vanessa, nascida e criada em Buritis, cidade localizada no interior de Rondônia, ao completar 18 anos, resolve 
tentar a sorte na cidade grande e, assim, deixa tudo o que tinha e parte em direção à capital, Porto Velho. Porém, 
chegando lá, Vanessa se deparou com uma série de infortúnios, que a levaram a gastar todo o dinheiro que tinha. 
Sem parentes, sem trabalho e sem ter onde ficar, passou a dormir nas ruas, dependendo de doações de desconhe-
cidos. Não mais aguentando a situação de fome que a acometeu, no dia 14/10/2023, resolveu ingressar em um 
supermercado, onde escondeu debaixo da blusa um pacote de cuscuz e uma peça de carne, cuja soma totalizava R$ 
41,00 (quarenta e um reais). Acontece que, antes que saísse do estabelecimento, o segurança, que tinha visto toda 
a empreitada de Vanessa, a abordou e a encontrou de posse dos objetos.
Luciana, consumidora do mercado que conhecia da vida de Vanessa, informou ao segurança das desventuras com 
que sofria Vanessa. Contudo, o profissional mostrou-se irredutível e acionou a Polícia Militar, que a conduziu até 
a Delegacia, onde foi presa e autuada em flagrante delito. Em seu interrogatório, confessou a prática da conduta, 
mas afirmou que somente pegou os itens porque estava com a saúde já debilitada em razão da fome e não tinha o 
que comer.
Foram juntados aos autos folha de antecedentes criminais de Vanessa, sem nenhuma anotação, laudo de avaliação 
dos bens subtraídos confirmando o valor, bem como foram ouvidos na Delegacia os policiais militares e o segurança 
do supermercado. Ato contínuo, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Vanessa, pela prática do crime 
do art. 155 do Código Penal, sem a proposição de qualquer benefício penal, mesmo a denunciada atendendo os 
requisitos. Em 12/03/2024 (terça-feira), o juiz competente recebeu a denúncia e realizou a citação da denunciada.
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de Vanessa, a peça jurídica cabível di-
ferente de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas as teses jurídicas de direito material e direito 
processual pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo, considerando que de segunda a sexta-feira 
são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: � a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à preten-
são. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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1º Simulado – 2ª Fase – 40º Exame de Ordem Unificado
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SIMULADO PREPARATÓRIO
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
2ª FASE DO 40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
ÁREA: DIREITO PENAL
Aplicação: 2024
BASEADO NO MODELO DE PROVA APLICADO PELA FGV
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
Gabarito comentado
ITEM PONTUAÇÃO
Petição de Interposição
1. Endereçamento: Juízo da ... Vara Criminal de Porto Velho/RO (0,10). 0,00/0,10
2. Fundamento legal: art. 396-A OU art. 396, ambos do Código de Processo 
Penal (0,20).
0,00/0,20
3. Tempestividade: Prazo de 10 dias (0,10), conforme o art. 396 do CPP (0,10). 0,00/0,10/0,20
Preliminar
4. Nulidade decorrente do não oferecimento de proposta de suspensão condi-
cional do processo, tendo em vista a pena mínima do tipo penal OU nulidade 
decorrente da não manifestação do Ministério Público sobre proposta de Acordo 
de Não Persecução Penal (0,40), devendo os autos serem remetidos novamente 
para oferecimento do ANPP (0,40).
0,00/0,40/0,80
Mérito
5. Arguição de que a conduta narrada evidentemente não constitui crime em 
razão da atipicidade (0,40), diante da aplicação do princípio da bagatela/insigni-
ficância (0,80).
0,00/0,40/0,80/1,20
6. Arguição da existência de manifesta causa de exclusão da ilicitude (0,40), pois 
Vanessa agiu em estado de necessidade diante da situação de fome e risco para 
a saúde (0,70), nos termos do art. 24 do Código Penal (0,10).
0 , 0 0 / 0 , 4 0 / 0 , 5 0 / 0 , 7 0 / 
0,80/1,10/1,20
Pedidos
7. Absolvição Sumária (0,50), com fundamento no art. 397, inciso I, (0,10) e no 
art. 397, inciso III, (0,10), todos do CPP (0,10).
