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Ética no Serviço Público para ANVISA


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Aula 04
Ética no Serviço Público p/ ANVISA (Técnico Administrativo)
Professores: Paulo Guimarães, Thiago Farias
Ética no Serviço Público para ANVISA 
Teoria e exercícios comentados 
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AULA 04: Lei nº 8.112/1990 e alterações: 
regime disciplinar (deveres e proibições, 
acumulação, responsabilidades, penalidades). 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos 
autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, 
atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá 
outras providências. 
 
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SUMÁRIO PÁGINA 
1. Dos Deveres e Proibições 2 
2. Da Acumulação 6 
3. Das Responsabilidades 7 
4. Das Penalidades 10 
5. Questões comentadas 18 
6. Questões sem comentários 28 
 
Olá, futuro servidor da ANVISA! 
 
Nossa missão de hoje é estudar alguns dispositivos da Lei nº 
8.112/1990. Esta lei trata da relação jurídica entre o servidor e a União. 
Você será um servidor federal em breve, e por isso a lei foi cobrada 
expressamente no nosso edital. 
 
Vamos ao que importa. Bons estudos! 
 
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1. DOS DEVERES E PROIBIÇÕES 
 
O regime disciplinar dos servidores públicos federais encontra-
se disciplinado pelos artigos 116 a 142 da Lei 8.112/1990. Esses 
dispositivos trazem normas de conduta por meio das quais são impostos 
deveres e proibições aos servidores, para prevenir e apurar infrações e 
aplicar punições de natureza administrativa. 
Esses dispositivos são manifestações do Poder Disciplinar, por 
meio do qual a Administração pode controlar o desempenho das funções 
administrativas e o comportamento interno dos profissionais que integram 
a sua estrutura orgânica. 
As questões de concurso a respeito dos deveres e das 
proibições impostas ao servidor público dificilmente vão além do texto 
legal. Isso tem um lado bom e um lado ruim: o bom é que as questões 
geralmente são fáceis, e o ruim é que você precisará memorizar a lista de 
deveres e proibições que constam nos arts. 116 e 117. 
Vamos começar pelos deveres. 
 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo 
ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de 
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envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente 
para apuração; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio 
público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será 
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior 
àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando 
ampla defesa. 
 
A lei não informa qual deve ser a penalidade aplicável em 
razão da violação dos deveres funcionais. A única pista que temos é a que 
conta no art. 128, segundo o qual, “na aplicação das penalidades serão 
consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos 
que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes 
ou atenuantes e os antecedentes funcionais”. 
O parágrafo único do art. 116 determina que o servidor deve 
representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder, levando os 
fatos ao conhecimento da autoridade responsável pela apuração. Além 
disso, na apuração sempre deve ser assegurado ao acusado o direito à 
ampla defesa. 
O servidor tem por dever cumprir as ordens superiores, mas 
não está obrigado a cumprir ordens manifestamente ilegais. Pelo 
contrário, além de ser obrigado a não obedecer, neste caso ele ainda 
deverá representar contra a autoridade que proferiu a ordem. A 
representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela 
autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se 
sempre ao representando o direito à ampla defesa. 
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Agora vamos às proibições! 
 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e 
processo ou execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a 
associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de 
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
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XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em 
serviços ou atividades particulares; 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste 
artigo não se aplica nos seguintes casos: 
I - participação nos conselhos de administraçãoe fiscal de empresas 
ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, 
participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída 
para prestar serviços a seus membros; e 
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma 
do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. 
 
Da leitura dos dispositivos você deve ter percebido que as 
proibições são mais objetivas que os deveres, não é mesmo? Isso tem 
uma razão muito simples: é preciso que lei deixe claro quais são as 
condutas ilícitas, possibilitando sua apuração e a eventual aplicação de 
punições disciplinares pela Administração. Se a descrição das condutas for 
muito “aberta” fica difícil dizer claramente que o servidor praticou uma 
infração. 
Algo que você também deve saber é que em alguns casos a 
infração disciplinar (de natureza administrativa) será também prevista em 
lei como um ilícito penal. Nesses casos a responsabilização administrativa 
e a penal são independentes. O servidor pode sofrer uma penalidade 
administrativa e também ser condenado pelo Poder Judiciário pela prática 
do crime. 
Entre as condutas trazidas pelo art. 117, quero chamar sua 
atenção para o inciso X, que proíbe o servidor de participar de gerência 
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ou administração de sociedade privada, personificada ou não 
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário. 
Essa previsão encontra exceções no parágrafo único. A 
primeira é do servidor que faz parte dos conselhos de administração e 
fiscal de empresas ou entidades em que há participação da União ou em 
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros. 
Nesses casos o servidor pode participar porque ele é uma espécie de 
representante da União. 
A segunda exceção é do servidor que está em gozo de licença 
para trato de interesses particulares. É importante notar, porém, que a lei 
pode trazer situações de conflito de interesse, prevendo certas atividades 
que não poderão ser praticadas pelo servidor, mesmo durante a licença. 
 
