Prévia do material em texto
PALAVRA DO PROFESSOR Meus caros, Como alinhado em sala, vamos, inicialmente, trabalhar com a Parte Geral (artigos 1º a 120, CP). Imprescindível, aqui, conhecer, principalmente, mas não apenas: teoria do crime, critérios de territorialidade da norma penal, excludentes de ilicitude, dosimetria de pena, concursos e erros (tipo e proibição). Anote algumas dicas importantes: - O aumento da pena-base em virtude das circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 59 CP) depende de fundamentação concreta e específica que extrapole os elementos inerentes ao tipo penal. - Não há ilegalidade na análise conjunta das circunstâncias judiciais comuns aos corréus, desde que seja feita de forma fundamentada e com base nas semelhanças existentes. - A culpabilidade normativa, que engloba a consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa e que constitui elementar do tipo penal, não se confunde com a circunstância judicial da culpabilidade (art. 59 do CP), que diz respeito à demonstração do grau de reprovabilidade ou censurabilidade da conduta praticada. - O prazo de cinco anos do art. 64, I, do Código Penal, afasta os efeitos da reincidência, mas não impede o reconhecimento de maus antecedentes. - Os atos infracionais não podem ser considerados maus antecedentes para a elevação da pena-base, tampouco para a reincidência. - Os atos infracionais podem ser valorados negativamente na circunstância judicial referente à personalidade do agente. - Os atos infracionais não podem ser considerados como personalidade desajustada ou voltada para a criminalidade para fins de exasperação da pena-base. - A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. (Súmula n. 241/STJ) - O registro decorrente da aceitação de transação penal pelo acusado não serve para o incremento da pena-base acima do mínimo legal em razão de maus antecedentes, tampouco para configurar a reincidência. - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena- base. (Súmula n. 444/STJ) - Havendo diversas condenações anteriores com trânsito em julgado, não há bis in idem se javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; uma for considerada como maus antecedentes e a outra como reincidência. - O comportamento da vítima em contribuir ou não para a prática do delito não acarreta o aumento da pena-base, pois a circunstância judicial é neutra e não pode ser utilizada em prejuízo do réu. - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. (Súmula n. 231/STJ) - Em observância ao critério trifásico da dosimetria da pena estabelecido no art. 68 do Código Penal - CP, não é possível a compensação entre institutos de fases distintas. - Incide a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea d, do CP na chamada confissão qualificada, hipótese em que o autor confessa a autoria do crime, embora alegando causa excludente de ilicitude ou culpabilidade. Bons estudos! Um abraço, Santini 1. Luiza é servidora pública federal e presta seus serviços no Consulado Geral Brasileiro localizado em determinado país estrangeiro. Neste país, uma investigação concluiu que Luiza e outros trabalhadores, de diversos consulados, em conjunto, formaram organização criminosa que fraudava contratos de empresas locais com consulados, gerando prejuízo aos cofres públicos dos respectivos países. Por tais fatos, Luiza foi condenada a uma pena de prisão, cumpriu a sentença no respectivo País, e, posteriormente, retornou ao Brasil. Os fatos relatados constituem crime perante a lei brasileira, sujeitando os infratores às penas de reclusão. Sobre a hipótese narrada, e de acordo com o Código Penal, assinale a afirmativa correta. A. Luiza não poderá ser punida no Brasil pelos fatos praticados no estrangeiro, pois a lei penal brasileira tem uma limitação territorial, sendo inaplicável aos fatos ocorridos no exterior. B. Luiza não poderá ser punida no Brasil pelos mesmos fatos, desde que Luiza postule a homologação da sentença penal estrangeira no Brasil. C. Luiza poderá ser punida no Brasil em razão dos mesmos fatos praticados no exterior, desconsiderando-se as penas aplicadas pelo estado estrangeiro. javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; D. Luiza poderá ser punida no Brasil em razão dos mesmos fatos praticados no exterior, computando-se, contudo, as penas cumpridas no estrangeiro. E. Luiza somente poderia ser punida no Brasil caso houvesse sido absolvida no Estado Estrangeiro, em razão dos mesmos fatos. 2. Quanto ao tempo do crime, assinale a opção correta. A. Mesmo que lei posterior deixe de considerar determinado fato como crime, não serão excluídos os efeitos penais de condenação feita com base na legislação outrora vigente. B. A lei temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que decorrido o período de sua duração. C. A lei excepcional tem aplicação imediata, não gerando efeitos caso não aplicada durante sua vigência. D. Definido o fato como criminoso, a pena deve ser aplicada quando estabelecida cominação para ele. E. Ainda que transitada em julgada sentença penal condenatória, lei posterior terá aplicação imediata. 