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1 Júlia Morbeck – @med.morbeck Objetivos 1- Discutir a epidemiologia, etiologia e classificação das leucemias; 2- Explicar sobre a fisiopatologia e manifestações clínicas das leucemias; 3- Debater sobre o diagnóstico das leucemias. Leucemias ↠ As leucemias são neoplasias malignas de células originalmente derivadas de células precursoras hematopoéticas (PORTH, 10ª ed.). ↠ As leucemias se caracterizam pela substituição difusa da medula óssea por células neoplásicas imaturas em proliferação desregulada. Na maioria dos casos, as células leucêmicas entram na corrente sanguínea, onde podem ser observadas em grande número (PORTH, 10ª ed.). OBS.: O termo leucemia foi utilizado pela primeira vez por Virchow para descrever uma inversão da razão habitual entre hemácias e leucócitos. As células leucêmicas também podem infiltrar o fígado, o baço, os linfonodos e outros tecidos por todo o organismo, causando aumento desses órgãos (PORTH, 10ª ed.). ↠ A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida (PUGGINA). A incidência de leucemia entre pessoas que foram expostas a altos níveis de radiação é extraordinariamente alta. Um aumento da incidência de leucemia também está associado à exposição ao benzeno, muitas toxinas desconhecidas, fármacos, produtos químicos e gases. A leucemia pode ocorrer como um segundo câncer após quimioterapia agressiva de outros tipos de câncer, como linfoma de Hodgkin. A existência de predisposição genética para o desenvolvimento de leucemia aguda é sugerida por maior incidência da doença entre inúmeras doenças congênitas, incluindo síndrome de Down, neurofibromatose e anemia de Fanconi. Há também numerosos relatos de casos de leucemia aguda ocorrendo em uma mesma família (PORTH, 10ª ed.). A biologia molecular da leucemia aponta que o evento ou eventos causadores de distúrbios exercem seus efeitos por meio da desregulação dos genes que normalmente regulam o desenvolvimento e a homeostasia das células sanguíneas. Estudos citogenéticos têm demonstrado que há alterações cromossômicas recorrentes em mais da metade de todos os casos de leucemia. Mais comumente, são alterações estruturais classificadas como translocações, representadas como t(8;21), em que uma parte do cromossomo (p. ex., 8) passa a se localizar em outro cromossomo (p. ex., 21) e vice-versa; inversões, representadas como inv(16), em que parte de um cromossomo (p. ex., 16) está invertida e agora em ordem inversa, mas ainda ligada ao cromossomo original; e deleções, representadas como del(7), ou –7, em que parte de um cromossomo (p. ex., 7) se perdeu (PORTH, 10ª ed.). ↠ A medula óssea é a responsável pela produção das células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas. Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas (PUGGINA). Epidemiologia ↠ A leucemia é a causa mais comum de câncer em crianças e adolescentes. É responsável por 29% dos cânceres na infância. Embora comumente seja considerada uma doença da infância, a leucemia é diagnosticada 10 vezes mais frequentemente em adultos do que em crianças (PORTH, 10ª ed.). ↠ No Brasil, atualmente a leucemia é o 9º câncer mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mielóide aguda (LMA), leucemia mielóide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL) (PUGGINA). APG 22 – “DEPENDE DA MEDULA” 2 Júlia Morbeck – @med.morbeck Classificação ↠ Classificam-se em leucemias agudas e crônicas, que, por sua vez, subdividem-se em linfoides e mieloides, dependendo da linhagem acometida (CIMOLIN et. al., 2015). AGUDAS OU CRÔNICAS ↠ Nas leucemias agudas há um crescimento rápido e desordenado dos glóbulos brancos gerando um acúmulo de células imaturas, chamados de blastos e a doença agrava-se num curto intervalo de tempo. As células leucêmicas não exercem função normal das células sanguíneas (PUGGINA). ↠ Nas leucemias crônicas também ocorrem pela multiplicação desordenada dos glóbulos brancos, mas a progressão é lenta, demora de meses a anos e lentamente ela se agrava. No início da doença, as células leucêmicas ainda conseguem fazer algum trabalho dos glóbulos brancos normais. A descoberta da doença geralmente é durante exame de sangue de rotina. À medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente (PUGGINA). RESUMO: Elas podem ser divididas em agudas, quando as células sanguíneas não conseguem completar seu processo de maturação, levando ao rápido crescimento das células imaturas (células embrionárias) e crônicas, onde as células atingem um estado