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Mercado de Opções Prof. Luiggi Senna Objetivos O objetivo principal do curso é permitir ao aluno se familiarizar com o tema Opções, habilitando o mesmo para: • Conhecer os diferentes produtos financeiros • Entender como funciona o mercado • Compreender os riscos envolvidos • Saber precificar os produtos financeiros • Identificar oportunidades para a utilização dos produtos financeiros Ementa Opções é tema fundamental para o aluno de Finanças. Além de ser um produto financeiro amplamente negociado no mercado, é também utilizado em diversas estratégias financeiras tanto no mercado financeiro como empresarial, para hedge e arbitragem. Além disso, os conceitos por traz do tema permitem ao aluno observar oportunidades em qualquer segmento de mercado, tanto na formulação de contratos de fornecimento de serviços, como no investimento em ativos reais. Metodologia e Avaliação • Trabalho 1 = Nota de 0 a 10 = (Peso 30% na média final) • Trabalho 2 = Nota de 0 a 10 = (Peso 60% na média final) • Listas de exercícios = Média das Notas de 0 a 10 = (Peso 10% na média final) • Nota 1*(0,3) + Nota 2*(0,6) + Média das Notas das Listas*(0,1) A participação individual de cada aluno poderá ser levada em conta na composição final da nota. Bibliografia • HULL, J.C. Opções, futuros e outros derivativos. 9ª Edição. Bookman, 2016. • HULL, J.C. Introdução aos mercados futuros e de opções. 2ª Edição. BM&F1996. • BODIE, KANE, MARCUS. Investimentos. 10ª Edição. AMGH Editora, 2015. • ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 15ª Edição. Atlas, 2021. Características • Uma opção dá ao titular o direito de fazer algo (mas não a obrigação) • A compra de uma opção exige pagamento adiantado (prêmio) • Nos contratos futuro e a termo as duas partes se comprometem com uma ação, porém não há custo inicial (exceto por requerimentos de margem e garantia) Características • Opção de compra (call) dá ao titular o direito de comprar o ativo subjacente • Opção de venda (put) dá ao titular o direito de vender o ativo subjacente • Estes contratos sempre tem uma data determinada para o exercício da opção (data de expiração, de exercício ou maturidade) e um preço específico (strike price) Características • Podem ser americanas ou europeias • Americanas podem ser exercidas a qualquer momento até a data de exercício • Europeias podem ser exercidas somente na data de vencimento • As opções europeias são mais fáceis de analisar que as americanas e podemos deduzir algumas propriedades da última a partir da primeira Características • Todo contrato de opção tem dois lados. • Um lado é o do investidor que adquiriu a opção. • O outro lado é o do investidor que vendeu ou lançou a opção. • O lançador de uma opção recebe caixa à vista, mas tem um passivo potencial no futuro. • O lucro ou perda do lançador é o contrário daquele do comprador da opção. Características • Datas de expiração • Preços de exercício • Classe de opção: Compra ou Venda • Série de opção: é composta de todas as opções de uma determinada classe com a mesma data de expiração e preço de exercício Características • As opções podem ser negociadas em bolsas ou no mercado de balcão. • O mercado de balcão para opções tem ganhado importância desde o início da década de 1980 e agora é maior do que o mercado negociado em bolsas. Os principais participantes dos mercados de balcão são instituições financeiras, tesoureiros corporativos e gerentes de fundos. • As opções têm uma ampla variedade de ativos subjacentes. As opções de balcão sobre taxas de câmbio e taxas de juros são especialmente populares. • A principal desvantagem do mercado de balcão é que o lançador da opção pode inadimplir. Isso significa que o comprador está sujeito a algum risco de crédito. Na tentativa de superar essa desvantagem, os participantes do mercado (e os reguladores) muitas vezes exigem que as contrapartes ofereçam garantias. • Os instrumentos negociados no mercado de balcão muitas vezes são estruturados por instituições financeiras para atender as necessidades exatas de seus clientes. Às vezes, isso envolve escolher datas de exercício, preços de exercício e tamanhos de contrato diferentes daqueles oferecidos por uma bolsa. • Em outros casos, a estrutura da opção é diferente dos calls e puts tradicionais. A opção é então chamada de opção exótica. Características https://www.b3.com.br/pt_br/produtos -e-servicos/negociacao/renda- variavel/opcoes-sobre-acoes.htm Características file:///C:/Users/luigg/Downloads/Contrato%20O pcoes%20de%20Compra%20sobre%20Acoes_ %20Units_%20ETFs%20e%20BDRs%20(4).pdf Materiais adicionais: https://www.b3.com.br/pt_br/solucoes/plataformas/puma-trading- system/para-participantes-e-traders/regras-e-parametros-de- negociacao/tuneis-de-negociacao/ https://www.b3.com.br/data/files/BD/47/D1/12/FE4666102F630666AC094EA8/Man ual%20de%20Calculo%20dos%20Tuneis%20de%20Opcoes.pdf https://www.b3.com.br/data/files/82/A3/50/AE/816D87107016CC87AC094EA8/Exer cicio%20Automatico%20de%20Opcoes%20- %20O%20que%20muda.pdf?csrt=10092658672849719821 Características – taxas B3 https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e- servicos/tarifas/listados-a-vista-e- derivativos/renda-variavel/tarifas-de- acoes-e-fundos-de-investimento/opcoes- de-acoes/ Características – Séries e meses de vencimento Mês de vencimento Data de Vencimento Série da Opção de Compra (CALL) Série da Opção de Venda (PUT) Janeiro 20/01/2023 A M Fevereiro 17/02/2023 B N Março 17/03/2023 C O Abril 20/04/2023 D P Maio 19/05/2023 E Q Junho 16/06/2023 F R Julho 21/07/2023 G S Agosto 18/08/2023 H T Setembro 15/09/2023 I U Outubro 20/10/2023 J V Novembro 17/11/2023 K W Dezembro 15/12/2023 L X Características – posições em aberto https://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e- indices/servicos-de-dados/market- data/consultas/mercado-a-vista/opcoes/posicoes- em-aberto/posicoes-em-aberto- 8AE490C877D179740177DEC0BF4C5BD2.htm?empres aEmissora=AMBEV%20S.A.&data=28/02/2023&f=0 Características – posições em aberto https://bvmf.bmfbovespa.com.br/cias- listadas/Titulos- Negociaveis/DetalheTitulosNegociaveis.as px?or=res&cb=ABEV&tip=I&idioma=en-US Características – margem mínima file:///C:/Users/luigg/Downloads/CORE - Fórmulas e Mapeamentos - V1.11.pdf https://simulador.b3.com.br/ Características – exercício B3 https://ajuda.modalmais.com.br/hc/pt- br/articles/1500008094002-Tudo-sobre-o- exerc%C3%ADcio-de- op%C3%A7%C3%B5es-de- A%C3%A7%C3%B5es-Units-e-ETFs Características – identificando opções https://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e- indices/servicos-de-dados/market- data/consultas/mercado-a- vista/opcoes/posicoes-em-aberto/ Buscar VALE S.A. e identificar opções com maior volume negociado. https://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e- indices/servicos-de-dados/market- data/cotacoes/ Buscar gráfico de preço do ativo e derivativo. Características – Ativos Subjacentes • Opções sobre ações: São negociadas opções sobre milhares de ações diferentes. Um contrato dá ao titular o direito de comprar ou vender ações por um preço de exercício específico. • Opções de moeda estrangeira: A maior parte da negociação de opções de moeda ocorre no mercado de balcão, mas uma parcela é negociada em bolsas. Um contrato é referente à compra ou venda de unidades de uma moeda estrangeira pela moeda local. • Opções de índice: Muitas opções de índice diferentes são negociadas em todo o mundo, tanto no mercado de balcão quanto no de bolsas. Um contrato se refere à compra ou venda do índice ao preço de exercício especificado. A liquidação é sempre em caixa e não pela entrega do portfólio subjacente ao índice. • Opções sobre futuros: Quando uma bolsa negocia um contrato futuro específico, ela muitas vezes negocia também opções americanas sobre esse contrato. A vida de uma opção sobre futuro normalmente termina em um breve período de tempo antes da expiração das negociações do contrato futuro subjacente. Quando uma opção de compra é exercida, o ganhodo titular é igual ao excedente do preço futuro em relação ao preço de exercício. Quando uma opção de venda é exercida, o ganho do titular é igual ao excedente do preço de exercício em relação ao preço futuro. Características – Produtos não padrão • Opções flexíveis (ou FLEX) sobre ações e índices de ações: Essas são opções nas quais os traders concordam em utilizar termos não padrões. Esses termos não padrões podem envolver um preço de exercício ou uma data