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Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo 4 cm 85 px 2 cm 56 px SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo Escola Fazendária do Estado de São Paulo 4 cm 85 px 2 cm 56 px SUMÁRIO Sistema de Registro de Preços Unidade 1 - Fundamentos e características Conceito 11 Legislação 12 Objeto 15 Planejamento 16 Características 20 Vantagens do SRP 22 Unidade 2 - Procedimentos Licitatórios e contratuais Funções e atribuições 25 Licitação 28 Ata de registro de preços 31 Ata de registro de preços e o “carona” 32 Contratações decorrentes do SRP 34 Orientação e controle 35 Unidade 3 - Revisão, reajustes, acréscimos, cancelamentos, penalidade no sistema de registro de preços Revisão 37 Reajustes 39 Acréscimos 39 Cancelamento 41 Penalidades 41 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 6 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S APRESENTAÇÃO Olá, caro(a) cursista, bem-vindo(a) ao Módulo Sistema de Registro de Preços (SRP) do Curso Pregão Eletrônico. As Atas de Registro de Preços (ARP) são realizadas por meio da modalidade pregão e, por esse motivo, é necessária a sua capacitação para esse tipo de certame. Vamos começar? Bons estudos! Antes de começarmos nossa caminhada, é importante analisarmos a forma como estruturamos o Módulo Sistema de Registro de Preços (SRP), visando a uma aprendizagem produtiva. Esse módulo está dividido em três unidades. Nessa primeira unidade, mostraremos o conceito de SRP; as leis que respaldam esse sistema como a Lei n° 8.666/93 F, a Lei n° 6.544/89 E e a Lei n° 10.520/02 F; o objeto do sistema como a compra de bens quanto a contratação de serviços; as características do sistema e, por último, conheceremos as vantagens desse sistema. Já na segunda unidade, trataremos das funções distintas e as atribuições do SRP; que o sistema é constituído a partir de uma licitação; ata de registro de preço; a definição de ata de registro de preço e o “carona”; as contratações decorrentes do sistema e, por último, falaremos da orientação e o controle do sistema. E na última unidade, veremos a revisão dos preços; os reajustes de preços; os seus acréscimos; cancelamento do registro de fornecedor e a aplicação das penalidades. Agora que já sabemos como nosso módulo vai se estruturar, vamos iniciar nossos estudos acerca do Sistema de Registro de Preços (SRP), cujo conceito será apresentado na primeira unidade deste módulo. O SRP se constitui em um mecanismo que propicia à Administração, observado o princípio da obrigatoriedade da licitação estabelecido no inciso XXI do artigo 37 da Constituição da República, realizar suas contratações de um modo distinto daquele usualmente utilizado e que, para efeitos meramente didáticos, será aqui nomeado “sistema convencional”. UNIDADE 01 - FUNDAMENTOS E CARACTERÍSTICAS UNIDADE 02 - PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS E CONTRATUAIS UNIDADE 03 - REVISÃO, REAJUSTES, ACRÉSCIMOS, CANCELAMENTOS, PENALIDADES DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS INTRODUÇÃO 7 APRESENTAÇÃO Para que se entenda o SRP, com todas as suas características e especificidades, é necessário que se compreenda desde logo, as diferenças básicas entre esse sistema e o outro sistema de contratações utilizado pela Administração, o aqui denominado “sistema convencional”. A Administração realiza o procedimento licitatório, seleciona a proposta mais vantajosa para ser contratada e a consequência dessa seleção é a celebração de apenas um contrato para a execução do respectivo objeto, com o detentor da proposta selecionada e vencedor da licitação. Com a celebração desse contrato, não há mais qualquer procedimento pré-contratual a ser realizado, remanescendo à Administração tão somente cuidar da execução do contrato firmado. Dessa forma, o procedimento licitatório realizado dá origem a um contrato apenas. Se a Administração necessitar de um novo contrato com o mesmo objeto, terá que realizar uma nova licitação. A Administração realiza o procedimento licitatório, seleciona a proposta mais vantajosa para ser contratada Porém… Ao contrário do que ocorre no Sistema Convencional o detentor dessa proposta mais vantajosa e vencedor da licitação não é contratado para a execução de um contrato, ao invés disso ele tem o seu preço (aquele preço vencedor da licitação) registrado e a partir desse registro, durante todo o prazo de validade desse mesmo registro e enquanto não se consumir todo o quantitativo que foi licitado, toda vez que a Administração necessitar contratar aquele objeto da licitação chamará o detentor do preço registrado (aquele licitante vencedor) e celebrará com ele não apenas um, mas vários, sucessivos contratos, todos pelo preço que está registrado e sem realizar novas licitações. Em outras palavras e sintetizando tudo aquilo que até aqui se disse sobre as diferenças básicas entre os dois sistemas: ● No Sistema Convencional, a licitação dá origem a um contrato apenas. ● Já no Sistema de Registro de Preços, a licitação dá origem ao registro do preço vencedor do certame e a partir desse registro, a possibilidade da Administração celebrar vários, sucessivos contratos, sem necessidade de realizar novas licitações. Na sequência deste módulo serão abordadas as demais características e especificidades do sistema de registro de preços que, conforme já se disse, permite à Administração realizar suas contratações de um modo distinto daquele usualmente utilizado. Vamos começar estudando na Unidade 01 o conceito do Sistema SISTEMA CONVENCIONAL SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 8 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S de Registro de Preços (SRP) e também a legislação, planejamento, características e as vantagens. Bom estudo! SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS UNIDADE 01 - FUNDAMENTOS E CARACTERÍSTICAS 10 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S Olá, bem-vindo(a) à primeira unidade do módulo. Aqui, veremos conceito, legislação, objeto, planejamento, características e vantagens do Sistema de Registro de Preços (SRP). O Sistema de Registro de Preços (SRP) é o conjunto de procedimentos levados a efeito pela Administração, para registro formal de preços relativos à prestação de serviços não contínuos e aquisição de bens, objetivando a realização de contratações futuras por parte da mesma Administração. O SRP possui duas fases distintas entre si: É a de constituição do próprio sistema. Tem início com a abertura do expediente e abrange todos os atos que integram a fase interna e externa da licitação bem como o registro dos preços, mediante a elaboração e a publicação da denominada “ata de registro de preços”, encerrando-se no exato momento em que tal ata é publicada. É a de contratações. Tem início no exato momento em que há a publicação da ata de registro de preços e abrange a realização das contratações e de todos os atos necessários, para tanto, encerrando-se, automaticamente, com o término do prazo de validade da ata. Todos os atos que integram ambas as fases, assim como todas as especificidades e demais questões relativas ao SRP, serão abordados na sequência deste módulo. Embora o conceito de SRP, pela clareza e simplicidade de seu enunciado, não ofereça maiores dificuldades à sua perfeita compreensão, não é demais evidenciar neste momento que Sistema de Registro de Preços (SRP) não é uma licitação ou uma modalidade licitatória, nem um tipo de licitação. Como se sabe: ● A licitação é um procedimento competitivo que objetiva principalmente selecionar a proposta mais vantajosa para ser contratada. ● Já a ideia de modalidade licitatória está relacionada à forma como o procedimento se sucede, o “passoa passo” da licitação, para a seleção da proposta mais vantajosa. ● Enquanto a expressão tipo de licitação é utilizada como sinônimo de “critério de julgamento” da licitação. CONCEITO PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE 11 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS Então, o SRP é muito mais que uma licitação, uma modalidade licitatória ou um tipo de licitação. É um sistema integrado por um conjunto de procedimentos, dos quais a licitação é apenas um deles, ou seja, aquele que é utilizado para a constituição desse sistema, o qual, uma vez constituído, propicia à Administração a realização não de uma apenas, mas de várias e futuras contratações, sem a necessidade de realização de novas licitações. O SRP é tampouco um mero “banco de preços”. Este, o “banco de preços”, que é um instrumento com a finalidade de aferir o valor dos preços praticados no mercado. Para a Administração Pública, ele se constitui em fonte de consulta para a elaboração do indispensável orçamento de quantitativos e preços da contratação, na fase interna da licitação. O SRP pode até servir como banco de preços, mas é muito mais do que isso. Além de servir como fonte de consulta para elaboração do orçamento antes mencionado, ele propicia à Administração a realização de várias e futuras contratações, sem a necessidade de realização de novas licitações. Em matéria de legislação ordinária, poucos são os dispositivos que tratam do SRP. Os dispositivos legais aplicáveis atualmente aos SRP realizados no âmbito do Estado de São Paulo são: ● Lei n° 8.666 de 21 de junho de 1993 F, o artigos 15, inciso II, §§ 1°, 2°, 3° e seus incisos I a III e §§ 4°, 5° e 6°. ● Regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. ● Lei n° 6.544 de 22 de novembro de 1989 E, o artigo 15, inciso II e §§ 1° e 2°. ● Dispõe sobre o estatuto jurídico das licitações e contratos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações, concessões e locações no âmbito da Administração Centralizada e Autárquica. É importante retomar que as modalidades licitatórias são: o leilão, o concurso, a concorrência, a tomada