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Maria Eduarda Martins Coelho
HPE- Gustavo Daou 2019.2
Questões para a P2
Unidade 3: Mudanças da teoria do consumidor- Cardinalismo X Ordinalismo
1) 	Explique o que significa a propriedade de aditividade da função utilidade, usada pelos primeiros autores marginalistas. É possível falar de bens complementares ou bens inferiores com essa função utilidade?
	
	A primeira geração marginalista, que deu origem a teoria da utilidade marginal, a definia como a capacidade de determinado bem de satisfazer necessidades humanas. Inicialmente, o conceito foi tratado como uma medida cardinal, isto é, o consumidor poderia, de fato, medir o prazer que o consumo de certo bem lhe trazia, e assim maximizar sua utilidade dada sua renda, e os preços do mercado. Além disso, também é pressuposto que a Umg decresce com o aumento do consumo do bem. 
	Visto isso, o ponto ótimo de consumo do individuo seria dado no ponto em que a proporção entre as utilidades marginais dos bens e seus preços se igualassem, sem que a utilidade marginal do bem 1, por exemplo, dependesse da utilidade marginal do bem 2. Consequentemente das hipóteses, podemos inferir que: (a) qualquer transferência ou mudança das quantidades consumidas, coeteris paribus, implica numa diminuição da utilidade; (b) a utilidade total é medida pela adição da utilidade marginal adquirida com o consumo de cada bem, já que essas são independentes. Essa ultima conclusão, é o princípio da aditividade.
	Nesse cenário, esta claro que não é possível demonstrar a existência de bens complementares. Já que, por definição da teoria posterior, a utilidade marginal do individuo depende do consumo conjunto, em proporções fixas da quantidade de cada bem. Outrossim, não é possível falar de bens inferiores dado que variações da renda geram realocações proporcionas entre bens. 
2) Explique o que significa uma função utilidade cardinal, levando em conta o significado econômico da 1ª derivada desta função, da 2ª derivada desta função. Que tipo de transformação essa função pode sofrer sem perder suas propriedades de preferências?
	A primeira geração marginalista, que deu origem a teoria da utilidade marginal, a definia como a capacidade de determinado bem de satisfazer necessidades humanas. Inicialmente, o conceito foi tratado como uma medida cardinal, isto é, o consumidor poderia, de fato, medir o prazer que o consumo de certo bem lhe trazia, e assim maximizar sua utilidade dada sua renda, e os preços do mercado. Nesse sentido, é o contrário da teoria posterior, que garante apenas o ordenamento das preferências.
	Matematicamente, temos que a primeira derivada dessa função tem de ser positiva, pois representa a satisfação trazida pelo consumo do bem. Já a segunda, é negativa, uma vez que traduz a suposição de que unidades adicionais do bem possuem “menos” utilidade marginal que a anterior. Isto é, se dermos a uma criança uma barra de chocolate, provavelmente lhe trata muito prazer, no entanto, se continuarmos com o mesmo procedimento, provavelmente a decima barra já não lhe dará tanta felicidade assim.
	Como nessa representação o tamanho absoluto da utilidade importa, apenas transformações lineares (ax+b) podem ser feitas. Ao contrario da teoria atual que, contanto que seja preservada a ordem das cestas (transformações monotônicas ou monótonas), a função mantém suas propriedades.
	
3) Como se deriva uma curva de demanda usando uma função utilidade cardinalista? É possível falar de “efeito renda” e “efeito substituição” com esse instrumento? Qual é a diferença deste procedimento para a forma como aprendemos hoje?
	
	A curva de demanda cardinalista se deriva com um procedimento similar ao de maximização. Este é, igualamos a razão entre a utilidade marginal do bem e seu preço à utilidade marginal da renda, ou seja: Umg/P = Umg$. A utilidade marginal do dinheiro goza de todas as propriedades dos outros bens, primeira derivada positiva e segunda negativa. Dessa forma, ajustes são feitos da seguinte maneira: suponha que a renda diminui; assim irá aumentar a sua utilidade, e para que se mantenha a igualdade diminui a quantidade consumida do bem e aumenta sua utilidade. 
