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Apostila Registro de Preços

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Estado de São Paulo
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SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
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SUMÁRIO
Sistema de Registro de Preços 
Unidade 1 - Fundamentos e características 
 Conceito 11
 Legislação 12
 Objeto 15
 Planejamento 16
 Características 20
 Vantagens do SRP 22
Unidade 2 - Procedimentos Licitatórios e contratuais 
 Funções e atribuições 25
 Licitação 28
 Ata de registro de preços 31
 Ata de registro de preços e o “carona” 32
 Contratações decorrentes do SRP 34
 Orientação e controle 35
Unidade 3 - Revisão, reajustes, acréscimos, cancelamentos, 
penalidade no sistema de registro de preços 
 Revisão 37
 Reajustes 39
 Acréscimos 39
 Cancelamento 41
 Penalidades 41
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
6
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
APRESENTAÇÃO
Olá, caro(a) cursista, bem-vindo(a) ao Módulo Sistema de Registro de 
Preços (SRP) do Curso Pregão Eletrônico. As Atas de Registro de Preços 
(ARP) são realizadas por meio da modalidade pregão e, por esse motivo, é 
necessária a sua capacitação para esse tipo de certame.
Vamos começar?
Bons estudos!
Antes de começarmos nossa caminhada, é importante analisarmos a 
forma como estruturamos o Módulo Sistema de Registro de Preços (SRP), 
visando a uma aprendizagem produtiva. Esse módulo está dividido em 
três unidades.
Nessa primeira unidade, mostraremos o conceito de SRP; as leis que 
respaldam esse sistema como a Lei n° 8.666/93 F, a Lei n° 6.544/89 
E e a Lei n° 10.520/02 F; o objeto do sistema como a compra de bens 
quanto a contratação de serviços; as características do sistema e, por 
último, conheceremos as vantagens desse sistema.
Já na segunda unidade, trataremos das funções distintas e as 
atribuições do SRP; que o sistema é constituído a partir de uma licitação; 
ata de registro de preço; a definição de ata de registro de preço e o 
“carona”; as contratações decorrentes do sistema e, por último, falaremos 
da orientação e o controle do sistema.
E na última unidade, veremos a revisão dos preços; os reajustes de 
preços; os seus acréscimos; cancelamento do registro de fornecedor e a 
aplicação das penalidades.
Agora que já sabemos como nosso módulo vai se estruturar, vamos 
iniciar nossos estudos acerca do Sistema de Registro de Preços (SRP), 
cujo conceito será apresentado na primeira unidade deste módulo.
O SRP se constitui em um mecanismo que propicia à Administração, 
observado o princípio da obrigatoriedade da licitação estabelecido no inciso 
XXI do artigo 37 da Constituição da República, realizar suas contratações 
de um modo distinto daquele usualmente utilizado e que, para efeitos 
meramente didáticos, será aqui nomeado “sistema convencional”.
UNIDADE 01 - FUNDAMENTOS E CARACTERÍSTICAS
UNIDADE 02 - PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS E 
CONTRATUAIS
UNIDADE 03 - REVISÃO, REAJUSTES, ACRÉSCIMOS,
CANCELAMENTOS, PENALIDADES DO SISTEMA DE 
REGISTRO DE PREÇOS
INTRODUÇÃO
7
APRESENTAÇÃO
Para que se entenda o SRP, com todas as suas características 
e especificidades, é necessário que se compreenda desde logo, as 
diferenças básicas entre esse sistema e o outro sistema de contratações 
utilizado pela Administração, o aqui denominado “sistema convencional”.
A Administração realiza o procedimento licitatório, seleciona a proposta 
mais vantajosa para ser contratada e a consequência dessa seleção é a 
celebração de apenas um contrato para a execução do respectivo objeto, 
com o detentor da proposta selecionada e vencedor da licitação.
Com a celebração desse contrato, não há mais qualquer procedimento 
pré-contratual a ser realizado, remanescendo à Administração tão somente 
cuidar da execução do contrato firmado. Dessa forma, o procedimento 
licitatório realizado dá origem a um contrato apenas. Se a Administração 
necessitar de um novo contrato com o mesmo objeto, terá que realizar 
uma nova licitação.
 
A Administração realiza o procedimento licitatório, seleciona a proposta 
mais vantajosa para ser contratada Porém… Ao contrário do que ocorre 
no Sistema Convencional o detentor dessa proposta mais vantajosa e 
vencedor da licitação não é contratado para a execução de um contrato, 
ao invés disso ele tem o seu preço (aquele preço vencedor da licitação) 
registrado e a partir desse registro, durante todo o prazo de validade desse 
mesmo registro e enquanto não se consumir todo o quantitativo que foi 
licitado, toda vez que a Administração necessitar contratar aquele objeto 
da licitação chamará o detentor do preço registrado (aquele licitante 
vencedor) e celebrará com ele não apenas um, mas vários, sucessivos 
contratos, todos pelo preço que está registrado e sem realizar novas 
licitações.
Em outras palavras e sintetizando tudo aquilo que até aqui se disse 
sobre as diferenças básicas entre os dois sistemas:
 ● No Sistema Convencional, a licitação dá origem a um contrato 
apenas.
 ● Já no Sistema de Registro de Preços, a licitação dá origem ao 
registro do preço vencedor do certame e a partir desse registro, 
a possibilidade da Administração celebrar vários, sucessivos 
contratos, sem necessidade de realizar novas licitações.
Na sequência deste módulo serão abordadas as demais características 
e especificidades do sistema de registro de preços que, conforme já se 
disse, permite à Administração realizar suas contratações de um modo 
distinto daquele usualmente utilizado.
Vamos começar estudando na Unidade 01 o conceito do Sistema 
SISTEMA CONVENCIONAL
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
8
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
de Registro de Preços (SRP) e também a legislação, planejamento, 
características e as vantagens.
Bom estudo!
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
UNIDADE 01 - FUNDAMENTOS E 
CARACTERÍSTICAS
10
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
Olá, bem-vindo(a) à primeira unidade do módulo. Aqui, veremos 
conceito, legislação, objeto, planejamento, características e vantagens do 
Sistema de Registro de Preços (SRP).
O Sistema de Registro de Preços (SRP) é o conjunto de procedimentos 
levados a efeito pela Administração, para registro formal de preços relativos 
à prestação de serviços não contínuos e aquisição de bens, objetivando 
a realização de contratações futuras por parte da mesma Administração.
O SRP possui duas fases distintas entre si:
É a de constituição do próprio sistema. Tem início com a abertura do 
expediente e abrange todos os atos que integram a fase interna e externa 
da licitação bem como o registro dos preços, mediante a elaboração e a 
publicação da denominada “ata de registro de preços”, encerrando-se no 
exato momento em que tal ata é publicada.
É a de contratações. Tem início no exato momento em que há a 
publicação da ata de registro de preços e abrange a realização das 
contratações e de todos os atos necessários, para tanto, encerrando-se, 
automaticamente, com o término do prazo de validade da ata. 
Todos os atos que integram ambas as fases, assim como todas as 
especificidades e demais questões relativas ao SRP, serão abordados na 
sequência deste módulo.
Embora o conceito de SRP, pela clareza e simplicidade de seu enunciado, 
não ofereça maiores dificuldades à sua perfeita compreensão, não é 
demais evidenciar neste momento que Sistema de Registro de Preços 
(SRP) não é uma licitação ou uma modalidade licitatória, nem um tipo de 
licitação.
Como se sabe:
 ● A licitação é um procedimento competitivo que objetiva 
principalmente selecionar a proposta mais vantajosa para ser 
contratada.
 ● Já a ideia de modalidade licitatória está relacionada à forma como 
o procedimento se sucede, o “passoa passo” da licitação, para a 
seleção da proposta mais vantajosa.
 ● Enquanto a expressão tipo de licitação é utilizada como sinônimo 
de “critério de julgamento” da licitação.
CONCEITO
PRIMEIRA FASE
SEGUNDA FASE
11
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
Então, o SRP é muito mais que uma licitação, uma modalidade 
licitatória ou um tipo de licitação. É um sistema integrado por um conjunto 
de procedimentos, dos quais a licitação é apenas um deles, ou seja, 
aquele que é utilizado para a constituição desse sistema, o qual, uma vez 
constituído, propicia à Administração a realização não de uma apenas, 
mas de várias e futuras contratações, sem a necessidade de realização 
de novas licitações.
O SRP é tampouco um mero “banco de preços”. Este, o “banco de 
preços”, que é um instrumento com a finalidade de aferir o valor dos 
preços praticados no mercado. Para a Administração Pública, ele se 
constitui em fonte de consulta para a elaboração do indispensável 
orçamento de quantitativos e preços da contratação, na fase interna da 
licitação.
O SRP pode até servir como banco de preços, mas é muito mais do 
que isso. Além de servir como fonte de consulta para elaboração do 
orçamento antes mencionado, ele propicia à Administração a realização 
de várias e futuras contratações, sem a necessidade de realização de 
novas licitações.
Em matéria de legislação ordinária, poucos são os dispositivos que 
tratam do SRP. Os dispositivos legais aplicáveis atualmente aos SRP 
realizados no âmbito do Estado de São Paulo são:
 ● Lei n° 8.666 de 21 de junho de 1993 F, o artigos 15, inciso II, §§ 
1°, 2°, 3° e seus incisos I a III e §§ 4°, 5° e 6°.
 ● Regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, 
institui normas para licitações e contratos da Administração 
Pública e dá outras providências.
 ● Lei n° 6.544 de 22 de novembro de 1989 E, o artigo 15, inciso II 
e §§ 1° e 2°.
 ● Dispõe sobre o estatuto jurídico das licitações e contratos 
pertinentes a obras, serviços, compras, alienações, concessões 
e locações no âmbito da Administração Centralizada e 
Autárquica.