de preços, o convite (disciplinadas na Lei n° 8.666/1993 F) e o pregão (disciplinada na Lei n° 10.520/2002 F). E os tipos de licitação (critérios de julgamento) utilizados no Brasil são: “menor preço”, “melhor técnica”, “técnica e preço” e “maior lance ou oferta”. IMPORTANTE LEGISLAÇÃO 12 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S ● Lei n° 10.520 de 17 de julho de 2002 F, o artigo 11. ● Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade licitatória denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. A Lei n° 8.666/1993 F assim dispõe a respeito do SRP: A leitura atenta do dispositivo legal transcrito mostra, inequivocamente, que a Lei n° 8.666/1993 F: I. Absteve-se de veicular disciplina ampla para o SRP, limitando-se, tão somente a estabelecer as poucas regras fixadas no artigo 15 mencionado anteriormente; II. Como consequência das poucas regras estabelecidas, transferiu aos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), nos termos do § 3° do mesmo artigo 15, a prerrogativa de estabelecer em sede regulamentar, via Decreto, a disciplina para os seus SRP, respeitadas as três 3 (três) regras fixadas nos incisos I a III do mencionado § 3°; III. Não cogitou expressamente da utilização do SRP para a contratação de serviços, na medida em que o “caput” do artigo 15 menciona apenas “compras”. Artigo 15 – As compras, sempre que possível, deverão: II – Ser processadas por meio do sistema de registro de preços; § 1º - O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado. § 2º - Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial. § 3º - O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições: I – Seleção feita mediante concorrência; II – Estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados; III – Validade do registro não superior a 1 (um) ano. § 4°. A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições. § 5°. O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser informatizado. § 6°. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar o preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado”. 13 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS Eis o teor das disposições da referida Lei Estadual E: Tal dispositivo legal, a partir da clareza de seu enunciado, trouxe ao SRP as seguintes e importantes inovações: I. Permitiu a utilização da modalidade licitatória “pregão” nas licitações para a constituição dos SRP, naquelas hipóteses em que cabe a adoção dessa modalidade, ou seja, quando o objeto da licitação puder ser considerado bem ou serviço comum. Até o advento da Lei em comento, por expressa disposição do artigo 15, § 3°, inciso I, da Lei n° 8.666/1993 F, para a constituição de SRP só era permitida a utilização da modalidade licitatória “concorrência”; II. Colocou fim a uma polêmica que havia até então, em sede de doutrina e de jurisprudência, sobre a possibilidade ou não de utilização do SRP para a contratação de serviços, já que, como se viu, o “caput” do artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F menciona expressamente “compras”, sendo omisso em relação a “serviços”. Hoje, em face do transcrito artigo 11, essa polêmica não existe mais, admitindo-se sem contestações a possibilidade de contratações de serviços com base em SRP. Mais adiante, quando tratarmos do Decreto que regulamenta o SRP no Estado de São Paulo, verificaremos que tal regulamentação permite a utilização de SRP para a contratação de serviços, desde que não se trate de serviços de natureza contínua. No Estado de São Paulo, a teor do disposto no já citado artigo 15, §3°. A Lei Estadual n° 6.544/1989 E não merece maiores considerações, posto que as suas disposições a respeito do SRP estão todas abrangidas pela disciplina mais desenvolvida no artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F. IMPORTANTE Artigo 15 – As compras, sempre que possível e conveniente, deverão: II- ser processadas por meio de sistema de registro de preços, precedido de ampla pesquisa de mercado; § 1° - Os preços registrados serão periodicamente publicados no Diário Oficial do Estado, para orientação da Administração. § 2° - O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto”. Finalmente, a Lei n° 10.520/2002 F, tratou do SRP nos seguintes termos: Artigo 11 – As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no artigo 15 da Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico”. 14 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S Incisos I a III, da Lei n° 8.666/1993 F, o SRP conta com a disciplina estabelecida no regulamento editado pelo Decreto estadual n° 3.722 E, de 21 de setembro de 208. Este decreto revogou expressamente o Decreto estadual 47.945, de 16 de julho de 2003, que anteriormente disciplinava o SRP no Estado. É, portanto, tal diploma regulamentar que estabelece as regras para a constituição dos SRP e para a realização das contratações dele decorrentes. Conforme falamos na apresentação do conceito e da legislação de regência pode constituir objeto do SRP tanto a compra de bens quanto a contratação de serviços. Valeressaltar uma vez mais, que o Decreto estadual n° 63.722/2018 que regulamenta do SRP no Estado de São Paulo, veda a sua utilização para a contratação de “serviços de natureza contínua”, por disposições expressas contidas em seus artigos 1° e 2°, inciso I. É pressuposto para a constituição dos SRP, tanto no caso de realização de compras quanto na contratação de serviços, que os respectivos objetos sejam compostos por unidades para as quais possam ser atribuídos preços unitários. Por exemplo: ● Para a compra de papel A-4 para impressão será possível utilizar o SRP, posto que a unidade cujo preço unitário será licitado é o pacote com 500 folhas. O vencedor da licitação que terá o seu preço registrado para as futuras contratações será aquele que oferecer o menor preço unitário para o fornecimento do pacote com 500 folhas de papel A-4. No momento de realizar uma contratação com base neste SRP, a unidade contratante definirá o quantitativo a ser adquirido naquele momento, sem ultrapassar o limite representado pelo quantitativo total licitado (por exemplo: 5.000 pacotes), sendo o valor total da contratação obtido com a multiplicação do quantitativo definido como 100 unidades, no caso, 100 pacotes de 500 folhas pelo preço unitário registrado, como R$ 10,00. Nesse caso, o preço total do contrato seria de R$ 1.000,00. Caro(a) aluno(a), o mesmo raciocínio se aplica em relação à contratação de serviços, ou seja, sendo possível determinar uma unidade de serviço à qual se possa atribuir um preço unitário na licitação, será possível a constituição de um SRP para a contratação desse serviço. Veja outro exemplo abaixo que é sobre serviço de pintura de paredes e tetos. A unidade do objeto para esse caso poderia ser o “metro quadrado da parede ou do teto” a ser pintado. O vencedor dessa licitação e que OBJETO 15 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS teria o preço registrado para as futuras contratações seria aquele que apresentasse o menor preço unitário para o “metro quadrado de parede ou teto” a ser pintado. No momento de realizar uma contratação com base nesse SRP, a unidade contratante definiria a quantidade de metros quadrados a serem pintados, sem ultrapassar o limite representado pelo total de metros quadrados licitados. O valor total dessa contratação seria obtido com a multiplicação do total de metros quadrados a serem pintados (como por exemplo, 100 metros quadrados), pelo preço unitário registrado (como por exemplo, R$ 8,00), perfazendo R$ 800,00 para o preço total do contrato. Confira-se a propósito o teor das Súmulas 31 e 32 E, da referida Corte de Contas: As características e peculiaridades do SRP, algumas delas já mencionadas, como a possibilidade de celebração de vários contratos a partir de licitação única durante o prazo de validade da ata, assim como outras, que ainda serão abordadas na sequência, como a possibilidade do sistema ser compartilhado por diversos órgãos da Administração com o objetivo de todos realizarem suas contratações com base no sistema, tornam o SRP mais complexo e mais amplo que o outro sistema de contratações, aqui, já denominado “sistema convencional”. Essa complexidade e amplitude, por seu turno, impõe à Administração atenção e cuidados maiores com o planejamento do sistema, para que efetivamente se obtenha o sucesso e a eficiência esperados com sua constituição e utilização. Se não for possível determinar unidades para as quais possam ser atribuídos preços unitários, não será possível a constituição do Sistema de Registro de Preços (SRP) para a realização das contratações futuras pretendidas. Apesar de ser possível a constituição de SRP para a contratação de serviços, cumpre registrar aqui que além do Decreto estadual n° 63.722/2018 E, também o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) não admite a sua utilização para a contratação de serviços de “natureza continuada”, assim como para serviços de engenharia. IMPORTANTE SÚMULA N° 31 – Em procedimento licitatório, é vedada a utilização do sistema de registro de preços para contratação de serviços de natureza continuada. SÚMULA N° 32 – Em procedimento licitatório, é vedada a utilização do sistema de registro de preços para contratação de obras e de serviços de engenharia, exceto aqueles considerados como de pequenos reparos. PLANEJAMENTO 16 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S Nesse sentido, três questões inerentes ao planejamento do SRP merecem considerações específicas: 1. Situações em que cabe a utilização do SRP; 2. Quem pode integrar o SRP; 3. Alguns pontos importantes para a constituição do SRP. Sem prejuízo da indispensável análise prévia que deve ser feita em cada caso concreto, com vistas à constituição ou não do SRP, é possível (nos termos do artigo 3°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E) e, normalmente, eficaz a sua adoção nos seguintes casos: I. Quando pelas características do objeto houver necessidade de contratações frequentes do bem ou serviço. Nessa situação, a Administração realiza apenas uma licitação, registra o preço e durante todo o prazo de validade da ata e enquanto não for contratado todo o quantitativo licitado, toda vez que necessitar daquele bem ou serviço, ao invés de realizar nova licitação para a celebração do novo contrato, convoca aquele licitante que teve o preço registrado, celebrando com ele os vários e sucessivos contratos relativos àquele objeto licitado; II. Nas aquisições quando for mais adequada a entrega parcelada dos bens. Nesses casos, ao invés de celebrar apenas um contrato abrangendo a totalidade do quantitativo licitado e o parcelamento das entregas ao longo do tempo estabelecido para tanto, a Administração, quando necessitar de determinada quantidade, celebra contrato específico abrangendo apenas essa quantidade, podendo evitar com isso problemas com estoque e com prazo de validade do bem; III. Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços não contínuos para atendimento a mais de um órgão ou entidade da Administração estadual, ou a programas de governo. No sistema convencional, cada órgão da Administração, que tem competência para realizar licitação e contratar, deve fazer as suas 17 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS próprias licitações e contratações, não podendo compartilhar licitações realizadas por outros órgãos para efetuar suas contratações. O SRP, por outro lado, permite esse compartilhamento. Vários órgãos que necessitem do mesmo objeto podem se integrar a um mesmo SRP. Nesse caso, ao invés de cada um deles realizar a sua própria licitação e contratações, realiza-se licitação única, contemplando o somatório dos quantitativos de cada órgão e todos realizam suas futuras contratações com base nesse SRP; IV. Quando não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração devido à natureza do objeto. No sistema “convencional”, em regra, a Administração estará obrigada a contratar e, portanto, a pagar por todo o quantitativo licitado. O SRP, como se verá mais adiante, por sua natureza, não obriga que a Administração contrate o que licitou. Todos os órgãos da Administração que têm competência para realizar licitações e contratações podem constituir SRP. No Estado de São Paulo, existem atualmente cerca de 1.800 (um mil e oitocentos) órgãos com competência para licitar e contratar e, portanto, com competência para constituir SRP. Apesar da competência que cada um desses órgãos possui para a constituição de SRP, para atender as situações indicadas no item III acima, ou seja, aquelas em que o SRP se destina a atender mais de um órgão ou entidade da Administração estadual, ou a programas de governo, o Decreto estadual n° 63.722/2018 E criou, respectivamente, as figuras denominadas “Central de Atas” (artigo 24) e “Compra Centralizada” (artigos 2°, inciso VI e 23). A Central de Atas é um mecanismo criado para a constituição de SRP a ser utilizado por mais de um órgão ou entidade da Administraçãoestadual. Em outras palavras o SRP realizado pela Central de Atas, é compartilhado por vários órgãos e entidades da Administração estadual para a realização de suas contratações. As regras aplicáveis a Central de Atas são as seguintes: 1. Compete ao Secretário da Fazenda e Planejamento, após deliberação do Comitê Gestor instituído pelo artigo 6° do Decreto estadual n° 61.131/2015, definir por meio de despacho a ser publicado no DOE, os bens e serviços não contínuos a serem contratados e os órgãos ou entidades incumbidos de gerenciar cada SRP, por meio da Central de Atas (artigo 24, § 1°, do Decreto estadual n° 63.722/2018). 2. A participação em SRP realizado pela Central de Atas é obrigatória para os órgãos da Administração direta e autárquica (artigo 24, § 2°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). 3. A opção dos órgãos ou entidades por não contratar bens ou serviços 18 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S objeto de SRP realizado por meio da Central de Atas, deve ser submetida à análise do Comitê Gestor e autorizada ou rejeitada pelo Secretário da Fazenda e Planejamento (artigo 24, § 3°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). A Compra Centralizada, por sua vez, é aquela em que a aquisição de bens ou contratação de serviços não contínuos é feita no âmbito de execução descentralizada de programa ou projeto estadual, em que há a participação de Municípios do Estado. Os órgãos ou entidades estaduais e os Municípios participantes da Compra Centralizada realizam sua contratações com base no SRP constituído especificamente para tanto (artigo 2°, inciso VI, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). As regras aplicáveis a Central de Atas são as seguintes: 1. Podem ser órgãos participantes de Compra Centralizada, órgãos ou entidades da Administração estadual ou de Administrações municipais que participam de programa ou projeto estadual (artigo 2°, inciso VII, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E - na Unidade 2 desta apostila, na parte relativa as funções, estudaremos em detalhes todas as atribuições dos órgãos participantes no SRP). 2. Cabe ao Órgão Gerenciador (na Unidade 2 desta apostila, na parte relativa as funções, estudaremos em detalhes todas as atribuições do órgão gerenciador no SRP) promover a divulgação da ação, a pesquisa de mercado e a consolidação da demanda dos entes da Administração estadual ou das Administrações municipais participantes da Compra Centralizada (artigo 23 “caput”, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). 3. Os Órgãos Participantes podem utilizar tanto os recursos de transferências legais ou voluntárias, vinculados aos processos ou projetos objeto de descentralização quanto seus próprios recursos, para a realização das contratações (artigo 23, § 2º, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). 4. O Município Paulista ou órgão ou entidade da Administração municipal que figurar como órgão participante deverá formalizar sua participação mediante termo de adesão aos termos e condições de uso do Sistema BEC/SP e do Sistema e-GRP (artigo 23, § 3°, do Decreto estadual 63.722/2018 E). No que tange ainda a competência para constituir SRP não vinculado a Central de Atas e com a participação de mais de um órgão ou entidade, cabe lembrar aqui a existência da Resolução CC-53, de 19/07/2005 E, que permanece em vigor e estabelece as seguintes regras: ● Primeira Regra: poderão constituir SRP: a) no âmbito de cada Secretaria de Estado, as unidades de despesa ou orçamentária indicadas pelo respectivo titular da Pasta, mediante resolução; 19 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS b) no âmbito de cada autarquia, a unidade gestora executora ou unidade orçamentária indicada pelo respectivo titular da Autarquia, mediante resolução; ● Segunda regra: Caberá ao Secretário da Pasta ou ao titular da Autarquia decidir se permitirá ou não a participação de órgãos não afetos à respectiva Secretaria ou Autarquia, nos SRP por elas realizados. Para a constituição do Sistema de Registro de Preços (SRP) não devem ser esquecidos e menosprezados os seguintes pontos: I. A importância da padronização do objeto (bem ou serviço). Essa padronização diz respeito à perfeita definição do objeto, com especificações técnicas que lhe confiram bons padrões de qualidade, de acordo com as necessidades da Administração, levando em conta para tanto que: a) normalmente, o SRP envolve a contratação de grandes quantidades, aumentando muito as possibilidades de prejuízos com contratações que não atendam as necessidades dos órgãos contratantes; b) o não atendimento das reais necessidades de todos os órgãos que participarem do sistema, por certo, levará a não realização das contratações, transformando o SRP em um sistema inútil e ineficaz para os fins a que se destina; II. A necessidade de definição dos quantitativos totais estimados para a contratação, levando em consideração os quantitativos de cada um dos órgãos que integrarem o sistema com o objetivo de realizarem suas contratações. Os quantitativos totais devem ser apurados a partir do somatório dos quantitativos atribuídos a cada um dos órgãos integrantes; III. A necessidade de realização de ampla pesquisa de mercado, compatível com a amplitude do SRP (por exemplo, os grandes quantitativos do objeto, preços variáveis por região quando órgãos de diversas regiões integrarem o sistema etc.); IV. A conveniência de capacitação dos servidores para o SRP. Além do devido preparo para a realização da licitação, o SRP exige também conhecimento e preparo dos servidores para a realização dos atos e tomada das providências inerentes à fase das contratações; V. Conveniência da informatização do SRP (para a constituição e gestão). Na sequência deste módulo, serão tratadas as funções dos diversos órgãos e servidores envolvidos com o SRP e a necessidade permanente de relacionamento entre eles, tanto na fase de constituição quanto na fase de contratações. Sem dúvida, esse relacionamento é muito mais ágil e eficaz, se desenvolvido por meio de sistema eletrônico. O Estado de São Paulo, com edição do Decreto nº 62.329 E, de 20/12/2016, instituiu o Sistema Eletrônico de Gerenciamento de Registro de Preços, o e-GRP. 20 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S Com a entrada em operação do e-GRP e tendo por objetivo otimizar a constituição de SRP, facilitando o relacionamento de todos os órgãos e entidades envolvidos com o referido sistema, o Decreto estadual n° 63.722/2018, criou a “IRP - Intenção de Registro de Preços”. Segundo definição contida no artigo 4°, do mencionado Decreto, a IRP é um procedimento