maturo, porém, devido a erros genéticos, se tornam morfológica, histológica e funcionalmente “anormais” (ABREU et. al., 2021). LINFOIDES OU MIELOIDES ↠ Concomitantemente, as leucemias podem ser subclassificadas em linfoides ou mieloides, dependendo da origem celular hematopoiética. Células de defesa, tais como, linfócitos B, T e células NK (natural killer), tem como origem as células progenitoras linfoides. Já as células-tronco, mieloides originam as progenitoras de células vermelhas do sangue (eritrócitos), a maioria das células brancas (neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, mastócitos e células dendríticas) e as células que dão origem as plaquetas, denominadas megacariócitos (ABREU et. al., 2021). PRIMÁRIAS OU SECUNDÁRIAS ↠ De acordo com a presença de fatores de risco, podemos classificar as leucemias como primárias ou secundárias. Sendo as primeiras caracterizadas pela ausência de doença hematológica prévia e em pacientes que não fizeram uso de quimioterápicos durante a vida, e as segundas aquelas que surgem em pacientes com doenças hematológicas pré-leucêmicas, tais como nas síndromes mielodisplásicas e mieloproliferativas, bem como nos casos em que houve uso prévio de quimioterápicos, como agentes alquilantes e inibidores da topoisomerase II (CIMOLIN et. al., 2015). Leucemia Mieloide Aguda ↠ A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma neoplasia clonal, heterogenia e progressiva, causada pela alteração da célula-tronco hematopoiética, que caracteriza–se pelo crescimento descontrolado e exagerado das células indiferenciadas, chamadas mieloblastos. Como consequência, há predomínio dessas células imaturas na medula óssea, podendo ou não envolver a circulação periférica (PUGGINA). ↠ Como resultado, os elementos normais de medula são substituídos por acúmulo de blastos, relativamente indiferenciados, com resultante supressão das células progenitoras restantes, anemia, neutropenia e trombocitopenia (PORTH, 10ª ed.). A LMA é o tipo mais comum de leucemia aguda em adultos, correspondendo a cerca de 90% dos casos. Em contraste, corresponde a menos de 15% das leucemias em crianças com idade inferior a dez anos (ZAGO et. al., 2013). A incidência de LMA no Brasil é desconhecida, uma vez que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) relata apenas dados referentes às leucemias em geral. Um estudo retrospectivo desenvolvido no Rio Grande do Sul estimou a incidência em 1,11 caso de LMA/100 mil habitantes/ano com base em registros hospitalares (ZAGO et. al., 2013). É uma doença predominante em adultos, atingindo o pico em idosos (acima de 60 anos de idade), com mais de 50% dos casos, mais comum no sexo masculino do que no feminino (PUGGINA). Etiologia e Fisiopatologia ↠ A causaé desconhecida na maioria dos casos, mas em alguns pacientes, a LMA está relacionada com exposição 3 Júlia Morbeck – @med.morbeck a benzeno, a irradiações ionizantes, exposição à quimioterapia e doenças genéticas como, anemia de Fanconi, síndrome de Down e a síndrome de Bloom (PUGGINA). ↠ Anormalidades cromossômicas específicas, incluindo translocações, podem ser observadas em um grande número de casos de LMA (PORTH, 10ª ed.). ↠ Muitas aberrações genéticas recorrentes detectadas na LMA alteram os genes que codificam os fatores de transcrição necessários à diferenciação mieloide normal. Por exemplo, os dois rearranjos cromossômicos mais comuns, t(8;21) e inv(16), alteram os genes RUNX1 e CBFβ, respectivamente. Esses dois genes codificam os polipeptídios que se ligam uns aos outros para formar um fator de transcrição RUNX1/CBF1β, o qual é necessário para a hematopoiese normal. A t(8;21) e a inv(16) criam genes de fusão que codificam as proteínas quiméricas, as quais interferem na função de RUNX1/CBF1β e bloqueiam a maturação das células mieloides (ROBBINS & COTRAN) OBS.: Um subtipo de LMA, a leucemia pró-mielocítica aguda, que representa 10% dos casos de adultos com LMA, está associada à translocação cromossômica t(15;17). Essa translocação produz um gene de fusão que codifica para uma porção do fator de transcrição, o ácido retinoico receptor-A (RARa), fundida com uma porção de outra proteína, PML. Essa alteração no receptor do ácido retinoico produz um bloco de diferenciação que pode ser superado com doses farmacológicas de ácido retinóico (PORTH, 10ª ed.). Obs.: A LMA é considerada um câncer ocupacional em virtude da exposição ao benzeno. Esse agente é o componente principal do óleo leve; apesar do risco conhecido, existem muitas aplicações em impressão e