3. Em relação à lei penal no tempo, assinale a alternativa correta. A. Na hipótese de crime permanente, aplica-se a pena vigente no momento da privação da liberdade da vítima, ainda que outra pena, mais gravosa, esteja em vigor no momento da libertação da vítima. B. A lei nova que deixa de considerar um fato como crime retroage somente para os casos em que não houver trânsito em julgado. C. A lei penal mais benéfica ao acusado sempre retroage, ainda que o fato seja praticado durante a vigência de lei excepcional. D. É vedada a combinação de leis penais, ainda que a combinação seja mais favorável ao réu. 4. Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. A. Foi adotado no Brasil, desde 1984, o sistema duplo binário para as medidas de segurança. B. É possível a conversão da pena em medida de segurança na hipótese de superveniência de doença mental. C. A inimputabilidade, de acordo com o Código Penal, pode se dar por doença mental, embriaguez fortuita e privação temporária dos sentidos. D. A emoção e a paixão, além de não afastarem a imputabilidade penal do agente, configuram circunstâncias agravantes para o crime de homicídio. 5. De acordo com o Código Penal, é INCORRETO afirmar: A. Considera-se em estrito cumprimento de dever legal o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. B. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. C. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena. D. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo. 6. Um homem que adquiriu legalmente uma pistola e que tem porte de arma deferido pela Polícia Federal pretendia matar uma pessoa. Aguardava seu alvo em local que julgou propício para os disparos, quando decidiu escolher outra oportunidade, em razão da grande quantidade de pessoas que ali circulavam na ocasião. Essa conduta configura A. arrependimento posterior. B. crime tentado. C. desistência voluntária. D. arrependimento eficaz. E. ato preparatório impunível. 7. Em relação à omissão, é correto afirmar que A. todos os crimes omissivos não admitem tentativa. B. a omissão é penalmente relevante somentequando o agente tem o dever de evitar o resultado, independentemente das condições e circunstâncias do caso concreto. C. a omissão imprópria configura uma norma de extensão da tipicidade. D. quem causou a situação de risco não pode responder por crime comissivo em caso de omissão em evitar o resultado. 8. Fernanda trabalha como cuidadora de idosos e foi contratada para assistir ao idoso Luís Fernando, de 89 anos, que, não obstante a idade, seguia ativo, caminhando com algum apoio e realizando suas atividades de forma habitual, com relativa independência. Certo dia, Luís Fernando descia as escadas rolantes de um shopping-center, quando a barra de sua calça se prendeu nos degraus, o que levou Luís Fernando a se desequilibrar, e o suporte dado por Fernanda não foi suficiente para impedir a sua queda. O idoso fraturou o fêmur. Preocupada com eventual responsabilização criminal, Fernanda procura aconselhamento. Como advogado(a) de Fernanda, assinale a opção que apresenta sua orientação sobre os fatos e as possíveis consequências. A. Fernanda ocupa a posição de garantidora, devendo ser responsabilizada por delito comissivo por omissão por ter se operado o resultado danoso. B. A responsabilização de Fernanda dependeria de comprovação de efetiva negligência, imprudência ou imperícia, sem o que, não será responsabilizada pelo resultado danoso. C. Fernanda pode ser responsabilizada por crime omissivo próprio, diante do resultado danoso. D. Fernanda incidiu em conduta tipificada no Estatuto do Idoso. 9. Rebeca trabalha há muitos anos como instrumentadora cirúrgica e tem bastante experiência na sua atuação. Sabe que, via de regra, os centros cirúrgicos exigem tipos especiais de calçados para acesso. Tendo em vista sua larga experiência com a atividade de instrumentação, Rebeca passa a utilizar sapatos de salto alto, por ser muito vaidosa, e por ter certeza de que este fato não irá comprometer sua atividade. Rebeca, certo dia, escorrega durante a atividade de instrumentação e derruba a mesa auxiliar de instrumentação, caindo alguns objetos na área cirúrgica. O acidente ocasionou danos graves no paciente, com sequela cicatricial não esperada ao tipo de procedimento a que se submetia. Neste caso, é possível dizer que a conduta de Rebeca, que implicou no resultado lesivo ao paciente, foi praticada com A. dolo eventual. B. culpa inconsciente, na modalidade imperícia. C. culpa inconsciente, na modalidade imprudência. D. culpa consciente, na modalidade imprudência. E. culpa consciente, na modalidade imperícia. 10. A dogmática penal comporta diversas classificações de crimes. Acerca dessa matéria, assinale a afirmativa correta. A. Nos crimes de mão própria exige-se uma qualidade específica do sujeito ativo para sua prática. Ademais, nessa hipótese admite-se o concurso de pessoas na forma da autoria mediata, coautoria e participação. B. O tipo misto alternativo se notabiliza por possuir mais de um núcleo do tipo, sendo que a prática de apenas um deles é suficiente para a consumação. Noutro giro, a prática de mais de um deles, no mesmo contexto, configura crime único. C. Cuida-se de crime unissubjetivo quando a conduta do agente for exaurida num único ato, não sendo possível fracionar o iter criminis. D. O crime continuado é aquele cuja consumação, pela natureza do bem jurídico ofendido, pode protrair-se no tempo. E. Trata-se de crime não transeunte quando o delito, em decorrência de seu modo de execução, não deixa vestígios.