de expiração diferente daqueles que costumam ser oferecidos pela bolsa. • Opções sobre fundos de índices • Opções binárias: São opções que oferecem um resultado fixo se o preço de exercício for alcançado. Por exemplo, uma opção de compra binária com preço de exercício de $50 oferece um resultado de $100 se o preço da ação subjacente exceder $50 na data de expiração; uma opção de venda binária com preço de exercício de $50 oferece um resultado de $100 se o preço da ação ficar abaixo de $50 na data de expiração. • Credit event binary Options (CEBOs): São opções que oferecem resultado fixo se uma determinada empresa sofre um “evento de crédito” até a data da maturidade, como falência, não pagamento de juros ou principal de uma dívida ou reestruturação de dívidas. Um CEBO é um tipo de credit default swap. • Opções DOOM: São opções de venda muito fora do dinheiro. Como têm preços de exercício baixíssimos, elas custam muito pouco. Essas opções oferecem um resultado apenas se o preço do ativo subjacente despenca. As opções DOOM oferecem o mesmo tipo de proteção que os credit default swaps. Funcionamento do mercado – Market Makers e Spread de Compra e Venda • Um market maker para determinada opção é um indivíduo que, quando solicitado, cota um preço de oferta de compra e de venda para a opção. • A oferta de compra é o preço pelo qual o market maker está preparado para comprar, enquanto a oferta de venda é o preço pelo qual o market maker está disposto a vender. • A oferta de venda é sempre maior do que a de compra, e a diferença entre elas é chamada de spread entre compra e venda. A bolsa estabelece limites máximos para esse spread. • A existência do market maker garante que as ordens de compra e venda sempre poderão ser executadas a algum preço e sem qualquer atraso. Os market makers, por consequência, agregam liquidez ao mercado. • Os market makers em si obtêm seu lucro com o spread entre compra e venda. Funcionamento do mercado – Ordens de Encerramento • Um investidor que adquiriu opções pode encerrar a posição pela emissão de uma ordem de encerramento referente à venda do mesmo número de opções. • Da mesma forma, um investidor que lançou opções pode encerrar sua posição emitindo uma ordem de encerramento referente à compra do mesmo número de opções. Nesse aspecto, os mercados de opções são semelhantes aos mercados futuros. • Se, quando um contrato de opção é negociado, nenhum dos investidores está encerrando uma posição existente, as posições em aberto aumentam em um contrato. • Se um investidor está encerrando uma posição e o outro não, as posições em aberto permanecem iguais. • Se ambos os investidores estão encerrando posições existentes, as posições em aberto diminuem em um contrato. Payoff • Vamos ignorar o valor temporal do dinheiro. O lucro será o resultado final menos o custo inicial Payoff • Considere a situação de um investidor que adquire uma opção de compra europeia com preço de exercício de $100 (K) para comprar 100 ações (n) de determinada empresa. • Suponha que o preço atual da ação é $98 (S0), a data de expiração da opção é em 4 meses (T) e o preço de uma opção para comprar uma ação é $5 (c). O investimento inicial é $500. • Como a opção é europeia, o investidor somente pode exercê-la na data de expiração. Payoff • Se o preço da ação nessa data for inferior a $100, o investidor claramente escolherá não exercer a opção. Não faz sentido comprar por $100 uma ação que tem valor de mercado inferior a $100. • Nessas circunstâncias, o investidor perde todo o investimento inicial de $500. Payoff • Se o preço da ação fica acima de $100 na data da expiração, a opção é exercida. • Suponha, por exemplo, que o preço da ação é $115. Ao exercer a opção, o investidor pode comprar 100 ações a $100 cada. • Se as ações são vendidas imediatamente, o investidor obtém ganho de $15 por ação, ou $1.500, se ignorarmos os custos de transação. • Quando o custo inicial da opção é levado em conta, o lucro líquido para o investidor é de $1.000. Payoff • O gráfico mostra como o lucro ou prejuízo líquido do investidor em uma opção de compra de uma ação varia com o preço final da ação no exemplo Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a $120? Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a $120? • Neste caso, ao exercer a opção ele pode comprar as ações por $100 e vendê-las no mercado a $120, obtendo um resultado de R$20 x 100 = $2.000. • Considerando o custo das opções, o resultado final é de $1.500 Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a $102? Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a $102? • Neste caso, ao exercer a opção ele pode comprar as ações por $100 e vendê-las no mercado a $102, obtendo um resultado de R$2 x 100 = $200. • Considerando o custo das opções, o resultado final é negativo em $300. Mesmo assim vale exercer as opções. Caso contrário o prejuízo seria de $500. Payoff • Enquanto o comprador de uma opção de compra espera que o preço da ação aumente, o comprador de uma opção de venda torce para que ele diminua. • Considere um investidor que compra uma opção de venda europeia com preço de exercício de $70 (K) para vender 100 ações (n) de uma determinada empresa. • Suponha que o preço da ação é $65 (S0), a data de expiração da opção é em 3 meses (T) e o preço de uma opção de venda de uma ação é $7 (p). O investimento inicial é de $700. • Como a opção é europeia, ela será exercida apenas se o preço da ação ficar abaixo de $70 na data de expiração. Payoff • Suponha que o preço da ação é $55 nessa data. O investidor pode comprar 100 ações por $55 cada e, sob os termos da opção de venda, vender as mesmas ações por $70 e realizar um ganho de $15, ou $1.500. Mais uma vez, estamos ignorando os custos de transação. • Quando o custo inicial de $700 da opção é levado em conta, o lucro líquido do investidor é igual a $800. Payoff • Não há garantia de que o investidor obterá um ganho. Se o preço final da ação fica acima de $70, a opção de venda expira com valor zero e o investidor perde $700 Payoff • O gráfico mostra como o lucro ou prejuízo líquido do investidor em uma opção de venda de uma ação varia com o preço final da ação no exemplo Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a $50? Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a $50? • O investidor pode comprar 100 ações por $50 cada e vendê-las por $70, realizando um ganho de $20, ou $2.000. • Quando o custo inicial de $700 da opção é levado em conta, o lucro líquido do investidor é igual a $1.300. Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a 67? Payoff • Qual seria o lucro/prejuízo da operação quando o preço da ação na data de exercício é igual a 67? • O investidor pode comprar 100 ações por $67 cada e vendê-las por $70, realizando um ganho de $3, ou $300. • Quando o custo inicial de $700 da opção é levado em conta, o prejuízo do investidor é igual a $400. Payoff • Os exemplos anteriores demonstraram a posição do investidor que compra a opção, ou seja que está comprado na opção (não confundir com comprado/vendidono risco do ativo subjacente) • Existem quatro tipos de posições em opções: 1. Uma posição comprada em uma opção de compra. 2. Uma posição comprada em uma opção de venda. 3. Uma posição vendida em uma opção de compra. 