É importante retomar que as modalidades licitatórias são: o leilão, o concurso, a 
concorrência, a tomada de preços, o convite (disciplinadas na Lei n° 8.666/1993 F) e o 
pregão (disciplinada na Lei n° 10.520/2002 F).
 E os tipos de licitação (critérios de julgamento) utilizados no Brasil são: “menor preço”, 
“melhor técnica”, “técnica e preço” e “maior lance ou oferta”.
IMPORTANTE
LEGISLAÇÃO
12
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
 ● Lei n° 10.520 de 17 de julho de 2002 F, o artigo 11. 
 ● Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da Constituição 
Federal, modalidade licitatória denominada pregão, para 
aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
A Lei n° 8.666/1993 F assim dispõe a respeito do SRP:
A leitura atenta do dispositivo legal transcrito mostra, inequivocamente, 
que a Lei n° 8.666/1993 F:
I. Absteve-se de veicular disciplina ampla para o SRP, limitando-se, 
tão somente a estabelecer as poucas regras fixadas no artigo 15 
mencionado anteriormente;
II. Como consequência das poucas regras estabelecidas, transferiu aos 
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), nos 
termos do § 3° do mesmo artigo 15, a prerrogativa de estabelecer 
em sede regulamentar, via Decreto, a disciplina para os seus SRP, 
respeitadas as três 3 (três) regras fixadas nos incisos I a III do 
mencionado § 3°;
III. Não cogitou expressamente da utilização do SRP para a contratação 
de serviços, na medida em que o “caput” do artigo 15 menciona 
apenas “compras”.
Artigo 15 – As compras, sempre que possível, deverão:
II – Ser processadas por meio do sistema de registro de preços;
§ 1º - O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2º - Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da 
Administração, na imprensa oficial.
§ 3º - O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as 
peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I – Seleção feita mediante concorrência;
II – Estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III – Validade do registro não superior a 1 (um) ano.
§ 4°. A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as 
contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, 
respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro 
preferência em igualdade de condições.
§ 5°. O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, 
deverá ser informatizado.
§ 6°. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar o preço constante do quadro 
geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado”.
13
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
Eis o teor das disposições da referida Lei Estadual E:
Tal dispositivo legal, a partir da clareza de seu enunciado, trouxe ao 
SRP as seguintes e importantes inovações:
I. Permitiu a utilização da modalidade licitatória “pregão” nas licitações 
para a constituição dos SRP, naquelas hipóteses em que cabe a 
adoção dessa modalidade, ou seja, quando o objeto da licitação 
puder ser considerado bem ou serviço comum. Até o advento da Lei 
em comento, por expressa disposição do artigo 15, § 3°, inciso I, da 
Lei n° 8.666/1993 F, para a constituição de SRP só era permitida 
a utilização da modalidade licitatória “concorrência”;
II. Colocou fim a uma polêmica que havia até então, em sede de doutrina 
e de jurisprudência, sobre a possibilidade ou não de utilização do 
SRP para a contratação de serviços, já que, como se viu, o “caput” 
do artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F menciona expressamente 
“compras”, sendo omisso em relação a “serviços”. Hoje, em face do 
transcrito artigo 11, essa polêmica não existe mais, admitindo-se 
sem contestações a possibilidade de contratações de serviços com 
base em SRP.
Mais adiante, quando tratarmos do Decreto que regulamenta o SRP 
no Estado de São Paulo, verificaremos que tal regulamentação permite a 
utilização de SRP para a contratação de serviços, desde que não se trate 
de serviços de natureza contínua.
No Estado de São Paulo, a teor do disposto no já citado artigo 15, §3°. 
A Lei Estadual n° 6.544/1989 E não merece maiores considerações, posto que as suas 
disposições a respeito do SRP estão todas abrangidas pela disciplina mais desenvolvida no 
artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F. 
IMPORTANTE
Artigo 15 – As compras, sempre que possível e conveniente, deverão:
II- ser processadas por meio de sistema de registro de preços, 
precedido de ampla pesquisa de mercado;
§ 1° - Os preços registrados serão periodicamente publicados no Diário Oficial do Estado, 
para orientação da Administração.
§ 2° - O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto”.
Finalmente, a Lei n° 10.520/2002 F, tratou do SRP nos seguintes termos:
Artigo 11 – As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro 
de preços previsto no artigo 15 da Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993, poderão adotar 
a modalidade de pregão, conforme regulamento específico”.
14
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
Incisos I a III, da Lei n° 8.666/1993 F, o SRP conta com a disciplina 
estabelecida no regulamento editado pelo Decreto estadual n° 3.722 
E, de 21 de setembro de 208. Este decreto revogou expressamente o 
Decreto estadual 47.945, de 16 de julho de 2003, que anteriormente 
disciplinava o SRP no Estado.
É, portanto, tal diploma regulamentar que estabelece as regras 
para a constituição dos SRP e para a realização das contratações dele 
decorrentes.
Conforme falamos na apresentação do conceito e da legislação de 
regência pode constituir objeto do SRP tanto a compra de bens quanto 
a contratação de serviços. Valeressaltar uma vez mais, que o Decreto 
estadual n° 63.722/2018 que regulamenta do SRP no Estado de São 
Paulo, veda a sua utilização para a contratação de “serviços de natureza 
contínua”, por disposições expressas contidas em seus artigos 1° e 2°, 
inciso I. 
É pressuposto para a constituição dos SRP, tanto no caso de realização 
de compras quanto na contratação de serviços, que os respectivos objetos 
sejam compostos por unidades para as quais possam ser atribuídos 
preços unitários.
Por exemplo:
 ● Para a compra de papel A-4 para impressão será possível utilizar 
o SRP, posto que a unidade cujo preço unitário será licitado é o 
pacote com 500 folhas. O vencedor da licitação que terá o seu preço 
registrado para as futuras contratações será aquele que oferecer 
o menor preço unitário para o fornecimento do pacote com 500 
folhas de papel A-4. No momento de realizar uma contratação com 
base neste SRP, a unidade contratante definirá o quantitativo a ser 
adquirido naquele momento, sem ultrapassar o limite representado 
pelo quantitativo total licitado (por exemplo: 5.000 pacotes), 
sendo o valor total da contratação obtido com a multiplicação do 
quantitativo definido como 100 unidades, no caso, 100 pacotes de 
500 folhas pelo preço unitário registrado, como R$ 10,00. Nesse 
caso, o preço total do contrato seria de R$ 1.000,00.
Caro(a) aluno(a), o mesmo raciocínio se aplica em relação à contratação 
de serviços, ou seja, sendo possível determinar uma unidade de serviço 
à qual se possa atribuir um preço unitário na licitação, será possível a 
constituição de um SRP para a contratação desse serviço. 
Veja outro exemplo abaixo que é sobre serviço de pintura de paredes 
e tetos.
A unidade do objeto para esse caso poderia ser o “metro quadrado 
da parede ou do teto” a ser pintado. O vencedor dessa licitação e que 
OBJETO
15
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
teria o preço registrado para as futuras contratações seria aquele que 
apresentasse o menor preço unitário para o “metro quadrado de parede ou 
teto” a ser pintado. No momento de realizar uma contratação com base nesse 
SRP, a unidade contratante definiria a quantidade de metros quadrados a 
serem pintados, sem ultrapassar o limite representado pelo total de metros 
quadrados licitados. O valor total dessa contratação seria obtido com a 
multiplicação do total de metros quadrados a serem pintados (como por 
exemplo, 100 metros quadrados), pelo preço unitário registrado (como por 
exemplo, R$ 8,00), perfazendo R$ 800,00 para o preço total do contrato.
Confira-se a propósito o teor das Súmulas 31 e 32 E, da referida Corte de 
Contas:
As características e peculiaridades do SRP, algumas delas já mencionadas, 
como a possibilidade de celebração de vários contratos a partir de licitação 
única durante o prazo de validade da ata, assim como outras, que ainda serão 
abordadas na sequência, como a possibilidade do sistema ser compartilhado 
por diversos órgãos da Administração com o objetivo de todos realizarem 
suas contratações com base no sistema, tornam o SRP mais complexo e mais 
amplo que o outro sistema de contratações, aqui, já denominado “sistema 
convencional”. Essa complexidade e amplitude, por seu turno, impõe à 
Administração atenção e cuidados maiores com o planejamento do sistema, 
para que efetivamente se obtenha o sucesso e a eficiência esperados com 
sua constituição e utilização.
Se não for possível determinar unidades para as quais possam ser atribuídos preços 
unitários, não será possível a constituição do Sistema de Registro de Preços (SRP) para 
a realização das contratações futuras pretendidas. Apesar de ser possível a constituição de 
SRP para a contratação de serviços, cumpre registrar aqui que além do Decreto estadual n° 
63.722/2018 E, também o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) não admite a 
sua utilização para a contratação de serviços de “natureza continuada”, assim como para 
serviços de engenharia. 
IMPORTANTE
SÚMULA N° 31 – Em procedimento licitatório, é vedada a utilização do sistema de 
registro de preços para contratação de serviços de natureza continuada.
SÚMULA N° 32 – Em procedimento licitatório, é vedada a utilização do sistema de 
registro de preços para contratação de obras e de serviços de engenharia, exceto aqueles 
considerados como de pequenos reparos.
