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Fases do Desenvolvimento


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Fases do desenvolvimento:
da infância a adolescência
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 refletir sobre o desenvolvimento característico da infância;
•	 estudar alguns transtornos e patologias desta fase;
•	 entender as características psicológicas da adolescência.
Olá.
A partir desta aula vamos estudar sobre as fases do 
desenvolvimento, ou seja, a infância, a adolescência, a vida adulta 
e a terceira idade, suas características, seu desenvolvimento, suas 
dificuldades. Enfim, vamos iniciar com a infância e adolescência.
Bons estudos!
3ºAula
26Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
1- A primeira infância
2- A segunda infância
3- Crianças com necessidades especiais
4- O adolescente
5- Aspectos psicológicos da adolescência
6- Adolescência hoje
1- A primeira infância
Períodos do Desenvolvimento Humano – Psicologia
 “O campo do desenvolvimento humano concentra-se 
no estudo científico dos processos sistemáticos de mudança e 
estabilidade que ocorrem nas pessoas” (Papalia, p. 36).
Olá, pessoal!
Existe uma grande área de estudos chamada de 
desenvolvimento humano, na qual o objeto de estudo é 
o processo de mudança que ocorre ao longo do ciclo da 
vida; mudanças no desenvolvimento físico, cognitivo e 
psicossocial. A Psicologia é uma das ciências presentes nesta 
área de estudos, uma área desde o início interdisciplinar, ou 
seja, que reúne os conhecimentos da medicina, antropologia, 
sociologia, biologia, genética, educação, história.
Neste texto, vamos descrever as 8 etapas ou fases típicas 
do desenvolvimento. Embora possamos demarcar tais fases 
por idades, sendo até certo ponto arbitrário. Em outras 
palavras, a demarcação das idades visa facilitar o estudo. Assim, 
por exemplo, é evidente que existe uma passagem da vida 
intrauterina (a fase 1) para a primeira infância (fase 2), como 
geralmente é possível demarcar o início da adolescência (fase 
5) pelas transformações da puberdade. Outras fases, como a 
vida adulta intermediária (fase 7) não possui demarcação tão 
clara.
Desta forma, entendemos as 8 fases, etapas ou períodos 
como um critério arbitrário, mas necessário em termos 
didáticos.
1) Período pré-natal
É comum pensar que a vida começa com o nascimento. 
Porém, os nove meses (em média) que o antecedem são 
responsáveis por um complexo desenvolvimento intrauterino. 
As características genéticas já começam a interagir com o 
meio no qual o bebê se encontra. A alimentação da mãe afeta 
diretamente no crescimento e o bebê passa a responder à voz 
da mãe, a distingui-la das demais, e ter preferência por ela.
2) Período da primeira infância
A primeira infância começa com o nascimento e 
vai até os 3 anos de idade. Nos primeiros meses, os cinco 
sentidos começam a se desenvolver. Na parte cognitiva, “as 
capacidades de aprender e lembrar estão presentes mesmo 
nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade 
de resolver problemas se desenvolvem por volta do final do 
segundo ano de vida”(Papalia, p. 40).
Neste período, a criança começa a formar vínculos fortes 
com os pais ou cuidadores. Há o início da percepção de si 
Seções de estudo
mesmo (autoconsciência) e o interesse por outras crianças.
3) Período da segunda infância
Segundo os desenvolvimentistas, os cientistas do 
desenvolvimento, a segunda infância vai dos 3 aos 6 anos de 
idade. O corpo tende a se tornar mais esguio e as partes do 
corpo começam a se assemelhar, em termos de proporções, 
com as de um adulto. O apetite tende a diminuir e podem 
aparecer distúrbios do sono, como insônia.
“O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta 
a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade 
cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. 
Desenvolve-se a identidade de gênero” (Papalia, p. 40). É 
curioso que normalmente pensamos que o cérebro está em 
crescimento, que o córtex, a massa cinzenta, está em expansão, 
razão pela qual uma criança teria pensamentos menos lógicos 
ou abstratos que um adulto. Porém, como sabemos através 
das neurociências, “a substância cinzenta diminui em uma 
onda inversa à medida que o cérebro amadurece e conexões 
neurais são desativadas”, ou seja, com o tempo há uma perda 
na densidade da massa cinzenta, o que gera, paradoxalmente, 
um maior amadurecimento, um funcionamento mais eficiente.
4) Período da terceira infância
Nesta fase, há uma diminuição do crescimento físico. 
Existe a tendência de aparecerem problemas respiratórios, 
entretanto, é uma das fases que, em média, nota-se a presença 
de maior saúde. Entre os 6 e 11 anos, há uma diminuição do 
egocentrismo, ou seja, a criança não é mais tão centrada em 
si mesma. A escolarização ajuda neste processo e igualmente 
na estimulação da memória e da linguagem (que melhoram 
independentemente da escola).
Certas crianças podem apresentar necessidades especiais 
de educação ou, no extremo oposto, talentos que exigem 
cuidado também. O conceito de si (autoconceito) fica mais 
complexo, o que pode igualmente gerar modificações na 
autoestima. A convivência com colegas com idade próxima é 
um fator a ser levado em conta neste período.
5) Período da adolescência
Como vimos, a divisão da vida em etapas é arbitrária. 
O conceito de adolescência é recente. Segundo o dicionário 
etimológico: “A palavra “adolescente” vem do particípio 
presente do verbo em latim adolescere = crescer. Já o particípio 
passado, adultus deu origem à palavra “adulto”. Em português, 
as palavras seriam equivalentes a “crescente”e “crescido”, 
respectivamente.
Muitas culturas não possuem esta ideia que temos da 
adolescência, como um período entre a infância e a idade 
adulta.
Como sabemos, nesta fase ocorre a maturidade 
reprodutiva, quando torna-se possível para os indivíduos 
serem pais ou mães. A saúde é afetada, geralmente, pelo 
comportamento, como transtornos alimentares ou uso de 
drogas.
Na cognição, “desenvolvem-se a capacidade de pensar 
em termos abstratos e de usar o raciocínio científico. 
O pensamento imaturo persiste em algumas atitudes e 
comportamentos. A busca pela identidade, incluindo a 
27
identidade sexual, torna-se central” (Papalia, p. 41).
6) Período início da vida adulta
Os cientistas do desenvolvimento demarcam o início da 
vida adulta a partir dos 20 anos e indo até os 40. “A condição 
física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O pensamento 
e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São 
feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período 
exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se 
relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade 
podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. 
São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos 
de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria 
das pessoas casa-se e tem filhos” (Papalia, p. 41).
Aqui, vemos que a fase anterior, a adolescência, pode se 
prolongar e ainda haver uma certa intersecção de fases. Afinal, 
não é possível demarcar com precisão quando começa a idade 
adulta. Alguns argumentam que esta se inicia com o primeiro 
trabalho e o auto-sustento, outros com o início da faculdade 
ou com a constituição de uma nova família.
7) Período da vida adulta intermediária
Esta fase vai dos 40 aos 65 anos de idade. Há mudanças 
significativas nas condições físicas (saúde, vigor), porém, com 
grandes diferenças de uma pessoa para outra. “As mulheres 
entram na menopausa. As capacidades mentais atingem o 
auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de 
problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode 
declinar, mas melhorar em qualidade. Para alguns, o sucesso 
na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo, para 
outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira. 
A dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais 
idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho 
vazio” (Papalia, p. 41).
