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Disciplina: Nutrição no Adulto e Idoso Prof. Alex Camara Aula 2 - Avaliação da composição corporal e Semiologia Nutricional • O QUE É ESTADO NUTRICIONAL? • QUAIS FATORES PODEM INFLUÊNCIÁ-LO? • QUAIS PARÂMETROS PODEMOS UTILIZAR PARA MENSURAR E CLASSIFICAR O ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOS E IDOSOS? “Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas através de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos” Estado Nutricional (EN) Martins, 2009 Avaliação do Estado Nutricional ✓Identificar situações de risco ou de distúrbios nutricionais já estabelecidos (obesidade ou desnutrição); ✓Estabelecer as necessidades nutricionais individualizadas; ✓Estabelecer a via mais adequada para a terapia nutricional; ✓ Monitorar a terapêutica proposta. ❖ Objetivos nos Adultos: ✓Detectar precocemente a desnutrição - relação estreita com a morbimortalidade; ✓ Considerar as particularidades da população idosa; ✓Estabelecer as necessidades nutricionais individualizadas; ✓Estabelecer a via mais adequada para a terapia nutricional; ✓ Monitorar a terapêutica proposta. ❖ Objetivos nos Idosos: Avaliação do Estado Nutricional Avaliação do Estado Nutricional Métodos Subjetivos Métodos Objetivos Abordagem qualitativa Abordagem quantitativa Semiologia Nutricional Antropometria, exames bioquímicos, avaliação dietética, composição corporal Métodos Objetivos ❖ Antropometria: Considerar fatores como idade, gênero, área demográfica, estado patológico Medidas Antropométricas ✓ são as mais utilizadas na determinação dos componentes da composição corporal; ✓ são um conjunto de medidas que fornecem, de forma rápida e objetiva, informações a respeito dos compartimentos corporais - particularmente gordura e músculo. Kamimura et al, 2005 ❖ Peso corporal: ✓ Soma de todos os compartimentos corporais, que reflete equilíbrio protéico-energético do indivíduo; ✓Deve ser aferido com o indivíduo ereto, pés paralelos e descalços, no centro da balança, de costas para o mostrador, com as mãos posicionadas ao longo do corpo e palmas voltadas para direção do corpo (WHO, 1995); ✓ Limitações: pacientes acamados; grau de hidratação; edema; ascite; diálise; ✓Perdas ponderais graves → Maior taxa de morbimortalidade; https://www.youtube.com/watch?v=U7dfPfUz3fQ https://www.youtube.com/watch?v=U7dfPfUz3fQ ❖ Peso corporal: Augusto ALP, 2009 PT = IMC MÉDIO X (ESTATURA)2 ❖ Peso corporal: ✓ PESO AJUSTADO (PAjust): Peso ideal corrigido para determinação das necessidades nutricionais quando a adequação do peso atual é < 95% ou > 115%: → Peso ajustado para obesidade (Shills, 1998; Cuppari, 2002) Pajust = (peso ideal-peso atual) x 0,25 + peso atual → Peso ajustado para desnutrição (Frankenfield et al., 2003) Pajust = (peso atual - peso ideal) x 0,25 + peso atual ❖ Peso corporal: ❖Ajuste de Peso em Amputados ou Peso corrigido PCor = Peso Ideal – Peso estimado da parte amputada Estimativa de Peso Corporal Nas amputações bilaterais as porcentagens dobram. Estimativa de Peso Corporal ❖Peso Estimado - para pacientes acamados ou na impossibilidade de verificação do peso e na ausência de cama-balança. Estimativa de Peso Corporal ❖Peso Seco: utilizado quando há presença de edema. PACIENTES EDEMACIADOS - deve-se descontar do peso atual o valor referente a água acumulada de acordo com o grau e a localização do edema, conforme abaixo, assim estima-se o “peso seco”: Anasarca: edema generalizado Estimativa de Peso Corporal PACIENTES COM ASCITE - em decorrência de doença hepática, doença renal, alguns tipos de câncer, etc., deve-se descontar do peso atual o valor referente a água acumulada, assim estima-se o “peso seco”: A paracentese é