litografia, pintura, borracha, limpeza a seco, adesivos e revestimentos e detergentes; anteriormente utilizado amplamente como solvente e fumigante (SANAR) IMPORTANTE: A incidência de leucemia mieloide aguda é 1,3 a 2 vezes maior nos fumantes, provavelmente por causa da exposição aos agentes carcinogênicos, como, por exemplo, o benzeno presente no tabaco do cigarro. (SANAR) Classificação ↠ São reconhecidos seis grupos principais de LMA: (HOFFBRAND; MOSS, 2018). A LMA com anormalidades genéticas recorrentes reúne subtipos com translocações cromossômicas ou mutações genéticas especificas. A detecção dessas anormalidades define o tumor como LMA e, assim, o critério diagnostico dispensa a necessidade de haver mais de 20% de blastos na medula. Em geral, esses distúrbios tem melhor prognóstico. LMA com alterações relacionadas a mielodisplasias. Neste grupo, há sinais de mielodisplasia à microscopia em mais de 50% das células, ao menos em duas linhagens. O prognóstico desses pacientes é pior do que os do primeiro subgrupo. As neoplasias mieloides relacionadas a tratamento (t-LMA) surgem em pacientes que foram anteriormente tratados com fármacos, como etoposido ou agentes alquilantes. Costumam exibir mutações no gene MLL, e a resposta ao tratamento, em geral, é pobre. LMA não especificada separadamente. Este grupo é definido pela ausência de anormalidades citogenéticas e constitui cerca de 30% de todos os casos. As mutações nos genes NPM1 e FLT3 são mais frequentes nos que têm citogenética normal. Sarcoma mieloide. É uma doença rara que se assemelha a um tumor sólido, mas que é composta por blastos mieloides. Proliferações mieloides relacionadas à síndrome de Down. Crianças com síndrome de Down têm um risco de leucemia consideravelmente aumentado. São reconhecidas duas variantes: mielopoese anormal transitória, na qual há uma leucocitose leucemoide autolimitada; e LMA. Leucemia aguda de fenótipo misto: Esses raros casos expressam marcadores tanto de diferenciação mieloide como linfoide, ou nos mesmos blastos ou em duas diferentes populações. Em geral, há mau prognóstico (HOFFBRAND; MOSS, 2018). As leucemias mieloides agudas podem ser classificadas pela FAB, a classificação Franco-Américo-Britânica, que foi criada em 1976. Ela leva em conta a morfologia celular, a histoquímica e a imunofenotipagem, 4 Júlia Morbeck – @med.morbeck mas não incorpora achados citogenéticos e moleculares. Nessa classificação, as leucemias são divididas em subtipos de M0 até M7: (SANAR). M0: Leucemia mieloide aguda indiferenciada M1: Leucemia mieloide aguda com maturação celular mínima M2: Leucemia mieloide aguda com maturação M3: Leucemia promielocítica aguda (LPA) M4: Leucemia mielomonocítica aguda (LMMA) M5: Leucemia monocítica aguda M6: Leucemia eritroide aguda M7: Leucemia megacarioblástica aguda Manifestações Clínicas ↠ Os sintomas e sinais apresentados pelos pacientes com LMA ao diagnóstico em geral decorrem da falência da hematopoese e/ou da infiltração de tecidos por células leucêmicas (ZAGO et. al., 2013). ↠ Sintomas como fadiga, palidez e fraqueza, por exemplo, são comumente observados em decorrência da anemia. Infecções também ocorrem com frequência, em virtude da diminuição do número de leucócitos. A febre é um sintoma comum e pode resultar de infecções ou da própria leucemia (ZAGO et. al., 2013). ↠ Manifestações como hemorragias, petéquias e epistaxe podem ser observados em até 50% dos casos e se correlacionam com a gravidade da trombocitopenia (ZAGO et. al., 2013). ↠ A infiltração de órgãos e tecidos pelas células leucêmicas pode causar hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia, hipertrofia de gengivas e dor óssea. A infiltração da pele (leucemia cutis) é rara. Cefaleia, convulsões ou alteração visual podem decorrer da infiltração do sistema nervoso central. Sarcomas granulócitos são tumores extramedulares em geral localizados nos ossos, periósteo, linfonodos, pele e tecidos moles, e podem ser detectados em alguns casos (ZAGO et. al., 2013). Diagnóstico ↠ Ao diagnóstico, as contagens hematológicas são muito variáveis nos casos de LMA. O número de leucócitos está aumentado (leucocitose) em mais da metade dos pacientes, mas a chamada hiperleucocitose definida como contagens superiores a 100 mil leucócitos/mm3, ocorre em menos de 20% dos casos. A leucocitose está frequentemente acompanhada por anemia e plaquetopenia. A anemia é, na maioria das vezes, normocrômica e normocítica. No exame morfológico do sangue periférico, com frequência são detectados mieloblastos (ZAGO et. al., 