8) Período da vida adulta tardia
Este período começa a partir dos 65anos. “A maioria 
da pessoas é saudável e ativa, embora geralmente haja um 
declínio da saúde e das capacidades físicas. O tempo de 
reação mais lento afeta alguns aspectos funcionais. A maioria 
das pessoas está mentalmente alerta. Embora inteligência e 
memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria 
das pessoas encontra meios de compensação. A aposentadoria 
pode oferecer novas opções para aproveitar o tempo. As 
pessoas desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar 
perdas pessoas e a morte eminente. O relacionamento com 
a família e com amigos íntimos pode proporcionar um 
importante apoio. A busca de significado para a vida assume 
uma importância fundamental” (Papalia, p. 41).
2- A segunda infância 
O recém-nascido pesa em média 3,5 kg e mede 40 cm. 
Nas primeiras semanas, os bebês tem um estado de sono 
regular, depois uma fase de sono irregular, acompanhada de 
movimentos dos membros e expressões faciais, seguida de 
uma fase de sonolência e uma fase de inatividade alerta na 
qual os olhos do bebê brilham e seguem objetos. Em seguida, 
há uma fase de atividade desperta na qual o bebê tem atividade 
motora de defesa envolvendo o corpo todo, depois há uma 
fase de desconforto caracterizada pelo choro.
O número de horas de sono diminui bastante, de 
aproximadamente 18 horas por dia durante o primeiro mês, 
para cerca de 12 horas quando a criança atinge 2 anos.
É normal que o bebê apresente alguns reflexos ao nascer. 
Um deles é o da sucção. É normal também que apresentem 
percepção a objetos a sua volta, e a tendência a responder a 
estímulos.
O primeiro ano de vida é caracterizado por um 
crescimento físico rápido, em geral e em condições saudáveis 
de alimentação, o aumento físico é de 50% na altura e 200% 
no peso.
Síndrome da Morte Súbita
Embora seja o cérebro do bebê que controla as funções 
metais básicas, tais como batimento cardíaco e respiração, 
um pequeno número de crianças têm estas funções cerebrais 
menos maduras, e corre o risco de morte súbita, na qual o 
bebê morre asfixiado em geral enquanto dorme. A síndrome 
da morte súbita raramente ocorre após 6 meses de idade.
No primeiro ano de vida ocorre também uma maturação 
do cérebro e, com isso o aumento das sinapses e da conexão 
entre suas várias partes. Daí a necessidade da estimulação 
usual, da fala e da aprendizagem.
Após o primeiro ano de vida, esta taxa do crescimento 
torna-se mais lenta, o aparecimento da fala ocorre entre 1 e 
3 anos de idade. Com a maturação cerebral, há também uma 
maior agilidade motora da criança, permitindo que sente, 
engatinhe e ande, o que ocorre em média em torno de 1 ano 
de vida.
O desenvolvimento cognitivo, como a memória, a 
linguagem e a autoconsciência não estão localizadas em 
lugares específicos do cérebro, mas derivam de relações 
complexas entre as diferentes partes do cérebro.
A mutação do S.N.C, as tendências perceptuais e as 
experiências permitem que a criança adquira dois tipos de 
estrutura psíquica: Os esquemas e as respostas condicionais.
1. Os Esquemas são uma representação de elementos 
que se destacam em um evento e suas relações um com o 
outro evento.
Existem esquemas visuais, auditivos, olfativos e táteis. 
Quanto mais esquemas a criança tiver maior será seu 
desenvolvimento cognitivo. Os esquemas também são 
importantes, pois proporcionam a criança a capacidade de 
distinguir objetos (ou pessoas) desconhecidos.
•	 Verifique os esquemas a partir da teoria de 
Piaget
2. Respostas condicionadas: Refere-se a aprendizagem 
de relações entre eventos.
Exemplo:
Uma criança aprende que toda vez que chorar sua mãe 
lhe dá colo, assim, chora quando quer atenção, quando quer 
alguma coisa, quando quer mamar, condicionando o choro a 
suas vontades atendidas.
•	 Ver aula teorias da aprendizagem
28Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
FIGURA 1 – O PAPEL DA MEMÓRIA 
 Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/imagem/familia/interna-
slideshow/como-brincar-com-bebe-9405.jpg. Acesso em: 12 mar. 2012.
O Papel da Memória
Os processos da memória ajudam o bebê a criar 
protótipos esquemáticos e usá-los para atingir uma meta.
Se um bebê de 4 meses vê um brinquedo desconhecido 
apenas uma vez durante 15 segundos, parece que ele esquece 
tal experiência após um intervalo de 1 minuto. Os bebês foram 
visitados em casa a cada duas semanas, dos 3 aos 7 meses de 
idade. Cada bebê recebia um determinado brinquedo para 
brincar durante 15 segundos. O brinquedo era, então, retirado 
gentilmente, e depois de um intervalo ou de 10 segundos, 
1 minuto, 3 minutos, 15 minutos, ou 1 hora, mostravam 
simultaneamente ao bebê um par de brinquedos – o brinquedo 
com o qual ele já tinha brincado antes e um outro. Como foi 
notado anteriormente, os bebês têm uma tendência natural 
para olhar para objetos desconhecidos. Portanto, se eles se 
lembrassem dos brinquedos com os quais haviam brincado 
antes, deveriam olhar mais tempo para o brinquedo novo. Os 
bebês com menos de 4 meses de idade olhavam mais tempo 
para o brinquedo desconhecido se o intervalo era apenas de 
10 segundos. Mas quando o intervalo era de 1 minuto eles 
se comportavam como se tivessem esquecido que haviam 
brincado com o brinquedo. Somente após 6 meses de idade 
os bebês lembravam-se do brinquedo depois de um intervalo 
de 15 minutos (Mussen, 1995, p.104/105).
FIGURA 2 – DESENVOLVIMENTO DA 
MEMÓRIA
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com_V5gBGYc5EYM/ScWSVCj7jLI/
AAAAAAAAAmM/tWxMMhQlZsU/s1600-h/1aq.jpg. Acesso em: 12 mar. 2012.
A partir de um ano e com a capacidade melhor da 
memória é comum que os bebês relacionem o passado e o 
presente.
Diferenças temperamentais nos bebês
Alguns bebês choram bastante, outros ficam quietos, 
alguns são agitados, outros dormem muito. Essas tendências 
inatas são chamadas de temperamento. O temperamento 
pode vir das disposições genéticas e pelo período pré-natal. 
Claro que estamos nos referindo ao temperamento e não a 
atitude dos pais, em relação a este último pode agravar ou 
facilitar o psicológico da criança.
Será que a brincadeira promove o desenvolvimento 
cognitivo?
Uma hipótese conhecida na Psicologia do 
Desenvolvimento é que a brincadeira facilita o desenvolvimento 
intelectual. A evidência para essa afirmação vem de estudos 
que mostram que as crianças que não tem brinquedos e 
dispõem de poucas oportunidades para brincar com outras 
crianças apresentam um atraso no desenvolvimento cognitivo, 
em comparação com outras da mesma idade. Além disso, 
crianças de famílias economicamente desfavorecidas parecem 
se envolver menos em brincadeiras de “faz de conta” na pré-
escola do que as de classe média. Assim, alguns psicólogos 
acreditam que uma razão segundo a qual muitas crianças 
de classe desfavorecida têm problemas de aprendizagem 
quando entram na escola é que as brincadeiras foram menos 
frequentes, menos complexas e menos variadas do que aquelas 
realizadas pela maioria das crianças de classe média.