	Nessa teoria, não é possível demonstrar a existência do efeito renda, já que por hipótese, a Umg do dinheiro é constante e não muda com variações de preço dos bens. Além disso, as variações de renda gerarão o mesmo efeito para todos os bens, ou seja, aumentos de renda acarretam em aumento do consumo de todos os bens, sendo inexistente aqui, também, os bens inferiores. 
	Em comparação com o procedimento atual, utilizamos, agora, não a Umg decrescente, mas sim sua taxa marginal de substituição. Ademais, a curva é sempre definida a partir de dois ou mais bens, comparando suas quantidades.
4) Explique a equação de Slutsky para o consumidor. O que caracteriza um bem normal em relação a um bem inferior? E o que seria um bem de giffen? Em geral, as curvas de demanda por bens são negativamente inclinadas?
	A equação de Slutsky busca traçar a curva de demanda para a teoria da utilidade marginal ordinária, e dessa maneira, sempre trata de dois ou mais bens. Essa, permite separar o resultado total que variações de preço causam nas quantidades consumidas de cada bem. Os efeitos que produzem as mudanças podem ser divididos entre: efeito substituição e efeito renda. 
	O primeiro, consiste na variação causada puramente pela mudança de preço do bem. Devido a taxa marginal de substituição decrescente, esse será sempre na direção oposta da variação do preço, ou seja, se aumenta p cai x, e se cai p, aumenta x.
	O segundo, que consiste na inovação do autor, incorpora a teoria o fato de que variações no preço de um bem alteram o poder de compra do consumidor, e isso também provocará uma alteração de quantidade consumida. Levando em conta esse efeito, é possível demonstrar a existência de diferentes tipos de bem dado que a variação não será a mesma para todos os bens como na teoria cardinal. 
	Nesse cenário, bens normais possuem efeito renda contrario à variação do preço, exatamente como o efeito substituição. Bens inferiores, por sua vez, possuem o ER diretamente proporcional ao seu causador, por exemplo, se há diminuição do preço do bem e, portanto, aumento do poder de compra, irá ocorrer uma diminuição de sua quantidade consumida. Contudo, nesse caso, o ES será maior que o ER em módulo, mantendo a variação total na mesma direção dos bens normais. Por último, os bens de giffen tem o comportamento do efeito renda exatamente igual à um bem inferior, porém esse possuirá ER maior que ES, o que fará com que o resultado total seja o oposto do encontrado no caso tradicional. 
	Em geral, essas analises gerarão curvas negativamente inclinadas, com exceção dos bens de giffen.
5) Explique a equação de Slutsky para o ofertante (i.e., aquele que possui dotação de um bem normalmente acima do que ele demanda, de forma a ser ofertante líquido de um bem). Como uma mudança no preço do produto pode afetar o formato da curva de oferta? Em geral, é possível afirmar que as curvas de oferta serão sempre positivamente inclinadas?
	A perspectiva de um vendedor será diferente da de um consumidor regular, dado que este consumo e vende o mesmo bem, e que mudanças de preço gerarão comportamentos em consumidores que o estimularão a, por vezes, seguir direção oposta à deles. Detalhando os efeitos, utilizando como suposição, para exemplo, um aumento do preço do bem o qual o vendedor possui dotação.
(a) Efeito Substituição: Um aumento do preço do bem fará com que o vendedor demande menos do bem, assim como anteriormente. Dada a dotação, a menor demanda individual dele gerará um aumento de oferta do bem. Logo, aumentos de preço geram aumento de oferta, e vice e versa.
