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Fecundação e Embriologia: Processos e Etapas

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Instituto de Ciências da Saúde 
Biologia, Histologia e Embriologia 
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Fecundação e Organogênese 
Fecundação 
Pode ser definida como o encontro e a fusão de duas 
células gaméticas formando um indivíduo diferente 
daquele que o originou. 
Zigoto: único, devido à metade dos seus cromossomos 
vir do pai e metade da mãe. 
Resultado de uma nova combinação gênica diferente 
dos seus pais (variabilidade genética). 
Crossing-over: Durante o processo meiótico, a troca 
de segmentos cromossômicos e a migração de 
cromossomos na anáfase I, resulta em 
embaralhamento genético. 
Matematicamente impossível a cópia de um indivíduo 
idêntico a outro. 
Gêmeos monozigóticos: provenientes da mesma 
fecundação possuem o mesmo genoma. Porém 
características fenotípicas os tornam únicos. 
 
 
Ativação e Encontro dos Gametas 
Contrações musculares uterinas transportam os 
espermatozoides até a tuba uterina. 
Tuba uterina: gradiente térmico atrai os 
espermatozoides até a ampola (2/3 da tuba). Nessa 
região a temperatura é 2ºC mais elevada. 
Corona radiata: camada de células que envolvem o 
ovócito, formada durante o desenvolvimento 
folicular. Envolve o ovócito durante a ovulação. 
 
 
Corona radiata: produz sinais químicos que atraem os 
espermatozoides por um processo conhecido como 
quimiotaxia. 
Quanto mais os espermatozoides se aproximam dos 
sinais químicos, mais ativos se tornam. 
Capacitação e seleção: ao entrarem em contato com a 
mucosa vaginal, apenas 1% dos espermatozoides 
sobrevivem devido à acidez da vagina. 
Esse 1% irão atingir as proximidades do ovócito e 
terão cada vez mais sua motilidade desenvolvida 
através dos sinais químicos (capacitação). 
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Maioria dos espermatozoides sobreviventes atingem 
o ovócito em cerca de meia hora após a ejaculação. 
Diferentes espermatozoides teriam diferentes 
capacidades de sobrevivência dentro do aparelho 
reprodutor feminino. 
Período no interior do aparelho reprodutor feminino 
seria fator determinante para a fecundação. 
Reação Acrossômica 
Além da membrana plasmática, o óvulo possui outro 
revestimento mais externo, a membrana pelúcida. 
Quando um espermatozoide faz contato com a 
membrana pelúcida, a membrana do acrossomo 
funde-se à membrana do espermatozoide (reação 
acrossômica), liberando as enzimas presentes no 
acrossomo. 
As enzimas do acrossomo dissolvem a membrana e 
abrem caminho para a penetração do 
espermatozoide. 
Com a fusão da membrana do espermatozoide com a 
membrana do óvulo, o núcleo do espermatozoide 
penetra no óvulo. 
 
Bloqueio da poliespermia 
Evita que um óvulo seja fecundado por vários 
espermatozoides. 
Proteases: enzimas que dissolvem a membrana 
pelúcida e desprendem os espermatozoides a ela 
aderidos. 
É criado um gradiente osmótico entre a membrana 
plasmática e a membrana vitelínica, atraindo água e 
criando um espaço entre as duas membranas – 
membrana de fertilização. 
Clivagens 
Após a união dos pró-núcleos masculino e feminino, 
um novo indivíduo diploide é estabelecido (zigoto). 
Primeiros processos que ocorrem são a clivagem, 
gastrulação e estabelecimento dos folhetos 
embrionários. 
Zigoto: divide-se várias vezes por mitose até formar 
uma camada de células (blastômeros) - a blástula ou 
blastocisto. 
 