Por outro lado, alguns antropólogos têm relatado 
culturas em que não há brincadeiras de “faz de conta”, 
apesar de a maioria das crianças brincar simbolicamente. As 
crianças hopi simulam caças a coelhos e fazem de conta que 
estão modelando vasos de barro, como seus pais. As crianças 
israelitas cujas famílias vieram de comunidades do Oriente 
Médio se envolvem muito menos em brincadeiras de faz de 
conta do que as crianças de israel cujas famílias emigraram 
da Europa. Assim, há diferenças entre culturas e classes 
importantes na frequência com que as crianças brincam.
Se a brincadeira é importante para o pleno desenvolvimento 
intelectual, a introdução e a estimulação da brincadeira 
pode ser um meio de promover o desenvolvimento cognitivo. 
Phyllis Levenstein desenvolveu um programa para distribuir 
brinquedos a crianças desfavorecidas economicamente. As 
mães aprendem como usar os brinquedos nas brincadeiras 
com as crianças. Os brinquedos servem, assim, como veículos 
para promover interações estimulantese agradáveis entre as 
mães e seus filhos. Como se sabe que a estimulação verbal e as 
interações afetivas promovem o desenvolvimento cognitivo 
das crianças, os efeitos benéficos do programa podem ser 
devidos a esse aspecto, e não aos brinquedos em si.
Os brinquedos apropriados podem ajudar ligeiramente 
as crianças mais velhas a aprender comportamentos 
sociais positivos na pré-escola. As crianças deficientes 
atendidas pelos programas Head Start assistiam a programas 
de televisão que estimulavam comportamentos positivos, tais 
como ajudar, compartilhar e cooperar. Em algumas classes 
havia brinquedos, bichinhos, discos e bonecas que eram 
parecidos com aqueles personagens e temas dos programas 
de televisão; outras classes continham brinquedos que não 
se relacionavam aos temas sociais do programa de televisão. 
29
Quando os brinquedos suplementavam as mensagens 
dadas pelos programas, as crianças adotavam alguns dos 
comportamentos sociais que estavam sendo ensinados; os 
brinquedos aparentemente ajudavam-nas a pôr em prática os 
comportamentos que elas tinham aprendido.
Embora esses e outros estudos mostrem que os 
brinquedos podem ser usados eficientemente em combinação 
com pais, professores ou em programas de televisão, para 
promover o desenvolvimento das crianças, há poucas 
evidências de que o oferecimento de brinquedos, por si só, 
contribuam para o desenvolvimento cognitivo ou social das 
crianças desfavorecidas (Mussen, 1995, p.167).
A partir dos dois anos e meio, é comum que as crianças 
comecem a adquirir o comportamento de brincar com outras 
crianças, sendo bem raro antes dessa idade.
Mussen (1995) também observa que, por volta dos dois 
anos e meio, as crianças começam a desenvolver padrões 
sobre os objetos. Exemplos: os brinquedos não devem 
ser quebrados, as roupas não devem estar rasgadas, como 
também padrões de comportamento correto e incorreto, 
como obediência aos pais, controle da agressão, higiene, dão 
início a compreensão do certo e do errado, do bom e do mal 
etc. Teóricos da psicologia acreditam que até os seis anos de 
idade não se deve julgar a fantasia da criança como mentira, 
mas, sim, a capacidade de simbolizar e fantasiar.
3- Crianças com necessidades especiais
‘‘A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, 
a tentativa de um caminho a seguir de um simples rastro. Homem algum 
chegou a ser completamente ele mesmo, mais claramente, cada qual pode. 
Cada um deles é um impulso em direção ao ser.” Herman Hesse
A criança com necessidades especiais é aquela que 
se desvia do “normal” físico, social ou mental, a ponto de 
precisar de cuidados especiais, seja por algum tempo ou 
permanentemente, podendo apresentar-se como atraso 
mental, lentidão na aprendizagem e altas habilidades.
O atendimento pode ser feito na escola, em classes 
especiais e regulares, porém, desvios extremos requerem 
instalações apropriadas e profissionais especializados.
A criança deficiente intelectual
FIGURA 3 – A CRIANÇA DEFICIENTE 
INTELECTUAL
Disponível em: https://www.portalcorenrs.gov.br/index.php?categoria=ser
vicos&pagina=noticias-ler&id=6807. Acesso em: 12 mar. 2012.
Em relação à Deficiência Mental, segundo a classificação 
da OMS - (Organização Mundial da Saúde), a gravidade do 
quadro é classificada em 4 níveis: profundo, grave, moderado 
e leve.
Profundo: São pessoas com uma incapacidade total de 
autonomia. Os que têm um coeficiente intelectual inferior a 
10, inclusive aquelas que vivem em um nível vegetativo.
Grave: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe 
para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há 
probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação 
é muito primária. Podem aprender de uma forma linear, são 
crianças que necessitam revisões constantes.
Moderado: O máximo que podem alcançar é o ponto 
de assumir um nível pré-operativo. São pessoas que podem 
ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, 
podem realizar certas atitudes bem elaboradas. Quando 
adultos, podem frequentar lugares ocupacionais, mesmo que 
sempre estejam necessitando de supervisão.
Leve: São casos perfeitamente educáveis. Podem chegar 
a realizar tarefas mais complexas com supervisão. São os 
casos mais favoráveis.
Não são os 3 níveis mais sérios de Deficiência Intelectual 
a preocupar o diagnóstico causal das DA. Esses pacientes 
mostram claramente o grau de comprometimento intelectual 
que apresentam. O problema está na Deficiência Intelectual 
Leve, às vezes, limítrofe entre o normal e o sub-normal. 
Nesses casos o aluno desenvolve-se sofregamente durante 
um certo tempo, mas a partir de um determinado nível de 
exigência mental começam a apresentar dificuldades.
Distingue-se pela incapacidade de generalizar, classificar, 
abstrair, analisar, quando esta está na escola. A primeira suspeita 
vem com seu lento desenvolvimento motor. A criança não 
engatinha, não anda no tempo próprio, sua linguagem não 
é desenvolvida, ou seja, existem sérios comprometimentos 
funcionais do encéfalo.
A criança demora a aprender, precisando de repetição de 
estímulos de maneira intensa, daí a importância de conhecer 
a fisiologia do encéfalo para favorecer a educação sensorial. 
Ela apresenta dificuldades na discriminação dos objetos, 
percepção exata que, por deficiência dos sentidos, prejudicam 
o aprendizado.
As causas podem ser:
•	 pré-natais;
•	 perinatais-durante o parto;
•	 pós-natais.
Pode ser diagnosticada em três etapas:
•	 durante a gestação – causas genéticas, metabólicas, 
más formações e doenças familiares;
•	 no momento do parto – traumatismo de parto, falta 
de oxigenação no nascimento;
•	 durante as fases da vida – fatores nutricionais, 
afecções do sistema nervoso central, traumatismo 
craniano, falta de estímulos sensoriais, motores e 
emocionais.
30Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
É importante destacar que os PcD não podem ter inteira 
responsabilidade sobre a própria conduta, mas é importante 
que respondam por si, tanto quanto possível.
A criança com lentidão para aprender
É educável em classes regulares. O educador que tiver 
em sua classe um ou mais alunos apresentando esse ritmo 
estará diante da desafiadora tarefa de ajudá-los a se adaptarem 
à escola.
Por conseguinte, fazem-se necessários:
•	 utilizar-se de experiências concretas para aprender;
•	 estímulos e motivação para aprender;
•	 elogio e recompensa, individual ou em grupo;
•	 atenção individual.