(b) Efeito Renda: Um aumento do preço do bem aumentará o poder de compra do vendedor. Assim, se esse for um bem normal, o efeito será de maior demanda do bem, diminuindo a oferta, nesse caso, ao contrario de um consumidor regular, para o vendedor, bens normais possuirão ES e ER opostos. Por outro lado, seesse for um bem inferior, haverá diminuição do seu consumo, e aumento da oferta. 
	O efeito líquido total das variações gerará curvas de oferta positivamente inclinada se o efeito substituição for maior que o efeito renda, em módulo, onde o efeito renda, e ambos possuirão sinais opostos para bens normais, e iguais para bens inferiores. Dessa forma, as curvas geradas serão sempre positivamente inclinadas para bens inferiores e para bens normais, podem ocorrer os dois casos, sem que seja pequena a chance de uma curva de oferta mal-comportada. 
6) Na formulação ordinalista da função utilidade, quais axiomas sobre preferências são necessários para termos uma função utilidade?
	As preferencias ordinais são: (a) transitivas, de modo que se prefiro A do que B e B do que C, prefiro A do que C; (b) completas, isto é, consigo ordenar todos os bens na minha escala de preferencias; (c) as preferencias derivam de funções utilidades, de modo que, se prefiro A do que B, então u(a)>u(b); (d) convexidade, se duas combinações são indiferentes, a combinação entre elas possuirá utilidade maior.
Unidade 4: Teoria da distribuição marginalista
1) Explique a versão de Clark para a teoria da distribuição e do valor neoclássica, dando foco ao seu conceito de capital como fundo que muda de forma sem mudar de tamanho. É correto determinar a distribuição de renda tomando como dado o valor dos meios de produção? Explique.
	J. Clark determina a distribuição a partir da lógica de oferta e demanda e da remuneração dos fatores de produção, dado um montante de capital. Esse, representa a dotação total de capital da economia, medido em valor, que em suas palavras “é um fundo que se transfigura em diferentes corpos físicos”. Isto é, supõe-se múltiplas possibilidades de técnicas de produção, conhecidas pelo empresário, que mantém constante o valor do capital, apesar de esse, na prática poder mudar sua forma. Por exemplo: se tenho 10 trabalhadores na terra e 10 pás de 1 metro, caso caiam os salários e sejam contratados mais 10 trabalhadores adicionais, teria, agora, 20 pás de 0,5 metro. De modo que, mudam os “corpos” do fundo, mas não seu “tamanho”. 
	Dito isso, o autor determinará a distribuição a partir do mercado de trabalho clarkiano, que segue os princípios de demanda e oferta como dito anteriormente. Diferentemente do modelo clássico tradicional, nesse, a oferta de trabalho é inelástica (uma reta vertical) o que implica inexistência de escolhas entre lazer e consumo. Assim, dada a produtividade marginal do trabalho, o ponto em que essa interceptar a reta de oferta de trabalho determinará os salários e o número de trabalhadores ótimos, que gerarão uma área equivalente a massa de salários. A massa de lucro, por sua vez, será determinada pela diferença entre a área da massa de salários e a área determinada pela reta de oferta de trabalho e a PmeL.
	O problema da teoria reside no fato de que o autor determina a o montante de capital sem determinar seus preços. É inconsistente tratar preços de ativos como exógenos em uma teoria da distribuição e do valor, esses não são parâmetros que podem ser dados.
2) Apresente o conceito de capital usado por Wicksell em Value, Capital and Rent (i.e., o “período médio de produção”). Compare a representação da dotação de capital por Clark. Qual é o papel que o PMP cumpre? Em que sentido Wicksell tem vantagem absoluta sobre a análise de Clark?
	Wicksell elabora uma teoria da distribuição, assim como Clark, no entanto, tenta resolver seu problema de medir o capital em um escalar único, sem que seja necessário depender de preços, como em seu antecessor. Para isso, inicia ordenando os bens, similarmente a Menger, em bens de primeira ordem (de consumo), e bens superiores, por ordem na cadeia produtiva. Além disso, postula que os bens de consumo seriam mais intensivos em capital que seus antecessores (“afastamento da natureza”).