2013). ↠ Deve-se destacar que a detecção de 20% ou mais de mieloblastos entre os leucócitos do sangue periférico é considerada o critério diagnóstico de LMA pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Porém não é um critério sine qua non uma vez que a infiltração leucêmica pode ser detectável apenas na medula óssea em alguns casos (leucemia aleucêmica) e, portanto, o aspirado de medula óssea deve sempre ser obtido (ZAGO et. al., 2013). ↠ Da mesma forma que para o sangue, a presença de 20% ou mais de mieloblastos na medula óssea é considerada critério diagnóstico pela OMS. Além da infiltração por mieloblastos, a análise morfológica do aspirado de medula óssea revela a diminuição do número de células das outras linhagens hematológicas e podem ocorrer também alterações qualitativas (displasia) em alguns casos (ZAGO et. al., 2013). OBS.: A definição desses blastos como blastos da LMA pode ser feita de várias formas. Uma delas é pela análise da morfologia celular ao microscópio, método que depende da análise de um examinador competente e que, portanto, está sujeito a erro. Um achado patognomônico da LMA é a visualização de Bastones de Auer, vistos como pequenas linhas dentro do citoplasma celular (SANAR). 5 Júlia Morbeck – @med.morbeck ↠ Alterações da hemostasia podem ser encontradas, e a causa mais frequente é o consumo de fatores plasmáticos da coagulação, muitas vezes caracterizando um quadro de CIVD. Assim, podem ser detectadoso alargamento do Tempo de Protrombina (TP), do Tempo de Tromboplastina Parcial ativada (TTPa) do Tempo de Trombina (TT) hipofibrinogenemia, aumento de Produtos de Degradação de Fibrina (PDF) e dos D-dímeros de fibrina. Essas alterações são particularmente frequentes na leucemia promielocítica aguda (ZAGO et. al., 2013). ↠ Entre as alterações metabólicas detectadas em pacientes com LMA, a hiperuricemia é um achado frequente e decorre da elevada produção e da lise de células tumorais. Os níveis séricos da enzima Lactato Desidrogenase (LDH) podem também estar aumentados, particularmente nos subtipos monocíticos de LMA (ZAGO et. al., 2013). OBS.: A análise citogenética desempenha um papel crucial na classificação da LMA. As alterações cariotípicas são detectadas em 50% a 70% dos casos com técnicas padrão e em aproximadamente 90% através do uso de uma técnica específica de bandeamento de alta resolução. Determinadas anormalidades cromossômicas se correlacionam a certos aspectos clínicos. As LMAs que surgem de novo em adultos jovens estão comumente associadas a translocações cromossômicas equilibradas, particularmente t(8;21), inv(16) e t(15;17). (ROBBINS & COTRAN). Leucemia Mieloide Crônica ↠ A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma neoplasia maligna caracterizada por leucocitose devido a proliferação de granulócitos em todos os estágios de maturação (PUGGINA). ↠ A doença é responsável por cerca de 15% das leucemias e pode ocorrer em qualquer idade. O diagnóstico de LMC raramente é difícil; é confirmado pela presença característica do cromossomo Filadélfia (Ph, do inglês, Philadelphia) (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Acomete com maior incidência pacientes adultos em torno dos 40 anos (ABREU et. al., 2021) A LMC corresponde a aproximadamente 15% a 20% de todas as leucemias, com incidência de um a dois casos em cada 100 mil indivíduos. Apresenta maior frequência em adultos, com faixa etária entre 40 e 60 anos, principalmente do sexo masculino. Entretanto, pode acometer indivíduos de todas as faixas etárias, com menos de 10% dos casos de pacientes com até 20 anos (PUGGINA). OBS.: O único fator de risco bem conhecido para o aparecimento da mutação –cromossomo Ph –, e portanto, da doença é a exposição à radiação ionizante (raios X e gama). Normalmente ela é proveniente de procedimentos médicos e o risco oferecido depende da dose, da exposição e da idade do paciente (SANAR). Etiologia e Fisiopatologia ↠ Diferentemente dos outros tipos de leucemias, em que a etiologia costuma ser desconhecida, nos pacientes com LMC é possível identificar a presença de uma mutação genética bem definida, conhecida como cromossomo Philadelphia (Ph). Trata-se de uma translocação entre os cromossomos 9 e 22, nas localizações q34 e p11, representada por t(9;22) (q34; p11) (SANAR). ↠ Essa fusão de genes dá origem a um gene híbrido, chamado BCR-ABL, que irá definir a transcrição de uma proteína com alta atividade de tirosina quinase. Essa atividade enzimática está envolvida com a regulação da proliferação celular. Dessa