Para isso, o educador deverá seguir alguns princípios:
•	 aceitá-lo como é;
•	 ser paciente;
•	 apresentar sugestões positivas;
•	 dar-lhe segurança, deixando-o perceber por palavras 
e ações que pode estar confiante;
•	 procurar descobrir suas aptidões, pois as deficiências 
já são do seu conhecimento;
•	 ele tem mais semelhanças que diferenças com seus 
companheiros que aprendem depressa.
Independentemente dos critérios de agrupamento da 
escola, o educador deve preparar-se para encontrar sua classe 
diversificada, ajustando os trabalhos à classe para permitir o 
desenvolvimento máximo das aptidões de cada um.
A criança e as Altas Habilidades
Revela-se por um conjunto de traços e características, 
e não apenas pela velocidade do desenvolvimento ou por 
demonstração de inteligência.
São, geralmente, independentes, confiantes de ideias 
claras, atitudes pertinentes. São capazes de formular conceitos 
críticos e pensar de modo organizado. Só pode ser definido se 
a criança possui altas habilidades depois dos cincos anos, caso 
a criança permaneça apresentando “fôlego intelectual”.
A inteligência superior faz parte do conjunto, sendo 
usada de maneira criativa, apresentando outras características, 
tais como:
•	 perseverança diante de uma tarefa;
•	 procura explicações mais profundas do que as aceitas 
por outras crianças;
•	 tem alto nível crítico, exigindo muito das respostas, e 
comportamento do adulto;
•	 prefere o pensamento abstrato ao pensamento 
crítico;
•a percepção do mundo que a rodeia é mais 
abrangente, mais sensível e intuitiva do que se espera 
para sua faixa etária;
•	 é capaz de ter muitas ideias a respeito de qualquer 
situação-problema;
•	 costuma ser independente, autossuficiente e estável 
no aspecto emocional.
Na educação, essa criança merece ter atenção especial pelo 
menos para ter oportunidades correspondentes à sua idade 
mental e a outras aptidões e para desenvolver plenamente suas 
potencialidades sociais, estéticas e intelectuais. Aulas que não 
ofereçam desafios irão aborrecê-la e seu interesse diminuirá.
Existem casos de crianças com AH que não são bem 
compreendidas, não são aceitas pelo grupo e, por isso, podem 
apresentar desajustes no comportamento ou nos problemas 
psicológicos.
Os pais não devem tratá-los como adultos, pois 
necessitam de carinho e afeto infantil. No ambiente escolar, 
é importante incentivar o convívio com outras crianças, entre 
as quais encontrem estímulos para jogar e realizar brincadeiras 
normais de sua idade.
Concluindo, o ideal é que a criança AH consiga uma 
relação satisfatória com as outras crianças, comportando-se 
de acordo com sua idade e, ao mesmo tempo, mantendo-se 
em seus interesses especiais.
A criança e a paralisia cerebral
A investigação da aprendizagem acadêmica em estudantes 
com insucesso escolar tem contribuído para a busca de uma 
maior compreensão dos processos envolvidos na aquisição 
dos repertórios de ler e escrever.
A criança com lesão cerebral ocorrida em estágios 
precoces de seu desenvolvimento torna-se exposta às 
diversidades que interferem no contínuo e dinâmico 
amadurecimento do sistema nervoso. Condições essas 
importantes no processamento de informações relacionadas à 
aprendizagem, particularmente das aquisições mais elaboradas 
da mente humana, que é a capacidade de ler e escrever.
O termo Paralisia Cerebral (PC) tem sido empregado em 
um grupo heterogêneo de condições clínicas, caracterizados por 
distúrbios motores e alterações posturais permanentemente, 
de etiologia não progressiva, que ocorre no cérebro imaturo, 
podendo ou não estar associado às alterações cognitivas. 
Atualmente, com os avanços das técnicas laboratoriais, da 
genética e da neuroimagem, tem sido possível identificar com 
maior precisão as referidas causas pré-natais e pós-natais.
Parto traumático, infecções, agentes tóxicos e 
prematuridade, aumentam a suscetibilidade à hipoxemia 
perinatal (falta de oxigênio).
A criança com PC pode ter os recursos neurológicos não 
otimizados para aprender decorrentes da própria condição 
lesional. No entanto, estruturas integrantes do sistema de 
recompensa podem ser ativadas quando se executam atividades 
que causam prazer, levando à motivação e à repartição de 
atos. Tais estruturas compreendem córtex cingulado, pré- 
frontal, núcleo acumbente, hipotálamo, amígdala cerebral 
e o hipocampo. Dessa forma, compensatoriamente, ela 
pode responder com maior dinamismo e eficácia, tendo 
essas disposições internas ativadas, organizadas, reguladas e 
direcionadas ao objeto específico.
Um contexto facilitador é fundamental, principalmente, 
tratando-se da criança com alta frequência de insucessos 
nos meios acadêmicos e social, pois a criança com PC é 
frequentemente destituída de reação comportamental, 
tornando-se passiva durante atividades, perdendo a 
oportunidade de realizar os ajustamentos que contribuem 
na aprendizagem do próprio esquema corporal, das relações 
31
com o meio e da autoconfiança em realizar- se. Além disso, é 
privada a oportunidade de aprender por tentativa e erros e por 
experimentações, condições estas essenciais para as aquisições 
educacionais sistemáticas.
A criança com PC depende de exposição contínua 
à aprendizagem. Para que a linguagem ocorra, alguns fatores 
são importantes, tais como: a integridade dos sistemas 
nervoso central e sensorial, dos processos perceptuais, fatores 
motivacionais e a estimulação ambiental. Para Lent (2001), 
a associação, a mielinização e a riqueza de redes neurais são 
elementos que determinam, em parte, a evolução da linguagem 
de forma específica e, de maneira geral, a aprendizagem. 
A gravidade vai desde a mínima alteração de pronúncia ou 
articulação das palavras até a ausência de linguagem.
Para criança com desenvolvimento normal, a 
aprendizagem de leitura e escrita constitui a segunda 
oportunidade de comunicação; para a criança com PC, esse 
domínio pode representar uma das formas mais viáveis de 
comunicação e integração, pois, entre a vontade de realizar e o 
objetivo a ser atingido, há o obstáculo constituído e construído 
pela deficiência. Os meios acabam não correspondendo aos 
fins, culminado no fracasso da ação. A limitação não permite 
que a criança realize plenamente sua intenção e ação.
Todas as crianças têm possibilidades de aprender, em 
maior ou menor grau. Quando isso ocorre, é necessário 
investigar o mais precocemente a dificuldade.
Para finalizar, acrescento, portanto, que a qualidade de 
vida deve ser garantida nos anos da infância, da adolescência e 
da adultícia, sendo responsabilidade de os pais, os responsáveis, 
os professores evitarem a decadência silenciosa da educação 
e do aprendizado catastroficamente comprometido. A criança 
aguarda com prazer o referido aprendizado, acelerando 
espontaneamente por meio da motivação que amadurece, e 
se diferencia de forma progressiva em direção à qualidade do 
desempenho geral, acadêmico e profissional.
A criança e as síndromes genéticas
São definidas como alterações no desenvolvimento 
fetal, presentes desde a fecundação, localizadas ou nos 
cromossomos (cromossomopatias) ou nos genes (doenças 
gênicas). Determinam modificações físicas e/ou bioquímicas 
no feto, que ficarão toda a vida, desde o embrião à velhice.