	Partindo daí, Wicksell desenvolve o conceito de período médio de produção, que seria uma maneira de medir da intensidade de capital na economia. Esse, é uma média ponderada a juros simples de todo o trabalho acumulado nas etapas de produção dos setores da economia. Ou seja: Li= ∑ lj, trabalho total como todos os “trabalhos” incorporados em cada posição da cadeia, e o PMP= ∑ lj/ Li. 
	Dito isso, temos que o preço de um bem pode ser medido por seu trabalho direto e indireto, através de salários e juros sobre o capital (trabalho passado e capitalizado). Isso permite medir o montante de capital sobre o qual os juros incidem como uma grandeza invariante à taxa de lucro. Assim, o quão maior o trabalho indireto incorporado no bem (mais tempo para chegar ao mercado) mais intensivo esse será em capital.
P= w [(1+r)l + (1+2r)l2 + ..... (1+mr)lm]
	Sua grande vantagem em relação a Clark é ter encontrado uma unidade técnica de medida para o capital, a qual não depende de valor ou preços. No entanto, na vida real é bastante incomum a existência de juros simples, e a teoria se torna invalida com juros compostos. 
3) Quais são os pressupostos necessários para valer o conceito de ‘período médio de produção’
	Para que seja válida a teoria do período médio de produção, são necessárias as hipóteses de juros simples e terra livre, ou seja, abundante que não paga renda.
4) Explique a representação do capital baseado em terra e trabalho “poupados” usada por Wicksell no modelo do Lectures. Explique como Wicksell trata a dotação (que coincide com a oferta neste modelo) de capital, de forma a determinar o equilíbrio oferta=demanda por capital e determinar os juros neste modelo. Explique quais são as variáveis endógenas e exógenas do modelo.
	
	Tendo reconhecido as falhas de seu primeiro modelo distributivo, Wicksell faz uma segunda tentativa de elaborá-lo, mantendo sua preocupação com encontrar um escalar unidimensional para o capital. Novamente partindo da inspiração austríaca de ordenamento dos bens, o autor dirá que todo o fruto da terra e do trabalho não consumidos, isto é, poupados, se tornarão instrumentos de produção (capital), e essa será sua representação para fatores produzíveis.
	A demanda por esses fatores, novamente será determinada por movimentos de mercado, isso é emprego e terra demandados serão inversamente relacionados a salários e renda. O mesmo vale para capital (terra e trabalho poupados) que terá sua demanda determinada inversamente pelos juros incidentes sobre esse montante. Ou seja, o quão menores os juros, mais intensiva em capital será a empresa individual e a economia como um todo. 
	Para determinar a oferta de capital, o autor não consegue resolver o problema da dependência de preços, e adota um montante de valor fixo para essa variável, no entanto, reconhece o erro de pensamento circular que isso implica.
	Nesse modelo as variáveis endógenas são: terra e trabalho (passados e presentes), renda da terra, salários, juros, quantidades produzidas e seus preços. Já as exógenas são: a função de produção, dotação de capital, trabalho e terra, e preferencias do consumidor. 
	
5) N/A
6) Explique a importância de tratar a dotação de capital como um montante (unidimensional, representado por um escalar) para a derivação do conceito de produto marginal dos fatores de produção (ou, equivalentemente, substituição marginal na produção). Se fizéssemos como Walras, que supõe a dotação de bens de capital dada, seria possível falar de produtos marginais? E de demanda de fatores?
		A necessidade de medir a dotação de capital em um montante unidimensional reside no fato de que não é possível somar as diferentes valorações de ativos produtivos, por exemplo: não é possível somar caminhos, pás, máquinas e madeira. Ainda assim, para que haja substituição marginal na produção, é necessário que esse seja um montante possível de ser medido, porém que seja maleável.