para o registro e divulgação dos itens a serem licitados nos SRP, a ser operacionalizado, preferencialmente, por meio do Sistema e-GRP. O mesmo artigo 4° estabeleceu: 1. a Secretaria da Fazenda e Planejamento poderá editar normas complementares para disciplinar a IRP (§ 1°); 2. para consultar informações e registrar pretensão de participação nas IRP disponíveis na Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do Estado de São Paulo - BEC/SP, os órgãos da Administração direta e autárquica deverão se cadastrar no módulo IRP pelos itens de materiais e serviços de seu interesse (§ 4°); 3. é facultado aos órgãos e entidades integrantes do e-GRP, antes de iniciar um processo licitatório, consultar as IRP em andamento e deliberar a respeito da conveniência de sua participação. CARACTERÍSTICAS Tendo em conta as disposições do artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F e do regulamento veiculado pelo Decreto estadual n° 63.722/2018 E, podem ser destacadas as seguintes características dos SRP realizados no âmbito do Estado de São Paulo: I Registro de preço único para a realização das contratações e a possibilidade de ser registrado mais de um fornecedor para o mesmo item, desde que concorde em fornecer pelo valor do preço único registrado. Como já se mencionou em passagem anterior deste módulo, o preço a ser registrado na ata de registro de preços, e pelo qual serão realizadas todas as contratações celebradascom base no SRP, será aquele apresentado pelo vencedor da licitação (o menor preço). O artigo 11 do Decreto n° 63.722/2018 E permite que sejam incluídos na mesma ata todos os demais licitantes, desde que concordem em fornecer não pelo valor dos preços que ofertaram no certame e sim pelo valor do preço vencedor (menor preço) registrado na ata de registro de preços. Em outras palavras, em face do dispositivo regulamentar indicado, a ata conterá o registro de preço único para cada item licitado (o preço vencedor da licitação - o menor preço), mas poderá albergar o registro de vários licitantes (além do vencedor), caso estes, consoante já se asseverou, concordem a fornecer pelo preço do licitante vencedor (o menor 21 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS preço obtido no certame). A inclusão na ata dos demais fornecedores que concordarem em contratar ao preço do vencedor, constitui o denominado “Cadastro Reserva” (artigo 11, § 1°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). A utilidade prática desse Cadastro Reserva é permitir a continuidade das contratações com base no SRP, nas hipóteses em que o vencedor da licitação ficar impedido de contratar, ou se recusar sem justa causa a fazê-lo. Nessas hipóteses, a Administração, respeitada a ordem de classificação dos licitantes no certame, chamará para contratar o licitante mais bem classificado que integrar a ata de registro de preços, por ter concordado em fornecer pelo preço registrado (o menor preço). Essa manifestação expressa dos demais licitantes, de que concordam em fornecer pelo preço vencedor do certame, deve ser obtida na própria licitação e, a partir dela, poderão integrar a ata de registro de preços aqueles demais licitantes que além de manifestarem essa concordância, também lograrem obter habilitação no certame. O contrato então, repita- se ainda uma vez, será sempre celebrado pelo preço registrado na ata (o menor preço), seja qual for o licitante registrado na mesma ata, chamado a contratar. O preço único (o menor preço vencedor da licitação) e todos os fornecedores registrados na ata de registro de preços serão divulgados no banco eletrônico de preços denominado “Preços-SP”, instituído pelo Decreto estadual n° 63.316/2018 E, ficando ali disponibilizados durante a vigência da referida ata (artigo 11, inciso III, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). II Por disposição expressa contida no § 4° do artigo 15 da Lei n° 8.666/1993 F, reproduzida também no artigo 16 do Decreto 63.722/2018 E, a existência de SRP não obriga que a Administração celebre contratos com base nele, sendo a ela facultada a utilização de outros meios para realizar as contratações, respeitada a legislação relativa às licitações e garantindo-se ao beneficiário do registro de preços, na hipótese de utilização de outros meios que não o SRP, direito de preferência à contratação, em igualdade de condições. Assim, os dispositivos legal e regulamentar indicados veiculam a prerrogativa que libera a Administração da obrigação de contratar com base no SRP. Contudo, essa prerrogativa não é absoluta, estando a sua válida utilização condicionada ao preenchimento de dois pressupostos simultaneamente, a saber: a) a Administração estará liberada da obrigação, caso utilize outro meio disponível que seja compatível com o respeito à legislação relativa às licitações. Nesse sentido, existem dois meios passíveis de serem utilizados. O primeiro e mais comum será a realização de uma licitação própria para aquela contratação específica. O segundo meio, cuja possibilidade de ocorrência é remota, será o enquadramento dessa contratação específica em uma das hipóteses 22 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S de dispensa de licitação previstas nos diversos incisos do artigo 24 da Lei n° 8.666/1993 F; b) o segundo pressuposto é a obtenção de preço inferior ao preço registrado na ata com a utilização de um desses outros meios antes citados (a realização de licitação específica ou a contratação direta com dispensa de licitação). O aludido direito de preferência do beneficiário do SRP consiste exatamente nisso: se o preço obtido pela Administração com a utilização de um dos dois outros meios indicados for igual ou superior ao preço registrado na ata, a Administração não poderá valer-se da prerrogativa aventada, sendo então obrigada a contratar com base no SRP. Eventual contratação realizada sem o preenchimento dos dois pressupostos indicados é nula, comportando desfazimento a pedido do beneficiário do SRP, tanto em sede administrativa quanto em sede judicial; III O prazo máximo de validade do SRP é de 12 (doze) meses contado a partir da publicação da ata de registro de preços. Esse prazo tem finalidade específica e importantíssima que é delimitar o período de tempo dentro do qual podem ser realizadas as contratações com base no SRP, de sorte que ultrapassado tal prazo, a realização de novas contratações demandará a constituição de novo SRP ou a realização de novas licitações específicas para tanto. O artigo 12 do Decreto n° 63.722/2018 E que veicula tal regra admite a prorrogação desse prazo, desde que o somatório do prazo inicial de validade, com eventuais prazos de prorrogação, não ultrapasse o limite máximo de 12 (doze) meses antes mencionado. VANTAGENS DO SRP A adoção do SRP propicia as seguintes vantagens à Administração. Rapidez nas contratações: os procedimentos necessários à realização das contratações são mais simples e demandam menor tempo para as respectivas celebrações, na medida em que não há a necessidade de realização de novas licitações previamente às contratações; Eliminação de licitações contínuas: a Administração resta exonerada de todos os ônus inerentes à realização de novas licitações; Modernização e desburocratização dos processos de contratação: nesse sentido, a Administração se vê liberada de tomar as inúmeras providências formais indispensáveis à realização de várias licitações, pois que, como já se viu, a utilização do SRP demanda a realização de licitação única; Economia de recursos: além da economia de recursos de natureza 23 FUNDAMENTOS E CARACTERÍST ICAS financeira, cuja possibilidade de obtenção é considerável em face dos grandes quantitativos inseridos no SRP, há ganhos na alocação de pessoas necessárias à gestão do SRP, em razão da já aventada desburocratização dos processos de contratação; Eliminação do problema de regulação dos estoques e utilização de espaços e produtos deteriorados: Ao possibilitar a realização de contratações sucessivas durante o seu prazo de validade, o SRP propicia à Administração demandar quantidades menores em cada contratação, minimizando com isso a ocorrência dos problemas aqui indicados; Viabilidade de compartilhamento do SRP: Conforme já anotado em passagem anterior, é admissível a integração de vários órgãos, com o objetivo de todos eles realizarem suas contratações com base no SRP; Mobilidade orçamentária: Não é obrigatória a existência de recursos orçamentários disponíveis para a contratação no momento da licitação. Tal disponibilidade só é exigível no momento da efetiva celebração dos contratos. Para os fornecedores divisam-se as seguintes vantagens: I. Expectativa de fornecimento de uma quantia média periódica. Apesar de não haver obrigação de a Administração contratar com base no SRP, pode se dizer que a expectativa de fornecer é real, na medida em que, especialmente os órgãos e entidades do Estado de São Paulo, salvo exceções pontuais e justificáveis por fatos supervenientes, só constituem seus SRP quando efetivamente cogitam realizar suas contratações com base nele; II. Evita as despesas de participação em várias licitações. Caro(a) cursista, chegamos ao final da primeira unidade do módulo Sistema de Registro de Preços (SRP). E você conheceu o conceito de SRP, a sua legislação, características, vantagens etc. Na próxima unidade, falaremos dos Procedimentos licitatórios e contratuais com suas funções e atribuições,das atas de registro de preços, as contratações decorrentes do SRP, entre outros assuntos. Até lá. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS UNIDADE 02 - PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS E CONTRATUAIS 25 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS Olá, bem-vindo(a) à Unidade 02! Na Unidade 01, vimos os fundamentos e as características do Sistema de Registro de Preços (SRP), apresentamos as vantagens desse sistema e vimos os dispositivos legais aplicáveis aos SRP no estado de São Paulo. Agora, na Unidade 02, abordaremos os procedimentos licitatórios e contratuais, as entidades da administração responsáveis pelo gerenciamento do SRP e as características da ata de registro de preços. Bons estudos! O SRP, como sistema constituído para a realização de contratações administrativas, conta com a participação da Administração em todas as suas fases, tanto na de constituição quanto na de contratações, exercendo assim funções distintas e com atribuições próprias, por meio de órgão único, ou, o que é mais comum, por meio de órgãos distintos. No Estado de São Paulo o respectivo regulamento do SRP prevê as funções de: • Órgão Gerenciador; • Órgão Participante; • Órgão não Participante; • Órgão Participante de Compra Nacional. Vamos conhecer, a seguir, as características desses órgãos e as suas funções. O Órgão Gerenciador é o órgão ou entidade da Administração responsável pelo gerenciamento do SRP, inclusive pela condução da licitação realizada para a sua constituição. Trata-se, sem dúvida, da função mais importante, por depender dele a prática dos atos mais importantes para o bom funcionamento do sistema. Suas atribuições estão detalhadas no artigo 5° do Decreto n° 63.722/208 E e são as seguintes: I. Registrar a sua intenção de Registro de Preços - IRP no Sistema e-GRP; II. Consolidar todas as informações relativas à estimativa individual e total de consumo, bem como promover as devidas adequações dos respectivos termos de referência ou projetos básicos, para atender aos requisitos de padronização e racionalização; III. Promover atos necessários à instrução processual para a realização do procedimento licitatório; IV. Realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES 26 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S da licitação e consolidar os dados de pesquisas de mercado realizadas pelos órgãos participantes, atendendo ao disposto no Decreto estadual nº 63.316 E, de 26/03/2018. V. Obter a concordância dos órgãos participantes com relação ao objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico; VI. Realizar o procedimento licitatório pertinente; VII. Gerenciar a ata de registro de preços; VIII. Conduzir eventual procedimento para revisão dos preços registrados; IX. Autorizar, previamente, a adesão à ata por Órgãos não Participantes; X. Autorizar, excepcional e justificadamente, a prorrogação do prazo para que o Órgão não Participante, celebre o contrato com o fornecedor, caso este contrato não tenha sido celebrado no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data da autorização concedida pelo Órgão Gerenciador para esta celebração; XI. Publicar trimestralmente no Diário Oficial do Estado e divulgar por meios eletrônicos, os preços registrados para utilização dos órgãos participantes; XII. Conduzir, garantida a ampla defesa e o contraditório, os procedimentos para aplicação de penalidades decorrentes de infrações praticadas no procedimento licitatório, bem como decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento de obrigações contratuais, em relação às sua próprias contratações. Vale ressaltar neste momento que para a execução das atribuições indicadas nos incisos III, IV e VI, o Órgão Gerenciador pode solicitar auxílio técnico aos Órgãos Participantes. Além das atribuições listadas nos itens I a XII acima, cabe ainda ao Órgão Gerenciador em relação a Intenção de Registro de Preços - IRP: 1. estabelecer, quando for o caso, o número máximo de participantes na IRP em conformidade com sua capacidade de gerenciamento; 2. aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos considerados ínfimos; 3. deliberar quanto a inclusão posterior de participantes que não manifestaram interesse durante o período de divulgação da IRP. O Órgão Participante é o órgão ou entidade da Administração que 27 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS participa dos procedimentos iniciais do SRP e integra a ata de registro de preços, com o objetivo de realizar suas contratações com base no sistema. Trata-se, portanto, do órgão que celebrará contratos com base no SRP. Suas atribuições estão detalhadas no artigo 6° do Decreto n° 63.722/2018 E e são as seguintes: I. Manifestar interesse em participar do SRP, informando ao Órgão Gerenciador a sua estimativa de consumo, local de entrega do bens a serem adquiridos ou de prestação dos serviços a serem contratados, cronograma de contratação e respectivas especificações, ou termo de referência ou projeto básico, adequados às suas necessidades; II. Garantir que todos os atos para sua inclusão no SRP estejam devidamente formalizados e aprovados pela autoridade competente; III. Manifestar ao Órgão Gerenciador sua concordância com o objeto a ser licitado, antes da realização do procedimento licitatório; IV. Tomar conhecimento da ata de registro de preços, inclusive de eventuais alterações, para o correto cumprimento de suas disposições; V. Elaborar pesquisa de mercado, contemplando a variação de custos locais ou regionais referentes as localidades que forem incluídas no SRP a seu pedido, nas hipóteses em que for convidado pelo Órgão Gerenciador a integrar o SRP, antes da realização do procedimento licitatório; VI. Conduzir, garantida a ampla defesa e o contraditório, os procedimentos para aplicação de penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento de obrigações contratuais, relativos às suas próprias contratações, informando as ocorrências, sobretudo os resultados de tais procedimentos, ao Órgão Gerenciador. O artigo 6°, § 3°, do Decreto estadual n° 63722/2018 admite que figure como Órgão Participante dos SRP realizados por órgãos e entidades da Administração direta e indireta do Estado de São Paulo, órgãos ou entidades não pertencentes a referida Administração. Todavia condiciona a participação de órgãos ou entidades não integrantes da Administração direta e indireta do Estado de São Paulo, à prévia celebração de termo de adesão aos termos e condições de uso do Sistema BEC/SP e do Sistema e-GRP. Órgão Não Participante: órgão ou entidade da Administração Pública estadual ou municipal que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, faz adesão à ata de registro de preços. O Órgão não Participante é a figura popularmente conhecida como “Carona”, que será estudada em detalhes na Unidade 2. Órgão Participante de Compra Centralizada: órgão ou entidade da 28 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S Administração estadual ou municipal que, em razão de participação em programa ou projeto estadual, é contemplado no registro de preços. Vale ressaltar neste momento que a definição da Compra Centralizada e as suas características e peculiaridades, foram abordadas no item “planejamento” da Unidade 01. Uma vez conhecidas em detalhes cada uma das funções inerentes ao Sistema de Registro de Preços (SRP), vale ressaltar que o Órgão Gerenciador pode ser também a um só tempo Órgão Participante no mesmo SRP. Aliás, essa situação de acúmulo de funções é a que ocorre usualmente, porque a constituição de um SRP, antes de tudo, nasce a partir da necessidade do Órgão Gerenciador que o administra e gere, realizar suas próprias contratações. Todavia, embora não sendo usual, não há qualquer impedimento de ordem legal ou regulamentar que impeça o Órgão Gerenciador de cumprir tão somente esta função em um SRP. Nopróximo tópico trataremos da licitação no SRP. Conforme já mencionado em passagens anteriores deste curso, o SRP é constituído a partir de uma licitação realizada com essa finalidade. Nesta licitação é selecionada a proposta vencedora e o preço vencedor é registrado na ata de registro de preços, assim como também o são o licitante vencedor e todos os demais licitantes que concordarem em fornecer pelo preço vencedor e lograrem habilitação no certame, propiciando à Administração, a partir daí, a realização de sucessivas contratações durante o prazo de validade da ata e enquanto houver saldo do quantitativo licitado, sempre pelo valor do preço registrado. A licitação para a constituição do SRP não apresenta grandes distinções em relação às demais licitações normalmente realizadas. As peculiaridades a destacar são as seguintes: I. A teor do artigo 15, § 3°, inciso I, da Lei n° 8.666/1993 F, c.c. artigo 11 da Lei n° 10.520/2002 F, secundados pelo artigo 7° do Decreto n° 63.722/2018 E, as modalidades licitatórias adotáveis são a concorrência e o pregão, esta última nos casos em que cabe a sua utilização, ou seja, quando o objeto da licitação puder ser considerado bem ou serviço comum. No Estado de São Paulo, como se sabe, há normas regulamentares (artigo1°, II e artigo 2°, ambos do Decreto n° 51.469/2007 E, c.c. artigo 1°, I, II e II, da Resolução SF- 15/2007 E), que obrigam a adoção da modalidade pregão em sua forma eletrônica nos casos em que cabe a utilização da referida modalidade e forma. Em face destas regras que tornam obrigatória a utilização do pregão eletrônico, assim como dos tipos de objeto que normalmente ensejam a constituição de SRP, pode-se afirmar que no Estado de São Paulo a modalidade concorrência dificilmente LICITAÇÃO 29 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS será adotada; II. No julgamento das licitações para constituição de SRP deve ser adotado o tipo “menor preço”. Nos termos do artigo 9°, § 1°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E, o menor preço poderá ser aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preços praticada no mercado, desde que tecnicamente justificado. Em razão do disposto no artigo 7°, § 1°, do mesmo Decreto, mediante despacho fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade, excepcionalmente, poderá ser adotado o tipo “técnica e preço” e, neste caso, obrigatoriamente, a