a inserção de uma agulha dentro da cavidade abdominal para a remoção de líquido. Se o paciente for ser submetido a este procedimento, aguardamos para pesá-lo sem precisar efetuar a subtração. Paracentese Ascite Estimativa de Peso Corporal Avaliação da perda de peso corporal (%) - correlaciona-se com mortalidade. ➢ ferramenta de intervenção diagnóstica; ➢ utilizado como referência nas mudanças recentes de peso ou quando não há possibilidade de se medir o peso atual. Blackburn e Bistrian (1977) ASPEN, 1993 ❖ Estatura: ✓ É mensurada através de estadiômetro, com marcador considerando o ponto mais alto da cabeça, ao final de uma inspiração profunda, com a participante em pé, com os pés paralelos e posição da cabeça em formação de ângulo reto em relação ao pescoço e olhar voltado para um ponto fixo (WHO, 1995); ✓ Limitações: pacientes acamados; idosos. A pessoa deve estar sem calçados, com roupas leves, sem adornos na cabeça. Estimativa de Estatura ✓ ESTATURA RECUMBENTE: paciente em posição supina (deitado de costas), com o leito em posição horizontal completa. Em seguida, faça marcas no lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé (lado direito); finalize medindo as marcas com uma fita métrica (Martins, 2010); ✓ EXTENSÃO DO BRAÇO (envergadura do braço) – medida pela distância entre as pontas dos dedos médios quando os braços estiverem abertos no nível dos ombros. A medida corresponde à estimativa de estatura do indivíduo. No caso de utilizar a semienvergadura do braço, realizar a medida da distância entre o esterno e a ponta do dedo médio de uma das mãos e multiplicar o valor obtido por 2. ✓ EQUAÇÕES PARA ESTIMATIVA DA ESTATURA Estimativa de Estatura *Idd – idade; AJ – altura do joelho → COMO MENSURAR A ALTURA DO JOELHO (AJ)? ✓ Técnica: o indivíduo deve estar sentado. Dobra-se a perna esquerda de modo a formar um ângulo de 90º com o joelho. Posicionar a base do antropômetro no calcanhar do pé esquerdo. Estender o cursor do antropômetro paralelamente à tíbia até a borda superior da patela (rótula do joelho). Obter pelo menos duas medidas sucessivas, as quais deverão ter variação máxima de 5 mm. Se o valor obtido for superior a isto, realizar a terceira medida. Lohman et al., 1988 Estimativa de Estatura Índice de Massa Corporal (IMC) ✓Simples; ✓Baixo custo; ✓Estima tecido adiposo; ✓Importante indicador de EN em populações; ✓Boa relação com processo saúde-doença. ❖ Vantagens ✓Não distingue perdas de massa gorda x massa magra; ✓Mascarado por estado de hidratação e grandes massas tumorais; ✓Sofre variação de acordo com idade e gênero; ✓Não se associam à prognóstico. ❖ Desvantagens ❖ IMC - indicador simples do estado nutricional, calculado a partir da fórmula: Índice de Massa Corporal (IMC) ❖ Classificação Adultos: ❖ Classificação Idosos (>60 anos): (OPAS, 2002) • grande proporção de gordura se localiza no tecido subcutâneo – dimensão da sua espessura é utilizada como indicador de quantidade de gordura; • distribuição não se apresenta uniforme por todo o corpo – medidas devem ser realizadas em várias regiões. Dobras Cutâneas (Pregas Cutâneas) ❖ Método antropométrico para análise da composição corporal, com base na espessura das dobras cutâneas, em regiões específicas do corpo. Dobras Cutâneas (Pregas Cutâneas) ✓RELATIVAMENTE (?) simples; ✓Menos invasivo; ✓Estima gordura corporal por tecido adiposo subcutâneo. ❖ Vantagens ✓Variabilidade das medidas: espessura da pele e compressibilidade do tecido adiposo (idade), manuseio (avaliador), grau de hidratação (edema); ✓Habilidade do avaliador requer muito tempo de prática; ✓Dificuldade de comparação inter- avaliador. ❖ Desvantagens Dobras Cutâneas (Pregas Cutâneas) ❑ Identifique e marque o local a ser medido. ❑ Segure a prega formada pela pele e tecido adiposo (somente) com os dedos polegar e indicador da mão esquerda a 1 cm do ponto marcado. ❑ Pinçar a prega com o calibrador no local marcado. ❑ Mantenha a prega entre os dedos até o término da aferição. ❑ A leitura deve ser realizada em 2 a 3 segundos.