Cito alguns sinais disgenéticos que educadores precisam 
identificar:
CABEÇA:
•	 Orelhas malformadas e de implantação baixa;
•	 Inclinação anormal das fissuras palpebrais;
•	 Hipertelorismo (afastamento horizontal exagerado 
dos olhos);
•	 Macroglossia (língua grande);
•	 Microftalmia (olhos pequenos);
•	 Macrognatia (tamanho anormal da mandíbula);
•	 Curvaturas anormais da abertura bucal e lábios 
alterados.
NAS MÃOS E/OU PÉS:
•	 Polidactilia (quantidade maior que os cinco dedos);
•	 Sindactilia (dedos grudados);
•	 Clinodactilia (inclinação lateral da última falange dos 
dedos);
•	 Braquidactilia (dedos pequenos e polegar grosso).
NO SISTEMA NERVOSO:
•	 Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
•	 Hipotonia;
•	 Surdez;
•	 Epilepsia;
•	 Deficiência intelectual;
•	 Hiperatividade;
•	 Hidrocefalia;
•	 Microcefalia;
•	 Fechamento precoce da fontenela.
TIPOS DE SÍNDROMES:
•	 Síndrome de Down – conhecida como trissomia do 
cromossomo 21.
•	 Síndrome de Edwards – outra trissomia do 
cromossomo 18
•	 Síndrome de Patan – trissomia do cromossomo 13.
Algumas vezes, alteração cromossômica não depende 
da presença de um pedaço extra de cromossomo, mas sim 
de mudanças na posição (translocação), falta de um pedaço 
(deleção), fragilidade em uma determinada ligação (x-frágil).
a) Síndrome de Turner – é localizada no cromossomo 
sexual X. Se for constituído por XX e 22 pares, 
será uma menina; ou por XY e 22 pares, será um 
menino. Quando um embrião contém apenas 
um cromossomo X, desenvolve-se uma anomalia 
cromossômica, só meninas podem apresentar tal 
transtorno, caracteriza-se além do cariótipo baixa 
estatura, gônada feminina anormal, pescoço alado, 
tórax largo com mamilos afastados, anomalias renais 
e cardiovasculares.
b) Síndrome de Klinefelter – afeta também os 
cromossomos sexuais, atinge os meninos e depende 
da trissomia do cromossomo Y. Apresenta testículos 
pequenos, seios desenvolvidos, voz feminina, 
deficiência intelectual, membros longos, andar sem 
equilíbrio e sem coordenação motora.
c) Síndrome do X-Frágil – é o comprometimento 
localizado no cromossomo X, que se torna 
susceptível a “quebrar-se”no contato com uma 
determina substância. A principal manifestação é 
comprometimento da inteligência, que determina 
desde dificuldades de aprendizagem até causas mais 
frequentes de deficiência intelectual. Pode atingir 
vários membros da família, sem que se observem 
sinais disgenéticos importantes.
d) Síndrome Feto-Alcoólico – não é uma síndrome 
genética, porém adquirida em fase embrionária. 
Tem como características clínicas baixo peso, baixa 
estatura, comprometimento cognitivo, microcefalia, 
aberturas palpebrais pequenas, anomalias cardíacas, 
longa distância entre o nariz e os lábios, linguagem 
e fala atrasada, desenvolvimento escolar bastante 
prejudicado.
É bom lembrar que as Síndromes Genéticas podem ter 
32Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
o exame do cariótipo normal e, mesmo assim, tratar-se de 
doença que acomete o desenvolvimento embrionário desde 
a fecundação.
4- O adolescente
Cerca de 300 anos antes de Cristo, Aristóteles queixava- 
se de que os adolescentes são “apaixonados, irracionais 
e sujeitos a serem levados por seus impulsos” (Kiell apud 
Mussen, 1967, p. 18-19). Platão aconselhava que não fosse 
permitido aos meninos beber antes dos 18 anos, devido à 
sua excitabilidade: “Fogo não deve ser derramado no fogo” 
(Platão, 1953, p. 14). Em um sermão fúnebre, um pároco 
do século XVII comparou a juventude a “um novo navio 
navegando no oceano sem um leme ou lastro nem um capitão 
para manejá-lo” (Smith, 1977, p. 497).
No início desse século, G. Stanley Hall, fundador da 
American Psychological Association e iniciador do estudo 
científico da adolescência, introduziu a noção da adolescência 
como um período de grande “tormenta e tensão”, bem como 
de imenso potencial físico, mental e emocional.
No entanto, não pode ser negado que a adolescência seja 
um período desafiador e, às vezes, difícil da vida. Afinal, a 
adolescência é considerada um período de mudanças – não 
só físicas, sexuais, psicológicas e cognitivas, mas também nas 
demandas sociais feitas pelos pais, companheiros, professores 
e pela sociedade em si.
Várias demandas para socialização, por independência, 
mudanças de relacionamento com os companheiros e com 
os adultos, ajustamento sexual, preparação educacional e 
vocacional são feitas ao mesmo tempo em que o jovem está 
passando por um nível de maturação biológica quase sem 
precedentes. Além de ter que lidar com todas essas mudanças 
no desenvolvimento, os adolescentes estão lutando para 
alcançar suas próprias identidades e buscando por respostas 
à velha questão: “Quem sou eu?”.
Segundo Mussen (1995), o termo adolescência vem do 
latim adolescere, que significa “crescer para a maturidade”. A 
adolescência começa com as questões biológicas de mudança 
na estrutura corporal e termina com as questões culturais, 
pois em algumas culturas pode ser breve, saindo da infância 
e assumindo a vida adulta, em outras culturas a adolescência 
se prolonga por anos. Segundo o Estatuto da Criança e do 
Adolescente a adolescência é definida como uma etapa da 
vida entre os 12 e os 18 anos.
O termo puberdade refere-se a primeira fase da 
adolescência, na qual há a maturação sexual, o aumento dos 
hormônios, sendo assim aumento dos ovários nas meninas e 
dos testículos nos meninos, que normalmente é acompanhado 
do “estirão de crescimento” no peso e na altura.
Em ambos os sexos, o estirão de crescimento adolescente 
dura cerca de 4 anos e meio (Boxer; Petersen apud Mussen, 
1995). Para os meninos, o pico crescimento ocorre, em média, 
aos 13 anos, nas meninas, isso ocorre aproximadamente dois 
anos antes, aos 11 anos. Em média, o estirão do crescimento 
no menino começa alguns meses antes de completar 11 anos, 
embora possa começar aos 9 anos. Da mesma forma, o estirão 
de crescimento geralmente se completa um pouco depois de 
15 anos, mas pode continuar até os 17 anos. Nas meninas, o 
estirão de crescimento geralmente começa e termina cerca de 
dois anos antes. Pode haver um crescimento mais lento durante 
muitos anos, depois do estirão de crescimento se completar. 
Uma vez que o início do estirão de crescimento é tão variável, 
alguns jovens completam seu período de crescimento no 
período da puberdade antes dos outros começarem.
Mudança de aparência física
Segundo Mussen (1995), as mudanças na altura e no peso 
são acompanhadas de mudanças corporais, como a cabeça, os 
pés e as mãos atingem seu tamanho máximo, os braços e as 
pernas crescem mais rapidamente que o tronco.
Neste sentido, fica evidente porque alguns adolescentes 
se sentem desajustados e muitas vezes “desastrados”, afinal 
perdem a noção corporal e ficam sujeitos aos pequenos 
acidentes e esbarrões.
Os meninos desenvolvem ossos mais largos e espessos, 
mais tecido muscular e ombros mais largos, como resultado, 
os homens se tornam mais fortes. Nas meninas, há o aumento 
dos seios e dos quadris. Outro fator interessante nos meninos 
é o aumento do coração e pulmão, consequentemente 
havendo maior oxigenação sanguínea e maior resistência a 
esforços físicos.