modalidade licitatória a ser adotada será a concorrência, posto que na modalidade pregão não cabe a adoção do tipo técnica e preço; III. Conquanto não haja impedimento de ordem legal ou regulamentar expresso, o Tribunal de Contas do Estado não recomenda que a seleção da proposta vencedora do certame seja feita considerando- se o seu preço global. Tal entendimento que, “a contrário senso” prestigia que se considere o preço unitário para a seleção, foi esposado na decisão proferida no processo “TC n° 007683/026/11”; IV. O “caput” do mesmo artigo 7°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 destaca que o SRP deve ser precedido de ampla pesquisa de mercado. Desta forma, o orçamento de preços e quantitativos a ser elaborado na fase interna da licitação para constituição do SRP, à vista da grandeza do caso concreto, quer do ponto de vista dos quantitativos a serem licitados, quer em função da integração ao sistema, de Órgãos Participantes de distintas regiões do Estado onde pode haver diferenças significativas de preços para o mesmo objeto, deve ser elaborado com consulta ao maior número possível de fontes de pesquisa, de forma que os preços finais alcançados expressem efetivamente os preços de mercado para a situação concretamente considerada; V. O rito (o “passo a passo”) do procedimento licitatório corresponderá ao rito da modalidade licitatória adotada, ou seja, ao rito do pregão ou ao rito da concorrência, conforme o caso; VI. Nas licitações em que se adotar a modalidade pregão, a manifestação dos demais licitantes que quiserem integrar a ata de registros de preços, concordando em fornecer pelo mesmo preço do vencedor da licitação, bem como a habilitação desses mesmos licitantes, deverá ocorrer na própria sessão pública do pregão, logo após a habilitação do licitante vencedor e antes da interposição de recursos. Nestes casos, quando o pregoeiro habilita o licitante vencedor, antes de passar para etapa de interposição de recursos, os demais licitantes são consultados sobre o interesse de integrarem a ata de registro de preços, concordando em fornecer pelo preço do licitante vencedor do certame. Aqueles que concordarem terão 30 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S analisadas e julgadas as respectivas habilitações pelo pregoeiro. Concluída a habilitação de todos aqueles que concordaram em fornecer pelo preço do vencedor, a sessão pública seguirá, com o início da etapa de interposição dos recursos; VII. Na licitação para constituição do SRP não existe o ato de adjudicação do objeto ao licitante vencedor. Como se sabe, a adjudicação é ato pelo qual a Administração atribui a contratação ao vencedor do certame. No SRP não cabe promover o ato de adjudicação, porque a consequência da licitação não é a celebração de um contrato com o licitante vencedor e sim o registro do preço deste licitante na ata de registro de preços, sendo que, a partir deste registro e durante o prazo de validade da ata, a Administração poderá chamar esse beneficiário do registro, várias e sucessivas vezes para celebrar os diversos contratos que necessitar, enquanto ainda houver saldo do quantitativo licitado. Na licitação para constituição do SRP, o ato de adjudicação é substituído pela ata de registro de preços. Em relação ao edital da licitação cabem as seguintes considerações: 1. Segundo disposição expressa do artigo 9° do Decreto n° 63.722/208 E, os editais, no que couber, devem veicular as cláusulas obrigatórias previstas no artigo 40 da Lei n° 8.666/1993 F e no artigo 4°, inciso I, da Lei n° 10.520/2002 F; 2. Além das cláusulas de que trata o item (1) supra, o mesmo artigo 9° ali mencionado estabelece que o edital deve indicar: a) as quantidades máximas estimadas para a contratação, bem como a estimativa das quantidades a serem adquiridas ou contratadas pelo Órgão Gerenciador e por cada um dos Órgãos Participantes e a quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso da aquisição de bens; b) a estimativa de quantidades a serem adquiridas ou contratadas pelos Órgãos não Participantes; b) o prazo máximo de validade do registro de preços (da ata de registro de preços). Segundo o disposto no artigo 12 do mesmo Decreto, esse prazo não pode ser superior a 12 (doze) meses; c) todos os Órgãos Participantes do respectivo SRP; d) os locais e prazos de entrega ou execução do objeto; e) se for o caso, outras informações peculiares à execução do objeto (por exemplo, frequência e periodicidade de execução, características do do pessoal, dos materiais e equipamentos a serem utilizados na execução, cuidados a serem observado, deveres, disciplina e controles a serem adotados, etc); f) modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, quando cabível; g) penalidades cabíveis; h) minuta da ata de registro de preços como anexo; i) realização periódica de pesquisa de mercado, para comprovação da vantajosidade de continuar se contratando com base no SRP; 3. Admite-se a subdivisão do objeto em lotes quando técnica 31 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS ATA DE REGISTRO DE PREÇOS e economicamente viável, de forma a possibilitar maior competitividade sem perda da economia de escala, observados nesses casos a quantidade mínima estabelecida, o prazo e o local de entrega fixados no edital (artigo 8° “caput” do Decreto estadual n° 63.722/2018 E); 4. Desde que prevista expressamente no edital, é admitida a exigência de proposta de preço diferenciada por região (§ 2°, do artigo 9°, do Decreto n° 63.722/2018 E); 5. As minutas do edital, da ata de registro de preços e do instrumento de contrato aser adotado, devem ser submetidas à aprovação do órgão jurídico que atende ao Órgão Gerenciador (artigo 9°, § 4°, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). Nos termos do artigo 2°, inciso II, do Decreto estadual n° 63.722/2018, a Ata de Registro de Preços é um documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para a futura contratação, em que se registram os preços, os fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem observadas nas contratações, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e nas propostas apresentadas. Trata-se, portanto, de documento que estabelece o compromisso de contratar. Uma vez firmada, a ata cria para os fornecedores nela inseridos a obrigação de contratar, se chamados para tanto pela Administração, observadas as condições estabelecidas no SRP (no edital, na própria ata e na minuta do instrumento de contrato), durante o seu prazo de validade e enquanto houver saldo dos quantitativos licitados. Logo após a homologação da licitação, o Órgão Gerenciador deverá convocar o vencedor da licitação para assinar a ata de registro de preços, no prazo estabelecido para tanto, podendo prorrogar esse prazo uma vez, por igual período, quando solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado, aceito pela Administração (artigo, 13, “caput”. do Para a Administração, a ata não cria a obrigação de contratar, face ao disposto no artigo 15, § 4°, da Lei n° 8.666/1993 F e no artigo 16 do Decreto n° 63.722/2018. Contudo, cria a obrigação de respeitar integralmente todas as condições estabelecidas no SRP, especialmente o direito de preferência dos beneficiários do registro de preços, nos moldes estabelecidos nos mesmos dispositivos normativos antes aludidos conforme já abordado da Unidade 1, tópico “características”, item II. IMPORTANTE 32 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S Decreto estadual n° 63.722/2018). Quando o licitante vencedor não assinar a ata de registro de preços no prazo e condições estabelecidos, é facultado ao Órgão Gerenciador convocar os licitantes remanescentes que aceitaram fornecer pelo preço do vencedor e foram habilitados, para fazê-lo em igual prazo (artigo 13, § único, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E). A recusa injustificada de fornecedor classificado em assinar a ata, dentro do prazo estabelecido, enseja a aplicação de penalidades legalmente estabelecidas (artigo 14, § único, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E) Colhidas as assinaturas o Órgão Gerenciador deve providenciar a sua imediata publicação, posto que o artigo 14 “caput”, do Decreto estadual n° 63.722/2018 E estabelece que ela implicará o compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, “após cumpridos os requisitos de publicidade”. A ata de registro de preços com todas as suas características antes mencionadas, especialmente na condição de documento de caráter obrigacional que cria para os fornecedores nela inseridos o compromisso de contratar, não é contrato. Estes, os contratos decorrentes do SRP, são firmados a partir e ao longo do prazo de validade da ata de registro de preços, por meio de instrumentos próprios, cuja minuta é anexo integrante do Edital da licitação. A ata de registro de preços também não se confunde com a ata da sessão pública da licitação realizada para a constituição do SRP. Esta, a ata da sessão pública, é apenas o documento que deve retratar com fidelidade tudo o que ocorreu na referida sessão. Muito bem, após conhecermos as características da ata de registro de preços, vamos tratar a seguir da figura do “carona”. A figura popularmente conhecida por “carona”, tecnicamente, nos regulamentos dos diversos entes federativos que disciplinam o SRP, recebe a denominação “Órgão não Participante”. No Estado de São Paulo, o artigo 2°, inciso V, do Decreto n° 63.722/2018, o define como: Em outras palavras, de acordo com a regulamentação do Estado de São Paulo, o “carona” é o órgão ou entidade da Administração estadual ou municipal que não integrou o SRP desde o início na condição de Órgão Participante (daí a denominação Órgão não Participante) e, depois de constituído o SRP e publicada a ata de registro de preços, “descobre” a ATA DE REGISTRO DE PREÇOS E O “CARONA” Órgão ou entidade da Administração Pública estadual ou municipal que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, faz adesão à ata de registro de preços. 