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APS 2020-1

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IES – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA GRANDE FLORIANÓPOLIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE APS 
 
 
 
 
 
 
 
ALUNAS: VANESSA DOS PASSOS NEDEL, 
JÉSSICA FORTUNATO E EDUARDA SANTOS. 
 
 
 
 
 
 
São José, 04 de Junho de 2020 
ÍNDICE 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
2. MANDADO DE SEGURANÇA 
3.COMPETÊNCIA DO MANDADO DE SEGURANÇA NA SEARA 
TRABALHISTA 
4. PRAZO 
5. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
6. MANDADO DE SEGURANÇA E O ACESSO A JUSTIÇA 
7. A CONCESSÃO DE LIMINARES EM MANDADO DE SEGURANÇA E O 
ACESSO À JUSTIÇA 
8. JURISPRUDÊNCIAS 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de uma pesquisa 
jurisprudencial no Tribunal Regional do Trabalho 12, a respeito da possibilidade de 
mandado de segurança e também uma resenha sobre a possibilidade de impetração na 
seara trabalhista x o acesso à justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. MANDADO DE SEGURANÇA 
 
A palavra “mandado” vem do latim mandatum, provindo do verbo mandare, que 
traz a ideia de determinação. Assim, transportando tal sentido para o âmbito em que se 
está trabalhando, mandado significa o instrumento, o procedimento judiciário provocado 
por alguém interessado no intuito de assegurar um direito líquido e certo, ameaçado ou 
posto em perigo por ato ou conduta ilegais do Poder Público. 
Em outras palavras, o writ trata-se de uma ação cuja qual o impetrante recorre 
junto ao Poder Judiciário com o escopo de rechaçar um ato ilegal ou abusivo de um órgão 
do Estado ou que, por delegação, desempenhe uma atividade estatal. Enfim, de maneira 
comezinha, vem a ser um meio judicial, de rito sumaríssimo, portanto especial, no qual o 
indivíduo pode se valer para se resguardar de atos contrários à lei ou abusivos praticados 
por autoridade pública. 
No ordenamento jurídico pátrio em vigor, está regulado no Texto Supremo de 
1988 nos incisos LXIX e LXX de seu artigo 5º, e seu iter procedimentalis é regido pela 
atualíssima Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009, conhecida como a nova Lei do Mandado 
de Segurança – LMS. 
 
Mandado de Segurança é em uma ação constitucional, de natureza civil, regida 
por lei especial, a Lei de Mandado de Segurança, a Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009, 
tem como objetivo proteger direito líquido e certo contra ato praticado por autoridade 
pública. 
Art. 1º da lei nº 12.016: 
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa 
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-
la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais 
forem as funções que exerça. 
 
Conceito análogo ao artigo 5º, LXIX da Constituição Federal. 
As autoridades mencionadas no artigo também são exemplificadas através da 
respectiva lei: 
 
Art 1º, § 1o: Equiparam-se às autoridades, para os efeitos 
desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos 
e os administradores de entidades autárquicas, bem como 
os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais 
no exercício de atribuições do poder público, somente no 
que disser respeito a essas atribuições. 
 
Ainda sobre o artigo 1º ele condiciona a direito líquido e certo, explicados por Hely Lopes 
Meirelles: 
 
Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua 
existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no 
momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, 
para ser amparável por mandado de segurança, há de vir 
expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e 
condições de sua explicação ao impetrante: se sua existência for 
duvidosa; se sua extensão ainda não estiver delimitada, se seu 
exercício depender de situações e fato ainda indeterminados, não 
rende ensejo à segurança embora possa ser defendido por outros 
meios judiciais. 
 
O Supremo Tribunal Federal recomenda na Súmula 625: 
“Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de 
mandado de segurança.” 
 
 
 
3. COMPETÊNCIA DO MANDADO DE SEGURANÇA NA SEARA 
TRABALHISTA 
 
O MS será julgado conforme sua matéria, o art. 114, IV da Constituição Federal 
de 1988 atribui a Justiça do Trabalho: 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, 
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
A competência para processar e julgar o mandado será em razão da autoridade 
coatora que praticou o ato supostamente lesivo ou abusivo, podendo ser da 1ª Instância 
(vara do trabalho), da 2ª Instância (TRT’S) e também do TST. 
 