Formação da Mórula e da Blástula 
Início das clivagens: blastômeros tentem a 
permanecer unidos entre si. 
No decorrer das clivagens o tamanho dos 
blastômeros vai diminuindo. 
Mórula: blastômeros aderidos entre si formando uma 
bola sólida com uma camada hialina associada à 
superfície externa dos blastômeros, mantendo-os 
juntos. 
Blástula: arranjo dos blastômeros em torno de uma 
cavidade – a blastocele. 
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Em torno de 128 células já é considerado blástula e 
caracteriza o final da clivagem. 
 
 
Gastrulação e Folhetos Embrionários 
Blástula: constituída por dois polos (animal e 
vegetativo) em torno de uma cavidade interna e cheia 
de líquido (blastocele). 
Gástrula: Polo vegetativo dobra-se sobre si mesmo 
formando um espaço – arquêntero – intestino 
primitivo. 
A partir daí são formados os folhetos embrionários: 
endoderme, (mesoderme) e ectoderme. 
 
 
No processo de gastrulação ocorrem mudanças na 
forma, rearranjo, movimento e nas propriedades 
adesivas das células. 
Moléculas sinalizadoras, fatores de crescimento e 
diversas proteínas exercem um papel essencial nesse 
processo. 
A gastrulação é o início da morfogênese – 
desenvolvimento da forma do corpo. 
Através dos movimentos celulares alguns 
blastômeros se movem para dentro da gástrula em 
formação e se posicionam mais internamente 
formando a endoderme. 
Outros se posicionam em uma região intermediária 
formando a mesoderme. 
Já alguns blastômeros permanecem na superfície 
externa onde irão formar a ectoderme. 
Embriologia: cores padrão representam os folhetos 
embrionários nos esquemas. 
Ectorderme: azul. 
Mesoderme: vermelho. 
Endoderme: amarelo ou verde. 
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Arquêntero: os movimentos celulares formam uma 
cavidade que substitui a blastocele que dará origem à 
cavidade digestória. 
A abertura que faz ligação entre o arquêntero e o 
meio externo é denominada blastóporo. 
Processos de Organogênese 
Folhetos embrionários: pré-requisitos para originar 
diferentes tecidos que irão formar órgãos e demais 
estruturas. 
Órgãos: formados por vários tipos de tecidos 
(estômago: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e 
terminações nervosas). 
Organogênese: tem início após a gastrulação através 
da interação dos folhetos embrionários (indução 
embrionária). 
Tecidos e órgãos: adquirem formas diferentes no 
interior do embrião em desenvolvimento a partir da 
mudança de forma das células. 
Mecanismos de migração celular, proliferação, 
adesão, diferenciação e morte celular programada 
(apoptose) também participam do processo, além da 
indução embrionária. 
Sistema nervoso: primeiro sistema a se desenvolver 
através do processo de neurulação. 
Após outros órgãos e tecidos irão se formar a partir 
dos folhetos embrionários. 
 
 
 
Destino dos Folhetos Embrionários 
Sistemas com participação dos três folhetos 
embrionários. 
Sistema digestório: 
Endoderme: tecido epitelial da luz (cavidade) dos 
órgãos e glândulas anexas do tubo digestório. 
Mesoderme: músculos, tecido conjuntivo e vasos que 
revestem os órgãos. 
Ectoderme: tecido epitelial que reveste as cavidades 
oral e anal, terminações nervosas dos diferentes 
órgãos. 
 
Sistemas com participação de dois folhetos 
embrionários. 
Sistema nervoso: 
Ectoderme: tubo neural, vesículas encefálicas e 
medula espinhal. 
Mesoderme: meninges e vasos sanguíneos que irrigam 
o sistema. 
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Sistemas com participação de apenas um folheto 
embrionário. 
Sistema cardiovascular: 
Mesoderme: coração, vasos sanguíneos e células 
sanguíneas. 
Mesoderme é fundamental pois dará origem aos 
tecidos de sustentação e vascularização, essenciais 
para o funcionamento dos órgãos e sistemas.

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