33 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS sua existência e resolve fazer as suas contratações com base nela. Trata-se, portanto, de um órgão ou entidade da Administração do Estado de São Paulo ou de Município do mesmo Estado “estranho” ao SRP, porque não participou do sistema desde o início como Órgão Participante , para realizar suas contratações. Sua entrada em cena, repita-se, ocorre depois do SRP já constituído e durante o prazo de validade da ata de registro de preços. O “carona” não tem origem legal, posto que a Lei n° 8.666/1993 F não prevê a existência desta figura. Sua criação é fruto de normas regulamentares, como é o caso da União através do Decreto n° 7.892/2013 E e do Estado de São Paulo por meio do Decreto n° 63.722 E editado em 21/09/2018 e atualmente em vigor. O “carona”, atualmente e sem dúvida, é o ponto mais polêmico dos SRP. Há posições doutrinárias e jurisprudenciais, inclusive dos Tribunais de Contas, favoráveis e contrárias a esta figura e a possibilidade dele, carona, realizar contratações com base em SRP. No Estado de São Paulo durante a vigência do Decreto estadual n° 47.945/2003 E que foi revogado em 21/09/2018, com a edição do vigente Decreto estadual n° 63.722/2018 E, o “carona” foi admitido de 2007 a 2012. O Decreto n° 51.809/2007 E introduziu os artigos 15A e 15B no Decreto n° 47.945/2003 E, admitindo as contratações por parte do “carona” e estabelecendo as condições a serem observadas para tanto. Nesse período, a Administração Paulista estava autorizada a permitir contratações de “caronas” com base em seus SRP (permitia “dar” carona), assim como os seus órgãos e entidades estavam autorizados a realizar contratações com base em SRP de outros órgãos ou entidades da Administração (permitia “pegar” carona). Em 2012, mais precisamente em 29/10/2012, foi editado o Decreto n° 58.494 que revogou os artigos 15A e 15B introduzidos no Decreto n° 47.945/2003 E, pelo Decreto n° 51.809/2007 E extinguindo, a partir de então, a figura do “carona” e a possibilidade de realização de contratações na condição de “carona”. Atualmente no Estado de São Paulo o “carona” é disciplinado no artigo 22 do Decreto estadual n° 63.722/2018. As regras aplicáveis as situações em que o regulamento admite que o Estado “dê carona” nos SRP que realiza, são as seguintes: I- Para a realização de suas contratações, as atas de SRP realizados por órgãos ou entidades da Administração do Estado de São Paulo podem ser utilizadas durante sua vigência, por órgãos e entidades da mesma Administração que não tenham integrado os respectivos SRP como Órgãos Participantes, mediante anuência do Órgão Gerenciador responsável pela ata, desde que comprovada a vantagem em tal utilização (artigo 22, 34 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S “caput” e § 1°). II- As contratações com base nas atas dependem de manifestação favorável do Órgão Gerenciador do respectivo SRP e essa manifestação fica condicionada a apresentação de estudo de viabilidade pelo Órgão não Participante interessado (carona), demonstrando a vantagem da realização da contratação com base no SRP (artigo 22, § 2°). II- O estudo de viabilidade a que se refere o item II, após aprovação pelo Órgão Gerenciador, deve ser divulgado no Sistema e-GRP (artigo 22, § 3°). IV- O edital da licitação deve prever expressamente a possibilidade de realização de contratações com base no SRP, por parte de Órgãos não Participantes (caronas), bem como a estimativa dos quantitativos a serem contratados por tais órgãos (artigo 9°, inciso III).V- A estimativa a que alude o item IV deverá considerar que as contratações dos Órgãos não Participantes (caronas)não podem exceder, por órgão ou entidade contratante, 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos inicialmente registrados na ata para o Órgão Gerenciador e para os Órgãos Participantes (artigo 22, § 5°) e, para a totalidade de contratações, independentemente do número de Órgãos não Participantes (caronas) que contratarem, não poderão exceder ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata para o Órgão Gerenciador e para os Órgãos Participantes (artigo 22, § 6°). Nos casos específicos de “Compras Centralizadas” os quantitativos antes mencionados não podem ser superiores a 100% (cem por cento) e ao quíntuplo, respectivamente (artigo 22, § 7°, números 1 e 2). VI- Podem utilizar a ata para as suas contratações Municípios Paulistas ou entidades da Administração indireta dos mesmos Municípios, situados na mesma região administrativa do órgão ou entidade do Estado realizador do SRP, de acordo com as regionalizações oficialmente vigentes e consideradas pela Secretaria da Fazenda e Planejamento (artigo 22, § 11). VII- Para a realização das contratações indicadas no item VI não é exigida a apresentação do estudo de viabilidade de que trata o item II (artigo 22, § 13), porém, o órgão ou entidade do Município ou de sua Administração Indireta (carona) interessado, deve formalizar previamente a respectiva contratação, termo de adesão aos termos e condições de uso do Sistema BEC/SP e do Sistema e-GRP (artigo 22, § 12). Por outro lado, em razão do disposto no artigo 22, § 1°, do Decreto estadual n° 63.722/2018, é vedada aos órgãos e entidades do Estado de São Paulo a adesão a ata de Sistemas de Registro de Preços (pegar carona) constituídos por órgãos ou entidades municipais ou por órgãos 35 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS CONTRATAÇÕES DECORRENTES DO SRP e entidades que não estejam sujeitos à jurisdição do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, ou seja, todos os órgãos e entidades integrantes da União, de todos os Estados Membros da federação brasileira, com exceção de São Paulo e do Distrito Federal. Desta forma, a possibilidade de adesão a atas de registro de preços por parte dos órgãos e entidades do Estado de São Paulo é limitadíssima, porque circunscrita apenas a atas de Sistemas de Registro de Preços constituídos por órgãos e entidades do próprio Estado de São Paulo. Finalmente, no que tange ainda a contratações por parte de “caronas”, os §§ 1° e 2° do artigo 26, do Decreto estadual n° 63.722/2018, contém disciplina permitindo que elas se realizem com base em SRP vigentes, efetuados por órgãos ou entidades da Administração estadual sob a vigência do revogado Decreto estadual n° 47.945/2003. As regras para tanto são as seguintes: 1. Dependem de anuência previa do Órgão Gerenciador e concordância do fornecedor beneficiário do registro de preços. 2. Só podem contratar órgãos estaduais ou municipais (caronas) situados na mesma região administrativa em que se situar o órgão estadual realizador do SRP. 3. Com as contratações dos caronas não pode ser ultrapassado o quantitativo máximo licitado. Portanto, o quantitativo contratado pelo carona deve ser deduzido do saldo ainda não contratado e atribuído aos Órgãos Participantes, mediante deliberação do Órgão Gerenciador. Em relação aos instrumentos de contratos passíveis de utilização nas contratações decorrentes do SRP, aplicam-se as regras do § único do artigo 60 e do artigo 62, “caput” e § 4° da Lei n° 8.666/1993 F, que vedam a celebração de contrato verbal e definem as hipóteses em que é obrigatória a adoção do termo de contrato, bem como as hipóteses em que o termo de contrato pode ser substituído por outros instrumentos hábeis, como por exemplo: ● a carta-contrato, ● a autorização de compra, ● ou a ordem de execução de serviços. Nos termos do artigo 15 do Decreto estadual n° 63.722/2018, a contratação será formalizada pelo Órgão Participante ou pelo Órgão não Participante (carona) diretamente junto ao fornecedor registrado na ata, por meio de instrumento (termo de contrato, emissão de nota de empenho, autorização de compra ou outro), respeitadas as disposições 36 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S estabelecidas no já citado artigo 62, da Lei federal n° 8.666/1993. O edital da licitação, por sua vez, deve definir o instrumento de contrato a ser utilizado nas futuras contratações. Nos termos do artigo 9°, inciso VIII, do Decreto estadual n° 63.722/2018, a minuta do mesmo instrumento há de ser desde logo apresentada, constituindo-se em anexo integrante do edital. Em relação as contratações a serem realizadas por “caronas”, cabe ainda acrescentar: 1. O fornecedor beneficiário do registro de preços tem a prerrogativa de aceitar ou não, celebrar contrato com o “carona”. A aceitação, contudo, não poderá prejudicar o cumprimento das obrigações por ele assumidas no SRP, especialmente, não poderá ser invocada para deixar de celebrar novos contratos com os Órgãos Participantes (artigo 22, § 4°, do Decreto estadual n° 63.722/2018). 2. Após obter a devida autorização do Órgão Gerenciador, o carona deverá celebrar a contratação em até 90 (noventa) dias da data respectiva autorização (artigo 22. § 8°, do Decreto estadual n° 63.722/2018). 