❑ Utilize a média de três medidas. DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL ✓ Medida mais utilizada para monitoramento do EN; ✓ É medida no mesmo ponto médio localizado para a medida da circunferência braquial. O indivíduo deve estar em pé, com os braços estendidos confortavelmente ao longo do corpo. O adipômetro deve ser segurado com a mão direita; ✓ O examinador posiciona-se atrás do indivíduo. A dobra cutânea tricipital é tracionada com o dedo polegar e indicador, aproximadamente 1 cm do nível marcado e as extremidades do adipômetro são fixadas no nível marcado Lohman et al., 1988 DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL ✓ Avaliam a reserva de gordura corporal- Frisancho, 1990. ✓ Compara a DCT atual à recomendada (percentil 50) para a idade. DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL https://youtu.be/Ef14WYaxTXQ https://youtu.be/Ef14WYaxTXQ DOBRA CUTÂNEA BICIPTAL ✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; ✓ É medida segurando-se a dobra na vertical, na face anterior do braço, sobre o ventre do bíceps (o ponto a ser marcado coincide com o mesmo nível da marcação para a aferição da circunferência do braço / dobra cutânea tricipital); ✓ Lembrar que a palma da mão deve estar voltada para cima. A dobra é levantada verticalmente 1 cm superior à linha marcada. ✓ As extremidades do adipômetro são posicionadas na linha marcada. O antropometrista deve posicionar-se de frente ao avaliado; ambos em pé. https://youtu.be/E2E4bLdBL3A https://youtu.be/E2E4bLdBL3A DOBRA CUTÂNEA SUPRAILÍACA ✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; ✓ É medida na linha axilar média imediatamente superior à crista ilíaca. O indivíduo posiciona-se em posição ereta e com as pernas fechadas. Os braços podem estar estendidos ao longo do corpo ou podem estar abduzidos levemente para melhorar o acesso ao local. https://youtu.be/YJBVzlRQVl8 https://youtu.be/YJBVzlRQVl8 DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR ✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; ✓ Local a ser medido - ângulo inferior da escápula - examinador deve apalpar a escápula, percorrendo seus dedos inferior e lateralmente, ao longo da borda vertebral até o ângulo inferior ser identificado. Em alguns avaliados, especialmente em obesos, peça gentilmente que este coloque os braços para trás, a fim de que seja identificado mais facilmente o ponto; ✓ Sujeito deve permanecer confortavelmente ereto, com as extremidades superiores relaxadas ao longo do corpo. A dobra cutânea é destacada na diagonal, inclinada ínfero-lateralmente aproximadamente num ângulo de 45º com o plano horizontal. O compasso é aplicado ínfero-lateralmente em relação ao indicador e o polegar que está tracionando a prega. https://youtu.be/p0FwmUlNMyU https://youtu.be/p0FwmUlNMyU Circunferências e Perímetros ❖ Método antropométrico para análise da composição corporal, com base nas medidas de perímetros em regiões específicas do corpo. ❖ Principais circunferências: ✓ Circunferência do Braço (CB) e Muscular do Braço (CMB); ✓ Circunferência da Cintura (CC); ✓ Circunferência do Quadril (CQ). Circunferências e Perímetros CIRCUNFERÊNCIA DE CINTURA ✓ O indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado (ao final da expiração), os braços estendidos ao longo do corpo e as pernas fechadas. A medida deverá ser feita no plano horizontal; ✓ Posicione-se de