4. Uma posição vendida em uma opção de venda. Payoff • Os gráficos abaixo mostram a variação do lucro/prejuízo em função do preço final da ação para os lançadores das opções de compra e venda. Opção de compra Opção de venda Payoff • Os gráficos abaixo mostram a variação do lucro/prejuízo em função do preço final da ação para os compradores e lançadores de uma opção de compra Comprador Lançador Payoff • Se K é o preço de exercício e ST é o preço final do ativo subjacente, o resultado de uma posição comprada em uma opção de compra europeia é: max(ST – K, 0) • Isso reflete o fato de que a opção será exercida se ST > K e não será exercida se ST ≤ K Payoff • O resultado para o titular da posição vendida na opção de compra europeia é: -max(ST – K, 0) = min(K – ST, 0) Payoff • Os gráficos abaixo mostram a variação do lucro/prejuízo em função do preço final da ação para os compradores e lançadores de uma opção de venda Comprador Lançador Payoff • Se K é o preço de exercício e ST é o preço final do ativo subjacente, o resultado de uma posição comprada em uma opção de venda europeia é: max(K – ST, 0) • Isso reflete o fato de que a opção será exercida se ST < K e não será exercida se ST ≥ K Payoff • O resultado para o titular da posição vendida na opção de venda europeia é: -max(K – ST, 0) = min(ST – K, 0) Payoff • Resultados de posições em opções europeias: (a) opção de compra comprada; (b) opção de compra vendida; (c) opção de venda comprada; (d) opção de venda vendida. • Preço de exercício K; preço do ativo na maturidade ST Payoff • As opções podem estar dentro do dinheiro (in-the-money), no dinheiro (at-the-money) ou fora do dinheiro (out-of-the-money). Considerando que S é o preço da ação e K é o preço de exercício: • Uma opção de compra está: • Dentro do dinheiro quando S > K; • No dinheiro quando S = K e; • Fora do dinheiro quando S < K. • Uma opção de venda está: • Dentro do dinheiro quando S < K; • No dinheiro quando S = K e; • Fora do dinheiro quando S > K. • Claramente, uma opção será exercida apenas quando estiver dentro do dinheiro. Na ausência de custos de transação, uma opção dentro do dinheiro sempre será exercida na data de expiração se não tiver sido exercida anteriormente. Payoff • O valor intrínseco de uma opção é definido como o valor que ela teria se não houvesse tempo até a maturidade, de modo que a decisão de exercício precisaria ser tomada imediatamente. O valor intrínseco é, assim: • Para uma opção de compra, max(S - K; 0). • Para uma opção de venda, é max(K - S; 0). • Uma opção americana dentro do dinheiro deve valor pelo menos tanto quanto seu valor intrínseco, pois o titular tem o direito de exercê-la imediatamente. • Muitas vezes, o ideal é que o titular de uma opção americana dentro do dinheiro espere em vez de exercê-la imediatamente. • Assim, diz-se que a opção tem valor temporal. O valor total de uma opção pode ser considerado como igual à soma de seu valor intrínseco e seu valor temporal. Operações com Opções de Ações https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e- servicos/negociacao/renda-variavel/mercado-de- acoes/operacoes-com-opcoes-de-acoes-e-etf.htm (7 min) Fatores de Risco Seis fatores afetam o preço de uma opção sobre ações: 1. O preço atual da ação, S0 2. O preço de exercício, K 3. O tempo até a expiração, T 4. A volatilidade do preço da ação, σ 5. A taxa de juros livre de risco, r 6. Os dividendos pagos esperados. Fatores de Risco Resumo do efeito sobre o preço de uma opção sobre ações do aumento de uma variável enquanto todas as outras permanecem fixas Fatores de Risco • Os gráficos a seguir mostram como os preços de opções de compra e de venda europeias dependem dos primeiros cinco fatores na situação em que S0 = 50, K = 50, r = 5% a.a., σ = 30% ao ano, T = 1 ano e não há dividendos. • Nesse caso, o preço da opção de compra é 7,116 e o preço da opção de venda é 4,677 Fatores de Risco - Preço da ação e preço de exercício • Se uma opção de compra é exercida em algum tempo futuro, o resultado será a quantia pela qual o preço da ação excede o preço de exercício. • Assim, as opções de compra se tornam mais valiosas à medida que o preço da ação aumenta e menos valiosas à medida que o preço de exercício aumenta. Fatores de Risco - Preço da ação e preço de exercício • Para uma opção de venda, o resultado no exercício é a quantia pela qual o preço de exercício excede o preço da ação. • Assim, as opções de venda se comportam de maneira contrária às de compra: elas se tornam menos valiosas à medida que o preço da ação aumenta e mais valiosas à medida que o preço de exercício aumenta. Fatores de Risco - Preço da ação e preço de exercício Fatores de Risco - Volatilidade • Em termos gerais, a Volatilidade de um preço de ação é uma medida da incerteza sobre os movimentos futuros desse preço. • À medida que a volatilidade aumenta, a chance da ação ter desempenho muito bom ou muito ruim aumenta. Para o proprietário da ação, esses dois resultados tendem a compensar um ao outro. • Contudo, o mesmo não vale para o proprietário de uma opção de compra ou de venda. Fatores de Risco - Volatilidade • O proprietário de uma opção de compra se beneficia dos aumentos de preço, mas tem riscos negativos limitados em caso de quedas de preço, pois o máximo que pode perder é o preço da opção. • Da mesma forma, o proprietário de uma opção de venda se beneficia quando o preço diminui, mas tem risco negativo limitado em caso de aumentos de preço. • Os valores de ambos os tipos de opções, assim, aumentam à medida que a volatilidade aumenta. Fatores de Risco - Volatilidade Fatores de Risco - Tempo até a expiração • Ambas as opções americanas, de compra e de venda, se tornam mais valiosas (ou pelo menos não perdem valor) à medida que o tempo até a expiração aumenta. • Considere duas opções americanas que diferem apenas em termos de suas datas de expiração. O proprietário da opção de vida mais longa tem a seu dispor todas as oportunidades de exercício que o proprietário da opção de vida mais curta, e mais. • A opção de vida mais longa deve, assim, sempre valer pelo menos tanto quanto a de vida mais curta. Fatores de Risco - Tempo até a expiração • Apesar de as opções de compra e de venda europeias normalmente se tornarem mais valiosas à medida que o tempo até a expiração aumenta esse não é sempre o caso. • Considere duas opções de compra europeias sobre uma ação: uma com data de expiração em 1 mês e a outra com data de expiração em 2 meses. • Suponha que se espera um grande dividendo em 6 semanas. O dividendo fará com que o preço da ação diminua, de modo que a opção de vida mais curta pode valer mais do que a opção de vida mais longa. • Estamos pressupondo que quando a vida da opção é alterada, os dividendos sobre a ação e sua tempestividade permanecem iguais Fatores de Risco - Tempo até a expiração Fatores de Risco - Taxa de juros livre de risco • É menos claro como a taxa de juros livre de risco afeta o preço de uma opção. À medida que as taxas de juros na economia aumentam, o retorno esperado exigido pelos investidores da ação tende a aumentar. • Além disso, o valor presente de qualquer fluxo de caixa futuro recebido pelo titular da opção diminui. O impacto combinado desses dois efeitos é aumentar o valor das opções de compra e diminui o valor das opções de venda. • É importante enfatizar que estamos pressupondo que as taxas de juros mudam, mas todas as outras variáveis permanecem iguais. Em especial, na Tabela exibida no início deste tópico estamos pressupondo que as taxas de juros mudam, mas o preço da ação permanece o mesmo. Fatores de Risco - Taxa de juros livre de risco • Naprática, quando as taxas de juros sobem (caem), os preços das ações tendem a cair (subir). • O efeito combinado de um aumento da taxa de juros e da redução correspondente do preço da ação pode ser o de diminuir o valor de uma opção de compra e aumentar o valor de uma opção de venda. • Da mesma forma, o efeito combinado de uma queda das taxas de juros e o aumento correspondente do preço da ação pode ser o de aumentar o valor de uma opção de compra e reduzir o valor de uma opção de venda. Fatores de Risco - Taxa de juros livre de risco Fatores de Risco - Quantia dos dividendos futuros • Os dividendos têm o efeito de reduzir o preço da ação na data ex-dividendos, o que é má notícia para o valor das opções de compra e boa para o valor das opções de venda. • Considere um dividendo cuja data ex-dividendos ocorre durante a vida de uma opção. • O valor da opção está negativamente relacionado com o tamanho do dividendo caso a opção seja de compra e positivamente relacionado com o tamanho do dividendo caso a opção seja de venda • Na B3 o preço de exercício é ajustado no caso de proventos, desdobramentos ou agrupamentos Ajustes de Proventos na B3 https://www.b3.com.br/pt_br/market- data-e-indices/servicos-de- dados/market-data/consultas/mercado-a- vista/opcoes/ajuste-de-proventos/ Precificação Premissas • 1. Não há custos de transação. • 2. Todos os lucros das negociações (líquidos de perdas das negociações) estão sujeitos à mesma alíquota tributária. • 3. Emprestar e tomar emprestado são possíveis pela taxa de juros livre de risco • Os participantes do mercado aproveitam oportunidades de arbitragem à medida que estas ocorrem, ou seja, todas as oportunidades de arbitragem disponíveis desaparecem rapidamente. Desta forma é razoável pressupor que não há nenhuma oportunidade de arbitragem Precificação Notação • S0: Preço da ação atual • K: Preço de exercício da opção • T: Tempo até a expiração da opção • ST: Preço da ação na data de expiração • r: Taxa de juros livre de risco com capitalização contínua para um investimento com maturidade no tempo