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Acidente Vascular EncefálicoClínica Conceitos Iniciais: Dois tipos de AVE: Hemorrágico ou Isquêmico; Causa um déficit neurológico focal súbito; Lobo frontal: Possui a área de Broca – Parte motora da linguagem; Afasia de Broca: Consegue entender o que está sendo dito, mas não consegue se comunicar; Presente apenas no hemisfério dominante, na maioria, o hemisfério esquerdo; Cortéx motor – Primeiros neurônios motores, responsáveis por movimentar o lado contralateral do corpo; Lobo Parietal: Córtex sensitivo; A sensibilidade da perna está na parte medial do córtex sensitivo; É contralateral; Lobo Temporal: Área de Wernicke – Área sensitiva da linguagem, ou seja, relacionada ao entendimento; Afasia sensitiva da linguagem; Presente apenas no hemisfério dominante; Lobo Occipital: Córtex visual; Cerebelo: Coordenação motora, equilíbrio e ajuste fino dos movimentos; Tronco Cerebral: Dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo; Dá origem aos pares cranianos; Vascularização x Lesão: A. cerebral anterior: Déficit sensitivo-motor da perna contralateral; A. cerebral média: Déficit sensitivo-motor contralateral, poupando a perna; Lesão de área de Broca e Wernicke; A. cerebral posterior: Déficit visual; A. vértebro-basilar: Síndrome cerebelar, síndrome de tronco encefálico; Abordagem Inicial: Suspeita: Déficit neurológico focal súbito; AVEi é prevalente a 80% dos casos; Realizar neuroimagem; Aferir a glicemia do paciente antes de realizar a neuroimagem, pois hipoglicemia pode simular um déficit neurológico focal súbito; Pode ser realizado a Tomografia Computadorizada sem contraste ou Ressonância Magnética convencional; AVE isquêmico Inicialmente, o AVEi não apresenta alterações na TC, mas ela pode descartar um evento hemorrágico; A RM por difusão consegue visualizar mais precocemente a isquemia, porém possui alto custo e baixa disponibilidade; Realizada em casos específicos, tais como Ataque Isquêmico Transitório; Ataque isquêmico transitório (AIT): O paciente apresenta um déficit focal súbito, porém é revertido espontaneamente; Caracterizado pela ausência de infarto cerebral; Não possui um tempo específico para caracterizar o AIT; Se durar muito tempo, deve ser tratado como AVEi; Necessário fazer um exame de imagem; A TC pode ser normal no AIT e a RNM por difusão não pode demonstrar isquemia; Fisiopatologia: Alguns minutos após a obstrução os neurônios da área afetada começam a morrer, sofrer infarto. Ao redor dessa área isquêmica, há neurônios em sofrimento, com risco de morrerem, o que caracteriza a área de penumbra; A abordagem ao AVEi visa salvar a área de penumbra; Tratamento agudo – 3 dias: Controle da glicemia, temperatura e os valores do sódio; Hipertensão permissiva: A PA do paciente pode estar levemente aumentada, pois sua redução pode impedir que o sangue perfunda a área de penumbra e provoque mais lesão cerebral; Máximo de PA permitida até 220 x 120 mmHg ou 185 x 110 mmHg (se trombólise); Valores maiores devem ser tratados com anti-hipertensivos; AAS e heparina profilática nas primeiras 48h; Se trombólise, aguardar 24h para iniciar essa dupla anti-agregação; Estratégias de reperfusão: Trombólise: Alteplase (rTPA) – 0,9 mg/kg, no máximo 90kg Pode ser realizado até 4,5h desde o início dos sintomas; Trombectomia Mecânica: retirada do trombo por meio de um stent, de forma mecânica; Idealmente, deve ser realizado até 6h do início dos sintomas; Para oclusão de grande artéria e com déficit focal significativo; Tratamento Crônico: Investigar a etiologia: ECG, ecocardiograma e doppler de carótidas e vertebrais; Prevenção secundária: AVE aterotrombótico: Antiagregação plaquetária; Controle dos fatores de risco; Endarterectomia – cirurgia para retirada da placa ateroscleContro da carótida do paciente; A placa é a culpada pela isquemia e oclui mais de 70% do lúmen da artéria; AVE cardioembólico: Anticoagulação plena – iniciar após 14 dias em caso de AVEi extenso; AVE hemorrágico Conceitos Anatômicos: Pia-máter: camada mais interna das meninges; Aracnoide: camada intermediária; Espaço subaracnoide: Entre a aracnoide e a pia-máter; Presença de líquor e é onde estão localizadas as artérias do polígono de Willis; Dura-máter: camada mais externas, em contato com a calota craniana; Espaço subdural: entre a aracnoide e a dura-mater; Dois tipos: Intraparenquimatoso – Hemorragia que ocorre dentro do parênquima cerebral; Classicamente o quadro clínico da HSA não possui déficit focal súbito; Diagnóstico: Neuroimagem; Sangramentos discretos podem cursar com TC normal, inicialmente; TC normal = Realizar Punção lombar; Em casos de HSA o líquor fica mais amarelado devido à presença de hemácias; Após confirmado o diagnóstico, é necessário pesquisar qual artéria se rompeu para planejar a intervenção; AngioTC, AngioRM e/ou arteriografia; Tratamento: Intervenção precoce aberta ou endovascular; Deve ser feita até o 3º dia ou após 14 dias, pois entre esses dias ocorre um período de risco de vasospasmo; Controle da PA: Manter a PAs < 160 mmHg Neuroproteção: Nimodipina VO 60mg 4/4h por 14 a 21 dias; Sem fisiopatologia esclarecida; Complicações: Ressangramento: Risco maior nos primeiros 1-7 dias; Evitado por meio da interveção precoce; Vasoespasmos: Risco maior entre 3-14 dias; O paciente deve ser avaliado diariamente com doppler transcraniano e em qualquer sinal de vasoespasmo deve-se induzir a HAS; Hidrocefalia: Ocorre obstrução na drenagem liquórica; Evitada por meio da derivação ventricular externa ou peritoneal; Hiponatremia: Em resposta à lesão, o cérebro libera o peptídeo natriurético cerebral (BNP), que provoca a síndrome cerebral perdedora de sal; Tratamento por meio da hidratação venosa; Subaracnoide – Hemorragia que ocorre no espaço subaracnoide; Hemorragia Subaracnoide (HSA): Origem do sangramento é o polígono de Willis; Artéria mais acometida: A. comunicante anterior; Causa: Aneurisma sacular; Fisiopatologia relacionada com a hipertensão craniana; Quadro clínico: Cefaleia intensa e súbita; Síncope – rebaixamento do nível de consciência; Rigidez de nuca; Inicia apenas de 12-24h depois do sangramento pois ocorre devido à irritação química; Hemorragia intraparequimatosa: Causas: Hipertensão Arterial e Angiopatia amiloide; A HAS é a principal causa, com formação de microaneurismas de Charcot- Bouchard; A angiopatia amiloide provoca uma hemorragia mais extensa e grave; Quadro Clínico: Há déficit neurológico focal súbito e hipertensão intracraniana; Diagnóstico por meio da TC de crânio sem contraste; Tratamento: Controle glicêmico, eletrolítico e de temperatura; Abordagem da hipertensão intracraniana; Controle da PA sistólica < 140 mmHg Cirurgia para drenagem de hematoma cerebelar em casos de hemorragias graves;