frente para a pessoa e localize o ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. A fita deverá ser passada por trás do participante ao redor deste ponto; ✓ Pedir a pessoa que inspire e, em seguida, que expire totalmente. A medida deve ser feita neste momento, antes que a pessoa inspire novamente. https://youtu.be/L5rCFAMGdrA https://youtu.be/L5rCFAMGdrA ✓ O indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado, os braços estendidos ao longo do corpo e as pernas fechadas; ✓ O examinador posiciona-se lateralmente ao avaliado de forma que a máxima extensão glútea possa ser vista. Uma fita inelástica deve ser passada neste nível, ao redor do quadril, no plano horizontal, sem fazer compressão. CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL https://youtu.be/j_t4VwWB_Zk https://youtu.be/j_t4VwWB_Zk CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) https://youtu.be/4eZDcbpahic https://youtu.be/4eZDcbpahic Frisancho, 1981 ✓ Bom indicador de reserva muscular; Blackburn, 1979 ✓ Compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade. CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB) ✓ Estima reservas proteicas, estando relacionada com a massa muscular total (sem correção de massa óssea). ✓ Esta medida tem forte associação com a desnutrição proteico-calórica, pois reflete a perda muscular. A redução da CMB é indicador importante da presença de desnutrição no idoso. Frisancho, 1981 ✓ Compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA ✓ Em pé: o paciente deve ficar com os pés ligeiramente separados e peso uniformemente distribuído. Mensurar com a fita horizontal na circunferência máxima de panturrilha. ✓ Posição sentada: dobrar a perna esquerda formando 90º graus com o joelho. Manter a perna relaxada. Contornar a fita métrica no máximo diâmetro da panturrilha. ✓ Em idosos, fornece a medida mais sensível da massa muscular superior à circunferência do braço, pois indica alterações na massa magra que ocorrem com a idade e com o decréscimo na atividade física. • Medidas menores que 31 cm são indicativas de redução da massa muscular e estão associadas a maior risco de quedas, diminuição da força muscular e dependência funcional. • Medidas menores que 34 cm podem significar uma tendência à sarcopenia (BRASIL, 2014). Composição Corporal ❖ É a proporção entre os diferentes componentes corporais e a massa corporal total – expressa em termos de % massa magra e gordura corporal. ❖ Sofre influência de aspectos ambientais - prática de atividade física, grau de treinamento, e estado nutricional e fisiológico do indivíduo, idade, fase de crescimento e desenvolvimento, gestação, lactação e outros. ❖ Possui diversas aplicações: • identificação do risco de saúde associado com níveis excessivamente ou gordura corporal total e intra-abdominal; • monitorização alterações da composição corporal associadas a doenças; • acompanhamento das alterações relacionadas à idade; • formulação de recomendações dietéticas e seu acompanhamento. Dinâmica e em constante modificação Avaliar a composição corporal é importante na determinação da condição física, em programa de emagrecimento ou na prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas, sendo importante pela sua relação com o estado de saúde, dado ser indiscutível que tanto o excesso de gordura corporal, como o déficit de massa magra apresentam relação direta com risco para o aparecimento ou o agravamento de condições desfavoráveis para a saúde. Composição Corporal Massa magra X Massa Gorda O organismo passa por um processo de perda involuntária de massa muscular e força, que se inicia aos 30 anos e acentua a partir dos 60 anos. ❑ 20 e 80 anos - declínio cumulativo na massa muscular