	 Somente dessa maneira, podemos variar as proporções de trabalho a uma Pmg decrescente dada a função de produção. Isso, porque a mudança do coeficiente (K/L) implica uma nova disposição física da produção para que possa abrigar ostrabalhadores adicionais. Por essa razão é tão importante que seja possível medir K em uma única dimensão, podendo mantê-lo constante em valor enquanto se varia sua forma física. 
	Walras supõe a dotação de capital dada em seu modelo, e dado que bens de produção não são produzíveis, sua forma está dada, e não é possível que haja substituição marginal dessa forma. A demanda, por sua vez, é baseada não na Pmg decrescente dos fatores, mas por preferencias indiretas dos consumidores. Isto é, se o individuo demanda pão, está indiretamente demandando a farinha, o fermento, o forno e etc. 
7) No modelo de produção de Walras (i.e., sem meios do produção produzidos), é possível falar de taxa de retorno uniforme sobre o investimento?
	No modelo de produção Walrasiano o capitalista, ou seja, dono do bem de capital, é uma figura separa do empresário, aquele que controla a produção, não sendo possível atingir uma taxa de retorno única no sistema. O primeiro cobra aluguéis pelo o uso dessa máquina para o segundo. Nesse sentido, o capital é tratado exatamente igual a terra, com o pagamento de “rendas”, a única diferença é que este é um ativo móvel. 
Unidade 5: Schumpeter
1) Explique os conceitos de ‘fluxo circular’e ‘desenvolvimento’ de Schumpeter. Inclua em sua discussão os conceitos de ‘novas combinações’, capital, lucro e juros definidos de acordo com o autor e compare-os com a economia neoclássica.
	O autor define desenvolvimento como a introdução de inovações, para ele novas combinações de fatores de produção, que geram progresso técnico, novos produtos e transformações sociais e econômicas. O contrário desse estágio seria o fluxo circular, estado em que a economia está em inovação e que não há mudança dos parâmetros de tecnologia, produtividade e preferencias. É importante que esse não é um estado estacionário, o investimento e crescimento populacional podem ser positivos. 
	Comparando-o com a teoria tradicional temos diferenças marcantes: a primeira reside no conceito de capital, tradicionalmente tratado como fatores não-primários de produção, em Schumpeter esse é definido como o crédito utilizado pelo empreendedor para investir nas inovações. Já a segunda está em suas definições de lucros e juros, normalmente tratados como remunerações do capital. Aqui, o primeiro será o que o capitalista inovador ganhará por introduzir a nova combinação, e o segundo os juros sobre o crédito (capital) após a introdução da inovação. O que, para teoria marginalista seria a definição de lucro econômico anormal.
2) Apresente os elementos austríacos usados por Schumpeter para explicar o ‘fluxo circular’. Segundo o autor, existem meios de produção no fluxo ciruclar. Além disso, ele ainda defende a análise de Clark sobre capital como ‘fundo permanente’. Todavia, não existe nem lucro nem juro no fluxo circular, segundo Schumpeter. Existe uma contradição neste ponto? Se não existe juro ou lucro, haveria incentivo para os agentes pouparem os serviços da terra e do trabalho? Como existiriam meios de produção produzidos?
	A veia austríaca de Schumpeter se mostra em seu tratamento dos bens de capital como terra e trabalhos poupados e “passados” na cadeia de produção, como Wicksell. Esses, segundo Schumpeter, existiriam na economia inclusive durante o fluxo circular, no qual o autor postula a inexistência de lucro e juros. No entanto, a proposição não faz sentido algum, dado que se não existe remuneração para os meios de produção, não existe incentivo para que alguém poupar terra e trabalho, e assim, produzi-los. 
