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13º EMENDA Segundo Jelani Cobbi, professor de estudos afroamericanos da Universidade Connecticut, em depoimento no filme 13º Emenda:” Se olhar para história das várias lutas dos negros neste país há uma na tentativa de ser entendidos como seres humanos completos e complexos...” O racismo empeçado da cultura colonizadora, em que negros eram considerados mercadorias braçais, sem direitos, comparados a animais irracionais prontos para executarem e servirem aos seus respectivos “Senhores”, enraíza a discriminação até os dias atuais. Nota-se que a segregação histórica mostra-se tão aparente e é refletida no sistema carcerário, seja ele norte- americano ou brasileiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, incentivados por governos em que articulavam à manutenção do poder entre as classes elitizadas, consequentemente “brancas”, e maquiando a opressão com o lema “Se você é contra a polícia, você é contra a lei e a ordem”, é que se construiu a filosofia do encarceramento em massa. Ademais, o sistema prisional americano tornou-se um complexo industrial prisional, movimentando a economia, estimulando o capitalismo e credibilizando a reclusão. Já no Brasil, segundo o texto “O que é encarceramento em massa”, escrito por Juliana Borges, para o prosseguimento da dominação do Estado nas mãos da classe privilegiada, houve uma “reorganização” do racismo, pois o primeiro Código Penal, criminalizava os negros sem a mínima presunção, mas sim pelo simples fato de serem negros escravos. O segundo Código Penal pós- escravatura, despersonaliza o racismo e cria subterfúgios para criminalizar a cultura afrodescente, como no caso da discriminação às religiões africanas. Fato é que, tanto no Brasil quanto no Estados Unidos, a segurança pública vem sendo midiaticamente inflamada no sentido de reprimir, excluir e marginalizar essa parcela da sociedade, ao contrário de conscientizar a população e fazer com que esta exija do Estado a busca por políticas públicas eficazes e efetivas. Em suma, a ênfase se volta à exceção que a 13º emenda do texto constitucional norte americano traz, ou seja, conceder a liberdade à todos, todavia, com a condição de excluir os criminosos, àqueles que historicamente e periodicamente foram e serão sempre os mesmos.