equivale 35% a 40%. ❑ 80 anos - redução pode chegar a 50% . Massa Magra x Massa Gorda O desenvolvimento da sarcopenia - processo multifatorial que inclui inatividade física, unidade motora remodelada, nivelação de hormônio diminuído e diminuição da síntese de proteína. Diminuição da massa livre de gordura e massa óssea e ganho e redistribuição de massa gorda. Em média, após os 30 anos de idade, acontece uma redução de cerca de 5% do gasto calórico por década, devido a uma perda da massa muscular, em consequência do processo de envelhecimento. Medidas de Composição Corporal ❖ Bioimpedância Elétrica (BIA): ✓ Método com razoável precisão e fidedignidade, não invasivo; ✓ A análise da composição corporal tem como base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma corrente elétrica. ✓ O aparelho identifica os níveis de resistência do organismo à corrente elétrica,avaliando a quantidade total de água no organismo e predizendo, através desta quantidade de água, a quantidade de gordura corporal do indivíduo. ELEVADA RESISTÊNCIA ELÉTRICA Gordura, osso, pele, pulmão Baixa condutividade BAIXA RESISTÊNCIA ELÉTRICA Tecidos magros com grande quantidade de água e eletrólitos Alta condutividade Bioimpedância Elétrica (BIA) Bioimpedância Elétrica (BIA) ❖ Recomendações para realização da avaliação Absorciometria de Raio-x de Dupla Energia (DEXA) ❑ Permite a quantificação de gordura, músculo, conteúdo mineral ósseo e estruturas ósseas mais profundas. ❑ Princípio básico – utilização de uma fonte de raio X com filtro que converte feixe de raio X em pico fotoelétricos de baixa e alta energia, que atravessam o corpo. ❑ Rápida execução, não invasiva e não necessita de nenhum preparo ou requisito especial para a execução do exame o método requer um local adequado, equipamento sofisticado, um avaliador treinado e os custos são elevados. Absorciometria de Raio-x de Dupla Energia (DEXA) ✓Padrão-ouro; ✓Excelente reprodutibilidade; ✓Permite analisar composição corporal por segmentos; ✓Distribuição anatômica da gordura; ❖ Vantagens ✓Alto custo; ✓Uso limitado na prática clínica; ✓Necessidade de profissional treinado; ✓Exposição à radiação. ❖ Desvantagens Caso clínico: Com os dados apresentados, avalie o estado nutricional da paciente e faça o diagnóstico nutricional. SEMIOLOGIA SEMIOLOGIA ✓ É a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas e animais - importante para o diagnóstico da maioria das enfermidades. SEMIOLOGIA NUTRICIONAL ✓ Instrumento obrigatório do processo de avaliação nutricional - Exame Físico - engloba a inspeção, palpação e ausculta – realizado da cabeça aos pés. SINTOMA - manifestações subjetivas relatadas pelo paciente durante a anamnese, nem sempre sendo possível a identificação pelo profissional. Ex: náuseas, cansaço. SINAL - alterações apresentadas pelos pacientes que podem ser observadas pelo examinador. Ex: palidez em face, conjuntiva ocular, unhas frágeis, descamação nos pés. NÃO É EXCLUSIVA DE NENHUMA ÁREA DA SAÚDE E, SIM, NECESSÁRIA PARA TODAS E IMPORTANTES NO DIAGNÓSTICO DAS ENFERMIDADES! SEMIOLOGIA NUTRICIONAL ❖ Exame Físico ✓ Combinado com outras componentes da avaliação nutricional, pode fornecer evidências de deficiências nutricionais ou piora da capacidade funcional (SBNPE; ASBRAN, 2011); ✓ Deve ser realizado DIARIAMENTE na rotina hospitalar (INCA, 2016); ✓ Podem auxiliar na definição da terapêutica nutricional mais adequada para cada indivíduo (avaliação da cavidade oral, do trato digestório, dos compartimentos musculares) → SEMPRE EM CONJUNTO COM OUTROS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO... SEMIOLOGIA Fácies: é a expressão facial do paciente em razão da presença de determinada doença - Fácies Agudo