PLANEJAMENTO
16
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
Nesse sentido, três questões inerentes ao planejamento do SRP 
merecem considerações específicas:
1. Situações em que cabe a utilização do SRP;
2. Quem pode integrar o SRP;
3. Alguns pontos importantes para a constituição do SRP.
Sem prejuízo da indispensável análise prévia que deve ser feita em 
cada caso concreto, com vistas à constituição ou não do SRP, é possível 
(nos termos do artigo 3°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E) e, 
normalmente, eficaz a sua adoção nos seguintes casos:
I. Quando pelas características do objeto houver necessidade de 
contratações frequentes do bem ou serviço. Nessa situação, 
a Administração realiza apenas uma licitação, registra o preço 
e durante todo o prazo de validade da ata e enquanto não for 
contratado todo o quantitativo licitado, toda vez que necessitar 
daquele bem ou serviço, ao invés de realizar nova licitação para 
a celebração do novo contrato, convoca aquele licitante que teve 
o preço registrado, celebrando com ele os vários e sucessivos 
contratos relativos àquele objeto licitado;
II. Nas aquisições quando for mais adequada a entrega parcelada 
dos bens. Nesses casos, ao invés de celebrar apenas um contrato 
abrangendo a totalidade do quantitativo licitado e o parcelamento 
das entregas ao longo do tempo estabelecido para tanto, a 
Administração, quando necessitar de determinada quantidade, 
celebra contrato específico abrangendo apenas essa quantidade, 
podendo evitar com isso problemas com estoque e com prazo de 
validade do bem;
III. Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de 
serviços não contínuos para atendimento a mais de um órgão ou 
entidade da Administração estadual, ou a programas de governo. 
No sistema convencional, cada órgão da Administração, que tem 
competência para realizar licitação e contratar, deve fazer as suas 
17
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
próprias licitações e contratações, não podendo compartilhar 
licitações realizadas por outros órgãos para efetuar suas 
contratações. O SRP, por outro lado, permite esse compartilhamento. 
Vários órgãos que necessitem do mesmo objeto podem se integrar 
a um mesmo SRP. Nesse caso, ao invés de cada um deles realizar 
a sua própria licitação e contratações, realiza-se licitação única, 
contemplando o somatório dos quantitativos de cada órgão e todos 
realizam suas futuras contratações com base nesse SRP;
IV. Quando não for possível definir previamente o quantitativo a ser 
demandado pela Administração devido à natureza do objeto. No 
sistema “convencional”, em regra, a Administração estará obrigada 
a contratar e, portanto, a pagar por todo o quantitativo licitado. O 
SRP, como se verá mais adiante, por sua natureza, não obriga que 
a Administração contrate o que licitou.
Todos os órgãos da Administração que têm competência para realizar 
licitações e contratações podem constituir SRP. No Estado de São Paulo, 
existem atualmente cerca de 1.800 (um mil e oitocentos) órgãos com 
competência para licitar e contratar e, portanto, com competência para 
constituir SRP.
Apesar da competência que cada um desses órgãos possui para 
a constituição de SRP, para atender as situações indicadas no item III 
acima, ou seja, aquelas em que o SRP se destina a atender mais de um 
órgão ou entidade da Administração estadual, ou a programas de governo, 
o Decreto estadual n° 63.722/2018 E criou, respectivamente, as figuras 
denominadas “Central de Atas” (artigo 24) e “Compra Centralizada” 
(artigos 2°, inciso VI e 23).
A Central de Atas é um mecanismo criado para a constituição de SRP a 
ser utilizado por mais de um órgão ou entidade da Administraçãoestadual. 
Em outras palavras o SRP realizado pela Central de Atas, é compartilhado 
por vários órgãos e entidades da Administração estadual para a realização 
de suas contratações.
As regras aplicáveis a Central de Atas são as seguintes:
1. Compete ao Secretário da Fazenda e Planejamento, após deliberação 
do Comitê Gestor instituído pelo artigo 6° do Decreto estadual n° 
61.131/2015, definir por meio de despacho a ser publicado no DOE, 
os bens e serviços não contínuos a serem contratados e os órgãos ou 
entidades incumbidos de gerenciar cada SRP, por meio da Central de Atas 
(artigo 24, § 1°, do Decreto estadual n° 63.722/2018).
2. A participação em SRP realizado pela Central de Atas é obrigatória 
para os órgãos da Administração direta e autárquica (artigo 24, § 2°, do 
Decreto estadual n° 63.722/2018 E). 
3. A opção dos órgãos ou entidades por não contratar bens ou serviços 
18
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
objeto de SRP realizado por meio da Central de Atas, deve ser submetida 
à análise do Comitê Gestor e autorizada ou rejeitada pelo Secretário 
da Fazenda e Planejamento (artigo 24, § 3°, do Decreto estadual n° 
63.722/2018 E).
A Compra Centralizada, por sua vez, é aquela em que a aquisição 
de bens ou contratação de serviços não contínuos é feita no âmbito de 
execução descentralizada de programa ou projeto estadual, em que há a 
participação de Municípios do Estado. 
Os órgãos ou entidades estaduais e os Municípios participantes 
da Compra Centralizada realizam sua contratações com base no SRP 
constituído especificamente para tanto (artigo 2°, inciso VI, do Decreto 
estadual n° 63.722/2018 E).
As regras aplicáveis a Central de Atas são as seguintes:
1. Podem ser órgãos participantes de Compra Centralizada, órgãos ou 
entidades da Administração estadual ou de Administrações municipais 
que participam de programa ou projeto estadual (artigo 2°, inciso VII, do 
Decreto estadual n° 63.722/2018 E - na Unidade 2 desta apostila, na 
parte relativa as funções, estudaremos em detalhes todas as atribuições 
dos órgãos participantes no SRP).
2. Cabe ao Órgão Gerenciador (na Unidade 2 desta apostila, na parte 
relativa as funções, estudaremos em detalhes todas as atribuições do 
órgão gerenciador no SRP) promover a divulgação da ação, a pesquisa 
de mercado e a consolidação da demanda dos entes da Administração 
estadual ou das Administrações municipais participantes da Compra 
Centralizada (artigo 23 “caput”, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E).
3. Os Órgãos Participantes podem utilizar tanto os recursos de 
transferências legais ou voluntárias, vinculados aos processos ou 
projetos objeto de descentralização quanto seus próprios recursos, para 
a realização das contratações (artigo 23, § 2º, do Decreto estadual n° 
63.722/2018 E).
4. O Município Paulista ou órgão ou entidade da Administração 
municipal que figurar como órgão participante deverá formalizar sua 
participação mediante termo de adesão aos termos e condições de uso do 
Sistema BEC/SP e do Sistema e-GRP (artigo 23, § 3°, do Decreto estadual 
63.722/2018 E).
No que tange ainda a competência para constituir SRP não vinculado 
a Central de Atas e com a participação de mais de um órgão ou entidade, 
cabe lembrar aqui a existência da Resolução CC-53, de 19/07/2005 E, 
que permanece em vigor e estabelece as seguintes regras:
 ● Primeira Regra: poderão constituir SRP: a) no âmbito de cada 
Secretaria de Estado, as unidades de despesa ou orçamentária 
indicadas pelo respectivo titular da Pasta, mediante resolução; 
19
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
b) no âmbito de cada autarquia, a unidade gestora executora ou 
unidade orçamentária indicada pelo respectivo titular da Autarquia, 
mediante resolução;
 ● Segunda regra: Caberá ao Secretário da Pasta ou ao titular da 
Autarquia decidir se permitirá ou não a participação de órgãos 
não afetos à respectiva Secretaria ou Autarquia, nos SRP por elas 
realizados.
Para a constituição do Sistema de Registro de Preços (SRP) não 
devem ser esquecidos e menosprezados os seguintes pontos:
I. A importância da padronização do objeto (bem ou serviço). Essa 
padronização diz respeito à perfeita definição do objeto, com 
especificações técnicas que lhe confiram bons padrões de qualidade, 
de acordo com as necessidades da Administração, levando em 
conta para tanto que: a) normalmente, o SRP envolve a contratação 
de grandes quantidades, aumentando muito as possibilidades de 
prejuízos com contratações que não atendam as necessidades dos 
órgãos contratantes; b) o não atendimento das reais necessidades 
de todos os órgãos que participarem do sistema, por certo, levará 
a não realização das contratações, transformando o SRP em um 
sistema inútil e ineficaz para os fins a que se destina;
II. A necessidade de definição dos quantitativos totais estimados 
para a contratação, levando em consideração os quantitativos de 
cada um dos órgãos que integrarem o sistema com o objetivo de 
realizarem suas contratações. Os quantitativos totais devem ser 
apurados a partir do somatório dos quantitativos atribuídos a cada 
um dos órgãos integrantes;
III. A necessidade de realização de ampla pesquisa de mercado, 
compatível com a amplitude do SRP (por exemplo, os grandes 
quantitativos do objeto, preços variáveis por região quando órgãos 
de diversas regiões integrarem o sistema etc.);
IV. A conveniência de capacitação dos servidores para o SRP. Além do 
devido preparo para a realização da licitação, o SRP exige também 
conhecimento e preparo dos servidores para a realização dos atos 
e tomada das providências inerentes à fase das contratações;
V. Conveniência da informatização do SRP (para a constituição e 
gestão). Na sequência deste módulo, serão tratadas as funções 
dos diversos órgãos e servidores envolvidos com o SRP e a 
necessidade permanente de relacionamento entre eles, tanto na 
fase de constituição quanto na fase de contratações. Sem dúvida, 
esse relacionamento é muito mais ágil e eficaz, se desenvolvido por 
meio de sistema eletrônico. O Estado de São Paulo, com edição 
do Decreto nº 62.329 E, de 20/12/2016, instituiu o Sistema 
Eletrônico de Gerenciamento de Registro de Preços, o e-GRP.
20
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
Com a entrada em operação do e-GRP e tendo por objetivo otimizar a 
constituição de SRP, facilitando o relacionamento de todos os órgãos 
e entidades envolvidos com o referido sistema, o Decreto estadual n° 
63.722/2018, criou a “IRP - Intenção de Registro de Preços”.