0,00/0,50/0,60/ 0,70/0,80
8. Rol de testemunhas: Luciana (0,30). 0,00/0,30
Fechamento
9. Prazo: 22 de março de 2024 (0,10). 0,00/0,10
10. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
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PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
ÁREA: DIREITO PENAL
Aplicação: 2024
BASEADO NO MODELO DE PROVA APLICADO PELA FGV
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 01
Enunciado
Nelson, na época dos fatos, com 19 anos e ávido torcedor do time de futebol local, trabalhou de 2013 a 2017 em 
um estabelecimento comercial que vendia itens relacionados a times de futebol.
Ao final do expediente, tendo acesso ao armazém onde os produtos ficavam guardados, Nelson subtraiu para si 
uma das camisetas, no valor de R$ 500,00. No dia seguinte, percebendo a facilidade ocorrida no dia anterior, voltou 
a subtrair outro modelo da camisa de seu time do coração. Ainda na mesma semana, o funcionário, com o mesmo 
modus operandi, subtraiu uma camisa oficial da seleção brasileira e uma bola de futebol comemorativa do campe-
onato local.
As condutas de Nelson foram filmadas, e os vídeos foram encaminhados para o Ministério Público, que ofereceu 
denúncia pela prática do crime descrito no art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal, por três vezes, na forma do art. 
71 do mesmo diploma legal. Em 20 de janeiro de 2018, a denúncia foi recebida.
Na data marcada para a realização da audiência de instrução, Nelson ficou impossibilitado de comparecer devido 
a uma agressiva crise alérgica, o que foi informado nos autos pela Defensoria Pública, que juntou recomendação 
médica pela impossibilidade de que o réu comparecesse à audiência e, subsequentemente, requereu o adiamento 
do ato. Contudo, o magistrado de primeiro grau entendeu que a simplicidade dos fatos discutidos e a existência 
de prova documental, bem como a ausência, por parte da defesa, de negar a prática do crime, demonstravam a 
desnecessidade de adiar o ato.
Assim, durante a audiência, o proprietário do estabelecimento foi ouvido na qualidade de ofendido, não estando 
presentes o réu ou a Defensoria Pública. Encerrada a instrução, foi prolatada sentença em 25 de dezembro de 2023, 
condenando Nelson à pena final de 2 anos e 6 mesesde reclusão e 12 dias-multa, substituída por restritiva de di-
reitos.
Para cada um dos crimes, foi aplicada a pena mínima de 2 anos de reclusão e 10 dias-multa, mas o magistrado fixou 
a fração de 1/4 para aumento da pena, em virtude do reconhecimento do crime continuado. O Ministério Público 
não recorreu da decisão.
A esposa de Nelson, preocupada com a condenação, procura você na qualidade de advogado(a) para sanar as se-
guintes dúvidas.
A) Existe argumento de direito material a ser apresentado em favor de Nelson? Justifique. (Valor: 0,65)
B) Qual a tese de direito processual a ser alegada em benefício de Nelson? Justifique. (Valor: 0,60)
Obs.: � o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
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2ª FASE DO 40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO
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ÁREA: DIREITO PENAL
Aplicação: 2024
BASEADO NO MODELO DE PROVA APLICADO PELA FGV
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
Gabarito comentado
ITEM PONTUAÇÃO
A) Sim, transcorridos 5 anos entre o recebimento da denúncia e a sentença, 
ao passo que a pena fixada foi de 2 anos e reduzidos os prazos prescricionais à 
metade, com base na idade de Nelson à época dos fatos, houve prescrição da 
pretensão punitiva (0,40), já que a análise da prescrição ocorre de acordo com 
a pena fixada para cada um dos delitos em separado (0,15) segundo os arts. 
115, 109, V, ambos do CP e/ou art. 119 do CP (0,10).
0,00/0,15/0,40/0,55/0,65
B) Houve nulidade absoluta (0,15) por não ter o magistrado seguido as formas 
determinadas no Código de Processo Penal, especialmente, por ter deixado de 
nomear defensor para o réu ausente (0,20), incorrendo em ofensa aos princí-
pios do contraditório e da ampla defesa (0,15), conforme o inciso LV do Art. 5º 
da CF/1988 e alínea c do inciso III do art. 564 do CPP (0,10). 
0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/0,
35/0,45/0,50/0,60
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Aplicação: 2024
BASEADO NO MODELO DE PROVA APLICADO PELA FGV
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 02
Enunciado
Carlos Alberto, delegado de polícia civil em Salvador-Bahia, ao passar em frente a uma grande comemoração regio-
nal que acontecia no Centro de Convenções, abordou Anderson, jovem que havia sido identificado por pessoas que 
se divertiam no local como alguém que estava carregando e utilizando substâncias ilícitas, que, pelo odor, sugeriam 
ser a droga conhecida como maconha.