e Crônico. ❖ Exame Físico SEMIOLOGIA ✓ Fácies Aguda: o paciente mostra-se com uma face exausta, cansada, não consegue manter olhos abertos por muito tempo. Músculos orbiculares palpebrais são os primeiros que se cansam. Cuidado: alteração nível de consciência (coma), doença neurológica, drogas sedativas ou trauma; ✓ Fácies Crônica: Paciente parece deprimido, triste, pouco diálogo. Estado de humor comprometido. Muitas vezes o que está motivando um paciente a se comportar como deprimido é a desnutrição (Avaliação psicológica e nutricional). REGIÃO CARACTERÍSTICA A SER AVALIADA CARACTERÍSTICAS EM CONDIÇÕES NORMAIS DEFICIÊNCIA CABELO Coloração, brilho, quantidade, espessura, hidratação, ocorrência de alopecia Brilhantes, firmes e difíceis de arrancar, aparência normal e espessa, crescimento normal, macios ao tato e coloração adequada Proteína, vitamina A, E, B7), zinco, FACE Estado geral: presença de edema ou depleção, palidez, atrofia de têmporas, fácies agudo: exausto, cansado, não consegue manter os olhos abertos por muito tempo, fácies crônico: aparência deprimida, triste, pouco diálogo Bom estado geral, sem sinais de depleção ou edema Proteína, vitamina B2, ferro OLHOS Aspecto, cor das mucosas e membranas, sinais de excesso de nutrientes: xantelasma, arco córneo lipídico, sinais de deficiência de nutrientes: desnutrição, olhos escavados, escuros e flacidez ao redor, hipovitaminoses, xeroftalmia, nictalopia Brilhantes, membranas róseas e úmidas, sem manchas e boa adaptação visual no escuro Vitamina A e B2, B6, zinco, ferro LÁBIOS Coloração da mucosa, presença de lesões decorrentes de hipovitaminoses Lábios macios e sem inflamações Vitamina B2, B3, B6 LÍNGUA Coloração, integridade papilar, edema, espessamento Língua vermelha, sem edema, com superfície normal e paladar preservado Vitamina B2, B6, B9, B12, zinco GENGIVAS Edema, porosidade e sangramento Ausência de sangramentos e edema Vitamina C PEÇAS DENTÁRIAS Presença de cáries, ausência de peças dentárias, uso de prótese (bem adaptada ou não), alterações em função de excesso ou escassez de nutrientes Arcada dentária íntegra, sem ausência de peças dentárias ou uso de prótese bem adaptada (não ocasionar comprometimento da mastigação) Flúor, zinco SEMIOLOGIA ALOPECIA RESSECADOS, QUEBRADIÇOS SEMIOLOGIA ❖ CABELO SEBORREIA NASOLABIAL EDEMA DE FACE (FACE EM LUA CHEIA) SEMIOLOGIA ❖ FACE XANTELASMA MANCHAS DE BITOT XEROSE DA CONJUNTIVA XEROSE DE CÓRNEA ÚLCERA DE CÓRNEA SEMIOLOGIA ❖ OLHOS ESCORBUTOESTOMATITE ESTOMATITE QUEILOSE SEMIOLOGIA ❖ LÁBIOS/GENGIVA LÍNGUA MAGENTA PAPILAS ATROFIADAS LÍNGUA PILOSA GLOSSITELÍNGUA ESCARLATELÍNGUA FISSURADA SEMIOLOGIA ❖ LÍNGUA CÁRIE MÁ DENTIÇÃOPERDA DE ESMALTE DOS DENTES SEMIOLOGIA ❖ DENTES REGIÃO CARACTERÍSTICA A SER AVALIADA CARACTERÍSTICAS EM CONDIÇÕES NORMAIS DEFICIÊNCIA PELE Cor, pigmentação, integridade, turgor, presença de edema, brilho e temperatura, manifestações decorrentes de deficiência ou excesso de nutrientes Cor uniforme, lisa, aparência saudável, turgor preservados ou compatíveis com a idade (no caso de idosos) Vitamina A, B2, B3, B6, B7, B9, B12, C, K, ácido linoleico, zinco, ferro UNHAS Forma, ângulo, coloração, contorno, rigidez e presença de micoses Uniformes, arredondadas, lisas e firmes Ferro ABDÔMEN Quanto à rigidez: flácido ou tenso; quanto ao volume: distendido, plano, globoso ou escavado; quanto à presença de gases: poucos gazes (normal), maciez (quando há tumor) ou timpânico Ausência das alterações referidas - TECIDO SUBCUTÂNEO Excesso de tecido adiposo, ou déficit de tecido subcutâneo – flacidez; presença de edema* Ausência das alterações referidas - TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO Retração ou atrofia Ausência