Segundo definição contida no artigo 4°, do mencionado Decreto, a 
IRP é um procedimento para o registro e divulgação dos itens a serem 
licitados nos SRP, a ser operacionalizado, preferencialmente, por meio 
do Sistema e-GRP. O mesmo artigo 4° estabeleceu:
1. a Secretaria da Fazenda e Planejamento poderá editar normas 
complementares para disciplinar a IRP (§ 1°);
2. para consultar informações e registrar pretensão de participação nas 
IRP disponíveis na Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do Estado 
de São Paulo - BEC/SP, os órgãos da Administração direta e autárquica 
deverão se cadastrar no módulo IRP pelos itens de materiais e serviços 
de seu interesse (§ 4°);
3. é facultado aos órgãos e entidades integrantes do e-GRP, antes 
de iniciar um processo licitatório, consultar as IRP em andamento e 
deliberar a respeito da conveniência de sua participação.
CARACTERÍSTICAS
Tendo em conta as disposições do artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F 
e do regulamento veiculado pelo Decreto estadual n° 63.722/2018 E, 
podem ser destacadas as seguintes características dos SRP realizados no 
âmbito do Estado de São Paulo:
I
Registro de preço único para a realização das contratações e a 
possibilidade de ser registrado mais de um fornecedor para o mesmo item, 
desde que concorde em fornecer pelo valor do preço único registrado.
Como já se mencionou em passagem anterior deste módulo, o preço a ser 
registrado na ata de registro de preços, e pelo qual serão realizadas todas 
as contratações celebradascom base no SRP, será aquele apresentado 
pelo vencedor da licitação (o menor preço). 
O artigo 11 do Decreto n° 63.722/2018 E permite que sejam incluídos 
na mesma ata todos os demais licitantes, desde que concordem em 
fornecer não pelo valor dos preços que ofertaram no certame e sim pelo 
valor do preço vencedor (menor preço) registrado na ata de registro de 
preços. Em outras palavras, em face do dispositivo regulamentar indicado, 
a ata conterá o registro de preço único para cada item licitado (o preço 
vencedor da licitação - o menor preço), mas poderá albergar o registro 
de vários licitantes (além do vencedor), caso estes, consoante já se 
asseverou, concordem a fornecer pelo preço do licitante vencedor (o menor 
21
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
preço obtido no certame). A inclusão na ata dos demais fornecedores que 
concordarem em contratar ao preço do vencedor, constitui o denominado 
“Cadastro Reserva” (artigo 11, § 1°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 
E). A utilidade prática desse Cadastro Reserva é permitir a continuidade 
das contratações com base no SRP, nas hipóteses em que o vencedor 
da licitação ficar impedido de contratar, ou se recusar sem justa causa 
a fazê-lo. Nessas hipóteses, a Administração, respeitada a ordem de 
classificação dos licitantes no certame, chamará para contratar o licitante 
mais bem classificado que integrar a ata de registro de preços, por ter 
concordado em fornecer pelo preço registrado (o menor preço). 
Essa manifestação expressa dos demais licitantes, de que concordam 
em fornecer pelo preço vencedor do certame, deve ser obtida na própria 
licitação e, a partir dela, poderão integrar a ata de registro de preços 
aqueles demais licitantes que além de manifestarem essa concordância, 
também lograrem obter habilitação no certame. O contrato então, repita-
se ainda uma vez, será sempre celebrado pelo preço registrado na ata (o 
menor preço), seja qual for o licitante registrado na mesma ata, chamado 
a contratar. O preço único (o menor preço vencedor da licitação) e todos 
os fornecedores registrados na ata de registro de preços serão divulgados 
no banco eletrônico de preços denominado “Preços-SP”, instituído pelo 
Decreto estadual n° 63.316/2018 E, ficando ali disponibilizados durante 
a vigência da referida ata (artigo 11, inciso III, do Decreto estadual n° 
63.722/2018 E).
II
Por disposição expressa contida no § 4° do artigo 15 da Lei 
n° 8.666/1993 F, reproduzida também no artigo 16 do Decreto 
63.722/2018 E, a existência de SRP não obriga que a Administração 
celebre contratos com base nele, sendo a ela facultada a utilização de 
outros meios para realizar as contratações, respeitada a legislação 
relativa às licitações e garantindo-se ao beneficiário do registro de 
preços, na hipótese de utilização de outros meios que não o SRP, direito 
de preferência à contratação, em igualdade de condições. Assim, os 
dispositivos legal e regulamentar indicados veiculam a prerrogativa que 
libera a Administração da obrigação de contratar com base no SRP. 
Contudo, essa prerrogativa não é absoluta, estando a sua válida utilização 
condicionada ao preenchimento de dois pressupostos simultaneamente, 
a saber: a) a Administração estará liberada da obrigação, caso utilize outro 
meio disponível que seja compatível com o respeito à legislação relativa 
às licitações. Nesse sentido, existem dois meios passíveis de serem 
utilizados. O primeiro e mais comum será a realização de uma licitação 
própria para aquela contratação específica.
O segundo meio, cuja possibilidade de ocorrência é remota, será o 
enquadramento dessa contratação específica em uma das hipóteses 
22
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
de dispensa de licitação previstas nos diversos incisos do artigo 24 da 
Lei n° 8.666/1993 F; b) o segundo pressuposto é a obtenção de preço 
inferior ao preço registrado na ata com a utilização de um desses outros 
meios antes citados (a realização de licitação específica ou a contratação 
direta com dispensa de licitação). O aludido direito de preferência do 
beneficiário do SRP consiste exatamente nisso: se o preço obtido pela 
Administração com a utilização de um dos dois outros meios indicados for 
igual ou superior ao preço registrado na ata, a Administração não poderá 
valer-se da prerrogativa aventada, sendo então obrigada a contratar com 
base no SRP. Eventual contratação realizada sem o preenchimento dos 
dois pressupostos indicados é nula, comportando desfazimento a pedido 
do beneficiário do SRP, tanto em sede administrativa quanto em sede 
judicial;
III
O prazo máximo de validade do SRP é de 12 (doze) meses contado a 
partir da publicação da ata de registro de preços. Esse prazo tem finalidade 
específica e importantíssima que é delimitar o período de tempo dentro do 
qual podem ser realizadas as contratações com base no SRP, de sorte que 
ultrapassado tal prazo, a realização de novas contratações demandará a 
constituição de novo SRP ou a realização de novas licitações específicas 
para tanto. 
O artigo 12 do Decreto n° 63.722/2018 E que veicula tal regra admite 
a prorrogação desse prazo, desde que o somatório do prazo inicial de 
validade, com eventuais prazos de prorrogação, não ultrapasse o limite 
máximo de 12 (doze) meses antes mencionado.
VANTAGENS DO SRP
A adoção do SRP propicia as seguintes vantagens à Administração.
Rapidez nas contratações: os procedimentos necessários à realização 
das contratações são mais simples e demandam menor tempo para as 
respectivas celebrações, na medida em que não há a necessidade de 
realização de novas licitações previamente às contratações;
Eliminação de licitações contínuas: a Administração resta exonerada 
de todos os ônus inerentes à realização de novas licitações;
Modernização e desburocratização dos processos de contratação: 
nesse sentido, a Administração se vê liberada de tomar as inúmeras 
providências formais indispensáveis à realização de várias licitações, pois 
que, como já se viu, a utilização do SRP demanda a realização de licitação 
única;
Economia de recursos: além da economia de recursos de natureza 
23
FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS
financeira, cuja possibilidade de obtenção é considerável em face dos 
grandes quantitativos inseridos no SRP, há ganhos na alocação de pessoas 
necessárias à gestão do SRP, em razão da já aventada desburocratização 
dos processos de contratação;
Eliminação do problema de regulação dos estoques e utilização 
de espaços e produtos deteriorados: Ao possibilitar a realização de 
contratações sucessivas durante o seu prazo de validade, o SRP propicia 
à Administração demandar quantidades menores em cada contratação, 
minimizando com isso a ocorrência dos problemas aqui indicados;
Viabilidade de compartilhamento do SRP: Conforme já anotado em 
passagem anterior, é admissível a integração de vários órgãos, com o 
objetivo de todos eles realizarem suas contratações com base no SRP;
Mobilidade orçamentária: Não é obrigatória a existência de recursos 
orçamentários disponíveis para a contratação no momento da licitação. 
Tal disponibilidade só é exigível no momento da efetiva celebração dos 
contratos.
Para os fornecedores divisam-se as seguintes vantagens:
I. Expectativa de fornecimento de uma quantia média periódica. 
Apesar de não haver obrigação de a Administração contratar com 
base no SRP, pode se dizer que a expectativa de fornecer é real, na 
medida em que, especialmente os órgãos e entidades do Estado 
de São Paulo, salvo exceções pontuais e justificáveis por fatos 
supervenientes, só constituem seus SRP quando efetivamente 
cogitam realizar suas contratações com base nele;
II. Evita as despesas de participação em várias licitações.
Caro(a) cursista, chegamos ao final da primeira unidade do módulo 
Sistema de Registro de Preços (SRP). E você conheceu o conceito de 
SRP, a sua legislação, características, vantagens etc.
Na próxima unidade, falaremos dos Procedimentos licitatórios e 
contratuais com suas funções e atribuições,das atas de registro de 
preços, as contratações decorrentes do SRP, entre outros assuntos.
Até lá.
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
UNIDADE 02 - PROCEDIMENTOS 
LICITATÓRIOS E CONTRATUAIS
25
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
Olá, bem-vindo(a) à Unidade 02!
Na Unidade 01, vimos os fundamentos e as características do Sistema 
de Registro de Preços (SRP), apresentamos as vantagens desse sistema 
e vimos os dispositivos legais aplicáveis aos SRP no estado de São Paulo. 
Agora, na Unidade 02, abordaremos os procedimentos licitatórios 
e contratuais, as entidades da administração responsáveis pelo 
gerenciamento do SRP e as características da ata de registro de preços.
Bons estudos!
O SRP, como sistema constituído para a realização de contratações 
administrativas, conta com a participação da Administração em todas as 
suas fases, tanto na de constituição quanto na de contratações, exercendo 
assim funções distintas e com atribuições próprias, por meio de órgão 
único, ou, o que é mais comum, por meio de órgãos distintos.