3) Liste as ‘novas combinações’ de Schumpeter. Compare-as com os fatores que puxam a acumulação de capital no longo prazo citados (i.e., ignore os fatores causadores de efeitos cíclicos) por Marx no capítulo sobre a “lei geral da acumulação capitalista”. Existem semelhanças?
	As novas combinações de Schumpeter englobam: (a) introdução de um novo bem; (b) introdução de um novo método de produção; (c) abertura de um novo mercado; (d) conquista de uma nova fonte de matéria prima; (e) novas estruturas de uma certa indústria (ex: monopólio). Marx já havia citado os 3 primeiros fatores.
4) “Fluxo Circular” é a mesma coisa que estado estacionário? Explique
Não. O fluxo circular, estado em que a economia está em inovação e que não há mudança dos parâmetros de tecnologia, produtividade e preferencias. É importante que esse não é um estado estacionário, o investimento e crescimento populacional podem ser positivos. Nesse estágio por haver pleno emprego, podem haver variações de salário e consequentemente produto, logo não é estacionário.
Unidade 6: Sraffa
1) Explique a proposição de Sraffa a respeito do formato da curva de oferta da indústria (setor) na teoria marshalliana (a mesma que aprendemos hoje), segundo a qual o único formato coerente com equilíbrio parcial e concorrência perfeita seria a curva de oferta horizontal [artigo de 1926].
	Sraffa, inicialmente, encontra contradições na curva de oferta neoclássica e faz alguns questionamentos:
(a) Se a curva de oferta supõe concorrência perfeita, devemos também supor que o setor deve ser pequeno o bastante para não afetar os preços da economia, para não afetar os salários. Se isso é verdade, porque o custo marginal cai com o aumento da quantidade produzida? Ou seja, como é possível obter economias internas de escala em um sistema de concorrência perfeita?
(b) Não seria problemático separar os efeitos de mudança nas curvas de oferta e demanda? Isso não seria equivocado para bens substitutos e complementares? É preciso considerar elasticidades cruzadas, entre bens, não?
	Tais questões atacam diretamente as premissas de price taking do modelo, em duas vias diferentes. Primeiro, para a curva de oferta positivamente inclinada, que implica em empresas afetando os preços da economia e reduzindo seus custos marginais, violando as suposições, com exceção do caso monopsônico, por exemplo: terras raras e trabalho muito específicos. Segundo, para curvas de oferta negativamente inclinadas valerem em concorrência perfeita, não pode haver economias de escala internas, logo só vale para economias externas de escala, que não são muito comuns. 
	Visto isso, o autor propõe que a curva de oferta neoclássica foi elaborada por seus antecessores condizente, apenas, com um caso particular, o de rendimentos constantes de escala e possibilidades de economias de escala internas, somente, isto é, que incidem para todo o setor. Dessa forma, a curva de oferta de longo prazo seria horizontal, e somente assim, poderia não afetar o mercado- preços e demanda. 
2) Explique a contribuição de Sraffa para a teoria clássica do valor no caso do modelo com salário determinado em uma cesta de mercadorias. [sugestão: explique o limite da solução de Ricardo nos Princípios e como este representava a tecnologia (função de produção) dos setores e mostre como Sraffa supera estes problemas. Dica: parágrafos 4 e 5 do livro]
	O grande avanço sraffiano consiste na determinação de preços e lucros simultaneamente, problema que Ricardo não conseguiu solucionar, e na prática, determinava os lucros anteriormente, o que não é válido. Assim, o autor consegue demonstrar a generalização da teoria do valor-trabalho para uma economia com muitos setores e bens, em que meios de produção são produzidos e os salários são determinados por uma cesta de bens.
	Nesse cenário são incorporados elementos produtivos mais complexos, como um mais de um bem produzido em um mesmo processo produtivo, existência de capital fixo e depreciação, inclusão da terra como fator primário e uma avaliação das proposições clássicas quando existe mais de uma tecnologia. 
