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FRANCISCO MANOEL FRANCO ~ RUAS DE ITAÚNA


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FRANCISCO MANOEL FRANCO
 21:43 CHARLES AQUINO MUSEU NO COMMENTS 
Decreto de Lei Municipal 61/L4 — CEP: 35680-053
Denomina logradouro público: Rua Coronel Francisco Manoel Franco / Centro 
CORONEL FRANCISCO MANOEL FRANCO 
MUSEU EM ITAÚNA
O primeiro museu de Itaúna pertenceu ao comerciante Cel. Francisco Manoel Franco, mais
conhecido como Chico Franco, cujo acervo situava-se em sua própria residência, no antigo
beco do Padre João (hoje Rua cel. Francisco Manoel Franco, esquina com avenida Getúlio
Vargas).
O historiador João Dornas Filho informa em seu livro Efemérides Itaunenses que não
deixando nunca de atender à sua vocação de antiquário inteligente e arguto, o que lhe
permitiu organizar um pequeno museu, no qual se encontravam peças de elevado valor
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histórico e real, como belíssima coleção de moedas de cobre do Império Romano e da
Colônia do Brasil , e moedas de prata e ouro do Império brasileiro; uma lança autêntica
usada pelos cavaleiros da Idade Média; uma curiosíssima miniatura da primeira
Constituição do Império, contida numa boceta circular para se trazer no bolso; louças da
China e da Índia; armas antigas desde o arco e flecha dos selvagens brasileiros até
colubrinas e fuzis mais recentes; quadros, bustos, bibelôs, joias, etc.
Sendo o Curador de seu próprio museu, Chico Franco participava de vários eventos
relacionados à exibição de objetos de valores histórico, cultural e artísticos. No ano de 1885
em sua cidade natal, Sabará, o antiquário participou de uma Exposição Regional Sabarense,
sendo presenteado com uma medalha de prata e menção honrosa por apresentar os seguintes
artefatos: Uma bengala de madeira feita a canivete, uma caveira de veado com chifres
cobertos de pelo, dois machados de pedra indígena e uma palma marítima [1].
No livro Itaúna: Contribuição Para a História do Município, o historiador João Dornas Filho
exibe uma fotografia [2] referente a dois instrumentos de tortura para escravos, que
pertenceram ao museu do Chico Franco, sendo estes: uma Peia de Ferro [3] e um Libambo
[4].
O cel. Franco, segundo o historiador itaunense Guaracy de Castro Nogueira, foi uma das
personalidades mais atuantes do distrito de Sant’Ana do São João Acima (hoje Itaúna), nas
duas últimas décadas do século passado. No ano de 1857, aos 6 de janeiro, nascia Francisco
Manoel Franco, que mais tarde se casou, em primeiras núpcias, com a senhora dona Amélia
Gonçalves de Sousa, vindo a falecer em 1885. Ainda no mesmo ano, desposou a senhora dona
Aurora Gonçalves de Sousa, irmã da falecida.
No ano de 1878, chegava à Sant’Ana de São João Acima (hoje Itaúna), o cel. Franco,
tornando-se um comerciante bem-sucedido na cidade, onde conseguiu adquirir um bom
patrimônio e fortuna, todavia, prestou à sua terra adotiva os mais assinalados serviços. No
ano de 1889, em 21 de abril, diretamente vinculado ao Centro Republicano de Ouro Preto, o
cel. Franco foi eleito primeiro-secretário.
 Aos 20 de julho de 1890, segundo informa o historiador Guaracy, o cel. Chico Franco era um
grande apreciador das belas artes e organizou, juntamente com outros companheiros, a
Companhia de Teatro Santanense, tendo o objetivo de construir um prédio destinado a
apresentações teatrais e outras diversões públicas.
Comerciante bem estruturado na cidade e de visão empreendedora, já no ano de 1891 aos 23
de outubro, em casa do cidadão Antônio Pereira de Matos, situada à rua Direita (hoje Getúlio
Vargas), com vários acionistas presentes e demais autoridades da cidade, assinavam e
declaravam constituída a primeira Acta da Assembleia Geral de Instalação da Companhia
de Tecidos Santannense [5]. Neste momento, o cel. Francisco Franco era empossado no
Conselho Fiscal da empresa, mediante o estatuto da companhia, no Capítulo VIII, Art.40,
sendo também, um dos acionistas com o número de 50 ações.
Alcançada a emancipação política e instalado o município em 2 de janeiro de 1902, foi
nomeado Coletor Federal, cargo este, que exerceu durante várias épocas até a sua
aposentadoria. Participou, em 14 de abril de 1918 da fundação do Clube Itaunense, precursor
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do atual Automóvel Clube, cujo objetivo era proporcionar diversão aos seus associados e
manter um salão para leitura. O cel. Francisco Manoel Franco veio a falecer no dia 27 de
novembro de 1941, com 84 anos de idade.
Por Guaracy de Castro Nogueira: História Oral [6] 
Segundo Ilca Dornas de Araújo, neta do cel. Francisco Manoel Franco, quando este morreu, o
interventor do Estado Benedito Valadares Ribeiro (hoje seria o cargo de Governador do
Estado de Minas Gerais) não quis deixar o acervo do coronel saísse do Estado de Minas
Gerais. Foi quando veio a Itaúna um conde siciliano e a referida coleção foi negociada
verbalmente e levada para São Paulo.
Naquela ocasião, porque a amante do conde tinha fugido com outro e levado do mesmo o
dinheiro disponível, este ficou desesperado e suicidou-se. Então, ao invés do acervo voltar ao
seu local de origem, foi deixado lá, tomando rumo ignorado. De tudo, ficou esta história
talvez não verdadeira, mas bem bolada, como dizem os italianos.
Apreciando a relação das referidas peças, feita pelo escritor João Dornas Filho, concluímos
que as mesmas se realçavam principalmente por ser cunho curioso. Portanto ligavam-se sob
dado aspecto à arte e História e não condiziam com nosso contexto local e regional,
valorizando o que era autenticamente nosso. Numa reunião ocorrida no gabinete do prefeito
Osmando Pereira da Silva, foi de nossa iniciativa a proposta de dar ao atual Museu Municipal
de Itaúna o ilustre nome de Francisco Manoel Franco.
 