No Estado de São Paulo o respectivo regulamento do SRP prevê as 
funções de:
• Órgão Gerenciador;
• Órgão Participante;
• Órgão não Participante;
• Órgão Participante de Compra Nacional.
Vamos conhecer, a seguir, as características desses órgãos e as suas 
funções.
O Órgão Gerenciador é o órgão ou entidade da Administração 
responsável pelo gerenciamento do SRP, inclusive pela condução da 
licitação realizada para a sua constituição. Trata-se, sem dúvida, da função 
mais importante, por depender dele a prática dos atos mais importantes 
para o bom funcionamento do sistema. Suas atribuições estão detalhadas 
no artigo 5° do Decreto n° 63.722/208 E e são as seguintes:
I. Registrar a sua intenção de Registro de Preços - IRP no Sistema 
e-GRP;
II. Consolidar todas as informações relativas à estimativa individual e 
total de consumo, bem como promover as devidas adequações dos 
respectivos termos de referência ou projetos básicos, para atender 
aos requisitos de padronização e racionalização;
III. Promover atos necessários à instrução processual para a realização 
do procedimento licitatório;
IV. Realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado 
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
26
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
da licitação e consolidar os dados de pesquisas de mercado 
realizadas pelos órgãos participantes, atendendo ao disposto no 
Decreto estadual nº 63.316 E, de 26/03/2018.
V. Obter a concordância dos órgãos participantes com relação ao 
objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de 
referência ou projeto básico;
VI. Realizar o procedimento licitatório pertinente; 
VII. Gerenciar a ata de registro de preços;
VIII. Conduzir eventual procedimento para revisão dos preços 
registrados;
IX. Autorizar, previamente, a adesão à ata por Órgãos não Participantes;
X. Autorizar, excepcional e justificadamente, a prorrogação do prazo 
para que o Órgão não Participante, celebre o contrato com o 
fornecedor, caso este contrato não tenha sido celebrado no prazo 
de 90 (noventa) dias, contado da data da autorização concedida 
pelo Órgão Gerenciador para esta celebração;
XI. Publicar trimestralmente no Diário Oficial do Estado e divulgar por 
meios eletrônicos, os preços registrados para utilização dos órgãos 
participantes;
XII. Conduzir, garantida a ampla defesa e o contraditório, os 
procedimentos para aplicação de penalidades decorrentes de 
infrações praticadas no procedimento licitatório, bem como 
decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro 
de preços ou do descumprimento de obrigações contratuais, em 
relação às sua próprias contratações.
Vale ressaltar neste momento que para a execução das atribuições 
indicadas nos incisos III, IV e VI, o Órgão Gerenciador pode solicitar 
auxílio técnico aos Órgãos Participantes.
Além das atribuições listadas nos itens I a XII acima, cabe ainda ao 
Órgão Gerenciador em relação a Intenção de Registro de Preços - IRP:
1. estabelecer, quando for o caso, o número máximo de participantes 
na IRP em conformidade com sua capacidade de gerenciamento;
2. aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos considerados 
ínfimos;
3. deliberar quanto a inclusão posterior de participantes que não 
manifestaram interesse durante o período de divulgação da IRP.
O Órgão Participante é o órgão ou entidade da Administração que 
27
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
participa dos procedimentos iniciais do SRP e integra a ata de registro 
de preços, com o objetivo de realizar suas contratações com base no 
sistema. Trata-se, portanto, do órgão que celebrará contratos com base 
no SRP. Suas atribuições estão detalhadas no artigo 6° do Decreto n° 
63.722/2018 E e são as seguintes:
I. Manifestar interesse em participar do SRP, informando ao Órgão 
Gerenciador a sua estimativa de consumo, local de entrega do bens a 
serem adquiridos ou de prestação dos serviços a serem contratados, 
cronograma de contratação e respectivas especificações, ou termo 
de referência ou projeto básico, adequados às suas necessidades;
II. Garantir que todos os atos para sua inclusão no SRP estejam 
devidamente formalizados e aprovados pela autoridade competente;
III. Manifestar ao Órgão Gerenciador sua concordância com o objeto a 
ser licitado, antes da realização do procedimento licitatório;
IV. Tomar conhecimento da ata de registro de preços, inclusive 
de eventuais alterações, para o correto cumprimento de suas 
disposições;
V. Elaborar pesquisa de mercado, contemplando a variação de custos 
locais ou regionais referentes as localidades que forem incluídas no 
SRP a seu pedido, nas hipóteses em que for convidado pelo Órgão 
Gerenciador a integrar o SRP, antes da realização do procedimento 
licitatório;
VI. Conduzir, garantida a ampla defesa e o contraditório, os 
procedimentos para aplicação de penalidades decorrentes do 
descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou 
do descumprimento de obrigações contratuais, relativos às suas 
próprias contratações, informando as ocorrências, sobretudo os 
resultados de tais procedimentos, ao Órgão Gerenciador.
O artigo 6°, § 3°, do Decreto estadual n° 63722/2018 admite que 
figure como Órgão Participante dos SRP realizados por órgãos e entidades 
da Administração direta e indireta do Estado de São Paulo, órgãos ou 
entidades não pertencentes a referida Administração. Todavia condiciona 
a participação de órgãos ou entidades não integrantes da Administração 
direta e indireta do Estado de São Paulo, à prévia celebração de termo de 
adesão aos termos e condições de uso do Sistema BEC/SP e do Sistema 
e-GRP.
Órgão Não Participante: órgão ou entidade da Administração Pública 
estadual ou municipal que, não tendo participado dos procedimentos 
iniciais da licitação, faz adesão à ata de registro de preços. O Órgão não 
Participante é a figura popularmente conhecida como “Carona”, que será 
estudada em detalhes na Unidade 2.
Órgão Participante de Compra Centralizada: órgão ou entidade da 
28
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
Administração estadual ou municipal que, em razão de participação 
em programa ou projeto estadual, é contemplado no registro de preços. 
Vale ressaltar neste momento que a definição da Compra Centralizada 
e as suas características e peculiaridades, foram abordadas no item 
“planejamento” da Unidade 01.
Uma vez conhecidas em detalhes cada uma das funções inerentes 
ao Sistema de Registro de Preços (SRP), vale ressaltar que o Órgão 
Gerenciador pode ser também a um só tempo Órgão Participante no 
mesmo SRP.
Aliás, essa situação de acúmulo de funções é a que ocorre usualmente, 
porque a constituição de um SRP, antes de tudo, nasce a partir da 
necessidade do Órgão Gerenciador que o administra e gere, realizar suas 
próprias contratações. Todavia, embora não sendo usual, não há qualquer 
impedimento de ordem legal ou regulamentar que impeça o Órgão 
Gerenciador de cumprir tão somente esta função em um SRP. 
Nopróximo tópico trataremos da licitação no SRP.
Conforme já mencionado em passagens anteriores deste curso, o SRP 
é constituído a partir de uma licitação realizada com essa finalidade. 
Nesta licitação é selecionada a proposta vencedora e o preço vencedor 
é registrado na ata de registro de preços, assim como também o são 
o licitante vencedor e todos os demais licitantes que concordarem 
em fornecer pelo preço vencedor e lograrem habilitação no certame, 
propiciando à Administração, a partir daí, a realização de sucessivas 
contratações durante o prazo de validade da ata e enquanto houver saldo 
do quantitativo licitado, sempre pelo valor do preço registrado.
A licitação para a constituição do SRP não apresenta grandes 
distinções em relação às demais licitações normalmente realizadas. As 
peculiaridades a destacar são as seguintes:
I. A teor do artigo 15, § 3°, inciso I, da Lei n° 8.666/1993 F, c.c. artigo 
11 da Lei n° 10.520/2002 F, secundados pelo artigo 7° do Decreto 
n° 63.722/2018 E, as modalidades licitatórias adotáveis são a 
concorrência e o pregão, esta última nos casos em que cabe a sua 
utilização, ou seja, quando o objeto da licitação puder ser considerado 
bem ou serviço comum. No Estado de São Paulo, como se sabe, há 
normas regulamentares (artigo1°, II e artigo 2°, ambos do Decreto 
n° 51.469/2007 E, c.c. artigo 1°, I, II e II, da Resolução SF-
15/2007 E), que obrigam a adoção da modalidade pregão em sua 
forma eletrônica nos casos em que cabe a utilização da referida 
modalidade e forma. Em face destas regras que tornam obrigatória 
a utilização do pregão eletrônico, assim como dos tipos de objeto 
que normalmente ensejam a constituição de SRP, pode-se afirmar 
que no Estado de São Paulo a modalidade concorrência dificilmente 
LICITAÇÃO
29
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
será adotada;
II. No julgamento das licitações para constituição de SRP deve ser 
adotado o tipo “menor preço”. Nos termos do artigo 9°, § 1°, do 
Decreto estadual n° 63.722/2018 E, o menor preço poderá ser 
aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preços praticada 
no mercado, desde que tecnicamente justificado. Em razão do 
disposto no artigo 7°, § 1°, do mesmo Decreto, mediante despacho 
fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade, 
excepcionalmente, poderá ser adotado o tipo “técnica e preço” e, 
neste caso, obrigatoriamente, a modalidade licitatória a ser adotada 
será a concorrência, posto que na modalidade pregão não cabe a 
adoção do tipo técnica e preço;
III. Conquanto não haja impedimento de ordem legal ou regulamentar 
expresso, o Tribunal de Contas do Estado não recomenda que a 
seleção da proposta vencedora do certame seja feita considerando-
se o seu preço global. Tal entendimento que, “a contrário senso” 
prestigia que se considere o preço unitário para a seleção, foi 
esposado na decisão proferida no processo “TC n° 007683/026/11”;
IV. O “caput” do mesmo artigo 7°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 
destaca que o SRP deve ser precedido de ampla pesquisa de 
mercado. Desta forma, o orçamento de preços e quantitativos a ser 
elaborado na fase interna da licitação para constituição do SRP, 
à vista da grandeza do caso concreto, quer do ponto de vista dos 
quantitativos a serem licitados, quer em função da integração ao 
sistema, de Órgãos Participantes de distintas regiões do Estado 
onde pode haver diferenças significativas de preços para o mesmo 
objeto, deve ser elaborado com consulta ao maior número possível 
de fontes de pesquisa, de forma que os preços finais alcançados 
expressem efetivamente os preços de mercado para a situação 
concretamente considerada;
V. O rito (o “passo a passo”) do procedimento licitatório corresponderá 
ao rito da modalidade licitatória adotada, ou seja, ao rito do pregão 
ou ao rito da concorrência, conforme o caso;
VI. Nas licitações em que se adotar a modalidade pregão, a 
manifestação dos demais licitantes que quiserem integrar a ata de 
registros de preços, concordando em fornecer pelo mesmo preço 
do vencedor da licitação, bem como a habilitação desses mesmos 
licitantes, deverá ocorrer na própria sessão pública do pregão, logo 
após a habilitação do licitante vencedor e antes da interposição 
de recursos. Nestes casos, quando o pregoeiro habilita o licitante 
vencedor, antes de passar para etapa de interposição de recursos, 
os demais licitantes são consultados sobre o interesse de integrarem 
a ata de registro de preços, concordando em fornecer pelo preço 
do licitante vencedor do certame. Aqueles que concordarem terão 
30
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
analisadas e julgadas as respectivas habilitações pelo pregoeiro. 