forma, quando há essa mutação genética, observamos a alteração nessa regulação, fazendo com que as células se proliferem desgovernadamente (SANAR). Classificação Leucemia neutrofílica crônica: Os pacientes com essa leucemia não apresentam inflamação ou outras causas de neutrofilia e não mostram evidências de nenhuma das demais neoplasias mieloproliferativas. Pode haver moderada esplenomegalia. Na maioria dos pacientes, 6 Júlia Morbeck – @med.morbeck podem ser evidenciadas mutações de ativação de função no gene que codifica o fator estimulador de colônias 3 (CSF3R), e inibidores de quinases podem ser úteis no tratamento. O prognóstico é variável (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Leucemia eosinofílica crônica: Trata-se de uma eosinofilia (> 1,5 × 103/μL) clonal, crônica e persistente. Em vários casos, há uma lesão intersticial no cromossomo 4, resultando em um gene de fusão FIP1L1- -PDGFRA (esses pacientes respondem ao tratamento com imatinibe) ou outros defeitos citogenéticos ou moleculares mais raros. Podem estar presentes > 5% (mas < 20%) blastos na medula óssea. Os eosinófilos infiltram vários órgãos, causando dano cardíaco (p. ex., fibrose endomiocárdica), pulmonar, no SNC, na pele e no trato gastrintestinal. Se não puder ser demonstrada clonalidade e os blastos na medula forem < 5%, a condição é designada como síndrome hipereosinofílica (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Manifestações Clínicas ↠ Nos casos em que a doença já se apresenta com sintomas/sinais clínicos, os aspectos gerais são os seguintes: (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Sintomas relativos a hipermetabolismo (p. ex., perda de peso, lassidão, anorexia ou suores noturnos). A esplenomegalia está quase sempre presente e pode ser volumosa. Em alguns pacientes, o aumento do baço associa-se a considerável desconforto abdominal, dor ou indigestão. Sintomas de anemia, como palidez, dispneia e taquicardia. Equimoses, epistaxe, menorragia e hemorragia em outros locais devido ao defeito funcional das plaquetas. Gota ou insuficiência renal causadas pela hiperuricemia do catabolismo excessivo de purina. Sintomas raros incluem distúrbios visuais e priapismo ↠ O curso clínico da LMC é comumente dividido em três fases: (PORTH, 10ª ed.). Fase crônica da duração variável Fase acelerada curta .Fase terminal de crise blástica. ↠ O início da fase crônica é geralmente lento, com sinais/sintomas inespecíficos como fraqueza e perda de peso. A descoberta laboratorial mais característica no momento da apresentação é leucocitose com granulócitos imaturos no sangue periférico. Desenvolve- se anemia e, por fim, trombocitopenia. A anemia causa fraqueza, cansaço e dispneia aos esforços. Frequentemente, existe esplenomegalia no momento do diagnóstico; hepatomegalia é menos comum e linfadenopatia é relativamente incomum (PORTH, 10ª ed.). ↠ A fase acelerada de LMC é caracterizada por esplenomegalia e sinais/sintomas progressivos. A esplenomegalia muitas vezes provoca sensação de plenitude e desconforto abdominais. O aumento da contagem de basófilos e de células mais imaturas no sangue ou na medula óssea confirma a transformação para a fase acelerada. Durante essa fase, surgem sinais/sintomas constitucionais, como febre baixa, sudorese noturna, dor óssea e perda de peso devido a rápida proliferação e hipermetabolismo das células leucêmicas. Sangramento e equimoses ocorrem por causa das plaquetas disfuncionais. Geralmente, a fase de aceleração é de curta duração (6 a 12 meses) (PORTH, 10ª ed.). ↠ A fase blástica terminal da LMC representa a evolução para leucemia aguda, e é caracterizada por aumento na circulação sanguínea do número de precursores mieloides, especialmente blastos. Os sinais/sintomas constitucionais se tornam mais proeminentes durante esse período, e a esplenomegalia pode se acentuar significativamente. Infiltrados isolados de células leucêmicas podem envolver a pele, os linfonodos, os ossos e o sistema nervoso central. Quando a contagem de blastos está muito elevada (> 100.000/μℓ), podem ocorrer sinais/sintomas de leucostase (PORTH, 10ª ed.). 