Referências:
Organização, Pesquisa e Arte: Charles Aquino
Biblioteca Nacional. Disponível em :< http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.html >
FGV: Fundação Getúlio Vargas: Disponível em< http://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral
FILHO. João Dornas. Itaúna: Contribuição para história do município. 1936,p.34.
FILHO. João Dornas. Efemérides Itaunenses,1951, p.13-14
LOPES. Nei: Dicionário Afro-Brasileiro, p.133.
MOURA. Clóvis: Dicionário da escravidão negra no Brasil, p.164
Jornal: O Estado de Minas. Ouro Preto, 17de novembro de 1891. Nº 248
Jornal: Província de Minas. Ouro Preto, 5 de dezembro de 1885 N° 294
 
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http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.html
http://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral
[1] Jornal: A Província de Minas, p.1.
[2] A fotografia destes instrumentos poderá ser vista também no site da Biblioteca Nacional
no endereço do Link :< http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.html >, com o título:
Instrumentos de tortura para os escravos [iconográfico], do Museu do cel. Francisco Manoel
Franco.
[3] Peia de Ferro: Instrumento para tortura de escravos. Constava de uma espécie de algema
ou corrente que prendia os pés do escravo. LOPES, Nei: Dicionário Afro-Brasileiro, p.133.
[4] Libambo: Que em língua bunda significa corrente que era colocado ao pescoço. Nesta
corrente de ferro, vai-se perdendo de pouco em pouco espaço cada um dos pretos escravos da
maneira seguinte: pelo anel da corrente no espaço competente fazem os sertanejos, e os do
comboio passar um pedaço de ferro e com ele à força de pancada fazem outro anel; e
sobrepondo as pontas de ferro uma a outra, fica a mão do escravo presa, e metida nesta nova
argola.
De ordinário é o libambo lançado na mão direita; porque temem os funidores que, ficando
livre a mão direita, podem os escravos com outro ferro, ou ainda abrir com pau o anel que os
prende. O libambo das escravas é outro; em separado; e soltas as crianças, a que se dá o nome
de crias. MOURA. Clóvis: Dicionário da escravidão negra no Brasil, p.164.
[5] Jornal: O Estado de Minas. Ouro Preto, 17 de novembro de 1891. Nº 248
[6] O QUE É HISTÓRIA ORAL?
A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas
com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos
de vida ou outros aspectos da história contemporânea. No Brasil, a metodologia foi
introduzida na década de 1970, quando foi criado o Programa de História Oral do CPDOC.
As entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao
lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro. Caracterizam-se por serem
produzidas a partir de um estímulo, pois o pesquisador procura o entrevistado e lhe faz
perguntas, geralmente depois de consumado o fato ou a conjuntura que se quer investigar.
Além disso, fazem parte de todo um conjunto de documentos de tipo biográfico, ao lado de
memórias e autobiografias, que permitem compreender como indivíduos experimentaram e
interpretam acontecimentos, situações e modos de vida de um grupo ou da sociedade em
geral. Isso torna o estudo da história mais concreto e próximo, facilitando a apreensão do
passado pelas gerações futuras e a compreensão das experiências vividas por outros.
Fundação Getúlio Vargas: Disponível em> http://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral 
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http://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral

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