Concluída a habilitação de todos aqueles que concordaram em 
fornecer pelo preço do vencedor, a sessão pública seguirá, com o 
início da etapa de interposição dos recursos;
VII. Na licitação para constituição do SRP não existe o ato de adjudicação 
do objeto ao licitante vencedor. Como se sabe, a adjudicação é ato 
pelo qual a Administração atribui a contratação ao vencedor do 
certame. No SRP não cabe promover o ato de adjudicação, porque 
a consequência da licitação não é a celebração de um contrato com 
o licitante vencedor e sim o registro do preço deste licitante na ata 
de registro de preços, sendo que, a partir deste registro e durante 
o prazo de validade da ata, a Administração poderá chamar esse 
beneficiário do registro, várias e sucessivas vezes para celebrar os 
diversos contratos que necessitar, enquanto ainda houver saldo do 
quantitativo licitado. Na licitação para constituição do SRP, o ato de 
adjudicação é substituído pela ata de registro de preços.
Em relação ao edital da licitação cabem as seguintes considerações:
1. Segundo disposição expressa do artigo 9° do Decreto n° 
63.722/208 E, os editais, no que couber, devem veicular as 
cláusulas obrigatórias previstas no artigo 40 da Lei n° 8.666/1993 
F e no artigo 4°, inciso I, da Lei n° 10.520/2002 F;
2. Além das cláusulas de que trata o item (1) supra, o mesmo artigo 
9° ali mencionado estabelece que o edital deve indicar: a) as 
quantidades máximas estimadas para a contratação, bem como 
a estimativa das quantidades a serem adquiridas ou contratadas 
pelo Órgão Gerenciador e por cada um dos Órgãos Participantes e 
a quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso 
da aquisição de bens; b) a estimativa de quantidades a serem 
adquiridas ou contratadas pelos Órgãos não Participantes; b) o prazo 
máximo de validade do registro de preços (da ata de registro de 
preços). Segundo o disposto no artigo 12 do mesmo Decreto, esse 
prazo não pode ser superior a 12 (doze) meses; c) todos os Órgãos 
Participantes do respectivo SRP; d) os locais e prazos de entrega ou 
execução do objeto; e) se for o caso, outras informações peculiares 
à execução do objeto (por exemplo, frequência e periodicidade 
de execução, características do do pessoal, dos materiais e 
equipamentos a serem utilizados na execução, cuidados a serem 
observado, deveres, disciplina e controles a serem adotados, etc); 
f) modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, quando 
cabível; g) penalidades cabíveis; h) minuta da ata de registro de 
preços como anexo; i) realização periódica de pesquisa de mercado, 
para comprovação da vantajosidade de continuar se contratando 
com base no SRP;
3. Admite-se a subdivisão do objeto em lotes quando técnica 
31
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
ATA DE REGISTRO DE PREÇOS
e economicamente viável, de forma a possibilitar maior 
competitividade sem perda da economia de escala, observados 
nesses casos a quantidade mínima estabelecida, o prazo e o local 
de entrega fixados no edital (artigo 8° “caput” do Decreto estadual 
n° 63.722/2018 E);
4. Desde que prevista expressamente no edital, é admitida a exigência 
de proposta de preço diferenciada por região (§ 2°, do artigo 9°, do 
Decreto n° 63.722/2018 E);
5. As minutas do edital, da ata de registro de preços e do instrumento 
de contrato aser adotado, devem ser submetidas à aprovação do 
órgão jurídico que atende ao Órgão Gerenciador (artigo 9°, § 4°, do 
Decreto estadual n° 63.722/2018 E).
Nos termos do artigo 2°, inciso II, do Decreto estadual n° 63.722/2018, 
a Ata de Registro de Preços é um documento vinculativo, obrigacional, 
com característica de compromisso para a futura contratação, em que 
se registram os preços, os fornecedores, os órgãos participantes e as 
condições a serem observadas nas contratações, conforme as disposições 
contidas no instrumento convocatório e nas propostas apresentadas.
Trata-se, portanto, de documento que estabelece o compromisso de 
contratar. Uma vez firmada, a ata cria para os fornecedores nela inseridos 
a obrigação de contratar, se chamados para tanto pela Administração, 
observadas as condições estabelecidas no SRP (no edital, na própria ata 
e na minuta do instrumento de contrato), durante o seu prazo de validade 
e enquanto houver saldo dos quantitativos licitados.
Logo após a homologação da licitação, o Órgão Gerenciador deverá 
convocar o vencedor da licitação para assinar a ata de registro de preços, 
no prazo estabelecido para tanto, podendo prorrogar esse prazo uma vez, 
por igual período, quando solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra 
motivo justificado, aceito pela Administração (artigo, 13, “caput”. do 
Para a Administração, a ata não cria a obrigação de contratar, face ao disposto no artigo 
15, § 4°, da Lei n° 8.666/1993 F e no artigo 16 do Decreto n° 63.722/2018. Contudo, 
cria a obrigação de respeitar integralmente todas as condições estabelecidas no SRP, 
especialmente o direito de preferência dos beneficiários do registro de preços, nos moldes 
estabelecidos nos mesmos dispositivos normativos antes aludidos conforme já abordado 
da Unidade 1, tópico “características”, item II.
IMPORTANTE
32
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
Decreto estadual n° 63.722/2018).
Quando o licitante vencedor não assinar a ata de registro de preços 
no prazo e condições estabelecidos, é facultado ao Órgão Gerenciador 
convocar os licitantes remanescentes que aceitaram fornecer pelo preço 
do vencedor e foram habilitados, para fazê-lo em igual prazo (artigo 13, § 
único, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E).
A recusa injustificada de fornecedor classificado em assinar a ata, dentro 
do prazo estabelecido, enseja a aplicação de penalidades legalmente 
estabelecidas (artigo 14, § único, do Decreto estadual n° 63.722/2018 
E)
Colhidas as assinaturas o Órgão Gerenciador deve providenciar a sua 
imediata publicação, posto que o artigo 14 “caput”, do Decreto estadual 
n° 63.722/2018 E estabelece que ela implicará o compromisso de 
fornecimento nas condições estabelecidas, “após cumpridos os requisitos 
de publicidade”.
A ata de registro de preços com todas as suas características antes 
mencionadas, especialmente na condição de documento de caráter 
obrigacional que cria para os fornecedores nela inseridos o compromisso 
de contratar, não é contrato. Estes, os contratos decorrentes do SRP, são 
firmados a partir e ao longo do prazo de validade da ata de registro de 
preços, por meio de instrumentos próprios, cuja minuta é anexo integrante 
do Edital da licitação.
A ata de registro de preços também não se confunde com a ata da 
sessão pública da licitação realizada para a constituição do SRP. Esta, 
a ata da sessão pública, é apenas o documento que deve retratar com 
fidelidade tudo o que ocorreu na referida sessão.
Muito bem, após conhecermos as características da ata de registro de 
preços, vamos tratar a seguir da figura do “carona”.
A figura popularmente conhecida por “carona”, tecnicamente, nos 
regulamentos dos diversos entes federativos que disciplinam o SRP, 
recebe a denominação “Órgão não Participante”. No Estado de São Paulo, 
o artigo 2°, inciso V, do Decreto n° 63.722/2018, o define como:
Em outras palavras, de acordo com a regulamentação do Estado de 
São Paulo, o “carona” é o órgão ou entidade da Administração estadual 
ou municipal que não integrou o SRP desde o início na condição de Órgão 
Participante (daí a denominação Órgão não Participante) e, depois de 
constituído o SRP e publicada a ata de registro de preços, “descobre” a 
ATA DE REGISTRO DE PREÇOS E O “CARONA”
Órgão ou entidade da Administração Pública estadual ou municipal que, não tendo 
participado dos procedimentos iniciais da licitação, faz adesão à ata de registro de preços.
33
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
sua existência e resolve fazer as suas contratações com base nela. 
Trata-se, portanto, de um órgão ou entidade da Administração do 
Estado de São Paulo ou de Município do mesmo Estado “estranho” ao SRP, 
porque não participou do sistema desde o início como Órgão Participante 
, para realizar suas contratações. Sua entrada em cena, repita-se, ocorre 
depois do SRP já constituído e durante o prazo de validade da ata de 
registro de preços.