7 Júlia Morbeck – @med.morbeck Diagnóstico Leucocitose é o principal aspecto, e pode atingir cifras superiores a 200 × 103/mL Um espectro completo de células mieloides é visto no sangue periférico. Os níveis de neutrófilos e mielócitos excedem aos de blastos e promielócitos. Aumento de basófilos no hemograma é característico. Anemia normocítica normocrômica é comum. Contagem de plaquetas aumentada (mais frequente), normal ou diminuída. Medula óssea hipercelular com predominância granulocitopoética. Presença do gene de fusão BCR-ABL1 por análise RT-PCR e, em 98% dos casos, cromossomo Ph na análise citogenética. Ácido úrico sérico geralmente aumentado. Leucemia Linfoblástica Aguda↠ A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é causada pelo acúmulo de linfoblastos na medula óssea e é a doença maligna mais comum na infância (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ A leucemia linfocítica aguda (LLA) é uma neoplasia que apresenta uma proliferação de linfoblastos na medula óssea, que derivam de células linfóides B ou T imaturas (PUGGINA). O tipo de leucemia mais prevalente em crianças é a linfoblástica ou linfocítica aguda (LLA), chegando 80% dos casos infantis e 20% em adultos (ABREU et. al., 2021). Ocorre normalmente em crianças dos dois aos cinco anos de idade e corresponde a 80% das leucemias agudas que ocorrem na infância sendo mais frequentes em meninos e em pessoas de cor branca (PUGGINA). Nos adultos corresponde a 20% das leucemias agudas e é geralmente mais agressiva do que na infância (PUGGINA). A etiologia é desconhecida, mas estudos apresentam prováveis causas, como o efeitos de irradiação, exposição a drogas antineoplásicas, fatores genéticos associados, imunológicos e exposição a alguns vírus (PUGGINA). Etiologia e Fisiopatologia ↠ A patogênese é variada. Uma proporção de casos de LLA da primeira infância inicia-se de mutações genéticas ocorridas durante o desenvolvimento in útero. Estudos em gêmeos idênticos mostram que ambos podem nascer com a mesma anormalidade cromossômica (p. ex., t(12;21) translocação ETV6-RUNX1) (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ Presume-se que a anormalidade teria surgido espontaneamente em uma célula progenitora, que passou de um gêmeo a outro pela circulação placentária compartilhada. É possível que a exposição a algum fator ambiental durante a gestação seja importante para o primeiro evento. Um dos gêmeos pode desenvolver LLA precocemente (p. ex., aos 4 anos) devido a um segundo evento transformador, afetando o número de cópias de 8 Júlia Morbeck – @med.morbeck diversos genes, incluindo os de desenvolvimento de células B (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ O outro gêmeo permanece bem ou desenvolve LLA mais tardiamente. A translocação ETV6- -RUNX1 está presente no sangue de 10% dos recém-nascidos, mas só em 1% destes progride para o desenvolvimento de LLA em data ulterior (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ O mecanismo do “segundo golpe genético” dentro da célula tumoral ano está claro, porém estudos epidemiológicos sugerem que possa decorrer de uma resposta anormal do sistema imune à infecção. Em outros casos, a LLA parece surgir de mutação pós-natal em uma célula progenitora linfoide primitiva (HOFFBRAND; MOSS, 2018). OBS.: As crianças com alto nível de atividade social, principalmente as que são precocemente mantidas em creches durante o dia, têm uma incidência reduzida de LLA, ao passo que as crianças que vivem em comunidades mais isoladas e têm pouca exposição às infecções comuns nos primeiros anos de vida têm risco mais alto (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Classificação ↠ Predominam os casos de linhagem de células B (LLA- B), 85%, com incidência igual em ambos os sexos; nos 15% de casos de linhagem de células T (LLA-T) há predominância masculina (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Manifestações Clínicas ↠ Os aspectos clínicos decorrem das duas consequências principais da proliferação leucêmica, descritas a seguir: (HOFFBRAND; MOSS, 2018). INSUFICIÊNCIA DA MEDULA ÓSSEA Anemia (palidez, letargia e dispneia); Neutropenia (febre, mal-estar, infecções da boca, da garganta, da pele, das vias aéreas, da região perianal, ou outras); Trombocitopenia (equimoses espontâneas, púrpura, sangramento gengival e menorragia). INFILTRAC ̧ÃO DE O ́RGA ̃OS ↠ A infiltração de órgãos causa dor óssea, linfonodopatia, esplenomegalia moderada, hepatomegalia, síndrome meníngea (cefaleia, náuseas e vômitos, visão turva, diplopia) (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ Há febre na maioria dos pacientes; em geral, melhora após o começo da quimioterapia. O exame do fundo de olho pode mostrar edema de papila e, algumas vezes, hemorragia (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ Vários pacientes têm febre, que cessa com o começo da quimioterapia. Manifestações menos comuns incluem tumefação testicular ou sinais de