T • C: Valor de uma opção de compra americana referente à compra de uma ação • P: Valor de uma opção de venda americana referente à venda de uma ação • c: Valor de uma opção de compra europeia referente à compra de uma ação • p: Valor de uma opção de venda europeia referente à venda de uma ação Precificação Premissas • É preciso observar que r é a taxa de juros nominal, não a taxa de juros real. • Podemos pressupor que r > 0. Caso contrário, um investimento livre de risco não ofereceria vantagens em relação ao caixa. • Se r < 0, manter o dinheiro em caixa seria preferível a realizar um investimento livre de risco. Precificação - Limites superiores e inferiores • As únicas premissas adotadas aqui são que r > 0 e que se um preço de opção está acima do limite superior ou abaixo do limite inferior, isso significa que ele oferece oportunidades lucrativas para arbitradores Precificação - Limites superiores • Uma opção de compra americana ou europeia dá ao titular o direito de comprar uma ação de uma empresa por um determinado preço. • Independentemente do que acontecer, a opção nunca pode valer mais do que a ação. Assim, o preço da ação é um limite superior para o preço da opção c ≤ S0 e C ≤ S0 Precificação - Limites superiores • Se essas relações não fossem verdadeiras, um arbitrador poderia facilmente obter um lucro sem risco comprando a ação e vendendo a opção de compra. • Exemplo: Considere que a opção de compra custe $10 e a ação custe $9. O arbitrador poderia comprar a ação e vender a opção obtendo um resultado imediato de $1. • No vencimento, caso a opção fosse exercida, o arbitrador ainda receberia o valor do preço de exercício. • Caso a opção não fosse exercida o arbitrador venderia a ação a mercado. Precificação - Limites superiores • Uma opção de venda americana dá ao titular o direito de vender uma ação de uma empresa por K. • Independentemente de quanto o preço da ação caia, a opção nunca valerá mais de K. Assim: P ≤ K Precificação - Limites superiores • Se essas relações não fossem verdadeiras, um arbitrador poderia facilmente obter um lucro sem risco vendendo a opção de venda e aguardando o exercício. • Exemplo: Considere que a opção de venda custe $10 e o strike seja $9. O arbitrador poderia vender a opção e gerar um caixa positivo de $10. • Caso a opção fosse exercida, o arbitrador teria que pagar o valor do exercício, no caso $9, obtendo um resultado positivo de $1. • Caso a opção não fosse exercida o arbitrador manteria o caixa gerado com a venda da opção. Precificação - Limites superiores • Para opções europeias, sabemos que na maturidade a opção não pode valer mais do que K. • Logo, sabemos que ela não pode valer mais do que o valor presente de K hoje: P ≤ Ke-rT Precificação - Limites superiores • Se isso não fosse verdade, um arbitrador poderia obter um lucro sem risco lançando a opção e investindo o resultado da venda à taxa de juros livre de risco • Exemplo: Considere que a opção de venda custe $9 e o strike seja $10, que trazido a valor presente pela taxa de juros seja igual a $9. • O arbitrador poderia vender a opção e gerar um caixa positivo de $9 e investi-lo à taxa de juros. • Caso a opção fosse exercida, o arbitrador teria que pagar o valor do exercício, no caso $10, exatamente o valor que ele teria em caixa, considerando que investiu à taxa de juros os $9 obtidos com a venda da opção. Nesse caso o resultado dele seria igual a zero. • Qualquer valor maior que $9 para a opção, faria com que o arbitrador tivesse um ganho sem risco. • Caso a opção não seja exercida, o arbitrador mantem o caixa da venda da opção. Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Um limite inferior para o preço de uma opção de compra europeia sobre uma ação que não paga dividendos é: S0 – Ke-rT Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Suponha que S0 = $20, K = $18, r = 10% ao ano e T = 1 ano. Nesse caso: S0 – Ke-rT = 20 – 18 x e-0,1 x 1 = 3,71 • Considere a situação na qual o preço da opção de compra europeia é $3,00, que é inferior ao mínimo teórico de $3,71. • Um arbitrador poderia vender a ação a descoberto e comprar a opção de compra para obter um influxo de caixa de $20,00 - $3,00 = $17,00. • Se investidos por 1 ano a 10% ao ano, os $17,00 aumentam para 17 x e0,1 x 1 = $18,79. • Ao final do ano, a opção expira. Se o preço da ação é maior do que $18,00, o arbitrador exerce a opção por $18,00, encerra a posição vendida e obtém um lucro de $18,79 - $18,00 = $0,79 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Se o preço da ação é inferior a $18,00, a ação é comprada no mercado e a posição vendida é encerrada. Nesse caso, o lucro do arbitrador é ainda maior. • Por exemplo, se o preço da ação é $17,00, o lucro do arbitrador é: $18,79 - $17,00 = $1,79 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Para um argumento mais formal, vamos considerar os dois portfólios a seguir • Portfólio A: uma opção de compra europeia (VP = c) mais um bônus de cupom zero que oferece um resultado de K no tempo T (VP = Ke-rT). • Portfólio B: uma ação da empresa (VP = S0). Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • No portfólio A, o bônus de cupom zero vale K no tempo T. Se ST > K, a opção de compra é exercida na maturidade e o portfólio A vale ST. K (valor do título) – K (exercício da opção) + ST (ação adquirida) = ST • Se ST < K, a opção de compra expira sem valor e o portfólio vale K. • Assim, no tempo T, o portfólio A vale: max(ST,K) Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • O portfólio B vale ST no tempo T.• Assim, o portfólio A sempre vale tanto quanto o portfólio B, e pode valer muito mais do que isso, na maturidade da opção. • Logo, na ausência de oportunidades de arbitragem, isso também deve ser verdadeiro agora. O bônus de cupom zero vale Ke-rT hoje. Logo: c + Ke-rT ≥ S0 ou: c ≥ S0 – Ke-rT Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Como o pior que pode acontecer com uma opção de compra é que ela expira sem valer nada, seu valor não pode se tornar negativo. Isso significa que c ≥ 0 e, logo: c ≥ max(S0 – Ke-rT, 0) Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Considere uma opção de compra europeia sobre uma ação que não paga dividendos quando o preço da ação é $51, o preço de exercício é $50, o tempo até a maturidade é de 6 meses e a taxa de juros livre de risco é 12% ao ano. Nesse caso, S0 = 51, K = 50, T = 0,5 e r = 0,12. • Um limite inferior para o preço da opção é S0 – Ke-rT ou: 51 – 50 x e-0,12 x 0,5 = $3,91 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Para uma opção de venda europeia sobre uma ação que não paga dividendos, um limite inferior para o preço é: Ke-rT – S0 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Mais uma vez, antes vamos considerar um exemplo numérico e depois um argumento mais formal. • Suponha que S0 = $37, K = $40, r = 5% ao ano e T = 0,5 anos. Nesse caso: Ke-rT – S0 = 40 x e-0,05 x 0,5 – 37 = $2,01 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Considere a situação na qual o preço de uma opção de venda europeia é $1,00, menor do que o mínimo teórico de $2,01. • Um arbitrador pode tomar emprestado $38,00 por 6 meses para comprar a opção de venda e a ação em si. • Ao final dos 6 meses, o arbitrador precisará repagar 38 x e0,05 x 0,5 = $38,96. • Se o preço da ação ficar abaixo de $40,00, o arbitrador exerce a opção e vende a ação por $40,00, repaga o empréstimo e obtém um lucro de: $40,00 - $38,96 = $1,04 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Se o preço da ação for maior do que $40,00, o arbitrador descarta a opção, vende a ação e repaga o empréstimo para obter um lucro maior ainda. • Por exemplo, se o preço da ação é $42,00, o lucro do arbitrador é: $42,00 - $38,96 = $3,04 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Para um argumento mais formal, vamos considerar os dois portfólios a seguir: • Portfólio C: uma opção de venda europeia (VP = p) mais uma ação (VP = S0). • Portfólio D: um bônus de cupom zero com resultado de K no tempo T (VP = Ke-rT). Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Se ST < K, então a opção no portfólio C é exercida na maturidade da opção e o portfólio passa a valer K. • Se ST > K, então a opção de venda expira sem ter valor e o portfólio vale ST nessa data. • Assim, o portfólio C vale: max(ST, K) no tempo T. • O portfólio D vale K no tempo T. • Assim, o portfólio C sempre vale tanto quanto o portfólio D, e às vezes mais do que isso, no tempo T. • Logo, na ausência de oportunidades de arbitragem, o portfólio C deve valer pelo menos tanto quanto o portfólio D hoje. Assim: p + S0 ≥ Ke-rT ou: p ≥ Ke-rT – S0 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Como o pior que pode acontecer com uma opção de venda é que ela expire sem valer nada, seu valor não pode ser negativo. Isso significa que: p ≥ max(Ke-rT – S0, 0) Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos • Considere uma opção de venda europeia sobre uma ação que não paga dividendos quando o preço da ação é $38, o preço de exercício é $40, o tempo até a maturidade é 3 meses e a taxa de juros livre de risco é 10% ao ano. • Nesse caso, S0 = 38, K = 40, T = 0,25 e r = 0,10. O limite inferior para o preço da opção é Ke-rT – S0, ou: 40 x e-0,1 x 0,25 - 38 = $1,01 Precificação - Limites inferiores para opções de compra sobre ações que não pagam dividendos Paridade Put-Call • Agora vamos derivar uma relação importante entre os preços de opções de venda e compra europeias com o mesmo preço de exercício e o mesmo tempo até a maturidade. Considere os dois portfólios a seguir, usados na seção anterior: • Portfólio A: uma opção de compra europeia (VP = C) mais um bônus de cupom zero • que oferece um resultado de K no tempo T (VP = Ke-rT). • Portfólio C: uma opção de venda europeia (VP = P) mais uma ação (VP = S0). • Continuamos a pressupor que a ação não paga dividendos. As opções de compra e de venda têm o mesmo preço de exercício K e o mesmo tempo até a maturidade T. Paridade Put-Call • O bônus de cupom zero no portfólio A valerá K no tempo T. • Se o preço da ação ST no tempo T ficar acima de K, então a opção de compra no portfólio A será exercida. • Isso significa que o portfólio A vale (ST - K) + K = ST no tempo T nessas circunstâncias. • Se ST ficar abaixo de K, então a opção de compra no portfólio A expira sem valor e o portfólio vale K no tempo T Paridade Put-Call • No portfólio C, a ação vale ST no tempo T. • Se ST fica abaixo de K, a opção de venda no portfólio C é exercida. • Isso significa que o portfólio C vale (K - ST) + ST = K no tempo T nessas circunstâncias. • Se ST fica acima de K, então a opção de venda no portfólio C expira sem valor e o portfólio vale ST no tempo T. Paridade Put-Call Paridade Put-Call • Se ST > K, ambos os portfólios valem ST no tempo T. • Se ST < K, ambos os portfólios valem K no tempo T. • Em outras palavras, ambos valem: max(ST, K) quando as opções expiram no tempo T. • Como são europeias, as opções não podem ser exercidas antes do tempo T. • Como os portfólios têm valores idênticos no tempo T, eles devem ter valores idênticos hoje. • Se esse não fosse o caso, o arbitrador poderia comprar o portfólio mais barato e vender o mais caro. Como os portfólios têm 100% de chance de se cancelarem mutuamente no tempo T, essa estratégia de negociação garantiria um lucro de arbitragem igual à diferença nos valores dos dois portfólios. Paridade Put-Call • Os componentes do portfólio A valem c e Ke-rT hoje e os componentes do portfólio C valem p e S0 hoje. Assim: c + Ke-rT = p + S0 • Essa relação é conhecida pelo nome de paridade put–call. • Ela mostra que o valor de uma opção de compra europeia com um determinado preço de exercício e data de exercício pode ser deduzido a partir do valor de uma opção de venda europeia com os mesmos preço e data de exercício, e vice-versa. Paridade Put-Call • Para ilustrar as oportunidades de arbitragem quando a equação anterior não é válida, suponha que o preço da ação é $31, o preço de exercício é $30, a taxa de juros livre de risco é 10% ao ano, o preço de uma opção de compra europeia de três meses é $3 e o preço de uma opção de venda europeia de três meses é $2,25. Nesse caso: c + Ke-rT = 3 + 30 x e-0,1 x 3/12 = $32,26 (portfólio A) p + S0 = 2,25 + 31 = $33,25 (portfólio C) • O portfólio C tem preço alto em relação ao portfólio A. Um arbitrador pode comprar os títulos no portfólio A e vender a descoberto os títulos no portfólio C. Paridade Put-Call • A estratégia envolve comprar a opção de compra e vender a descoberto a opção de venda e a ação, gerando um fluxo de caixa positivo adiantado de: -3 + 2,25 + 31 = $30,25 • Quando investida à taxa de juros livre de risco, essa quantia aumenta em três meses para: 30,25 x e0,1 x 0,25 = $31,02 Paridade Put-Call • Se o preço da ação na expiração da opção for maior do que $30, a opção de compra é exercida. Se for inferior a $30, a opção de venda é exercida. • Em ambos os casos, o arbitrador acaba comprando uma ação por $30. Essaação pode ser usada para encerrar a posição vendida. O lucro líquido é, então: $31,02 - $30,00 = $1,02 Paridade Put-Call • Para uma solução alternativa, suponha que o preço da opção de compra é $3 e o preço da opção de venda é $1. Nesse caso: c + Ke-rT = 3 + 30 x e-0,1 x 3/12 = $32,26 (portfólio A) p + S0 = 1 + 31 = $32,00 (portfólio C) • O portfólio A tem preço alto em relação ao portfólio C. Um arbitrador pode vender a descoberto os títulos no portfólio A e comprar os títulos no portfólio C para garantir um lucro. Paridade Put-Call • A estratégia envolve vender a descoberto a opção de compra e comprar a opção de venda e a ação, com um investimento inicial de: $31 + $1 - $3 = $29 • Quando um investimento é financiado à taxa de juros livre de risco, um repagamento de 29 x e0,1 x 0,25 = $29,73 será necessário ao final de três meses. Paridade Put-Call • Assim como no caso anterior, a opção de compra ou a de venda será exercida. • A posição com opção de compra vendida e opção de venda comprada, assim, leva à ação ser vendida por $30,00. O lucro líquido é, portanto: $30,00 - $29,73 = $0,27 Paridade Put-Call Oportunidades de arbitragem quando a paridade put–call não é válida. Preço da ação = $31; taxa de juros = 10%; preço da opção de compra = $3. As opções de compra e de venda têm preço de exercício de $30 e três meses até a maturidade. Paridade Put-Call • A paridade put–call só é válida para opções europeias. Contudo, é possível derivar alguns resultados para os preços de opções americanas. • Podemos mostrar que, quando não há dividendos (não demonstrado): S0 – K ≤ C – P ≤ S0 – Ke-rT Paridade Put-Call • Uma opção de compra americana sobre uma ação que não paga dividendos com preço de exercício de $20,00 e maturidade em 5 meses vale $1,50. Suponha que o preço atual da ação é $19,00 e a taxa de juros livre de risco é 10% ao ano. Da equação anterior, temos: 19 – 20 ≤ C – P ≤ 19 – 20 x e-0,1 x 5/12 ou: 1 ≥ P - C ≥ 0,18 • mostrando que P - C fica entre $1,00 e $0,18. Com C em $1,50, P deve ficar entre $1,68 e $2,50. • Em outras palavras, os limites superior e inferior para o preço de uma opção de venda americana com o mesmo preço de exercício e a mesma data de expiração que uma opção de compra americana são $2,50 e $1,68. Exercício antecipado de Opções Americanas • Vamos demonstrar agora que nunca é ideal exercer uma opção de compra americana sobre uma ação que não paga dividendos antes de sua expiração, mas que, sob certas circunstâncias, o exercício antecipado de uma opção de venda americana sobre tal ação é ideal. • Quando há dividendos, pode ser ideal exercer opções de compra ou de venda antecipadamente Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Nunca é ideal exercer uma opção de compra americana sobre uma ação que não paga dividendos antes da data de expiração. • Para ilustrar a natureza geral do argumento, considere uma opção de compra americana sobre uma ação que não paga dividendos com um mês até a expiração, quando o preço da ação é $70 e o preço de exercício é $40. A opção está muito dentro do dinheiro e o investidor que a possui pode ficar tentado a exercê-la imediatamente. • Contudo, se o investidor planeja manter a ação obtida pelo exercício da opção por mais de um mês, essa não é a melhor estratégia. O melhor seria manter a opção e exercê-la no final do mês. Assim, o preço de exercício de $40 é pago um mês depois do que seria caso a opção fosse exercida imediatamente, de modo que o titular obtém juros sobre os $40 por um mês. Como a ação não paga dividendos, não é sacrificada nenhuma renda sobre a ação. • Outra vantagem de esperar, em vez de exercer a opção imediatamente, é que há alguma chance (por mais remota que seja) de que o preço da ação cairá abaixo de $40 em um mês. Nesse caso, o investidor não exercerá a opção no final do mês e ficará contente em não ter tomado a decisão de exercício antecipado. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • O argumento mostra que não há vantagem alguma em exercer uma opção antecipadamente caso o investidor planeje manter a ação pelo restante da vida desta (no caso, um mês). • Mas e se o investidor acha que a ação está supervalorizada e está considerando exercer a opção e vender a ação? Nesse caso, o investidor se sai melhor vendendo a opção, não exercendo-a. • A opção será comprada por outro investidor, que por sua vez deseja manter a ação em seu portfólio. Tais investidores necessariamente existem, ou então o preço atual da ação não seria $70. • Pelos motivos mencionados acima, o preço obtido pela opção será maior do que seu valor intrínseco de $30. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Para um argumento mais formal, podemos utilizar a equação: c ≥ S0 – Ke-rT • Como o proprietário de uma opção de compra americana tem todas as oportunidades de exercício abertas ao proprietário de uma opção de compra europeia correspondente, deve ser o caso que C ≥ c. Assim: C ≥ S0 – Ke-rT • Dado r > 0, por consequência, C > S0 – K quando T > 0. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Isso significa que C sempre é maior do que o valor intrínseco da opção antes da maturidade. • Se fosse ideal exercer a opção em algum momento específico antes da maturidade, C seria igual ao valor intrínseco da opção naquele momento. • Logo, nunca pode ser ideal exercer a opção antecipadamente. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Em resumo, há dois motivos para uma opção de compra americana sobre uma ação que não paga dividendos não dever ser exercida antecipadamente. 1. Um é referente ao seguro que ela oferece. Uma opção de compra, quando mantida no lugar da ação em si, na prática segura o titular contra uma queda do preço da ação abaixo do preço de exercício. Depois que a opção foi exercida e o preço de exercício foi trocado pelo preço da ação, o seguro desaparece. 2. O outro motivo é referente ao valor temporal do dinheiro. Da perspectiva do titular da opção, quanto mais tarde o preço de exercício for pago, melhor. Exercício antecipado de Opções Americanas • Como as opções de compra americanas nunca são exercidas antecipadamente quando não há dividendos, elas são equivalentes a opções de compra europeias, de modo que C = c. • Das equações apresentadas anteriormente, os limites inferior e superior são dados por: max(S0 – Ke-rT, 0) e S0 OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS Exercício antecipado de Opções Americanas • A maneira geral como o preço da opção e compra varia com o preço da ação, S0, aparece na figura ao lado. À medida que r ou T ou a volatilidade do preço da ação aumenta, a linha que relaciona o preço da opção e compra ao preço da ação se move na direção indicada pelas setas. OPÇÕES DE COMPRA SOBRE AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Pode ser ideal exercer antecipadamente uma opção de venda americana sobre uma ação que não paga dividendos. Na verdade, em qualquer momento durante sua vida, a opção de venda deve sempre ser exercida com antecipação se estiver suficientemente dentro do dinheiro. • Considere uma situação extrema. Suponha que o preço de exercício é $10 e o preço da ação é praticamente zero. Exercendo imediatamente, o investidor obtém um ganho imediato de $10. Se ele esperar, o ganho do exercício pode ser inferior a $10, mas nunca será mais de $10, pois é impossível ter preços negativos. • Além disso, receber $10 agora é preferível a receber $10 no futuro. Logo, a opção deve ser exercida imediatamente. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Assim comouma opção de compra, uma opção de venda pode ser considerada como uma fonte de seguro. Uma opção de venda, quando mantida em conjunto com a ação, garante o titular contra a queda do preço da ação abaixo de um determinado nível. • Contudo, uma opção de venda é diferente de uma de compra, pois o investidor pode considerar ideal exercê-la antecipadamente para realizar o preço de exercício imediatamente. • Em geral, o exercício antecipado de uma opção de venda se torna mais atraente à medida que S0 diminui, r aumenta e a volatilidade diminui. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Das equações apresentadas anteriormente, os limites inferior e superior para uma opção de venda europeia quando não há dividendos são dados por: max(Ke-rT - S0; 0) ≤ p ≤ Ke-rT • Para uma opção de venda americana sobre uma ação que não paga dividendos, a condição P ≥ max(K - S0, 0) deve ser válida, pois a opção pode ser exercida a qualquer momento. • É uma condição mais forte do que aquela aplicada para uma opção de venda europeia. Usando o resultado de equação apresentada anteriormente, os limites para uma opção de venda americana sobre uma ação que não paga dividendos são: max(K - S0; 0) ≤ P ≤ K Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Limites para opções de venda europeias e americanas quando não há dividendos. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • A figura abaixo mostra a maneira geral como o preço de uma opção de venda americana varia com S0. • Como argumentamos anteriormente, desde que r > 0, sempre é ideal exercer uma opção de venda americana imediatamente quando o preço da ação é suficientemente baixo. • Quando o exercício antecipado é ideal, o valor da opção é K - S0. • A curva que representa o valor da opção de venda se funde assim com o valor intrínseco da opção, K - S0, para um valor suficientemente baixo de S0. • Na figura abaixo, esse valor de S0 é mostrado como o ponto A. A linha que relaciona o preço da opção de venda ao preço da ação se move na direção indicada pelas setas quando r diminui, quando a volatilidade aumenta e quando T aumenta. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • Como em algumas circunstâncias é desejável exercer uma opção de venda americana antecipadamente, uma opção de venda americana sempre vale mais do que a opção de venda europeia correspondente. • Além disso, como uma opção de venda americana ocasionalmente vale seu valor intrínseco, uma opção de venda europeia ocasionalmente deve valer menos do que seu valor intrínseco. • Isso significa que a curva que representa a relação entre o preço da opção de venda e o preço da ação para uma opção europeia deve ficar abaixo da curva correspondente para uma opção americana. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS • A figura abaixo mostra a variação do preço da opção de venda europeia com o preço da ação. • Observe que o ponto B, no qual o preço da opção é igual a seu valor intrínseco, deve representar um valor maior do preço da ação do que o ponto A na figura anterior, pois a curva para a opção europeia está abaixo da daquela para a opção americana. • O ponto E é onde S0 = 0 e o preço da opção de venda europeia é Ke-rT. Exercício antecipado de Opções Americanas OPÇÕES DE VENDA SOBRE UMA AÇÃO QUE NÃO PAGA DIVIDENDOS EFEITO DOS DIVIDENDOS • Vamos pressupor que os dividendos que serão pagos durante a vida da opção são conhecidos. A maioria das opções sobre ações negociadas em bolsas têm vida de menos de um ano, então esse pressuposto muitas vezes é suficientemente razoável. • Usaremos D para denotar o valor presente dos dividendos durante a vida da opção. No cálculo de D, pressupõe-se que o dividendo ocorre no momento de sua data ex-dividendos. EFEITO DOS DIVIDENDOS • Podemos redefinir os portfólios A, B, C e D da seguinte maneira: • Portfólio A: uma opção de compra europeia mais uma quantia em caixa igual a D + Ke-rT. • Portfólio B: uma ação. • Um argumento semelhante àquele usado anteriormente mostra que: c ≥ max(S0 – D – Ke-rT, 0) • Portfólio C: uma opção de venda europeia mais uma ação. • Portfólio D: uma quantidade de caixa igual a D + Ke-rT. • Um argumento semelhante àquele usado anteriormente mostra que: p ≥ max(D + Ke-rT – S0, 0) EFEITO DOS DIVIDENDOS Exercício antecipado • Quando são esperados dividendos, não podemos mais afirmar que uma opção de compra americana não será exercida antecipadamente. • Às vezes, é ideal exercer uma opção de compra americana imediatamente antes de uma data ex-dividendos, mas nunca é ideal exercer uma opção de compra em outros momentos. EFEITO DOS DIVIDENDOS • Paridade put–call • Comparando o valor na maturidade da opção dos portfólios redefinidos A e C percebe-se que, com os dividendos, o resultado da paridade put−call na equação (11.6) se torna: c + D + Ke-rT = p + S0 • Os dividendos fazem com que a equação apresentada anteriormente seja modificada para: S0 – D – K ≤ C – P ≤ S0 – Ke-rT Árvore Binomial • Em