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Prof. Dr. Rodrigo Passos 2023 BIOMECÂNICA DO ESPORTE rpassosneves Ementa: Parâmetros inerciais do movimento humano. Biomecânica da locomoção. Análise Cinemática do Gesto Esportivo. Biomecânica do salto e lançamentos. Prevenção da lesão musculoesquelética. OBJETIVOS: Proporcionar, na formação acadêmica geral do aluno, uma condição de embasamento, nos diferentes esportes coletivos, para o exercício profissional, direcionado ao processo ensino aprendizagem, quer no aspecto escolar ou na sua aplicação em escola, equipes iniciantes e de alto rendimento. Temas de aprendizagem: 1. BIOMECÂNICA DAS CORRIDAS 1.1 VARIÁVEIS CINEMÁTICAS E CINÉTICAS QUE AFETAM A CONDIÇÃO DINÂMICA NA MARCHA E NA CORRIDA. 1.2 A FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO E OS TORQUES ARTICULARES DOS MEMBROS INFERIORES DURANTE A MARCHA E A CORRIDA. 1.3 VARIÁVEIS CINÉTICAS RELACIONADAS À PROPULSÃO, À ESTABILIZAÇÃO E À RESISTÊNCIA DO CORPO EM DESLOCAMENTO DURANTE A CORRIDA. Temas de aprendizagem: 2. BIOMECÂNICA DOS SALTOS 3. BIOMECÂNICA DOS ARREMESSOS E LANÇAMENTOS 4. PREVENÇÃO DA LESÃO MUSCULOESQUELÉTICA 4.1 MECANISMO DE LESÃO MUSCULOESQUELÉTICA 4.2 CARGAS NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO BIBLIOGRAFIA: AVALIAÇÃO: Avaliando aprendizado 1 – começa no dia 25/09/23 e vai até o dia 30/09/23 Prova AV – começa no dia 06/11/23 e vai até o dia 11/11/23 Nova chance da AV – começa no dia 16/11/23 e vai até o dia 22/11/23 Avaliando aprendizado 2 – começa no dia 02/10/23 e vai até o dia 05/11/23 Definição: Aplicação dos princípios mecânicos no estudo dos organismos vivos. Portanto, após essa disciplina você terá um porto de partida para a solução das seguintes questões. Por que alguns lançadores de peso antes de lançarem o aparato fazem uma rotação de tronco ? Por que alguns indivíduos idosos tendem a cair? Por que a depender do tamanho da trava dos sapatos de atletismo pode ser considerado doping? Por que correr com o tronco em posição anatômica e não levemente inclinado à frente pode diminuir a performance nas provas de endurance? Mas, que para as provas de velocidade não é um fator determinante. O que permite a alguns indivíduos executar movimentos complexos com tanta facilidade enquanto outros parecem ter dificuldade com movimentos relativamente simples? Quais problemas são estudados pela biomecânica? Zoologistas examinaram os padrões de locomoção de dezenas de animais caminhando, correndo, trotando e galopando em velocidades controladas em uma esteira ergométrica, a fim de determinar por que os animais escolhem comprimento de passo e ritmo de passadas particulares em uma determinada velocidade. Eles concluíram que, na verdade, a corrida consome menos energia do que a marcha em pequenos animais até o tamanho de cães, mas, para animais maiores, como cavalos, a corrida é mais extenuante. Tem-se observado que corredores iniciantes desenvolvem uma cinemática de corrida mais econômica após algumas semanas, quando o corpo passa a se acostumar aos exercícios. Clássico da literatura A alteração observada na extensão do joelho e do tornozelo na flexão plantar na ponta do pé significa que uma perna menos estendida é gerada. Dado que a extensão dos membros inferiores ajuda a impulsionar o corpo verticalmente para cima, facilitando a liberação do chão da perna de apoio durante sua fase de balanço, alguma extensão é necessária. No entanto, é possível que a perna esteja em uma posição melhor para a fase de balanço, quando menos estendida, significa que menos energia é gasta na flexão da perna durante o balanço. Idoso ao correr pode cair, por quê? A idade está associada a uma diminuição da capacidade de equilíbrio, e idosos pendulam e caem com maior frequência do que adultos jovens, embora os motivos destas alterações ainda não sejam bem compreendidos. Portanto, estudar a biomecânica do movimento em idosos é imprescindível para evitar essas lesões... Treinamento específico em tarefas reduz o risco de queda relacionado a tropeços em mulheres A intervenção demonstrou que a chave para a prevenção de quedas pode ser a capacidade