A atual Constituição da República (CR/88), após a EC 45/2004, dispõe: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
[...] 
IV - os mandados de segurança [...], quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição (competência 
constitucional); 
 
 Com a edição da EC n. 45/2004, esperava-se uma ampliação significativa da competência 
constitucional da Justiça do Trabalho (JT). Contudo, o viés conservador do STJ e do STF 
fez uma leitura restritiva do texto. 
Pelo art. 659, IX, da velha CLT, pode o juiz do trabalho conceder “medida 
liminar”, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem a tornar 
sem efeito a transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 desta Consolidação 
(itálico nosso). Trata-se claramente de “provimento mandamental”, dado em sede de 
tutela provisória, e em tudo equiparável ao que se dá em sede MS. (Quando na ativa como 
juiz do trabalho, determinei a suspensão de atos de prefeito municipal que remanejou 
todos os professores do município por perseguição política. Foram repostos em seus 
devidos lugares por um provimento antecipatório, pois; nada, no plano lógico, impediria, 
ou impende, que a pretensão fosse veiculada por via de mandado de segurança 
trabalhista). 
É também sabido que o servidor celetista de ente da Administração direta, 
autárquica ou fundacional, desde que concursado, tem a estabilidade prevista no art. 41 
da CR, consoante entendimento sumulado do TST, a saber: 
 
SÚMULA 390 TST – Estabilidade. Artigo 41 da CF/1988. Celetista. 
Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa 
pública e sociedade de economia mista. Inaplicáveis. (conversão das Orientações 
Jurisprudenciais ns. 229 e 265 da SDI-1 e da Orientação Jurisprudencial n° 22 da SDI-2): 
 
I – O Servidor Público celetista da administração direta, 
autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista 
no art. 41 da CF/88. 
 
II – Ao empregado da empresa pública ou sociedade de 
economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em 
concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 
41 da CF/88. 
 
 Diante dessa orientação, calha perguntar: os litígios relativos a esses 
servidores – os celetistas estáveis da administração direta, autárquica ou fundacional –, 
em que esteja configurada lesão ou ameaça a direito evidente, são, ou não, ajuizáveis por 
MS (ou se quiserem ação mandamental) perante a Justiça do Trabalho? É crível que 
simplesmente responder “não” seria até um retrocesso em relação à processualista da CLT 
prevista no citado art. 659, IX. Certamente, mais atual e substancialmente mais correto, 
seria tratar essas reclamatórias segundo a lógica que guia o presente estudo. 
 
A partir da vigência da EC, passou-se a admitir o writ também nas hipóteses, por 
exemplo, em que as autoridades do Ministério do Trabalho e Emprego exerçam suas 
funções no sentido de aplicar sanções administrativasaos empregadores (art. 114, VII, da 
CF/88) ou nos casos de atuação extrajudicial do representante do Ministério Público do 
Trabalho, principalmente na condução de inquérito civil público. 
 
Dessa forma, as demais autoridades não podem ser sujeito passivo do mandado 
de segurança impetrado no âmbito da Justiça do Trabalho, a exemplo das autoridades do 
INSS e os gestores de entidades públicas empregadoras (Cairo Júnior, José. Curso de 
direito processual do trabalho. Salvador: Editora Podivm. 2012, p. 1.028). 
 
4. PRAZO 
 
A Lei do mandado de segurança, dispõe que o prazo é decadencial de 120 dias 
para impetrar o MS, contados da ciência pelo interessado, do ato impugnado, conforme 
art. 23 da respectiva lei. 
“Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança 
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da 
ciência, pelo interessado, do ato impugnado.” 
 
 
5. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
 
O objetivo do Mandado de Segurança coletivo é o mesmo do individual, se 
proteger direito líquido e certo só que de natureza corporativa, pertencente não a um 
indivíduo isolado, mas sim a um grupo de pessoas, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que houver ilegalidade ou abuso de poder perpetrado por 
autoridade. 
A previsão constitucional aborda sobre os impetrantes em seu art. 5º, LXX: 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um 
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
Observa-se que o Ministério Público da União não é mencionado, mas a LC n. 
75/93, contudo, reconhece expressamente a legitimação do MPU para impetrar mandado 
de segurança. 
 