	O autor verifica a permanência da relação inversa entre salários e lucros, expondo que todos os preços sobem em relação aos salários, se caem os salários reais, e, por consequência, se expandem os lucros. Relação que anteriormente, Ricardo só havia conseguido provar com o corn-model, modelo bastante limitado, dado que o capital foi reduzido a trigo, e existem apenas fatores de produção primários,além da questão central da determinação em sequência.
3) À luz de Sraffa, qual é a crítica que se pode fazer ao método da transformação e à teoria do valor de Marx? [parágrafo 7]
	Apesar de possuir avanços e maior sofisticação que Ricardo em sua teoria, Marx comete alguns erros quando elabora seu método de transformação e teoria do valor. O primeiro e mais grave é a determinação sequencial de taxa de lucro e preços, repetindo o mesmo equivoco de Ricardo, o que limite sua teoria. Além disso, nesse modelo não vale a lei do preço único, o que viola seus pressupostos de concorrência perfeita. 
	Por último, vale ressaltar que ao contrário de Ricardo e Sraffa, na determinação de sua taxa de lucro, Marx inclui o setor de bens de luxo. Isto é, supõe que movimentos nesse setor afetam a economia como um todo. 
4) Explique a definição e o papel que cumprem os bens básicos no modelo de Sraffa. [parágrafo 6]. O que acontece se houver progresso técnico na tecnologia de produção destes bens?
	Para Sraffa, a taxa de lucro uniforme obtida na economia será aquela determinada no setor produtivo de bens básicos, esses são aqueles que são necessários, direta ou indiretamente em toda produção da economia. Isso, acontece visto que são esses os bens que compõe a cesta de consumo definida para os salários, dessa forma, afetam e alteram as condições estruturais de geração de excedente de cada setor da economia. Outro ponto importante para esse movimento é a suposição do autor de que barganha-se na economia com base nesses preços. 
	Por esse motivo, se houver progresso técnico, e consequentemente mudanças nas funções de produção desses bens, se modificarão também seus preços. Consequentemente, haverá mudança nos preços da economia e nas curvas de salário-lucro, sem perder a propriedade da relação inversa, uma vez que se altera a cesta de bens que compõe os salários, e, portanto, os custos de produção.
5) Explique a fronteira salário-lucro de Sraffa: pressupostos para derivá-la, no que consiste, e a sua relação com a contribuição de D. Ricardo [cap.3]. Em relação a variável exógena distributiva do sistema clássico, o que há de diferente em Sraffa? [parágrafos 8-12]. 
	A fronteira de salários e lucros de Sraffa mostra a determinação dos preços em relação a distribuição, ou seja, salários e lucros, corroborando a relação inversa entre essas variáveis. Graficamente, é um gráfico no qual, dadas as técnicas de produção, pode-se “andar” na fronteira verificando os pares de w e r. 
	Logo, supondo uma das variáveis determinadas exógenamente, os salários por uma cesta de bens, por exemplo, é possível escolher a técnica ótima de produção. O autor, diz que, em sua opinião, dadas as mudanças históricas e maior variação de salários, seria mais correto a fixação da taxa de lucro, podendo usar como base a taxa de juros da economia, representando o custo de oportunidade.
	As hipóteses do modelo são tecnologias dadas e quantidade produzidas fixas.
· Na ponta vertical: salários máximos se taxa de lucro zero (Y/L)
· Na ponta horizontal: salários zero, taxa de lucro máxima (Y/K)
	Fazendo uma análise mais profunda do gráfico, podemos perceber que em sua extremidade localizada no eixo y, quando taxa de lucro é igual a zero. os preços são exclusivamente determinados pelo trabalho incorporado. Isto é, vale a teoria do valor trabalho, e reside aí uma contradição. A TVT era utilizada para determinar lucros do sistema, porém só é valida quando ele e zero.