Torna-se completo o desenvolvimento dos pelos 
pubianos, seguido do desenvolvimento maduro das mamas e 
termino do desenvolvimento dos pelos axilares;
Termina o período de “esterilidade adolescente” 
e a menina se torna capaz de conceber (até um ano 
aproximadamente após a menarca).
5- Aspectos psicológicos da 
adolescência
O surgimento do conceito de adolescência ocorreu, 
primeiramente, por meio de Rosseau, no século XVIII, ao 
escrever a sua obra Emílio. Segundo Rosseau, a adolescência 
é um período de modificações, um segundo nascimento em 
direção à autonomia da vida adulta.
Na psicologia, o conceito de adolescência foi introduzido 
no início do século XX, com Stanley Hall (1844-1924), 
considerado o fundador da psicologia do adolescente, 
concebendo-a como uma etapa marcada por crises, angustias, 
turbulências e conturbações vinculadas à sexualidade.
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano 
em que o indivíduo se prepara para uma grande mudança 
de status, da infância para a vida adulta. Segundo Outeiral 
(2003), a identidade sexual adquire sua estrutura e seu perfil 
definitivo na adolescência. Ocorrendo, assim, a passagem da 
bissexualidade (infantil) para a heterossexualidade (adulto), 
esta transição se dá como uma vivência muito importante, 
tanto socialmente como para o mundo interno do indivíduo, 
pois assim ele poderá dar conta de sua incompletude.
O termo adolescência vincula-se às teorias psicológicas, 
considerando o indivíduo como ser psíquico, pautado pela 
realidade que constrói e por sua experiência subjetiva.
Vigotski (2004) destaca:
A adolescência caracteriza-se pelo 
33
estabelecimento das relações com o meio 
por ser uma fase de transição entre a infância 
e a juventude. É uma etapa entre a infância 
e a juventude. Uma fase extremamente 
importante do desenvolvimento, com 
características muito próprias, que levará o 
adolescente a tornar-se um adulto, acrescida 
da capacidade de reprodução (Vigotsky, 2004, 
p.56).
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a 
adolescência constitui-se em um processo fundamentalmente 
biológico, durante o qual se acelera o desenvolvimento 
cognitivo e a estruturação da personalidade. Abrange as 
idades de dez a dezenove anos, divididas nas etapas de pré- 
adolescência (dos dez aos quatorze anos) e de adolescência 
propriamente dita (de quinze a dezenove anos).
Assim, a adolescência como fase da vida, caracteriza-se 
como um momento de vida, um período de transição entre a 
infância e a vida adulta, entre a dependência e a maturidade.
Entre as principais alterações pelas quais o adolescente 
passa, destacam-se o desenvolvimento do pensamento 
abstrato e formal, o estabelecimento da identidade sexual e 
a solidificação de amizades com a provável experimentação 
de grupos.
A adolescência é uma fase de grandes mudanças físicas 
e psicológicas e caracteriza, principalmente nas culturas 
ocidentais, a passagem da infância para a vidaadulta. A 
maturação sexual é acompanhada por reações emocionais 
mistas (ansiedade, temor, excitação, prazer) e mudanças 
frequentes de humor, alternando-se desânimo e entusiasmo. 
O nível de estresse do adolescente também está aumentando 
à medida que a sociedade se torna mais complexa, exigindo 
mecanismos psicológicos adaptativos mais elaborados 
(Nascimento, 2011, p. 65).
A sexualidade também é um elemento importante para 
a análise da dinâmica do adolescente. Ela é classificada por 
muitos autores como atividade de risco. As mudanças que 
caracterizam a adolescência incluem a consolidação do tipo 
de atração sexual vivida pelo indivíduo.
Essa formação de identidade, causa no adolescente 
vários conflitos e a busca das experiências. A formação da 
identidade começa na infância, e conclui-se na adolescência.
Porém, é na adolescência, devido às mudanças físicas 
e psicológicas, sexuais e cognitivas que estes precisam 
integrar todas as características. Tendo uma visão muito mais 
sofisticada de si e de suas características pessoas e psicológicas.
Pesquisas feitas por meio de autodescrição comprovam 
que uma criança se descreve bem mais por meio de suas 
características físicas e um adolescente se descreve por meio 
das características psicológicas.
Oito Estágios do Desenvolvimento de Erik Erikson
Erik Erikson, um teórico psicanalítico, propôs revisões importantes 
das ideias de Freud sobre os estágios de desenvolvimento. Erikson 
achava que Freud havia valorizado demasiadamente os determinantes 
biológicos e sexuais da mudança no desenvolvimento e subestimava a 
importância das experiências de educação dos filhos, das relações sociais 
e das influencias culturais no desenvolvimento do ego ou eu. Acreditava 
ainda que as importantes mudanças no desenvolvimento acorriam 
depois da meninice. Assim, Erikson, propôs uma serie de oito estágios 
de desenvolvimento, estendendo-se por toda a vida. A teoria de Erikson 
estimulou poucas pesquisas sobre crianças pequenas. Entretanto, foi 
influente na geração de pesquisas sobre o desenvolvimento adolescente 
e adulto.
Os oito estágios propostos por Erikson são apresentados na figura deste 
Quadro. Cada estagio é definido por uma tarefa de desenvolvimento 
ou crise que precisa ser resolvida para que o individuo mantenha um 
padrão saudável de desenvolvimento.
- A maior preocupação do primeiro estágio é o estabelecimento da 
confiança. Erikson acreditava que os bebês desenvolvem a confiança 
quando seu mundo é coerente e previsível – quando eles são 
alimentados, recebem cuidados, carinho, e seu bem-estar é mantido de 
forma constante.
- O 2ª estágio é descrito como um conflito entre a autonomia, a 
vergonha e a dúvida. Entre 1 e 2 anos, as crianças começam a afirmar 
sua independência – elas dizem não, podem andar e correr para onde 
quiserem. O treino de toalete, frequentemente iniciado nesse período, 
pode se tornar uma batalha onde a criança se recusa a fazer o que os 
pais desejam. Erikson acreditava que é importante dar às crianças um 
sentido de autonomia e não ser ríspido e punitivo durante esse período. 
Os pais que deixam seus filhos envergonhados por se portarem mal 
poderiam criar uma dúvida básica sobre ser independente.
- O 3ª estágio envolve um conflito entre a iniciativa e a culpa. A criança 
nessa fase começa a ser orientada para tarefas e a planejar as novas 
atividades. É um período em que a masturbação e a curiosidade sexual 
são notadas frequentemente pelos pais. O perigo nesse período, de 
acordo com Erikson, é que a criança pode desenvolver culpa excessiva 
de suas ações.
- Durante a meninice, as crianças precisam resolver o conflito entre 
o esforço e a inferioridade. As crianças entram na escola, começam a 
realizar tarefas e adquirem habilidades importantes. O desempenho 
em um sentido de competência específica ou passar por experiências 
repetidas de fracasso pode desenvolver sentimentos fortes de 
inferioridade.
- O principal conflito na adolescência é a formação de identidade 
versus confusão de papel. A pessoa jovem solidifica muitos elementos 
da identidade da meninice e forma uma clara identidade vocacional e 
pessoal. A falha em resolver este conflito pode resultar em confusão 
de papel ou difusão de identidade. Erikson reconhecia que a formação 
de identidade podia prosseguir de modo diferente para os dois sexos, 
porque a sociedade realça papéis adultos diferentes para eles. Julgava 
que a identidade de carreira era extremamente importante para o sexo 
masculino, mas a identidade para as mulheres podia centrar-se no 
futuro marido e em seu papel de esposa e mãe. As mudanças nos papéis 
das mulheres nos últimos anos levaram muitos psicólogos a revisar esse 
trecho da teoria, a fim de incluir também metas de carreira profissional 
como parte da identidade feminina.
