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Resumo capitulo 27 farmacologia basica katzung


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TRABALHO DE FARMACOLOGIA I - Nayssa Nara Barcelos Santos - Turma XLI
RESUMO
O capítulo aborda fármacos que agem no músculo esquelético, divididos em dois grupos principais: bloqueadores neuromusculares e espasmolíticos/antiespasmódicos. Os bloqueadores neuromusculares são utilizados em cirurgias e na UTI para induzir paralisia muscular. Durante o século XVI, o curare, que continha d-tubocurarina, foi utilizado como veneno pelos nativos da América do Sul e posteriormente sintetizado para uso em anestesia e cirurgia. Na função neuromuscular normal, a acetilcolina ativa os receptores nicotínicos na placa motora, desencadeando a contração muscular. Existem dois mecanismos de bloqueio neuromuscular: antagonista (não despolarizante) e despolarizante. Os bloqueadores neuromusculares têm similaridade estrutural com a acetilcolina e são administrados por via parenteral, sendo rapidamente distribuídos e eliminados lentamente. O atracúrio, um exemplo, é metabolizado no fígado, gerando metabólitos ativos, como a laudanosina, que pode causar convulsões em concentrações elevadas. O cisatracúrio, com menos dependência da inativação hepática, substituiu o atracúrio na prática clínica. Gantacúrio é uma nova classe de bloqueadores com ação rápida e reversível, ainda em fase de testes clínicos. Os bloqueadores neuromusculares despolarizantes, como o suxametônio, têm duração de ação curta devido à rápida hidrólise pela butirilcolinesterase e pseudocolinesterase. Seu metabolismo pela colinesterase plasmática é a principal via de eliminação. A concentração plasmática de colinesterase influencia sua duração de ação. Pacientes com variantes genéticas anormais da colinesterase plasmática enfrentam um prolongamento do bloqueio, especialmente ao metabolizar suxametônio, cuja dibucaína mede sua capacidade de processamento. Identificando aqueles em risco elevado, o teste de colinesterase plasmática, embora não seja padrão, é recomendado, especialmente para aqueles com histórico familiar de deficiência. É aconselhável evitar o suxametônio nesses casos. O mecanismo de ação do suxametônio leva à despolarização prolongada e bloqueio despolarizante, resultando em paralisia flácida, que não é revertida por inibidores da colinesterase. Por outro lado, os bloqueadores neuromusculares não despolarizantes competem com a acetilcolina, bloqueando os receptores nicotínicos na placa motora. Em doses mais altas, eles podem intensificar o bloqueio motor ao entrar no poro do canal iônico. Além disso, bloqueiam os canais de sódio pré-juncionais, interferindo na liberação de acetilcolina. Esse bloqueio é reversível por inibidores da colinesterase, com facilitação pós-tetânica transitória da força de contração. Antes desses fármacos, a anestesia geral profunda era necessária para cirurgias profundas, acarretando riscos cardiovasculares e respiratórios. Os bloqueadores neuromusculares permitem cirurgias sem esses efeitos colaterais, relaxando os músculos esqueléticos. O monitoramento durante a cirurgia é essencial para dosagem adequada e prevenção de efeitos adversos, utilizando métodos como estimulação de contração espasmódica única, sequência de quatro estímulos e estimulação tetânica. Novos métodos incluem estimulação de duplo surto e contagem pós-tetânica, enquanto transdutores de força fornecem medições objetivas do desaparecimento gradual da TOF. Os Bloqueadores Neuromusculares Não Despolarizantes, como a tubocurarina, rocurônio, vecurônio e mivacúrio, atuam bloqueando a acetilcolina nos receptores nicotínicos da placa motora. Isso leva a um relaxamento muscular progressivo, iniciando nos músculos maiores e terminando no diafragma. A recuperação acontece na ordem inversa da paralisia, com o diafragma se recuperando primeiro. A duração da ação varia entre os medicamentos, sendo uma propriedade importante o tempo de início do efeito, especialmente para intubação traqueal, com o rocurônio tendo um início de ação mais rápido. Já os Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes, como o Suxametônio, atuam ligando-se ao receptor nicotínico na placa motora, causando despolarização e fasciculações musculares transitórias. Isso leva a uma paralisia flácida rápida em sequência nos braços, pescoço, pernas e diafragma, com uma curta duração de ação devido à rápida hidrólise pela colinesterase. Alguns podem ter efeitos cardiovasculares mínimos ou ausentes, mas outros como pancurônio, atracúrio e tubocurarina podem causar efeitos como hipotensão, taquicardia, aumento do débito cardíaco e broncoespasmo. O Suxametônio, por exemplo, pode causar arritmias cardíacas, especialmente com halotano, e outras reações adversas como hipercalemia em casos específicos, como queimaduras, lesões nervosas, traumatismos, doenças neuromusculares e aumento da pressão intraocular. O aumento da pressão intragástrica decorrente das fasciculações causadas pelo suxametônio pode ser problemático em pacientes com massa muscular elevada. Esse aumento, entre 5-40 cm H2O, pode levar ao aumento do risco de regurgitação e aspiração do conteúdo gástrico, especialmente em pacientes com fatores de risco como esvaziamento gástrico tardio, trauma, disfunção esofágica e obesidade mórbida. Além disso, o suxametônio pode causar dor muscular, conhecida como mialgias, sendo uma queixa comum, especialmente em pacientes com massa muscular elevada ou doses acima de 1,5 mg/kg. A incidência varia de menos de 1% a 20%, sendo mais comum em pacientes ambulatoriais devido a contrações dessincronizadas das fibras musculares. Há também interações medicamentosas importantes a considerar, como a potencialização do bloqueio neuromuscular por relaxantes não despolarizantes em combinação com anestésicos inalatórios, sendo o risco dose-dependente. Alguns fármacos, como aminoglicosídeos, podem aumentar o bloqueio neuromuscular por depressão da liberação de acetilcolina, enquanto anestésicos locais e antiarrítmicos em doses altas podem bloquear a transmissão neuromuscular. Outros aspectos, como a influência da miastenia grave, idade avançada, queimaduras graves e doença do neurônio motor superior, também afetam a ação dos relaxantes não despolarizantes, com variações na resistência ou no prolongamento do efeito dependendo da condição do paciente. A reversão do bloqueio neuromuscular não despolarizante é fundamental em procedimentos cirúrgicos e de controle respiratório. Inibidores da colinesterase como neostigmina e piridostigmina, e o agente sugammadex especialmente para rocurônio e vecurônio, desempenham papéis importantes nesse processo. Eles facilitam a cirurgia intracavitária, a intubação endotraqueal e melhoram a troca gasosa em pacientes com insuficiência ventilatória. Outros fármacos espasmolíticos, como a gabapentina, pregabalina, dantroleno e a toxina botulínica (BoNT), são utilizados para tratar uma variedade de condições. Enquanto a BoNT é eficaz em tratar espasmos musculares locais e distúrbios estéticos, os espasmolíticos como a gabapentina atuam de forma promissora em pacientes com esclerose múltipla e distúrbios dolorosos. O uso desses medicamentos, embora eficaz, pode apresentar efeitos adversos como fraqueza muscular e infecções. Para casos de espasmos musculares agudos, fármacos como carisoprodol, clorzoxazona e metocarbamol são utilizados, principalmente agindo no tronco encefálico. Contudo, devido a potenciais efeitos colaterais antimuscarínicos e sedativos, seu uso deve ser monitorado de perto. Essas opções terapêuticas, embora eficientes, requerem atenção aos potenciais efeitos colaterais e interações medicamentosas.

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