 
6. MANDADO DE SEGURANÇA E O ACESSO A JUSTIÇA 
 
O acesso à justiça está ligado aos direitos sociais. É direito humano e 
essencial ao completo exercício da cidadania, diferente dos tempos arcaicos onde a 
justiça, na prática, só era obtida por quem tivesse dinheiro para arcar 
com as despesas de um processo. 
Acesso à Justiça é explanado por segundo Cappelletti e Garth (1988, p. 8): 
 
[...] serve para determinar duas finalidades básicas do sistema 
jurídico – o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus 
direitos e/ou resolver seus litígios sob os auspícios do Estado. 
Primeiro, o sistema deve ser igualmente acessível a todos; 
segundo, ele deve produzir resultados que sejam individual e 
socialmente justos. 
 
A Lei do Mandado de Segurança, em seu art 7º, III prevê a possibilidade de 
liminar, além de exigência de caução, fiança ou depósito: 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando 
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar 
a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo 
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o 
objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
A liminar é a forma que o legislador viu como a necessidade de criar medidas que 
assegurem a eficácia do direito material. O impetrante deverá convencer o magistrado de 
que tem melhores razões que a parte contrária e que o ato coator é realmente abusivo ou 
ilegal. O magistrado irá analisar o cabimento da concessão de liminar em mandado de 
segurança, devendo fundamentar sua decisão. 
Já a exigência de caução, fiança ou depósito gera divergências, pois alguns autores 
consideram como afronta ao princípio do acesso à justiça e, consequentemente, uma 
afronta à Constituição, entretanto, há os autores que asseguram não ser esta previsão 
inconstitucional, por ser uma faculdade do magistrado, devendo ser analisada no caso 
concreto. 
 
 
7. A CONCESSÃO DE LIMINARES EM MANDADO DE 
SEGURANÇA E O ACESSO À JUSTIÇA 
 
A sua previsão de concessão de liminares em mandado de segurança encontra-se 
respaldada no art. 7ª, da Lei nº 12.016/2009, conforme mencionada acima. 
Consoante a este dispositivo, de maneira geral, analisa Ribeiro Dantas (2010, p. 
117) que o legislador nele expressou as características do mandado de segurança, de 
forma que são apresentadas as providências iniciais do mandado e, cuida, principalmente, 
da concessão de liminar com a possibilidade de ser exigida caução, fiança ou depósito 
para que seja assegurado o ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
Prosseguindo na análise referente à concessão de liminar na nova legislação do 
mandado de segurança, traz-se o inciso II, art. 7º, da Lei 1.533/1951 (BRASIL, 2010-F), 
in verbis: “que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido quando for relevante o 
fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja 
deferida”. 
 
Em estudo ao instituto do mandado de segurança frente ao princípio do acesso à 
justiça, assevera Ferraz (2002, p. 755-756) entendem que tal instituto representa o meio 
mais célere e econômico ao acesso à justiça frente aos abusos estatais, de modo a não se 
admitir que doutrina e jurisprudência restrinjam seu alcance. 
 
Assevera Ferraz (2002, p. 756) ainda, que diante da importância apresentada pela 
ação do mandado de segurança, cabe ao intérprete, jurista ou juiz, não diminuí-lo ou 
poupá-lo quando da sua concessão, pois o risco não está em vulgarizá-lo, mas em asfixiá-
lo diante do medo de seu real alcance e potencialidade. 
 
A nova lei do mandado de segurança, a Lei nº 12.016/09, trouxe consideráveis 
alterações, de forma que algumas delas chegam a vedar ou, no mínimo, dificultar o acesso 
ao Poder Judiciário, conforme entendimento de Brito (2009). 
 