Ao abordar o jovem e revistá-lo, encontrou uma pequena quantidade dessa substância ilícita. Após exame pericial, 
confirmou tratar-se de um entorpecente proibido pela legislação vigente.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público, o Promotor de Justiça acusou Anderson do crime de tráfico, 
conforme o artigo 33, inciso I, da Lei n. 11.343/2006, ao interpretar que a substância que o réu carregava consigo 
destinava-se à venda durante o evento festivo.
Anderson procura você, na qualidade de advogado(a), e relata o ocorrido, informando que nunca foi processado ou 
condenado, possui bons antecedentes, nunca se envolveu em crimes e que a droga era para seu consumo próprio. 
Ele informa também que, em 27/03/2024, uma quarta-feira, recebeu uma citação da 3ª Vara de Tóxicos para apre-
sentar resposta à acusação no prazo de 10 dias, com base no Código de Processo Penal.
Depois de narrar todos os fatos, Anderson lhe apresenta algumas dúvidas jurídicas, responda às questões a seguir.
A) O ato de cientificação adotado pela 3ª Vara de Tóxicos ocorreu em conformidade legal? Justifique. (Valor: 0,60)
B) Existe argumento a ser apresentado para questionar a tipificação realizada pelo Ministério Público? Justifique 
(Valor: 0,65)
Obs.: � o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
Gabarito comentado
ITEM PONTUAÇÃO
A) Não. Deveria ter sido Anderson notificado para apresentar defesa prévia (0,45), conforme 
determina o art. 55 da Lei 11.343/2006 (0,15).
0,00/0,45/0,60
B) Sim. Por conta da pequena quantidade de droga apreendida, que revela ser para uso pes-
soal, bem como por Anderson gozar de bons antecedentes criminais, caso lhe fosse impu-
tada a prática de algum delito, deveria ser o de uso (0,20), nos termos do art. 28, da Lei n. 
11.343/2006 (0,10).
Subsidiariamente (0,05), por ser o agente primário, possuir bons antecedentes e não se dedi-
car a atividades criminosas ou integrar organização criminosa, deve ser aplicada a causa 
de diminuição de pena OU a hipótese de tráfico privilegiado (0,20) do art. 33, § 4º, da Lei 
11.343/2006 (0,10).
0,00/0,20/0,25/0,
40/0,45/0,55/0,65
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“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 03
Enunciado
Em 14/02/2020, durante um churrasco de confraternização da empresa onde trabalhava, Petrus iniciou uma discus-
são com Laerte após desavenças geradas por uma partida de truco.
O desentendimento evoluiu para uma briga física, onde ambos trocaram golpes. Petrus, sendo mais jovem e mais 
forte que Laerte, acabou causando a morte deste último.
A investigação policial, seguida de perícia médica, confirmou que a morte da vítima ocorreu devido ao impacto dos 
socos desferidos por Petrus. Consequentemente, o Ministério Público de São Paulo denunciou Petrus pelo crime de 
homicídio, conforme o artigo 121 do Código Penal, qualificado pelo § 2º, inciso II, do mesmo artigo.
Durante o processo, testemunhas relataram a briga, enfatizando que tanto a vítima quanto o autor se agrediram 
mutuamente. Lucélia, uma testemunha apresentada pela defesa, descreveu que Petrus e Laerte mantinham uma 
boa relação e que, após o confronto, Petrus demonstrou grande preocupação com o estado de saúde de Laerte.
Ademais, na realização do interrogatório do réu, Petrus afirmou que não desejava matar Laerte, mas, tão somente 
agredi-lo, citou, inclusive, que se quisesse matá-lo poderia ter usado uma das facas utilizadas no churrasco que se 
encontravam ao seu alcance. Acrescentou ao final que jamais imaginou que dos golpes resultaria a morte da vítima.
Encerrada a instrução, sobreveio decisão da 18ª Vara do Tribunal do Júri, pronunciando o réu ao fundamento legal 
descrito na denúncia, ressaltando o Juiz a sua convicção do quão banal foi o motivo da briga que causou a morte 
da vítima e atribuindo ao réu adjetivos como “pessoa de alta periculosidade”, “indivíduo que desperta sensaçãode 
temor”.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) procurado por Petrus, responda aos 
questionamentos a seguir.