de limitar o movimento do tronco. Se a criança treinar musculação vai atrapalhar o crescimento? Por que estudar biomecânica? O analista do movimento humano deve ser capaz de responder aos seguintes tipos de questões relacionadas com a biomecânica: Por que a natação não é o melhor exercício para pessoas com osteoporose? Qual é o princípio biomecânico por trás das máquinas de exercício com resistência variável? Qual é o modo mais seguro de levantar um objeto pesado? É possível julgar quais movimentos são mais ou menos econômicos a partir de uma observação visual? Em qual ângulo uma bola deve ser arremessada para que atinja uma distância máxima? Por que alguns indivíduos são incapazes de flutuar? Vocês lembram qual é a posição anatômica? As ações articulares ocorrem em torno de um eixo horizontal ou transversal e incluem os movimentos de flexão e extensão. Flexão: movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal) aproximam-se um do outro. Extensão: movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal) afastam-se um do outro. Quando esse movimento ultrapassa a posição anatômica é chamada de Hiperextensão. As ações articulares ocorrem em torno de um eixo anteroposterior (AP) e incluem a abdução e a adução. As ações articulares ocorrem em torno de um eixo longitudinal ou vertical e incluem a rotação medial – lateral e pronação – supinação. Biomecânica da locomoção 60% do ciclo da marcha normal Duplo apoio A marcha do indivíduo com paralisia cerebral se caracteriza pela excessiva flexão do joelho durante a fase de apoio. Este problema é tratado com o alongamento cirúrgico dos tendões da musculatura isquiotibial para melhorar a extensão do joelho durante o apoio. Entretanto, em alguns pacientes o procedimento também diminui a flexão do joelho durante a fase do balanço da marcha, resultando em um caminhar que arrasta o pé. Depois que as pesquisas demonstraram que os pacientes com este problema exibiam co-contração do reto femoral e da musculatura isquiotibial durante a fase do balanço, os ortopedistas começaram a tratar o problema fixando cirurgicamente o reto femoral à inserção do sartório. M. sartório Origem - Espinha ilíaca ântero- superior Inserção - Tuberosidade da tíbia (face medial) Função - Articulação do quadril: flexão, rotação lateral, abdução Articulação do joelho: flexão, rotação medial Inervação - N. femoral M. Quadríceps da coxa Origem - M. reto da coxa, cabeça reta: espinha ilíaca ântero-inferior M.reto da coxa, cabeça reflexa: margem superior do acetábulo M. vasto medial: lábio medial da linha áspera (dois terços inferiores) M. vasto lateral: Trocanter maior (circunferência distal), lábio lateral da linha áspera M. vasto intermédio; face anterior do fêmur (dois terços superiores) M. articular do joelho: Face anterior do fêmur (quarto distal) Inserção - Patela (margem proximal e margem lateral), tuberosidade da tíbia (sobre o ligg. da patela), extremidade proximal da tíbia (região lateral da tuberosidade da tíbia sobre os retináculos da patela) Função - Articulação do quadril (só o M. reto da coxa): Flexão Articulação do joelho; Extensão Inervação - N. femoral E o que acontece com os membros superiores e o esqueleto axial durante a marcha? • O tronco tende a se manter basicamente na posição ereta durante a marcha normal, mas, à medida em que a velocidade aumenta, há uma tendência de inclinação para frente do tronco. Velocidade (V) = Comprimento da passada (CP) x Frequência da passada (FP) O CP e a FP aumentam linearmente com a velocidade por uma variação da velocidade nas corridas de distância. O tempo do ciclo da passada diminui com aumento na frequência da passada. O tempode apoio para as velocidades mais altas são menores e para as velocidades mais baixas são maiores. A fase de oscilação para velocidades mais altas são menores e para velocidades mais baixas são maiores. As regiões do retropé versus mediopé e antepé, na fase de choque, não encontram diferenças significativas no comprimento ou na frequência da passada, com base no toque do pé no solo para qualquer velocidade. Alguns cuidados especiais... Relação dos macro e