Cerqueira (2009, p. 87), acerca da concessão de liminar em sede de mandado de 
segurança faz um comparativo de sua natureza às espécies de tutelas de urgência: 
 
A concessão da medida liminar será de rigor quando o fundamento 
do pedido for relevante e estiver presente o risco de ineficácia do 
provimento final a ser concedido. O dispositivo evidencia a 
natureza preponderantemente cautelar da decisão liminar, que em 
regra assegura a eficácia do provimento final, sendo que em alguns 
casos pode ganhar feições de antecipação da tutela, autorizando 
inclusive a execução provisória. Porém, a partir de uma 
interpretação sistemática, se houver risco de irreversibilidade, 
fática e não jurídica, já que a caução não será suficiente para 
permitir a volta à situação fática anterior à concessão da liminar. 
 
 
Medina e Araújo (2009, p. 119) acerca da concessão de liminar em sede de 
mandado de segurança, também fazem um comparativo de sua natureza às espécies de 
tutelas de urgência, afirmando: 
 
Em todo caso, o provimento de urgência previsto pelo art. 7º, III, 
poderá assumir tripla configuração: 1) liminar cautelar; 2) 
liminar antecipatória; ou 3) liminar satisfativa. Tudo dependerá 
das eficácias sentenciais que forem agregadas ao comando 
mandamental (declaratória, constitutiva, condenatória). Em 
determinadas situações a liminar será satisfativa e esgotará o 
objeto do pedido, como na liminar para fornecimento de 
medicamento. Em outro exemplo pode-se visualizar a natureza de 
antecipação de tutela no mandamus, como no pedido de 
reintegração provisória do servidor ao cargo. E, por fim, a liminar 
poderá assumir contorno cautelar quando tenha como objetivo 
agregar eficácia suspensiva á exigência do crédito tributário. 
 
Acerca do assunto, concluem os mesmos autores (MEDINA; ARAÚJO, 2009, p. 
120) que a concessão de liminar em mandado de segurança se aproxima mais da tutela 
antecipada, tendo em vista a necessidade da prova inequívoca que se deve apresentar para 
fins de respaldar o direito pleiteado, o qual deve configurar-se como líquido e certo. 
 
Destarte, verifica-se que há autores que entendem a nova previsão do artigo 7º, 
inciso III, da Lei nº 12.016/2009 como afronta ao princípiodo acesso à justiça e, por 
conseguinte, uma afronta à Constituição, entretanto, há os autores que asseveram não ser 
esta previsão inconstitucional, por ser uma faculdade do magistrado, devendo ser 
analisada no caso concreto. 
 