um primeiro momento, vamos considerar uma situação bastante simples. O preço da ação atual é $20 e sabe-se que ao final de 3 meses será $22 ou $18. • Estamos interessados em avaliar uma opção de compra europeia para comprar a ação por $21 em 3 meses. Essa opção terá um de dois valores ao final de 3 meses. • Se o preço da ação for $22, o valor da opção será $1. • Se o preço da ação for $18, o valor da opção será zero Árvore Binomial Árvore Binomial • Considere um portfólio composto de uma posição comprada em Δ (delta) ações da empresa e uma posição vendida em uma opção de compra. Calculamos o valor de Δ que torna o portfólio livre de risco. • Se o preço da ação sobe de $20 para $22, o valor das ações é 22Δ e o valor da opção é 1, de modo que o valor total do portfólio é 22Δ - 1. • Se o preço da ação cai de $20 para $18, o valor das ações é 18Δ e o valor da opção é zero, então o valor total do portfólio é 18Δ. • O portfólio é livre de risco caso o valor de seja escolhido de forma que o valor final do portfólio seja igual para ambas as alternativas. Isso significa que: 22Δ – 1 = 18Δ ou: Δ = 0,25 Árvore Binomial • Um portfólio sem risco é, assim: • Comprado: 0,25 ação • Vendido: 1 opção • Se o preço da ação sobe $22, o valor do portfólio é: 22 x 0,25 – 1 = 4,5 • Se o preço da ação cai para $18, o valor do portfólio é: 18 x 0,25 = 4,5 • Independentemente do preço da ação subir ou descer, o valor do portfólio sempre é 4,5 ao final da vida da opção. Árvore Binomial • Na ausência de oportunidades de arbitragem, os portfólios sem risco devem obter a taxa de juros livre de risco. Suponha que, nesse caso, a taxa de juros livre de risco é de 12% ao ano. Logo, o valor do portfólio hoje deve ser o valor presente de 4,5, ou: 4,5 x e-0,12 x 3/12 = 4,367 • Sabe-se que o valor do preço da ação hoje é $20. Suponha que o preço da opção é denotado por f. O valor do portfólio hoje é: 20 x 0,25 – f = 5 – f Logo: 5- f = 4,367 ou: f = 0,633 Árvore Binomial • Isso mostra que, na ausência de oportunidades de arbitragem, o valor atual da opção deve ser 0,633. • Se o valor da opção fosse maior do que 0,633, o portfólio custaria menos de 4,367 para ser estruturado e obteria mais do que a taxa de juros livre de risco. • Se o valor da opção fosse menos de 0,633, vender o portfólio a descoberto representaria uma maneira de tomar dinheiro emprestado a menos do que a taxa de juros livre de risco. • Negociar 0,25 ação é, obviamente, impossível. Contudo, o argumento é o mesmo se imaginarmos a venda de 400 opções e a compra de 100 ações. Em geral, é necessário comprar Δ ações para cada opção vendida para formar um portfólio sem risco. O parâmetro Δ é importante no hedge de opções.Árvore Binomial • Podemos generalizar o argumento sem arbitragem apresentado anteriormente considerando uma ação cujo preço é S0 e uma opção sobre tal ação (ou qualquer derivativo dependente da ação) cujo preço atual é f. • Vamos supor que a opção dura o tempo T e que durante a vida desta o preço da ação pode subir de S0 para um novo nível, S0 x u, onde u > 1, ou descer de S0 para um novo nível, S0 x d, onde d < 1. Árvore Binomial • O aumento percentual no preço da ação quando há um movimento positivo é u – 1; a redução percentual quando há um movimento negativo é 1 – d . • Se o preço da ação sobe para S0 x u, supomos que o resultado da opção é fu; se o preço da ação cai para S0 x d, supomos que o resultado da opção é fd. Árvore Binomial • Assim como antes, imaginamos um portfólio composto de uma posição comprada em ações e uma posição vendida em uma opção. Calculamos o valor de que torna o portfólio sem risco. • Se há um movimento positivo no preço da ação, o valor do portfólio ao final da vida da opção é: S0 x u x Δ – fu • Se há um movimento descendente no preço da ação, o valor se torna: S0 x d x Δ – fd • Os dois são iguais quando: 𝑆0 𝑥 𝑢 𝑥 𝛥 – 𝑓𝑢 = 𝑆0 𝑥 𝑑 𝑥 𝛥 – 𝑓𝑑 ⇒ 𝛥 = 𝑓𝑢 – 𝑓𝑑 𝑆0 𝑥 𝑢 − 𝑆0 𝑥 𝑑 Árvore Binomial • Nesse caso, o portfólio é sem risco e, para que não haja oportunidades de arbitragem, ele deve obter a taxa de juros livre de risco. • A equação anterior mostra que é a razão entre a mudança no preço da opção e a mudança no preço da ação à medida que nos movemos entre os nós no tempo T Árvore Binomial • Se denotamos a taxa de juros livre de risco por r, o valor presente do portfólio é: (S0 x u x Δ – fu) x e-rT • O custo de montar o portfólio é: S0 x Δ – f • Logo: S0 x Δ – f = (S0 x u x Δ – fu) x e-rT → f = S0 x Δ (1 – u x e-rT) + fu x e-rT Árvore Binomial • Substituindo na equação anterior o valor de Δ encontrado anteriormente, obtemos: f = S0 x – x (1 – u x e-rT) + fu x e-rT ou: f = fu x (1 – d x e−rT) + fd x (u x e−rT – 1) u – d ou: f = e-rT x [p x fu + (1-p) x fd] onde: p = erT– d u – d Árvore Binomial • As seguintes equações permitem que uma opção seja apreçada quando os movimentos no preço da ação são dados por uma árvore binomial de um passo. O único pressuposto necessário para a equação é que não haja oportunidades de arbitragem no mercado. p = erT– d u – d f = e-rT x [p x fu + (1-p) x fd] Árvore Binomial • No exemplo numérico considerado anteriormente u = 1,1, d = 0,9, r = 0,12, T = 0,25, fu = 1 e fd = 0. Podemos demonstrar que encontramos os mesmos resultados. p = erT– d u – d = e0,12 x 0,25 – 0,9 1,1– 0,9 = 0,6523 f = e-rT x [p x fu + (1-p) x fd] = e−0,12 x 0,25 x [0,6523 x 1 + (1 – 0,6523) x 0] = 0,633 Árvore Binomial • A fórmula de apreçamento de opções não envolve as probabilidades de o preço das ações subir ou cair. Por exemplo, obtemos o mesmo preço de opção quando a probabilidade de um movimento positivo é 0,5 e quando é 0,9. • O resultado é surpreendente e parece contraintuitivo. É natural pressupor que, à medida que a probabilidade de um movimento positivo no preço da ação aumenta, o valor de uma opção de compra sobre a ação aumenta e o valor de uma opção de venda sobre a ação diminui. • Mas não é o caso. O principal motivo é que não avaliamos a opção em termos absolutos. Estamos calculando seu valor em termos do preço da ação subjacente. • As probabilidades de movimentos positivos ou negativos futuros já estão incorporados no preço da ação: não precisamos levá-los em conta novamente quando avaliamos a opção em termos de preço da ação. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • A avaliação risk-neutral afirma que, quando avaliamos um derivativo, podemos pressupor que os investidores são risk-neutral (ou seja, neutros em relação ao risco). • Esse pressuposto significa que os investidores não aumentam o retorno esperado que exigem de um investimento para compensar o risco maior. • O mundo no qual vivemos, obviamente, não é um mundo risk-neutral. Quanto maiores os riscos assumidos pelos investidores, maiores os retornos esperados que exigem. • À medida que os investidores se tornam mais avessos a riscos, os preços das ações diminuem, mas as fórmulas que relacionam os preços de opções aos preços de ações permanecem as mesmas. • Quando estamos apreçando uma opção em termos do preço da ação subjacente, as preferências de risco não são importantes. • Quase que por milagre, essa premissa resolve o problema de não sabermos praticamente nada sobre o nível de aversão ao risco dos compradores e vendedores de opções. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Um mundo risk-neutral tem duas características que simplificam o apreçamento de derivativos: • 1. O retorno esperado sobre uma ação (ou qualquer outro investimento) é a taxa de juros livre de risco. • 2. A taxa de desconto usada para o resultado esperado sobre uma opção (ou qualquer outro instrumento) é a taxa de juros livre de risco. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Voltando à equação do preço da opção, o parâmetro p deve ser interpretado como a probabilidade de um movimento positivo em um mundo risk-neutral, de modo que 1 - p é a probabilidade de um movimento negativo nesse mundo. • Pressupomos que u > erT, então 0 < p < 1. A expressão pfu + (1 - p)fd é o resultado futuro esperado da opção em mundo risk-neutral. • A equação afirma que o valor da opção hoje é seu resultado futuro esperado em um mundo risk-neutral, descontado pela taxa de juros livre de risco. Essa é uma aplicação da avaliação risk-neutral. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Para provar a validade de nossa interpretação de p, observamos que quando p é a probabilidade de um movimento positivo, o preço da ação esperado E(ST) no tempo T é dada por: E(ST) = pS0u + (1 - p)S0d ou: E(ST) = pS0(u – d) + S0d • Inserindo o resultado da equação de p no lugar de p , obtemos: E(ST) = S0erT Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Isso mostra que o preço da ação cresce, em média, à taxa de juros livre de risco quando p é a probabilidade de um movimento positivo. • Em outras palavras, o preço da ação se comporta exatamente como seria esperado em um mundo risk-neutral quando p é a probabilidade de um movimento positivo. • Para aplicar a avaliação risk-neutral ao apreçamento de um derivativo, primeiro calculamos quais seriam as probabilidades de diferentes resultados se o mundo fosse risk-neutral. A seguir, calculamos o resultado esperado do derivativo e descontamos o resultado esperado pela taxa de juros livre de risco. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Agora voltamos ao exemplo da árvore binomial para ilustrarmos que a avaliação risk-neutral dá a mesma resposta que os argumentos sem arbitragem. • O preço da ação atual é $20 e se moverá para $22 ou $18 ao final de 3 meses. A opção considerada é uma opção de compra europeia com preço de exercício de $21 e data de expiração em 3 meses. A taxa de juros livre de risco é 12% ao ano. • Definimos p como a probabilidade de um movimento positivo no preço da ação em um mundo risk-neutral. Podemos calcular p com a equação apresentada anteriormente. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Por outro lado, poderíamos argumentar que o retorno esperado sobre a ação em um mundo risk-neutral deve ser a taxa de juros livre de risco de 12%. • Isso significa que p deve satisfazer: 22p + 18(1 - p) = 20e0,12 x 3/12 ou: 4p = 20e0,12 x 3/12 – 18 então: p = 0,6523 Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • Ao final de 3 meses, a opção de compra tem probabilidade de 0,6523 de valer 1 e probabilidade de 0,3477 de valer zero. Seu valor esperado é, portanto: 0,6523 x 1 + 0,3477 x 0 = 0,6523 • Em um mundo risk-neutral, esse resultado deve ser descontado pela taxa de juros livre de risco. O valor da opção hoje é, assim: 0,6523 x e-0,12 x 3/12 = $0,633. • É o mesmo valor obtido anteriormente, demonstrando que os argumentossem arbitragem e a avaliação risk-neutral dão a mesma resposta. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • É preciso enfatizar que p é a probabilidade de um movimento positivo em um mundo risk-neutral. Em geral, esta não é a mesma que a probabilidade de um movimento positivo no mundo real. • Em nosso exemplo, p = 0,6523. Quando a probabilidade de um movimento positivo é 0,6523, o retorno esperado sobre a ação e sobre a opção é a taxa de juros livre de risco de 12%. • Suponha que, no mundo real, o retorno esperado sobre a ação é 16% e p* é a probabilidade de um movimento positivo nesse mundo. Logo: • 22p* + 18(1 - p*) = 20e0,16 x 3/12 de modo que p* = 0,7041. Árvore Binomial Avaliação Risk Neutral • O resultado esperado da opção no mundo real é dado por: p* x 1 + (1 - p*) x 0 = 0,7041 • Infelizmente, não é fácil conhecer a taxa de desconto correta a ser aplicada ao resultado esperado no mundo real. O retorno que o mercado exige sobre a ação é 16%, e essa é a taxa de desconto que seria usada para os fluxos de caixa esperados de um investimento na ação. • Uma posição em uma opção de compra é mais arriscada do que uma posição na ação. Por consequência, a taxa de desconto que será aplicada ao resultado de uma opção de compra é maior do que 16%, mas não sabemos o quanto maior ela deve ser. • Usar a avaliação risk-neutral resolve esse problema, pois sabemos que em um mundo risk-neutral o retorno esperado sobre todos os ativos (e, logo, a taxa de desconto a ser usada para todos os resultados esperados) é a taxa de juros livre de risco. Árvore Binomial Árvore binomial de dois passos • Podemos estender a análise para uma árvore binomial de dois passos como aquela mostrada na figura ao lado. • Nela, o preço da ação começa em $20 e em cada um dos dois passos no tempo pode subir 10% ou cair 10%. Cada passo no tempo tem 3 meses de duração e a taxa de juros livre de risco é de 12% ao ano. Vamos considerar uma opção de 6 meses com preço de exercício de $21. • O objetivo da análise é calcular o preço da opção no nó inicial da árvore. Para tanto, os princípios estabelecidos anteriormente neste capítulo devem ser aplicados de maneira repetida. Árvore Binomial Árvore binomial de dois passos • A figura ao lado mostra a mesma árvore anterior, mas com o preço da ação e o preço da opção em cada nó. (O preço da ação é o número superior e o da opção é o número inferior.) • Os preços de opções nos nós finais da árvore são fáceis de calcular. Eles são os resultados da opção. No nó D, o preço da ação é 24,2 e o preço da opção é 24,2 – 21 = 3,2; nos nós E e F a opção está fora do dinheiro e seu valor é zero. No nó C, o preço da opção é zero, pois o nó C leva ao nó E ou ao nó F, e em ambos o preço da opção é zero. Árvore Binomial Árvore binomial de dois passos • Calculamos o preço da opção no nó B focando nos nós B, D e E. Usando a notação introduzida anteriormente, u = 1,1, d = 0,9, r = 0,12 e T = 0,25, de modo que p = 0,6523, e usando a equação apresentada anteriormente, encontramos o valor da opção no nó B como: f = e-0,12 x 3/12 x (0,6523 x 3,2 + 0,3477 x 0) = 2,0257 • Ainda precisamos calcular o preço da opção no nó inicial A. Para tanto, nos concentramos no primeiro passo da árvore. Sabemos que o valor da opção no nó B é 2,0257 e que no nó C é zero. Assim, o valor no nó A é: f = e-0,12 x 3/12 x (0,6523 x 2,0257 + 0,3477 x 0) = 1,2823. • Observe que este exemplo foi construído de modo que u e d (os movimentos positivo e negativo proporcionais) fossem iguais em cada um dos nós da árvore e que os passos no tempo tivessem a mesma duração. Por consequência, a probabilidade risk-neutral, p, como calculada pela equação apresentada anteriormente, é a mesma em cada nó. Árvore Binomial Árvore binomial de dois passos – opção de venda • Os procedimentos descritos anteriormente também podem ser utilizados para opções de venda e não apenas para as de compra. • Considere uma opção de venda europeia de 2 anos com preço de exercício de $52 sobre uma ação cujo preço atual é $50. • Vamos supor que há dois passos no tempo de 1 ano e que em cada passo o preço da ação se move positiva ou negativamente em 20%. Vamos supor também que a taxa de juros livre de risco é 5%. Árvore Binomial Árvore binomial de dois passos – opção de venda • Nesse caso, u= 1,2, d = 0,8, t = 1 e r = 0,05. O valor da probabilidade risk-neutral, p , é dado por: p = e−0,05 x 1 – 0,8 1,2 – 0,8 = 0,6282 • Os preços finais possíveis da ação são: $72, $48 e $32. Nesse caso, Fuu = 0, fud = 4 e fdd = 20. • Da equação: f = e-2 x 0,05 x 1 x (0,62822 x 0 + 2 x 0,6282 x 0,3718 x 4 + 0,37182 x 20) = 4,1923 • Esse resultado também pode ser obtido usando a equação apresentada anteriormente e analisando a árvore retroativamente, um passo de cada vez. Delta • Nesse momento, torna-se apropriado introduzir o delta, um parâmetro importante (também chamado de uma “letra grega” ou simplesmente uma “grega”) ao apreçamento e hedge de opções. • O delta (Δ) de uma opção sobre ações é a razão entre a mudança no preço da opção sobre ações e a mudança no preço da ação subjacente. • É o número de unidades da ação que devemos possuir para cada opção vendida a descoberto de modo a criar um portfólio livre de risco. • Ele é igual ao introduzido anteriormente. A construção de um portfólio sem risco também é chamada de delta hedging. • O delta de uma opção de compra é positivo, enquanto o delta de uma opção de venda é negativo. Delta • Na figura abaixo, podemos calcular o valor do delta da opção de compra sendo considerada como: 1 − 0 22 − 18 = 0,25 • Isso ocorre porque quando o preço da ação muda de $18 para $22, o preço da opção muda de $0 para $1. Delta • Na figura ao lado, o delta correspondente aos movimentos de preço da ação durante o primeiro passo no tempo é: 2,0257 − 0 22 − 18 = 0,5064 • O delta para os movimentos do preço da ação durante o segundo passo no tempo é: • , , , = 0,7273, se há um movimento positivo durante o primeiro passo e • , , = 0, se há um movimento negativo durante o primeiro passo Delta • Na figura ao lado, o delta é: • , , = −0,4024, ao final do primeiro passo e • = -0,1667 ou = -1,0000, ao final do segundo passo • Os exemplos de dois passos mostram que o delta muda com o tempo. Assim, para manter um hedge sem risco usando uma opção e a ação subjacente, precisamos ajustar nossas posições na ação periodicamente.