compressão do mediastino na LLA-T (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ Podem ocorrer sinais e sintomas de compressão do mediastino como tosse seca, dispneia e síndrome da veia Grande massa mediastinal, causada por aumento do timo, ao diagnóstico 9 Júlia Morbeck – @med.morbeck cava superior. E apesar de incomum, sintomas de leucostase (cefaleia, visão turva, zumbidos) podem ocorrer (HOFFBRAND; MOSS, 2018). ↠ Nas crianças um dos principais indícios é dor óssea podendo até ser o primeiro sintoma, a dor é difusa em membros superiores e inferiores com dificuldade de deambulação. Esses sintomas decorrem pela infiltração dos linfoblastos no periósteo ou cortical do osso. As articulações mais acometidas são joelhos, tornozelos, punhos, cotovelos e quadris (ABREU et. al., 2021). OBS.: Se houver predomínio de massas sólidas linfonodais ou extranodais com < 20% de blastos na medula óssea, a doença é denominada linfoma linfoblástico, mas tratada como LLA (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Diagnóstico ↠ O hemograma na LLA pode evidenciar a presença de anemias normocítica, normocrômica e trombocitopenia. O índice de leucometria na grande maioria dos casos é superior a 10.000/mm³, mas 15% podem apresentar o número de leucócitos acima de 100.000/mm³. Porém 25% dos relatos os pacientes apresentam o valor abaixo de 4.000/mm³, raramente são encontrados blastos nestes casos (ABREU et. al., 2021). ↠ Em casos de leucocitose os blastos podem ser numerosos e constituir uma grande parte da contagem. Pode aparecer manchas nucleares (linfócitos frágeis, destruídos na realização do esfregaço) (ABREU et. al., 2021). ↠ Devido a necessidade de uma classificação para correlacionar a resposta terapêutica é com o prognóstico a FAB também elaborou divisão para a LLA, baseada em critérios morfológicos. Há três subdivisões, a LLA-L1, LLA- L2 e LLA-L3 (tipo Burkitt) (ABREU et. al., 2021). A LLA- L1 apresenta células pequenas, com morfologia homogênea, núcleo com limite regular, cromatina frouxa, sem nucléolos, relação núcleo-citoplasma alta e citoplasma escasso com basofilia discreta ou moderada. A LLA-L2 apresenta células grandes e heterogêneas, núcleo de tamanho e forma variável, com cromatina frouxa, possuem nucléolos visíveis, podendo apresentar irregularidade no contorno, baixa relação núcleo- citoplasma e citoplasma geralmente abundante, com basofilia variável. A LLA-L3 apresenta células grandes e homogêneas, núcleo arredondado, com cromatina frouxa e presença de nucléolos, intensa basofilia e vacuolização citoplasmática. Apresentam imunofenotipo B, é considerada sendo uma forma mais agravante da patologia, apresenta forma leucêmica do linfócito de Burkitt. ↠ Para o diagnóstico definitivo é realizado o mielograma que permitirá a análise da amostra de medula óssea e deverá ser constatado um número maior ou equivalente 10 Júlia Morbeck – @med.morbeck a 20% de células imaturas. Através do exame de imunofenotipagem é possível distinguir imunologicamente os subtipos, sendo classificado em linhagem B ou T e o estágio de maturação (ABREU et. al., 2021). Leucemia Linfocítica Crônica ↠ A leucemia linfóide crônica (LLC) é uma doença caracterizada pela proliferação e acúmulo de linfócitos B, inicialmente nos linfonodos e/ou medula óssea, expandindo para o sangue periférico e demais órgãos hematopoiéticos (ABREU et. al., 2021). É uma doença de maior prevalência no idoso, com médias de idade entre 60 e 80 anos. É a leucemia que tem maior frequência familiar e fatores como exposição a benzeno e radiações ionizantes não estão correlacionados com essa doença como nos outros tipos de leucemia (ABREU et. al., 2021). Cerca de 50% dos pacientes com LLC são assintomáticos inicialmente (ABREU et. al., 2021). Etiologia e Fisiopatologia↠ Entre as anomalias mais rotineiras destaca-se: trissomia 12, que proporciona sobrevida de relativamente 9 anos; translocação ou deleção do braço longo do 13, na qual apresenta bom prognóstico e sobrevida de 11 anos; modificação envolvendo braço longo do 11, na banda q22- 23, com sobrevida de 6,6 anos; deleção do braço curto do 17, com sobrevida de 2,5 anos; deleção do braço longo do 6, além de translocação envolvendo braço longo do cromossomo 14, corroborando em cerca de 60% das alterações (ABREU et. al., 2021). A leucemia linfocítica crônica (LLC) é a mais comum das leucemias linfoides crônicas e tem um pico de incidência entre 60 e 80 anos de idade. A etiologia é desconhecida, mas há variac ̧ões geográficas na incidência (HOFFBRAND; MOSS, 2018). É