O “carona” não tem origem legal, posto que a Lei n° 8.666/1993 
F não prevê a existência desta figura. Sua criação é fruto de normas 
regulamentares, como é o caso da União através do Decreto n° 7.892/2013 
E e do Estado de São Paulo por meio do Decreto n° 63.722 E editado 
em 21/09/2018 e atualmente em vigor.
O “carona”, atualmente e sem dúvida, é o ponto mais polêmico dos 
SRP. Há posições doutrinárias e jurisprudenciais, inclusive dos Tribunais 
de Contas, favoráveis e contrárias a esta figura e a possibilidade dele, 
carona, realizar contratações com base em SRP.
No Estado de São Paulo durante a vigência do Decreto estadual n° 
47.945/2003 E que foi revogado em 21/09/2018, com a edição do 
vigente Decreto estadual n° 63.722/2018 E, o “carona” foi admitido de 
2007 a 2012. O Decreto n° 51.809/2007 E introduziu os artigos 15A e 
15B no Decreto n° 47.945/2003 E, admitindo as contratações por parte 
do “carona” e estabelecendo as condições a serem observadas para tanto.
Nesse período, a Administração Paulista estava autorizada a permitir 
contratações de “caronas” com base em seus SRP (permitia “dar” 
carona), assim como os seus órgãos e entidades estavam autorizados a 
realizar contratações com base em SRP de outros órgãos ou entidades da 
Administração (permitia “pegar” carona).
Em 2012, mais precisamente em 29/10/2012, foi editado o Decreto 
n° 58.494 que revogou os artigos 15A e 15B introduzidos no Decreto 
n° 47.945/2003 E, pelo Decreto n° 51.809/2007 E extinguindo, a 
partir de então, a figura do “carona” e a possibilidade de realização de 
contratações na condição de “carona”. 
Atualmente no Estado de São Paulo o “carona” é disciplinado no artigo 
22 do Decreto estadual n° 63.722/2018. 
As regras aplicáveis as situações em que o regulamento admite que o 
Estado “dê carona” nos SRP que realiza, são as seguintes:
I- Para a realização de suas contratações, as atas de SRP realizados 
por órgãos ou entidades da Administração do Estado de São Paulo podem 
ser utilizadas durante sua vigência, por órgãos e entidades da mesma 
Administração que não tenham integrado os respectivos SRP como Órgãos 
Participantes, mediante anuência do Órgão Gerenciador responsável 
pela ata, desde que comprovada a vantagem em tal utilização (artigo 22, 
34
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
“caput” e § 1°).
II- As contratações com base nas atas dependem de manifestação 
favorável do Órgão Gerenciador do respectivo SRP e essa manifestação 
fica condicionada a apresentação de estudo de viabilidade pelo Órgão 
não Participante interessado (carona), demonstrando a vantagem da 
realização da contratação com base no SRP (artigo 22, § 2°).
II- O estudo de viabilidade a que se refere o item II, após aprovação 
pelo Órgão Gerenciador, deve ser divulgado no Sistema e-GRP (artigo 22, 
§ 3°).
IV- O edital da licitação deve prever expressamente a possibilidade de 
realização de contratações com base no SRP, por parte de Órgãos não 
Participantes (caronas), bem como a estimativa dos quantitativos a serem 
contratados por tais órgãos (artigo 9°, inciso III).V- A estimativa a que alude o item IV deverá considerar que as 
contratações dos Órgãos não Participantes (caronas)não podem exceder, 
por órgão ou entidade contratante, 50% (cinquenta por cento) dos 
quantitativos inicialmente registrados na ata para o Órgão Gerenciador 
e para os Órgãos Participantes (artigo 22, § 5°) e, para a totalidade 
de contratações, independentemente do número de Órgãos não 
Participantes (caronas) que contratarem, não poderão exceder ao dobro 
do quantitativo de cada item registrado na ata para o Órgão Gerenciador 
e para os Órgãos Participantes (artigo 22, § 6°). Nos casos específicos de 
“Compras Centralizadas” os quantitativos antes mencionados não podem 
ser superiores a 100% (cem por cento) e ao quíntuplo, respectivamente 
(artigo 22, § 7°, números 1 e 2).
VI- Podem utilizar a ata para as suas contratações Municípios Paulistas 
ou entidades da Administração indireta dos mesmos Municípios, situados 
na mesma região administrativa do órgão ou entidade do Estado 
realizador do SRP, de acordo com as regionalizações oficialmente vigentes 
e consideradas pela Secretaria da Fazenda e Planejamento (artigo 22, § 
11).
VII- Para a realização das contratações indicadas no item VI não é 
exigida a apresentação do estudo de viabilidade de que trata o item II 
(artigo 22, § 13), porém, o órgão ou entidade do Município ou de sua 
Administração Indireta (carona) interessado, deve formalizar previamente 
a respectiva contratação, termo de adesão aos termos e condições de uso 
do Sistema BEC/SP e do Sistema e-GRP (artigo 22, § 12).
Por outro lado, em razão do disposto no artigo 22, § 1°, do Decreto 
estadual n° 63.722/2018, é vedada aos órgãos e entidades do Estado 
de São Paulo a adesão a ata de Sistemas de Registro de Preços (pegar 
carona) constituídos por órgãos ou entidades municipais ou por órgãos 
35
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
CONTRATAÇÕES DECORRENTES DO SRP
e entidades que não estejam sujeitos à jurisdição do Tribunal de Contas 
do Estado de São Paulo, ou seja, todos os órgãos e entidades integrantes 
da União, de todos os Estados Membros da federação brasileira, com 
exceção de São Paulo e do Distrito Federal. Desta forma, a possibilidade 
de adesão a atas de registro de preços por parte dos órgãos e entidades 
do Estado de São Paulo é limitadíssima, porque circunscrita apenas a atas 
de Sistemas de Registro de Preços constituídos por órgãos e entidades do 
próprio Estado de São Paulo.
Finalmente, no que tange ainda a contratações por parte de “caronas”, 
os §§ 1° e 2° do artigo 26, do Decreto estadual n° 63.722/2018, contém 
disciplina permitindo que elas se realizem com base em SRP vigentes, 
efetuados por órgãos ou entidades da Administração estadual sob a 
vigência do revogado Decreto estadual n° 47.945/2003. As regras para 
tanto são as seguintes:
1. Dependem de anuência previa do Órgão Gerenciador e concordância 
do fornecedor beneficiário do registro de preços.
2. Só podem contratar órgãos estaduais ou municipais (caronas) 
situados na mesma região administrativa em que se situar o órgão 
estadual realizador do SRP.
3. Com as contratações dos caronas não pode ser ultrapassado o 
quantitativo máximo licitado. Portanto, o quantitativo contratado pelo 
carona deve ser deduzido do saldo ainda não contratado e atribuído aos 
Órgãos Participantes, mediante deliberação do Órgão Gerenciador.
Em relação aos instrumentos de contratos passíveis de utilização nas 
contratações decorrentes do SRP, aplicam-se as regras do § único do 
artigo 60 e do artigo 62, “caput” e § 4° da Lei n° 8.666/1993 F, que 
vedam a celebração de contrato verbal e definem as hipóteses em que 
é obrigatória a adoção do termo de contrato, bem como as hipóteses em 
que o termo de contrato pode ser substituído por outros instrumentos 
hábeis, como por exemplo:
 ● a carta-contrato,
 ● a autorização de compra,
 ● ou a ordem de execução de serviços.
Nos termos do artigo 15 do Decreto estadual n° 63.722/2018, a 
contratação será formalizada pelo Órgão Participante ou pelo Órgão 
não Participante (carona) diretamente junto ao fornecedor registrado na 
ata, por meio de instrumento (termo de contrato, emissão de nota de 
empenho, autorização de compra ou outro), respeitadas as disposições 
36
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
estabelecidas no já citado artigo 62, da Lei federal n° 8.666/1993.
O edital da licitação, por sua vez, deve definir o instrumento de contrato a 
ser utilizado nas futuras contratações. Nos termos do artigo 9°, inciso VIII, 
do Decreto estadual n° 63.722/2018, a minuta do mesmo instrumento 
há de ser desde logo apresentada, constituindo-se em anexo integrante 
do edital.
Em relação as contratações a serem realizadas por “caronas”, cabe 
ainda acrescentar:
1. O fornecedor beneficiário do registro de preços tem a prerrogativa de 
aceitar ou não, celebrar contrato com o “carona”. A aceitação, contudo, 
não poderá prejudicar o cumprimento das obrigações por ele assumidas 
no SRP, especialmente, não poderá ser invocada para deixar de celebrar 
novos contratos com os Órgãos Participantes (artigo 22, § 4°, do Decreto 
estadual n° 63.722/2018).
2. Após obter a devida autorização do Órgão Gerenciador, o carona 
deverá celebrar a contratação em até 90 (noventa) dias da data respectiva 
autorização (artigo 22. § 8°, do Decreto estadual n° 63.722/2018).
3. Compete ao “carona” a prática de todos os atos necessários ao 
cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratualmente assumidas, 
bem como a aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de 
eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas 
contratuais, em relação às suas contratações. As ocorrências decorrentes 
da prática dos atos aqui cogitados devem ser informadas ao Órgão 
Gerenciador (artigo 22, § 9, do Decreto estadual n° 63.722/2018).
Cabe também ao edital definir o prazo de entrega e conclusão ou o 
prazo de vigência, observadas as regras estabelecidas do artigo 57 da Lei 
n° 8.666/1993 F, ou seja:
Nos casos de compras e serviços de natureza não contínua: Os 
prazos serão fixados de modo a não ultrapassarem a vigência dos 
créditos orçamentários que responderão pelas despesas decorrentes da 
contratação.
Nos casos de serviços de natureza contínua: O prazo máximo de 
vigência pode ser 60 (sessenta) meses computados neste o prazo de 
vigência inicial e os prazos de eventuais prorrogações.