micro traumas com cargas agudas e crônicas de exercícios. A lesão também pode resultar da aplicação repetida de forças relativamente pequenas. Por exemplo, cada vez que um pé toca o chão durante uma corrida, uma força de aproximadamente duas a três vezes o peso corporal é aplicada Por exemplo, corredores que aumentam a quilometragem da corrida muito abruptamente podem experimentar inflamação da bolsa entre o tendão do calcâneo e o calcâneo. A dor e possivelmente algum edema são sintomas da bursite. Em corredores recreacionais, por exemplo, a pesquisa demonstra que os fatores de risco mais sérios para lesões de uso excessivo são erros de treinamento, como aumento súbito da distância ou intensidade da corrida, quilometragem excessiva acumulada e corrida em superfícies inadequadas. Distância percorrida ou número de treinos na semana. Qual é o melhor para a performance na corrida? Os autores sugerem que o volume mensal de treinamento é o fator mais importante na previsão do tempo de maratona. A frequência semanal de treinamento é significativa somente quando a distância percorrida por treino excede um determinado nível >21 km/h. Esportes sem impacto, como a natação e o ciclismo, não promovem melhorias na composição e na geometria dos ossos. Em geral, a evidência científica sugere que a atividade física que envolve forças de impacto seja necessária para manter ou aumentar a massa óssea. Esse grupo de pesquisa demonstrou que correr descalço ou com calçado minimalista (simples) é mais econômico do que correr com tênis de corrida, possivelmente graças ao armazenamento e ao retorno de energia elástica nos pés. FFS: golpe de antepé RFS: golpe de retropé Dois picos (Primeiro pico com característica de sobrecarga e o Segundo pico com características de propulsão) e há ainda uma deflexão entre os dois picos existentes. Na corrida o pico passivo (indicador de sobrecarga) possui valores entre 1,57PC (3 m/s) a 4,6PC (sprint). Em uma corria moderada de velocidade mediana temos de 2,3 a 2,5PC (5 m/s). Calculem a velocidade em km/h... 2º Pico • É chamado de pico ativo e corresponde à atividade muscular durante o apoio. Para o 2° pico de força vertical, todas as variáveis citadas no 1° pico também atuam de forma combinada, com exceção da velocidade da corrida. • Com relação à componente vertical devemos considerar, ainda, outros fatores, como: tipo de tênis; velocidade da corrida; superfície da corrida; especificidade da prova (velocidade, meio-fundo e fundo). Ações musculares na corrida. Conforme a velocidade da corrida aumenta de 3,5 m/s (12,6 km/h) para 9,0 m/s (32,4 km/h), os músculos extensores do quadril e os flexores do joelho durante o balanço terminal passam a ser os principais responsáveis pelo aumento dos torques articulares no membro inferior. Foi demonstrado que o uso de calçados de corrida aumenta os torques articulares no quadril, joelho e tornozelo em comparação com a corrida descalça. Na corrida de velocidade, é desejada a aceleração angular máxima dos membros inferiores e uma consideravelmente maior flexão do joelho está mais presente durante a fase de balanço do que durante a corrida em velocidades menores. Isso reduz drasticamente o momento de inércia do membro em relação ao quadril, reduzindo assim a resistência à flexão do quadril. Os corredores que apresentam morfologia do membro inferior com distribuição de massa mais próxima ao quadril, com coxas mais maciças e pernas mais finas do que os outros, têm menor momento de inércia da perna em relação ao quadril. Essa é uma característica antropométrica vantajosa para os velocistas. Pelo que vimos a corrida acaba por se tornar uma atividade de baixo impacto, tendo o aparelho locomotor total capacidade de sobreviver sem acometimento de qualquer estrutura. Mas uma pergunta que fica é, por que tantos corredores apresentam lesões das mais diversas? • Um salto pode gerar um impacto até 14 x o peso... • 31kg = 434kgf Panzer VP, Wood GA, Bates BT, Mason BR. In: de Groot, G. et al, eds. Biomechanics XI-B. Amsterdam: Free University Press; 1988:727-735. • F=200kg . 9,8m/s . (cos 45) • F= 1.385 Newtons • F= 138,5 kg