2. DA ACUMULAÇÃO 
 
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada 
a acumulação remunerada de cargos públicos. 
 
Em regra, uma mesma pessoa não pode acumular mais de um 
cargo público. A proibição atinge todos os ocupantes de cargos, empregos 
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, 
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, 
dos Territórios e dos Municípios, pois está prevista na Constituição 
Federal. 
Alcança ainda os servidores inativos, que não podem 
acumular os proventos da inatividade (aposentadoria) com a 
remuneração de outro cargo efetivo. 
Essa regra, porém, tem suas exceções, que você precisará 
conhecer bem para a prova. Elas não estão expressas na Lei nº 
8.112/1990, mas sim no art. 37, XVI, da Constituição: 
 
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a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas; 
Além dessas possibilidades, a acumulação lícita também 
depende da comprovação da compatibilidade de horários. Uma pessoa 
não pode acumular um cargo técnico-científico que exige trabalho durante 
o dia com um de professor no turno matutino, por exemplo. 
 
3. DAS RESPONSABILIDADES 
 
O servidor público que exercer irregularmente suas atribuições 
pode ser responsabilizado nas esferas civil, penal e administrativa. Já 
mencionamos aqui a independência de instâncias entre a esfera de 
responsabilização administrativa (disciplinar) e a penal, mas é importante 
que você saiba que a responsabilidade civil também é independente das 
demais. 
 
ESFERAS DE RESPONSABILIZAÇÃO DO SERVIDOR 
CIVIL 
Envolve os prejuízos causados ao erário público 
ou a terceiros, por dolo ou culpa. 
PENAL 
Diz respeito às infrações penais (crimes ou 
contravenções). 
ADMINISTRATIVA 
Infrações funcionais, de natureza 
administrativa. 
 
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou 
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a 
terceiros. 
 
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A responsabilidade civil está relacionada ao patrimônio, e 
decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em 
prejuízo ao erário ou a terceiros. Essa responsabilidade será sempre 
subjetiva, ou seja, o agente só será responsabilizado quando tiver havido 
dolo (intenção) ou culpa (imperícia, imprudência ou negligência). 
No caso de dano causado pelo servidor ao erário, a 
responsabilização depende de processo administrativo, e, se for 
confirmada a responsabilidade do servidor, o ressarcimento ocorrerá 
mediante desconto em seu pagamento, desde que previamente 
comunicado. A lei prevê ainda a possibilidade de parcelamento da 
indenização. Se o servidor não concordar com o desconto, será necessária 
ação judicial para cobrar os valores. 
Já no caso de dano a terceiros, o servidor responderá em ação 
regressiva, ou seja, o terceiro prejudicado deverá propor ação contra o 
Estado, e não contra o servidor. O Estado está sujeito a responsabilidade 
objetiva (independente de culpa ou dolo), mas poderá ajuizar ação 
regressiva contra o causador do dano. Na ação regressiva, o Estado terá 
que provar que houve dolo ou culpa do servidor e, só se conseguir provar, 
será reconhecida a responsabilidade civil do agente perante o Estado. 
A responsabilidade penal alcança os crimes e contravenções 
que servidor tiver cometido nessa qualidade. 
O conceito de servidor público para fins criminais é bastante 
amplo, e termina ficando muito próximo do conceito de agente público 
estudado pelo Direito Administrativo. O Código Penal considera 
funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública, inclusive em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração Pública. 
Uma coisa que precisa ficar clara desde já é que a apuração 
da responsabilidade penal do servidor público cabe exclusivamente ao 
Poder Judiciário, e não à Administração Pública, ok!? 
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A responsabilidade administrativa do servidor, por sua vez, é 
apurada pela própria Administração Pública. Essa apuração deve ser 
realizada por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar. 
Dependendo do resultado da apuração, pode ser aplicada uma sanção 
administrativa, a exemplo da advertência, da suspensão e da demissão. 
Existe ainda a possibilidade de responsabilização do servidor 
pela prática de ato de improbidade administrativa. Esses atos são 
previstos pela Lei nº 8.429/1992 e, apesar do nome, estão relacionados à 
responsabilidade civil do servidor, e não da responsabilidade 
administrativa. 
 