a leucemia mais comum na Europa e nos Estados Unidos da América, mas é menos frequente no resto do mundo. O risco de apresentá-la é sete vezes maior em familiares próximos de pacientes com a doenc ̧a, o que indica uma predisposição genética, embora os genes que carreiam esse risco sejam desconhecidos (HOFFBRAND; MOSS, 2018). A célula tumoral é um linfócito B maduro com fraca expressão de imunoglobulina de superfície (IgM ou IgD). As células de LLC, em geral, exibem diminuição da apoptose e sobrevida prolongada, o que se reflete em acumulo no sangue, na medula óssea, no fígado, no baço e nos linfonodos (HOFFBRAND; MOSS, 2018). Manifestações Clínicas ↠ Os sintomas se desenvolvem de forma insidiosa e lenta e estão presentes em aproximadamente 15% dos pacientes quando é dado o diagnóstico, sendo suor noturno, perda de peso e fadiga mais frequentes que febre relacionável à doença. Os achados físicos mais comuns são linfadenopatia, seguida de esplenomegalia e hepatomegalia (ABREU et. al., 2021). OBS.: Os pacientes com LLC frequentemente apresentam quadros autoimunes associados. Cerca de 10 a 25% cursam com anemia hemolítica autoimune, 2% estão associados a quadros de trombocitopenia imune, 60% dos pacientes apresentam hipogamaglobulinemia e em 5% dos casos há hipergamaglobulinemia monoclonal (SANAR) OBS.: Em 3 a 15% dos casos, os pacientes com LLC evoluem com o desenvolvimento de Síndrome de Richter, na qual observa-se a evolução da doença para um linfoma difuso de grandes células B, o que apresenta prognóstico muito ruim. Desconfia-se de Síndrome de Richter quando um paciente com LLC começa a apresentar febre, emagrecimento, sudorese principalmente noturna, aumento da linfadenopatia, anemia sintomática, trombocitopenia (surgimento ou agravamento da preexistente) e gamopatia monoclonal (SANAR) Diagnóstico ↠ O hemograma de pacientes com LLC apresenta leucocitose variável, geralmente de 10.000 a 150. 000/mm³, com predomínio de linfócitos semelhante à de linfócitos normais, ou seja, linfócitos pequenos com citoplasma escasso e cromatina nuclear condensada. Porém, geralmente se encontra até 2% de prolinfócitos ou blastos (células maiores com nucléolos e citoplasma mais amplos) (ABREU et. al., 2021). ↠ É comum a ocorrência de sombras nucleares (manchas de Gumprecht). Apesar da acentuada linfocitose os linfócitos da LLC não são funcionais em termos de 11 Júlia Morbeck – @med.morbeck resposta imune, assim os pacientes são indivíduos imunodeprimidos. Para estimar o prognóstico da doença e facilitar a tomada de decisões terapêuticas, na LLC utiliza-se de dois estagiamentos: (ABREU et. al., 2021). Estagiamento de Rai Estagio 0: apenas linfocitose Estagio l: linfocitose e linfonodomegalia Estagio ll: esplenomegalia e/ou hepatomegalia com ou sem linfodomegalia. Estagio lll: presença de anemia Estagio lV: presença de plaquetopenia. Estagiamento de Binet Binet A: < 3 áreas linfoides acometidas pela doença (cadeias cervicais, axilares e inguinais, além de fígado e baço palpáveis) Binet B: > 3 áreas linfoides envolvidas Binet C: presença de anemia e plaquetopenia. ↠ Apesar da fácil aplicação dos sistemas de estagiamento, na prática clínica, ambos dependem de exame físico e hemograma, não sendo capazes de prever as variações evolutivas individuais e acabam por somente refletir a carga tumoral (ABREU et. al., 2021). ↠ Para a LLC o mielograma e a biópsia de medula não são tão importantes para confirmar o diagnóstico, como nos outros tipos de leucemias, devido a aparência “monótona” das células, os linfócitos pequenos e aparentemente normais, com pouca variabilidade morfológica. A biópsia medular é útil para determinar o prognóstico (ABREU et. al., 2021). ↠ A imunofenotipagem é fundamental para o diagnóstico. A citogenética apresenta alterações cromossômicas em cerca de 50% dos pacientes. A trissomia do cromossomo 12, deleções ou translocações do braço longo do cromossomo 13 na banda 14 e deleções da região 11q23 (ABREU et. al., 2021). Referências HOFFBRAND, A V.; MOSS, P. A H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. Grupo A, 2018. ZAGO et. al. Tratado de Hematologia, 1ª ed. Editora Atheneu, 2013. PUGGINA, D. A. B. Um panorama geral sobre as leucemias. CIMOLIN et. al. Leucemias. Guia Prático de Hematologia, UNESC, 2015. ABREU et. al. Leucemia Linfoide e Mieloide: uma breve revisão narrativa. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 8, 2021. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 2016. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN, 2021.