- No estágio adulto jovem, o conflito principal é a intimidade em 
contraposição ao isolamento. Precisam ser formados relacionamentos 
pessoais profundos e duradouros. Uma pessoa que não os forma pode 
ficar psicologicamente isolada das outras e ter apenas relacionamentos 
sociais superficiais. De acordo com Erikson, o relacionamento intimo 
mais importante é um relacionamento sexual comprometido com um 
parceiro do outro sexo. Uma vez mais, esse ponto de vista foi contestado 
como desnecessariamente restrito; algumas pessoas argumentaram 
que muitos tipos de relacionamento íntimos são importantes e 
compensadores. No estágio adulto médio, o conflito é entre a produção 
34Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
e a estagnação. Uma forma de produção é ter filhos, mas ser produtivo 
e criativo no próprio trabalho ou em outras atividades também pode 
ser importante. Sem um sentido de produção ou criatividade, Erikson 
argumentou, um adulto fica estagnado e deixa de crescer.
O conflito final é entre integridade do ego e desespero. A pessoa com 
integridade do ego tem um senso de ordem e significado na vida e 
um sentimento de satisfação com o que foi realizado em suas vidas. 
Percebem-se como integrantes da cultura maior ou do mundo. o 
desespero pode ocorrer quando as pessoas começam a temer a morte 
ou quando não aceitam a vida que levaram como satisfatória ou digna 
(Erikson, 1963 apud Mussen, 1995, p. 559-561).
6- Adolescência hoje
Segundo Bock (2008), um grupo de psicólogos e 
pesquisadores da Universidade de Roma realizou uma pesquisa 
com jovens italianos, originando um extenso volume chamado 
“A condição juvenil: Critica à Psicologia do Adolescente e do 
Jovem”, publicado em 1980. Nesse livro, procuraram discutir 
a definição da adolescência e do jovem chegando a conclusão 
que adolescência e juventude não tem definição precisa. Já no 
senso comum existe o conhecimento destes termos, sendo o 
período que ocorre após a infância e antecede a fase adulta.
Porém, os critérios que definem e identificam essa etapa 
são construídos pela cultura. Assim como em uma cultura 
como a nossa, na qual existe uma exigência que seus membros 
se preparem para a vida adulta.
Para entender melhor este sentido da adolescência 
enquanto uma construção cultural, Bock (2008) cita um 
estudo realizado por Bronislaw Maliowski, sobre os nativos 
trobriandeses, das ilhas da Nova Guiné, na Oceania.
Nesta ilha, os nativos jovens iniciam a puberdade muito 
antes que em nossa sociedade e com isso, meninos e meninas 
já iniciam sua vida sexual. Não há ritos de passagem, o 
rapaz apenas vai participando cada vez mais das atividades 
econômicas da tribo até se tornar um membro pleno.
Neste sentido, a autora esclarece que por mais que exista 
uma inicialização deste jovem tribal a fase adulta, é muito 
diferente em nossa cultura, principalmente em relação a 
iniciação sexual.
Na nossa sociedade, são aspectos normais da adolescência 
a busca de si mesmo e da identidade, tendência grupal, 
necessidade de intelectualizar e fantasiar, crises religiosas, 
deslocalização temporal, evolução sexual, atitude social 
reivindicatória com tendências anti ou associais,contradições 
sexuais, separação progressiva dos pais e constantes flutuações 
de humor.
Como já vimos, a adolescência é uma construção 
moderna e tem a ver com as formas de vida da sociedade 
industrial. Na sociedade pré-industrial, as crianças passavam 
da infância a fase adulta, desde pequenos trabalhavam com 
seus pais e a partir do momento que tivessem força física, 
tamanho e possibilidade de procriação iniciavam no mundo 
dos adultos.
Com a revolução industrial, as crianças já não tinham 
com quem aprender um ofício e surgiram então as escolas, 
local onde ficavam enquanto os pais estavam nas fábricas.
A revolução industrial trouxe muitas mudanças 
para o mundo e para a vida. Uma delas foi 
deslocar os adultos, que até então trabalhavam 
em casa ou perto dela, para a fábrica. As 
crianças que aprendiam o oficio de seus pais 
agora não aprenderiam mais, precisariam 
de outro espaço para ficar enquanto os pais 
trabalhavam e precisariam de algum lugar 
para aprender a trabalhar. A escola então 
se apresentou, e ali as crianças ficavam para 
ocupar o tempo enquanto seus pais estavam 
nas fábricas e, posteriormente para aprender 
os conteúdos mínimos necessários para 
trabalhar na sociedade industrial (Bock, 
2008, p. 300).
Posteriormente, houve a necessidade de manter as 
crianças mais tempo na escola. Bock (2008) cita que com o 
avanço da tecnologia, houve o aumento da longevidade da 
população e com isso a necessidade de um “ represamento 
dos jovens” na escola, para que não ocupassem o lugar dos 
pais no mercado de trabalho.
Viveriam coletivamente a mesma contradição
– capazes, mas não autorizados a ocupar 
um lugar de adulto. Identificariam-se entre 
si por viverem esta mesma situação social. 
Estariam dadas as condições históricas para o 
surgimento de um grupo social que apresentaria 
comportamentos semelhantes, relacionados a 
essa situação: rebeldia contra o mundo adulto, 
onipotência, crise de identidade, tendência 
a construção de grandes planos e projetos 
futuros, grupalização e formação de turmas 
(Bock, 2008, p. 300).
Atualmente, o que vemos é a adolescência assumindo 
diferentes padrões, conforme a classe social a qual o jovem esta 
inserido. Assim, a adolescência não é igual para todos os jovens. 
Alguns jovens de família de baixa renda entram no mercado 
de trabalho muito cedo, já assumindo responsabilidades 
financeiras de ajudar nas despesas domésticas, enquanto 
outros jovens de classe média e classe média alta permanecem 
na casa dos pais, sendo sustentados por estes até concluírem 
seus estudos superiores ou de pós graduação. Alguns autores 
chamam de “prolongamento da adolescência”. Claro que em 
relação ao contexto acima, o mercado de trabalho não é o 
único meio de definir a adolescência.
É importante entender que a adolescência é o período 
de preparação para a fase adulta e de construção da sua 
identidade.
É comum neste período, as chamadas crises da 
adolescência, que nada mais são que crises de identidade. 
Afinal, o jovem que viveu até o momento com os valores 
familiares, se depara com outros conhecimentos e valores 
sociais, de grupos de amigos, assim passam a questionar 
os ensinamentos tidos como único recebidos até aquele 
momento.
Nesta ânsia de ser adulto independente e de tomar suas 
próprias decisões, como alguns conceitos do que é certo ou 
errado, com alguns ensinamentos visto como corretos até o 
momento, juntamente com a angústia de não ser mais criança 
35
e de querer ser adulto e tomar suas próprias decisões entra em 
crise de identidade.
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
esse tópico, vamos recordar:
Retomando a aula
1 - A primeira infância
No primeiro ano de vida, ocorre também uma maturação 
do cérebro e, com isso, o aumento das sinapses e da conexão 
entre suas várias partes. Daí a necessidade da estimulação 
usual, da fala e da aprendizagem.