 
8. JURISPRUDÊNCIAS 
 
TRT 12: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 
A liquidez e a certeza do direito invocado, consubstanciadas na 
aptidão para que ele possa ser exercido no momento da impetração, 
constituem pressupostos aptos a legitimar a concessão da 
segurança. (TRT12 - MSCiv - 0000032-49.2020.5.12.0000 , 
LILIA LEONOR ABREU , Seção Especializada 2 , Data de 
Assinatura: 28/05/2020) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. OFENSA A DIREITO 
LÍQUIDO E CERTO. Demonstrada a ofensa a direito líquido e 
certo, impõe-se a concessão da segurança. (TRT12 - MSCiv - 
0000011-73.2020.5.12.0000 , NIVALDO STANKIEWICZ , Seção 
Especializada 2 , Data de Assinatura: 27/05/2020) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA DE URGÊNCIA 
DEFERIDA PARA DETERMINAR O PAGAMENTO DE 
VERBAS RESCISÓRIAS. DETERMINAÇÃO SIMULTÂNEA 
DE OFÍCIO A JUÍZO CIVEL PARA ALCANÇAR VALORES 
SUPOSTAMENTE CAUCIONADOS EM FAVOR DA RÉ. 
CONTROVÉRSIA INSTALADA EM AUTOS DE 
COMPETÊNCIA ESTRANHA À JUSTIÇA DO TRABALHO. 
IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE 
PREFERÊNCIA DE CRÉDITOS TRABALHISTAS. 
SEGURANÇA CONCEDIDA AO REALIZADOR DA CAUÇÃO 
NOS AUTOS CÍVEIS. OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E 
CERTO. Os valores caucionados em favor da ré em ação cível, se 
não foram liberados a ela após duas tentativas naquela esfera 
judicial, são obviamente controversos e não podem ser 
considerados na sua esfera patrimonial. Assim, ofende direito 
líquido e certo daquele que realizou a caução a determinação 
judicial trabalhista de expedição de ofício ao Juízo Cível para 
alcançar tais valores, como se da ré fossem, ainda que sob o 
espeque de cumprimento de tutela de urgência em autos 
trabalhistas, em favor de trabalhador. A preferência do crédito 
trabalhista somente produz efeito diante da incontroversa 
disponibilidade dos valores pelo empregador. Segurança 
concedida. (TRT12 - MSCiv - 0000187-86.2019.5.12.0000 , 
GISELE PEREIRA ALEXANDRINO , Seção Especializada 2 , 
Data de Assinatura: 29/05/2019) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO QUE APRECIA O 
PLEITO ANTECIPATÓRIO. CONVENCIMENTO ACERCA DE 
PROBABILIDADE DE DANO IRREPARÁVEL (FUMUS BONI 
IURIS) E DA NECESSIDADE DE URGÊNCIA DO SEU 
DEFERIMENTO (PERICULUM IN MORA). CABIMENTO 
(SÚMULA Nº 414, ITEM II, DO TST). A decisão do Juiz de 
primeiro grau, prolatada antes da sentença, que aprecia a existência 
da probabilidade de dano irreparável (fumus boni iuris) e da 
necessidade de urgência (periculum in mora) da concessão da tutela 
de urgência antecipada (CPC/2015, arts. 294, parágrafo único e 
300), desafia a impetração do mandado de segurança, em razão da 
ausência de recurso específico (Súmula nº 414, item II, do TST). 
(TRT12 - MSCiv - 0000692-48.2017.5.12.0000 , MIRNA 
ULIANO BERTOLDI , Seção Especializada 2 , Data de 
Assinatura: 30/11/2017) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. INDEFERIMENTO DO 
PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR. AUSÊNCIA DE 
AMPARO FÁTICO OU LEGAL QUE DÊ ENSEJO À 
MODIFICAÇÃO DO DECIDIDO. SEGURANÇA DENEGADA. 
O mandado de segurança constitui instrumento jurídico restrito a 
casos excepcionais de defesa contra ato de ilegalidade ou abuso de 
poder emanado de autoridade dita coatora. Quando não tipificadas 
tais hipóteses, como no caso concreto em análise, impõe-se a 
denegação da segurança pretendida. (TRT12 - MSCiv - 0000075-
83.2020.5.12.0000 , NIVALDO STANKIEWICZ , Seção 
Especializada 2 , Data de Assinatura: 27/05/2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Sabe-se que o MS não passa de uma ação mandamental, como deixam ver as 
considerações deste ensaio e, mais incisivamente, estas ponderações do mestre Câmara 
(ob. cit., p. 219-220): 
 
A rigor, o que se pode aceitar como cientificamente correto é que 
a sentença condenatória pode ser objeto de uma subclassificação, 
dividindo-se em duas categorias: sentença condenatória executiva 
e sentença condenatória mandamental. Considera-se executiva a 
sentença condenatória sempre que seu cumprimento puder se dar 
através de meios de execução (ou seja, mecanismos de substituição 
da atividade do devedor capazes de produzir resultado prático 
equivalente ao do adimplemento da obrigação) e mandamental a 
sentença condenatória cuja efetivação se dá, exclusivamente, pelo 
emprego de meios de coerção (ou seja, meios destinados a 
pressionar psicologicamente o demandado a fim de que este, 
pessoalmente, cumpra o comando contido na sentença). 
 
 Sem a Lei do Mandado de Segurança e as intricadas previsões constitucionais de 
juízos competentes, seria fácil exorcizar de nosso ordenamento jurídico uma miríade de 
regras que atanazam o jurisdicionado, descomplicando a vida dos litigantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
 
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Fabris, 1988. 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-78/aspetos-atuais-do-mandado-de-
seguranca-na-justica-do-trabalho/01/06/2020 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/acesso-a-
justica/02/06/2020 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12016.htm02/06/2020 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm02/06/2020 
https://portal.trt12.jus.br/consulta-jurisprudencia02/06/2020

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