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão 
cumular-se, sendo independentes entre si. 
 
É possível que um único ato praticado pelo servidor público 
acarrete a aplicação de sanções civis, penaise administrativas. Em regra, 
tais sanções poderão ser aplicadas ao mesmo tempo, e a apuração da 
responsabilidade de cada uma delas ocorrerá de forma independente. 
Como as instâncias são independentes, é possível que haja condenação 
em alguma instância e absolvição em outras. 
A independência das instâncias, porém, encontra exceções a 
essa regra ocorrem quando a esfera penal está envolvida. 
 
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será 
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou 
sua autoria. 
 
A absolvição penal pela negativa de autoria ou pela 
inexistência do fato interfere nas esferas administrativa e civil. Tal 
vinculação ocorre em razão da ampliação do poder de investigação na 
esfera penal. Se ficar comprovado no processo judicial que o fato não 
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ocorreu ou que o agente não foi o autor, torna-se impraticável sustentar o 
contrário nas instâncias administrativa e/ou civil. 
 
4. DAS PENALIDADES 
 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - advertência; 
II - suspensão; 
III - demissão; 
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
V - destituição de cargo em comissão; 
VI - destituição de função comissionada. 
 
A aplicação de penalidades aos servidores que cometerem 
infrações disciplinares é uma manifestação do poder disciplinar da 
Administração Pública. Cuidado para não criar confusão aqui, pois as 
bancas tentam enganar os candidatos dizendo que estamos diante de 
manifestação do poder hierárquico. 
É importante esclarecer que o administrador não possui 
liberdade para decidir se vai punir ou não o servidor. Constatada a 
infração, após regular processo administrativo, sempre observando os 
direitos ao contraditório e à ampla defesa, a aplicação da punição é 
obrigatória. Podemos dizer, portanto, que nessa situação o exercício do 
poder disciplinar tem natureza vinculada. 
Há discricionariedade, porém, no que se refere à aplicação da 
penalidade de suspensão, pois a lei estabelece que poderá ser aplicada 
uma penalidade de 1 a 90 dias, deixando a critério da autoridade decidir 
sobre o prazo mais conveniente, sempre de forma motivada. 
 
4.1. Advertência 
 
A advertência será aplicada, sempre por escrito, nos casos de 
violação das seguintes proibições que constam no art. 117: 
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I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e 
processo ou execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a 
associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de 
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando 
solicitado. 
 
A advertência deve ser aplicada também diante da 
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou 
norma interna, desde que isso não justifique imposição de penalidade 
mais grave. 
O registro da advertência deve ser efetuado no assentamento 
funcional do servidor, podendo ser cancelado após o decurso de 3 anos, 
desde que o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar 
durante esse período. 
O cancelamento da penalidade não tem efeitos retroativos. 
Uma vez cancelada a penalidade do assentamento funcional, o servidor 
não poderá exigir o ressarcimento de eventuais prejuízos financeiros que 
tenha sofrido em razão da punição. 
 
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4.2. Suspensão 
 
A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas 
punidas com advertência e de violação das demais proibições que não 
tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo 
exceder de 90 dias. 
Durante o cumprimento da suspensão o servidor fica impedido 
de exercer as suas atividades, e, portanto, não faz jus a remuneração. 
A Lei nº 8.112/1990 prevê ainda a possibilidade de, quando 
houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão seja 
convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou 
remuneração. Nesse caso o servidor continuará trabalhando 
normalmente, mas, durante todo o período relativo à suspensão (até 90 
dias), receberá apenas a metade da remuneração devida. 
Atenção! A multa não é uma espécie autônoma de 
penalidade. Ela é uma alternativa à suspensão, que a Administração só 
aplicará quando for conveniente para o serviço público. Trata-se de uma 
decisão discricionária, outorgada à Administração (e não um direito do 
servidor punido), para evitar um prejuízo ainda maior ao interesse 
público, especialmente nos casos dos órgãos pequenos, em que a 
ausência de uma pessoa possa causar grandes impactos no serviço. 
O cancelamento do registro da suspensão nos assentamentos 
funcionais do servidor será cancelado após o decurso de 5 anos, desde 
que o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar nesse 
período. Da mesma forma que ocorre em relação à advertência, o 
cancelamento da penalidade não produzirá efeitos retroativos. 
Há previsão de aplicação de suspensão de até 15 dias ao 
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção 
médica determinada pela autoridade competente. Nesse caso, porém, 
quando for cumprida a determinação da autoridade, cessarão 
imediatamente os efeitos da penalidade. 
 