No que tange ainda a prazos, importa ressaltar aqui que o encerramento 
do prazo de vigência da ata de registro de preços não implica a extinção 
dos contratos celebrados durante sua vigência. Como já se viu, a única 
finalidade do prazo de vigência da ata é delimitar o período de tempo 
dentro do qual podem ser realizadas as contratações com base no SRP.
Uma vez celebrado o contrato no curso desse prazo, em relação a esse 
contrato então celebrado, importa somente o prazo de execução do objeto 
37
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
nele estabelecido, não incidindo sobre o mesmo contrato qualquer outro 
efeito gerado pelo prazo de vigência da ata, quer esse prazo esteja em 
curso, quer tenha se encerrado.
O artigo 15, § 2°, da Lei n° 8.666/1993 F, determina que os preços 
registrados na ata devem ser publicados trimestralmente na Imprensa 
Oficial, para orientação da Administração. Na esteira deste dispositivo 
legal, o artigo 5°, inciso XI, do Decreto n° 63.722/2018 E atribui esta 
obrigação ao Órgão Gerenciador, determinando que além da publicação 
no Diário Oficial, deve haver também divulgação por meios eletrônicos.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta aula! E abordamos aqui, as 
funções do Órgão Gerenciador, Órgão Participante e Gestor do Contrato 
que o regulamento do SRP prevê. Vimos também, as características da 
licitação para a constituição do SRP e da ata de registro de preços. 
Na próxima aula, você verá como ocorre a revisão, reajustes, acréscimos, 
cancelamentos e penalidades no Sistema de Registro de Preços. 
Até lá!
Conquanto o objetivo declaradono mencionado dispositivo legal seja apenas a 
“orientação” da Administração, tal divulgação serve ainda ao controle da própria 
Administração por parte da sociedade. Com efeito, a confirmar esse objetivo de controle, 
estabelece o § 6° do mesmo artigo 15 que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar 
preço registrado, em razão de sua incompatibilidade com o preço vigente no mercado.
IMPORTANTE
ORIENTAÇÃO E CONTROLE
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
UNIDADE 03 - REVISÃO, REAJUSTES, 
ACRÉSCIMOS, CANCELAMENTOS, 
PENALIDADES NO SISTEMA DE 
REGISTRO DE PREÇOS
39
PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS
Olá, bem-vindo(a) à Unidade 03!
Na Unidade 02, vimos as entidades da administração responsáveis pelo 
gerenciamento do Sistema de Registro de Preço (SRP) e as características 
da ata de registro de preços.
Agora, na Unidade 03, você verá como ocorre a revisão, reajustes, 
acréscimos, cancelamentos e penalidades no Sistema de Registro de 
Preços. 
Bons estudos!
Embora na linguagem corrente, destituída de rigor técnico, revisão de 
preços e reajuste de preços sejam tratadas como expressões sinônimas, 
do ponto de vista jurídico são institutos distintos, com naturezas jurídicas 
próprias.
O reajuste tem natureza contratual. Trata-se de mecanismo previsto 
expressamente no edital da licitação e no contrato, estabelecendo desde 
logo regra que autoriza a majoração do preço, uma vez preenchidas as 
condições pré-fixadas para tanto. Sua aplicação, portanto, decorre de 
previsão expressa no edital e no contrato. Inexistindo cláusula expressa 
prevendo reajuste, não há possibilidade para sua aplicação.
A revisão diferentemente do reajuste, não tem natureza contratual, 
independendo sua aplicação de previsão expressa no edital e no contrato.
No âmbito das licitações e dos contratos administrativos, a revisão está 
relacionada ao reequilíbrio econômico e financeiro dos contratos, previsto 
no artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei n° 8.666/1993 F.
Como já se disse, sua aplicação independe de previsão expressa no 
edital e no contrato e se dá em razão da ocorrência de fato externo a 
licitação e ao contrato, imprevisível ou previsível, porém de consequência 
incalculável ou decorrente de força maior, caso fortuito ou fato do 
príncipe, que, incidindo diretamente sobre o preço vencedor da licitação, 
impossibilite a execução do contrato pelo referido preço.
O mencionado artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei n° 8.666/1993 
F, que, como se viu, é a matriz da revisão dos preços, cuida tão somente 
de revisão de preços de contratos e não de preços registrados em ata de 
registro de preços e que servirão de base para a celebração de contratos 
futuros. 
Dessa forma, por não haver disposição legal expressa disciplinando a 
revisão dos preços registrados em ata, cabe aos regulamentos dos SRP 
estabelecerem as regras próprias para essa revisão.
No estado de São Paulo, a revisão dos preços registrados na ata é 
tratada no artigo 17 do Decreto n° 63.722/2018 E.
O referido artigo 17 autoriza apenas a revisão nos casos em que o 
preço registrado tornar-se superior ao praticado no mercado.
REVISÃO
40
SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S
A hipótese inversa, ou seja, o preço registrado tornar-se inferior ao 
praticado no mercado, não dá ensejo à revisão.
Nesse caso, comprovando a impossibilidade de continuar contratando 
pelo preço registrado, o fornecedor poderá obter a liberação da obrigação 
de contratar, mediante pedido de cancelamento do registro do seu preço, 
formulado diretamente à Administração, nos termos do artigo 19 do 
mesmo Decreto.
Comprovada pelo fornecedor, a impossibilidade de continuar 
contratando pelo preço registrado, a Administração cancelará o registro 
do seu preço, liberando-o da obrigação anteriormente assumida, sem a 
aplicação de qualquer penalidade.
É importante ressaltar que a liberação da obrigação de contratar 
ocorrerá a partir da data de formulação do pedido `de liberação pelo 
fornecedor à Administração. Portanto, o fornecedor estará obrigado a 
celebrar contratações solicitadas pela Administração anteriormente a 
formulação do pedido de cancelamento do registro do preço, mesmo 
que no momento da solicitação da Administração, já esteja configurada a 
impossibilidade de contratar pelo preço registrado.
A revisão do preço registrado, nos moldes do indicado artigo 17, ou 
seja, quando se tornar superior ao praticado no mercado, é obrigatória e 
deverá obedecer aos seguintes procedimentos:
I. O Órgão Gerenciador convoca o fornecedor detentor do preço 
registrado e estabelece com ele a negociação direta, objetivando 
a redução do preço registrado até adequá-lo ao valor praticado no 
mercado.
II. Se o fornecedor concordar com a redução do preço, elabora-se um 
termo de aditamento à ata, para constar o novo preço obtido na 
negociação e que será utilizado nas novas contratações que vierem 
a ser realizadas a partir de então. Havendo outros fornecedores 
registrados na ata, respeitada a ordem de classificação, a 
Administração negociará com eles, um a um. Os que concordarem 
com a redução integrarão o termo de aditamento à ata, 
permanecendo, assim, a possibilidade de virem a ser chamados 
a contratar. Os que não concordarem com a redução terão seus 
preços cancelados pela Administração e serão liberados da 
obrigação de celebrar novos contratos, sem sofrer a aplicação de 
qualquer penalidade;
III. Se o fornecedor detentor do preço registrado não concordar com 
a redução, a Administração cancelará o registro do seu preço e 
o liberará da obrigação de celebrar novos contratos, sem aplicar 
qualquer penalidade. Havendo outros fornecedores registrados na 
ata, respeitada a ordem de classificação, a Administração negociará 
com eles, um a um. Os que concordarem com a redução, respeitada 
a ordem de classificação, integrarão o termo de aditamento à ata, 
permanecendo, assim, a possibilidade de virem a ser chamados 
a contratar. Os que não concordarem com a redução terão seus 
preços cancelados pela Administração e serão liberados da 
41
REVISÃO, REAJUSTES, ACRÉSCIMOS, CANCELAMENTOS, PENALIDADES NO S ISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
obrigação de celebrar novos contratos, sem sofrer a aplicação de 
qualquer penalidade.
Uma vez cumprido o procedimento antes detalhado, se for cancelado 
o registro de preço de todos os fornecedores constantes da ata, 
automaticamente e de pleno direito estará encerrado o SRP, cessando 
para a Administração a possibilidade de continuar contratando com base 
nele.
Não é demais repetir aqui que o reajuste tem natureza contratual. 
Trata-se de mecanismo previsto expressamente no edital da licitação e no 
instrumento de contrato, estabelecendo desde logo regra que autoriza a 
majoração do preço, uma vez preenchidas as condições pré-fixadas para 
tanto. Sua aplicação portanto, decorre de previsão expressa no edital 
e no contrato. Inexistindo cláusula expressa prevendo reajuste, não há 
possibilidade para sua aplicação.
Os reajustes de preços em licitações e contratos administrativos, 
atualmente, encontram-se disciplinados no artigo 40, inciso XI, da Lei n° 
8.666/1993 F e na Lei n° 10.192 F, de 14/02/2001 (que dispõe sobre 
medidas complementares ao Plano Real e dá outras providências).
Além de previsão expressa no edital e no instrumento de contrato, 
constituem condições indispensáveis à aplicação dos reajustes:
I. Para a aplicação dos reajustes podem ser utilizados índices 
setoriais ou específicos que retratem a variação efetiva do custo 
de produção. O edital e o contrato devem definir qual índice será 
utilizado (artigo 2° da Lei n° 10.192/2001 F, c.c. artigo 40, inciso 
XI, da Lei n° 8.666/1993 F);
II. A periodicidade mínima para aplicação de reajuste é de 1 (um) 
ano (artigo 2° da Lei n° 10.192/2001 F). É nula de pleno direito 
estipulação de reajuste com periodicidade inferior a 1 (um) ano 
(artigo 2º, § 1º, da Lei n° 10.192/2001 F);
III. A periodicidade anual para aplicação do reajuste é contada da data 
limite para a apresentação

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