Após o primeiro ano de vida, esta taxa do crescimento 
torna-se mais lenta, o aparecimento da fala ocorre entre 1 e 
3 anos de idade. Com a maturação cerebral, há também uma 
maior agilidade motora da criança, permitindo que sente, 
engatinhe e ande, o que ocorre em média em torno de 1 ano 
de vida.
O desenvolvimento cognitivo, como a memória, a 
linguagem e a autoconsciência não estão localizadas em 
lugares específicos do cérebro, mas derivam de relações 
complexas entre as diferentes partes do cérebro.
A capacidade da memória parece aumentar após 8 meses 
de idade. É comum nesta idade os pais brincarem escondendo 
um brinquedo sob um pano e os bebês o recuperarem.
2 - A segunda infância
Mussen (1995) cita que as crianças nesta idade têm 
tendência e a capacidade de tratar um objeto como se fosse 
outra coisa, ou seja, um talento para o “faz de conta”, sendo 
que esta é provavelmente uma qualidade exclusivamente do 
ser humano.
Os psicólogos supõem que, durante a maior parte do 
primeiro ano, as crianças reagem a novos eventos, criando 
esquemas cujas características correspondem àquelas do 
evento original.
O simbolismo que a criança faz traz noção de brincadeira. 
As crianças, em seus desenhos, mesmo se tratando das 
garatujas, estão desenvolvendo a função simbólica.
Outro tipo de brincadeira simbólica da criança é fazer de 
conta que é outra pessoa, em geral pai ou mãe.
A partir dos dois anos e meio, é comum que as crianças 
comecem a adquirir o comportamento de brincar com outras 
crianças sendo bem raro antes dessa idade.
3 - Crianças com necessidades especiais
A criança com necessidades especiais é aquela que 
se desvia do “normal” físico, social ou mental, a ponto de 
precisar de cuidados especiais, seja por algum tempo ou 
permanentemente, podendo apresentar-se com atraso mental, 
lentidão na aprendizagem e altas habilidades.
O atendimento pode ser feito na escola, em classes 
especiais e regulares, porém, desvios extremos requerem 
instalações apropriadas e profissionais especializados.
Em relação à Deficiência Intelectual, segundo a 
classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a 
gravidade do quadro seria classificada em 4 níveis: profundo, 
grave, moderado e leve.
A criança demora a aprender, precisando de repetição de 
estímulos de maneira intensa, daí a importância de conhecer 
a fisiologia do encéfalo para favorecer a educação sensorial. 
Apresenta dificuldades na discriminação dos objetos, 
percepção exata que, por deficiência dos sentidos, prejudicam 
o aprendizado.
A criança com Altas Habilidades revela-se por um 
conjunto de traços e características, e não apenas pela 
velocidade do desenvolvimento ou por demonstração de 
inteligência.
São geralmente independentes, confiantes de ideias 
claras, atitudes pertinentes. São capazes de formular conceitos 
críticos e pensar de modo organizado. Só pode ser definida se 
a criança possui altas habilidades, depois dos cincos anos, caso 
a criança permaneça apresentando “fôlego intelectual”.
A criança com lesão cerebral, ocorrida em estágios 
precoces de seu desenvolvimento, torna-se exposta às 
diversidades que interferem no contínuo e dinâmico 
amadurecimento do sistema nervoso, condições essas 
importantes no processamento de informações relacionadas à 
aprendizagem, particularmente das aquisições mais elaboradas 
da mente humana, que é a capacidade de ler e escrever.
O termo Paralisia Cerebral (PC) tem sido empregado 
em um grupo heterogêneo de condições clínicas, 
caracterizados por distúrbios motores e alterações posturais 
permanentemente, de etiologia não progressiva, que ocorre 
no cérebro imaturo, podendo ou não estar associado às 
alterações cognitivas.
A criança com Síndromes Genéticas tem alterações 
no desenvolvimento fetal, presentes desde a fecundação, 
localizadas ou nos cromossomos (cromossomopatias) ou nos 
genes (doenças gênicas). Determinam modificações físicas 
e ou bioquímicas no feto, que ficarão toda a vida, desde o 
embrião à velhice. 
4- O adolescente
A adolescência é considerada um período de mudanças– 
não só físicas, sexuais, psicológicas e cognitivas, mas também 
nas demandas sociais feitas pelos pais, companheiros, 
professores e pela sociedade em si. Várias demandas para 
socialização, por independência, mudanças de relacionamento 
com os companheiros e com os adultos, ajustamento sexual, 
preparação educacional e vocacional, são feitas ao mesmo 
tempo em que o jovem está passando por um nível de 
maturação biológica quase sem precedentes.
Segundo Mussen (1995), o termo adolescência vem do 
latim adolescere, que significa “crescer para a maturidade”. A 
adolescência começa com as questões biológicas de mudança 
na estrutura corporal e termina com as questões culturais, 
pois em algumas culturas pode ser breve, saindo da infância 
36Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
e assumindo a vida adulta, em outras culturas a adolescência 
se prolonga por anos. Segundo o Estatuto da Criança e do 
Adolescente a adolescência é definida como uma etapa da 
vida entre os 12 e os 18 anos.
O termo puberdade refere-se à primeira fase da 
adolescência, na qual há a maturação sexual, o aumento dos 
hormônios, sendo assim aumento dos ovários nas meninas e 
dos testículos nos meninos, que normalmente é acompanhado 
do “estirão de crescimento” no peso e na altura.
Para a teoria de Jean Piaget o início da adolescência é 
caracterizado pela fase do pensamento operatório formal. 
É importante compreender que esta fase não ocorre 
repentinamente, mas gradativamente.
5 - Aspectos psicológicos da adolescência
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano 
em que o indivíduo se prepara para uma grande mudança de 
status, da infância para a vida adulta. Segundo Outeiral (2003), 
a identidade sexual adquire sua estrutura e seu perfil definitivo 
na adolescência.
Entre as principais alterações pelas quais o adolescente 
passa, destacam-se o desenvolvimento do pensamento 
abstrato e formal, o estabelecimento da identidade sexual e 
a solidificação de amizades com a provável experimentação 
de grupos.
Essa formação de identidade causa no adolescente vários 
conflitos e a busca das experiências. É na adolescência, devido 
às mudanças físicas e psicológicas, sexuais e cognitivas que 
estes precisam integrar todas as características. Tendo uma 
visão muito mais sofisticada de si e de suas características 
pessoas e psicológicas.
6 - Adolescência hoje
A adolescência é uma construção moderna e tem a ver 
com as formas de vida da sociedade industrial. Na sociedade 
pré-industrial, as crianças passavam da infância a fase adulta, 
desde pequenos trabalhavam com seus pais e a partir do 
momento que tivessem força física, tamanho e possibilidade 
de procriação iniciavam no mundo dos adultos.
Atualmente, o que vemos é a adolescência assumindo 
diferentes padrões, conforme a classe social a qual o jovem 
esta inserido. Assim, a adolescência não é igual para todos os 
jovens, nem é igual em todas as culturas.
É importante entender que a adolescência é o período 
de preparação para a fase adulta e de construção da sua 
identidade, sendo comuns as crises de identidade.
FEURESTEIN I. Aprender a Aprender. São Paulo: 
SENAC. 1999.
Vale a pena ler
Vale a pena
CALLIGARIS, Contardo. A Adolescência. 2. ed. São 
Paulo: Publifolha. 2009.
Meu filho Meu mundo/ O óleo de Lorenzo.
Vale a pena assistir
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