Unidade 7: Escolha das técnicas, reversão da intensidade de capital, retorno das técnicas e instabilidade sraffiana do equilíbrio geral
6) Para falar de substituição marginal entre capital e trabalho nos métodos de produção, é preciso que os métodos possam ser ordenados de acordo com a intensidade que usam os fatores de produção. Explique como os fenômenos “reversão da intensidade de capital” e “retorno das técnicas” afetam a idéia de substituição marginal entre capital e trabalho na produção.
	O principio da substituição marginal entre capital trabalho na produção baseia-se no seguinte procedimento: dadas as técnicas, conhecendo os salários e juros da economia (preços dos fatores), é possível escolher a técnica ótima para determinada produção. Se alguns desses parâmetros variarem, posso ordená-los novamente e fazer uma nova escolha, por exemplo, se salários caem, migro para uma tecnologia com maior intensidade do fator trabalho. Isto é, a medida que cai o preço do fator, utilizo técnicas mais intensas nele. 
	Além disso, para que valha esse modelo, é necessário que a relação de intensidade fatorial seja a mesma para todos os setores, ou que seja vigente a teoria do valor trabalho. Isso garante que os preços relativos não mudarão com a mudança de técnicas. 
	O “retorno de técnica” é um fenômeno que acontece quando temos múltiplas técnicas, as quais não se pode ordenar perfeitamente. Ou seja, a medida que cai o salário, posso migrar da técnica A para B, mas se esse cai ainda mais, volto para A. Isso acontecerá tipicamente em situações com fronteiras de produção côncavas e convexas.
	Já a “reversão da intensidade” ocorre quando, mesmo caindo o preço do fator, retorno a uma técnica menos intensiva nele. No modelo, a ordenação perfeita das técnicas garante que conforme o preço do fator cai, podemos ver cada técnica, uma maior intensidade de seu uso, no entanto isso não é valido se tenho técnicas côncavas e lineares, por exemplo. No gráfico acima, podemos ver que a fronteira não se dá da maneira bem comportada descrita pelo modelo.
	Simplificando, temos que uma mesma técnica vale para diferentes níveis de salários e lucros.
	Ambos esses conceitos afetaram a teoria da substituição marginal, enfraquecendo-a. A conclusão será que haverá substituição, mas não como descrita anteriormente, e nem dependente do mesmo procedimento.
7) Explique o que é a “instabilidade sraffiana” do equilíbrio geral causada pelo fenômeno da reversão da intensidade de capital. Em que casos não ocorreria instabilidade sraffiana.
 	A instabilidade sraffiana acontece num cenário em que vale a reversão de intensidade muito constantemente. Caso essa não exista, vale a curva de investimento clássica, supondo-se dotação fica de capital, em que são válidos os ajustes walrasianos de oferta e demanda. 
	Caso contrário, num cenário de constante reversão, geram-se curvas de investimento mal comportadas (positivamente inclinadas). Dessa forma, uma vez fora do equilíbrio- em que dotação de capital é igual a demanda por capital dada uma taxa de juros- os desajustes são agravados pelos ajustes, ainda walrasianos, que ocorrem. Um exemplo: excesso de demanda positivo, aumenta a taxa de juros (r), ajuste walrasiano normal, numa curva de investimento bem comportada, retornaríamos ao equilíbrio, porém numa situação de reversão, com curva positivamente inclinada, temos excesso de demanda aumentando ainda mais. 
	A luz da realidade, não é possível verificar significantemente o fenômeno, implicando erros na teoria, já que essa teria de ser vigente em qualquer economia mutisetorial.
8)  A luz da teoria da escolha das técnicas, é possível demonstrar a ‘lei de tendência à queda da taxa de lucro’ [i.e., que progresso técnico poupador de trabalho reduz a taxa de lucro para um dado salário real]?
	Não. Os modelos de escolha de técnicas mostram que o progresso técnico, poupador de trabalho aumenta a taxa de lucro da economia. Gráfico da fronteira salários lucros mostra isso. 
	
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