3. Compete ao “carona” a prática de todos os atos necessários ao cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratualmente assumidas, bem como a aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em relação às suas contratações. As ocorrências decorrentes da prática dos atos aqui cogitados devem ser informadas ao Órgão Gerenciador (artigo 22, § 9, do Decreto estadual n° 63.722/2018). Cabe também ao edital definir o prazo de entrega e conclusão ou o prazo de vigência, observadas as regras estabelecidas do artigo 57 da Lei n° 8.666/1993 F, ou seja: Nos casos de compras e serviços de natureza não contínua: Os prazos serão fixados de modo a não ultrapassarem a vigência dos créditos orçamentários que responderão pelas despesas decorrentes da contratação. Nos casos de serviços de natureza contínua: O prazo máximo de vigência pode ser 60 (sessenta) meses computados neste o prazo de vigência inicial e os prazos de eventuais prorrogações. No que tange ainda a prazos, importa ressaltar aqui que o encerramento do prazo de vigência da ata de registro de preços não implica a extinção dos contratos celebrados durante sua vigência. Como já se viu, a única finalidade do prazo de vigência da ata é delimitar o período de tempo dentro do qual podem ser realizadas as contratações com base no SRP. Uma vez celebrado o contrato no curso desse prazo, em relação a esse contrato então celebrado, importa somente o prazo de execução do objeto 37 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS nele estabelecido, não incidindo sobre o mesmo contrato qualquer outro efeito gerado pelo prazo de vigência da ata, quer esse prazo esteja em curso, quer tenha se encerrado. O artigo 15, § 2°, da Lei n° 8.666/1993 F, determina que os preços registrados na ata devem ser publicados trimestralmente na Imprensa Oficial, para orientação da Administração. Na esteira deste dispositivo legal, o artigo 5°, inciso XI, do Decreto n° 63.722/2018 E atribui esta obrigação ao Órgão Gerenciador, determinando que além da publicação no Diário Oficial, deve haver também divulgação por meios eletrônicos. Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta aula! E abordamos aqui, as funções do Órgão Gerenciador, Órgão Participante e Gestor do Contrato que o regulamento do SRP prevê. Vimos também, as características da licitação para a constituição do SRP e da ata de registro de preços. Na próxima aula, você verá como ocorre a revisão, reajustes, acréscimos, cancelamentos e penalidades no Sistema de Registro de Preços. Até lá! Conquanto o objetivo declaradono mencionado dispositivo legal seja apenas a “orientação” da Administração, tal divulgação serve ainda ao controle da própria Administração por parte da sociedade. Com efeito, a confirmar esse objetivo de controle, estabelece o § 6° do mesmo artigo 15 que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço registrado, em razão de sua incompatibilidade com o preço vigente no mercado. IMPORTANTE ORIENTAÇÃO E CONTROLE SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS UNIDADE 03 - REVISÃO, REAJUSTES, ACRÉSCIMOS, CANCELAMENTOS, PENALIDADES NO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 39 PROCEDIMENTOS L IC ITATÓRIOS E CONTRATUAIS Olá, bem-vindo(a) à Unidade 03! Na Unidade 02, vimos as entidades da administração responsáveis pelo gerenciamento do Sistema de Registro de Preço (SRP) e as características da ata de registro de preços. Agora, na Unidade 03, você verá como ocorre a revisão, reajustes, acréscimos, cancelamentos e penalidades no Sistema de Registro de Preços. Bons estudos! Embora na linguagem corrente, destituída de rigor técnico, revisão de preços e reajuste de preços sejam tratadas como expressões sinônimas, do ponto de vista jurídico são institutos distintos, com naturezas jurídicas próprias. O reajuste tem natureza contratual. Trata-se de mecanismo previsto expressamente no edital da licitação e no contrato, estabelecendo desde logo regra que autoriza a majoração do preço, uma vez preenchidas as condições pré-fixadas para tanto. Sua aplicação, portanto, decorre de previsão expressa no edital e no contrato. Inexistindo cláusula expressa prevendo reajuste, não há possibilidade para sua aplicação. A revisão diferentemente do reajuste, não tem natureza contratual, independendo sua aplicação de previsão expressa no edital e no contrato. No âmbito das licitações e dos contratos administrativos, a revisão está relacionada ao reequilíbrio econômico e financeiro dos contratos, previsto no artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei n° 8.666/1993 F. Como já se disse, sua aplicação independe de previsão expressa no edital e no contrato e se dá em razão da ocorrência de fato externo a licitação e ao contrato, imprevisível ou previsível, porém de consequência incalculável ou decorrente de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, que, incidindo diretamente sobre o preço vencedor da licitação, impossibilite a execução do contrato pelo referido preço. O mencionado artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei n° 8.666/1993 F, que, como se viu, é a matriz da revisão dos preços, cuida tão somente de revisão de preços de contratos e não de preços registrados em ata de registro de preços e que servirão de base para a celebração de contratos futuros. Dessa forma, por não haver disposição legal expressa disciplinando a revisão dos preços registrados em ata, cabe aos regulamentos dos SRP estabelecerem as regras próprias para essa revisão. No estado de São Paulo, a revisão dos preços registrados na ata é tratada no artigo 17 do Decreto n° 63.722/2018 E. O referido artigo 17 autoriza apenas a revisão nos casos em que o preço registrado tornar-se superior ao praticado no mercado. REVISÃO 40 SISTEMA DE REGISTRO DE PR EÇO S A hipótese inversa, ou seja, o preço registrado tornar-se inferior ao praticado no mercado, não dá ensejo à revisão. Nesse caso, comprovando a impossibilidade de continuar contratando pelo preço registrado, o fornecedor poderá obter a liberação da obrigação de contratar, mediante pedido de cancelamento do registro do seu preço, formulado diretamente à Administração, nos termos do artigo 19 do mesmo Decreto. Comprovada pelo fornecedor, a impossibilidade de continuar contratando pelo preço registrado, a Administração cancelará o registro do seu preço, liberando-o da obrigação anteriormente assumida, sem a aplicação de qualquer penalidade. É importante ressaltar que a liberação da obrigação de contratar ocorrerá a partir da data de formulação do pedido `de liberação pelo fornecedor à Administração. Portanto, o fornecedor estará obrigado a celebrar contratações solicitadas pela Administração anteriormente a formulação do pedido de cancelamento do registro do preço, mesmo que no momento da solicitação da Administração, já esteja configurada a impossibilidade de contratar pelo preço registrado. A revisão do preço registrado, nos moldes do indicado artigo 17, ou seja, quando se tornar superior ao praticado no mercado, é obrigatória e deverá obedecer aos seguintes procedimentos: I. O Órgão Gerenciador convoca o fornecedor detentor do preço registrado e estabelece com ele a negociação direta, objetivando a redução do preço registrado até adequá-lo ao valor praticado no mercado. II. Se o fornecedor concordar com a redução do preço, elabora-se um termo de aditamento à ata, para constar o novo preço obtido na negociação e que será utilizado nas novas contratações que vierem a ser realizadas a partir de então. Havendo outros fornecedores registrados na ata, respeitada a ordem de classificação, a Administração negociará com eles, um a um. Os que concordarem com a redução integrarão o termo de aditamento à ata, permanecendo, assim, a possibilidade de virem a ser chamados a contratar. Os que não concordarem com a redução terão seus preços cancelados pela Administração e serão liberados da obrigação de celebrar novos contratos, sem sofrer a aplicação de qualquer penalidade; III. Se o fornecedor detentor do preço registrado não concordar com a redução, a Administração cancelará o registro do seu preço e o liberará da obrigação de celebrar novos contratos, sem aplicar qualquer penalidade. Havendo outros fornecedores registrados na ata, respeitada a ordem de classificação, a Administração negociará com eles, um a um. Os que concordarem com a redução, respeitada a ordem de classificação, integrarão o termo de aditamento à ata, permanecendo, assim, a possibilidade de virem a ser chamados a contratar. Os que não concordarem com a redução terão seus preços cancelados pela Administração e serão liberados da 41 REVISÃO, REAJUSTES, ACRÉSCIMOS, CANCELAMENTOS, PENALIDADES NO S ISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS obrigação de celebrar novos contratos, sem sofrer a aplicação de qualquer penalidade. Uma vez cumprido o procedimento antes detalhado, se for cancelado o registro de preço de todos os fornecedores constantes da ata, automaticamente e de pleno direito estará encerrado o SRP, cessando para a Administração a possibilidade de continuar contratando com base nele. Não é demais repetir aqui que o reajuste tem natureza contratual. Trata-se de mecanismo previsto expressamente no edital da licitação e no instrumento de contrato, estabelecendo desde logo regra que autoriza a majoração do preço, uma vez preenchidas as condições pré-fixadas para tanto. Sua aplicação portanto, decorre de previsão expressa no edital e no contrato. Inexistindo cláusula expressa prevendo reajuste, não há possibilidade para sua aplicação. Os reajustes de preços em licitações e contratos administrativos, atualmente, encontram-se disciplinados no artigo 40, inciso XI, da Lei n° 8.666/1993 F e na Lei n° 10.192 F, de 14/02/2001 (que dispõe sobre medidas complementares ao Plano Real e dá outras providências). Além de previsão expressa no edital e no instrumento de contrato, constituem condições indispensáveis à aplicação dos reajustes: I. Para a aplicação dos reajustes podem ser utilizados índices setoriais ou específicos que retratem a variação efetiva do custo de produção. O edital e o contrato devem definir qual índice será utilizado (artigo 2° da Lei n° 10.192/2001 F, c.c. artigo 40, inciso XI, da Lei n° 8.666/1993 F); II. A periodicidade mínima para aplicação de reajuste é de 1 (um) ano (artigo 2° da Lei n° 10.192/2001 F). É nula de pleno direito estipulação de reajuste com periodicidade inferior a 1 (um) ano (artigo 2º, § 1º, da Lei n° 10.192/2001 F); III. A periodicidade anual para aplicação do reajuste é contada da data limite para a apresentação