A) Qual o argumento de direito material para enfrentar a tipificação imputada a Petrus? Justifique (Valor: 0,60)
B) Qual a tese de direito processual para enfrentar a decisão de pronúncia? Justifique. (Valor: 0,65)
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ÁREA: DIREITO PENAL
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presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
Gabarito comentado
ITEM PONTUAÇÃO
A) Petrus não pode ser pronunciado pela prática de homicídio, uma vez que prati-
cou crime preterdoloso (0,20), a saber, lesão corporal seguida de morte, posto não 
ter desejado causar a morte ou assumido o risco de produzi-la. A vontade do réu 
estava dirigida a ferir Laerte, advindo a morte por culpa (0,25) conforme o pará-
grafo § 3º do art. 129 do CP (0,15).
0,00/0,20/0,25/0,35/0,4
0//0,45/0,60
B) A decisão de pronúncia deve se limitar a indicar materialidade do fato e a exis-
tência de indícios de autoria, não podendo adjetivar o réu de forma a influenciar o 
conselho de sentença (0,50), como dispõe o § 1º do art. 413 do CPP (0,15).
0,00/0,50/065
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 04
Enunciado
Na noite de 6 de janeiro de 2024, Leonardo se divertia com amigos no maior clube noturno de Fortaleza. Lá, conhe-
ceu Suzane, que estava com um grupo de amigas, todas consumindo bebidas alcoólicas vendidas pelo estabeleci-
mento.
Momentos após se conhecerem, Leonardo e Suzane se beijaram. Nesse instante, Andreia, a irmã mais velha de 
Suzane, retornou do banheiro e presenciou a cena. Estarrecida, ela gritou que a irmã tinha apenas 13 anos e que 
chamaria a polícia para reportar o crime. A segurança do evento foi acionada e, em seguida, a Polícia Militar chegou 
ao local.
Após verificar a carteira de identidade de Suzane e confirmar sua idade, os policiais detiveram Leonardo, informan-
do que o caso configurava o crime previsto no artigo 217-A do Código Penal. Durante o trajeto para a delegacia, um 
dos agentes, desconfiado do perfil do jovem, supondo que fazia uso de drogas ou as vendia, estacionou a viatura 
em um local ermo. Submetido a uma série de torturas, Leonardo confessou que guardava certa quantidade de subs-
tâncias ilícitas em sua residência.
Munidos dessa informação, a autoridade policial se dirigiu até a residência do jovem e apreendeu uma certa quan-
tidade de drogas. Em menos de 24h do fato, foi realizada audiência de custódia. Oportunidade em que o jovem in-
formou que havia sido agredido pelos agentes de polícia e que se envolveu com Suzane por acreditar que se tratava 
de pessoa maior, haja vista, estar consumindo bebida alcoólica e frequentando um clube noturno em que menores 
de idade não estão autorizados a entrar. A magistrada relaxou a prisão em flagrante.
A mãe de Leonardo, consternada com a situação vivenciada pelo filho, busca a sua consultoria na qualidade de 
advogado(a), para que responda os questionamentos a seguir:
A) Qual argumento de direito material poderá ser apresentado, em busca de enfrentar eventual denúncia pelo 
crime do art. 217-A do CP? Justifique. (Valor: 0,65)
B) Qual argumento de direito processual poderá ser apresentado, em busca de enfrentar eventual denúncia que 
tome por base as substâncias ilícitas obtidas na residência de Leonardo? Justifique. (Valor: 0,60)
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Aplicação: 2024
BASEADO NO MODELO DE PROVA APLICADO PELA FGV
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional 
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Gabarito comentado
ITEM PONTUAÇÃO
A) Leonardo não sabia se tratar de pessoa com menos de 14 anos. Dessa forma, 
desconhecia elementar do tipo penal do art. 217-A do CP, agindo, portanto, em 
erro de tipo invencível, o que torna o fato atípico (0,50), conforme determina o 
art. 20 do CP (0,15). 
0,00/0,50/0,65
B) Tendo em vista que as provas da materialidade do ilícito penal foram obti-
das mediante tortura, constituem-se provas ilícitas (0,30), devendo ser desentra-
nhadas dos autos (0,20), conforme o art. 157 do CPP ou inciso LVI do art. 5º da 
CF/1988 (0,10). 
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