das alterações referidas Vitamina B1 e D, cálcio CONDIÇÃO HÍDRICA Desidratação ou edema* Ausência das alterações referidas Água, eletrólitos SISTEMA NERVOSO Perdas do controle na contração ou parestesias Ausência das alterações referidas Vitamina B1, B6, B12 *O edema de causa nutricional deve ser: frio, mole, indolor, geralmente não forma cacifo e é bilateral SEMIOLOGIA COLORAÇÃO DA PELE: - PALIDEZ - HIPEREMIA - CIANOSE - ICTERÍCIA SEMIOLOGIA Coloração amarelada da pele e esclerótica, causada por maior concentração de bilirrubina (pigmento biliar). XEROSE (PELE SECA) DIFICULDADE DE CICATRIZAÇÃOPELAGRAPETÉQUIAS INTRADÉRMICAS LESÕES ACNEICAS CERATOSE FOLICULAR SEMIOLOGIA ❖ PELE DERMATITE SEBORREICA PALIDEZ PETÉQUIAS EQUIMOSESHIPERPIGMENTAÇÃO ERITEMA SEMIOLOGIA ❖ PELE Desidratação: ✓ Inúmeras causas: Ingestão menor que necessidade, perda excessiva, vômitos, diarreia, fistula digestiva, sudorese e poliúria. Como investigar?? ✓ Solicitar que o paciente produza salivação; ✓ Brilho dos olhos; ✓ Umidade das mucosas (gengival e conjuntival); ✓ Examinar o turgor da prega (pinçando). Quando solta a prega se desfaz rapidamente, pele hidratada. Pele desidratada, a prega se desfaz lentamente SEMIOLOGIA ▪ 1 ao 3 → Hidratado ▪ 4 ao 6 → Pouco hidratado ▪ 7 e 8→ Desidratado O estado de hidratação normal é a situação equivalente ao equilíbrio hídrico. É um processo dinâmico com dois extremos: a hiper-hidratação e a hipo-hidratação, onde o primeiro consiste no excesso de água no organismo, enquanto que, no segundo, escassez de água no organismo. CONDIÇÃO HÍDRICA SEMIOLOGIA ❖ GORDURA SUBCUTÂNEA ✓Perda de massa de gordura subcutânea na região dos olhos e face (perda da bola gordurosa de Bichat) ❖ ATROFIA BITEMPORAL (Sinal de Asa Quebrada) ❑ Indicativo de restrição proteico calórica prolongada - observado quando ocorre atrofia da musculatura temporal associada a perda gordurosa de Bichat - fase grave de difícil recuperação da desnutrição proteico calórica; ❑ Surge com a diminuição da mastigação - pode ocorrer por anorexia ou obstruções do trato digestório superior, - paciente não come por 3 a 4 semanas, já existe atrofia muscular. SEMIOLOGIA ❖ Exame Físico da Perda de Massa Muscular Região do pescoço e clavícula: Supra e infraclaviculares e da fúrcula esternal. Atrofia destas regiões indica que o paciente já perdeu massa muscular há muito tempo (perda crônica). SEMIOLOGIA ❖ Exame Físico do Abdômen ✓ Abdome: Plano, Globoso, Escavado. ✓ Abdome escavado - significa que o paciente está privado de alimento há muito tempo - perda de reserva calórica e baixa imunidade. ✓ Nem todo o desnutrido apresenta abdome escavado. ✓ Paciente pode ter baixa gordura no abdômen ser sem desnutrido. SEMIOLOGIA ❖ Exame Físico do Abdômen • Edema má distribuição hídrica • Ascite hipoalbuminemia • espleno/hepatomegalia doença hepática grave Palpação superficial Sensibilidade abdominal Resistência abdominal Palpação e caracterização de vísceras Palpação profunda ❖ Palpação do Abdômen SEMIOLOGIA ❖ Edema ❑ Relacionado à desnutrição proteica – hipoproteinemia e hipoalbuminemia; ❑ Valores < 0,5 g/L proteínas totais e < 2,5 g/L de albumina são capazes de gerar edema; ❑ Edema – tornozelo, perna e região sacral (maior tempo acamado, maior grau de desnutrição. Sinal de Cacifo ou Sinal de Godet ➢ Sinal clínico avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, a fim de se evidenciar edema - considerado + se a depressão ("cacifo") formada não se desfizer imediatamente após a descompressão. ➢ Classificar de + a 4+ - indica o grau de congestão. SEMIOLOGIA ❖ Edema SEMIOLOGIA ❖ Unhas SEMIOLOGIA ❖ Atenção a presença: É PRECISO OLHAR O PACIENTE !!! 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