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4.3. Demissão 
 
A demissão é a penalidade administrativa mais severa 
aplicável aos servidores efetivos. Justamente por essa razão a demissão 
só pode ser aplicada diante de condutas previstas de forma taxativa na 
lei. 
As condutas que podem ensejar a imposição da penalidade de 
demissão estão descritas no art. 132. 
 
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: 
I - crime contra a administração pública; 
II - abandono de cargo; 
III - inassiduidade habitual; 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
 
Para complementar, as proibições que constam nos incisos IX 
e XVI do art. 117 são as seguintes: 
 
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IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em 
serviços ou atividades particulares; 
 
E o que acontece se um servidor que não está mais na 
atividade pratica uma dessas condutas? Nesse caso obviamente não será 
possível demiti-lo, mas o art. 134 da lei determina a cassação da sua 
aposentadoria ou da disponibilidade, se for o caso. 
A aposentadoria do servidor que praticou infrações funcionais 
puníveis com a demissão durante o período em que estava na ativa não o 
isenta de responder a processo administrativo e, se for o caso, de sofrer 
punição. A diferença é que nesses casos serão aplicadas as penalidades 
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, que produzem os 
mesmos efeitos da demissão, ou seja, rompem o vínculo entre o servidor 
e a Administração. 
Da mesma forma, a penalidade de destituição de cargo em 
comissão é equivalente à demissão, mas aplicável ao servidor que ocupe 
cargo em comissão. 
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Existem ainda algumas infrações, mencionadas pelo art. 137, 
cuja prática impede o servidor que for demitido ou destituído do cargo em 
comissão de retornar ao serviço público federal: 
a) crime contra a administração pública; 
b) improbidade administrativa; 
c) aplicação irregular de dinheiros públicos; 
d) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
nacional; 
e) corrupção; 
 
Apesar de essa possibilidade estar prevista expressamente na 
lei, é interessante que você saiba que muitos doutrinadores a consideram 
ofensiva ao art. 5º, XLVII, da Constituição Federal de 1988, que proíbe a 
adoção de penas de caráter perpétuo no Brasil. Apesar disso, o STF nunca 
se pronunciou sobre o tema. 
 
4.4. Aplicação de penalidades e prescrição 
 
O art. 141 da Lei nº 8.112/1990 distribui da seguinte forma a 
competência para a aplicação das penalidades disciplinares: 
a) pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas 
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da 
República, quando se tratar de demissão e cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo 
Poder, órgão, ou entidade; 
b) pelas autoridades administrativas de hierarquia 
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se 
tratar de suspensão superior a 30 dias; 
c) pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos 
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de 
suspensão de até 30 dias; 
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d) pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se 
tratar de destituição de cargo em comissão. 
 
Em respeito ao princípio da segurança jurídica, o art. 142 da 
Lei nº 8.112/1990 estabelece que a ação disciplinar prescreverá: 
a) em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de 
cargo em comissão; 
b) em 2 anos, quanto à suspensão; 
c) em 180 dias, quanto à advertência. 
 
Atenção! O prazo de prescrição começa a correr da data em 
que o fato se tornou conhecido e não da data que a infração foi 
praticada. 
Essa regra não se aplica, porém, às infrações administrativas 
que também sejam previstas em lei como crimes. Lembre-se de as 
instâncias de responsabilização são independentes, mas nesse caso 
deverá ser aplicado o prazo prescricional previsto na legislação penal. 
Isso cai muito em prova, ok!? 
A abertura de sindicância ou a instauração de processo 
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por 
autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo 
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. 
 
 
 
 
 
 
 
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A parte teórica da nossa aula se encerra aqui. A seguir estão 
as questões, como de costume. Se ficar alguma dúvida, utilize o nosso 
fórum. Estou sempre disponível também no e-mail e nas redes sociais. 
 
Grande abraço! 
 
Paulo Guimarães 
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Ética no Serviço Público para ANVISA 
Teoria e exercícios comentados 
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5. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe. Se 
determinado servidor público for preso em operação deflagrada pela 
Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja 
ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo 
administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido 
apenas após o trânsito em julgado da sentença criminal. 
 
COMENTÁRIOS: As sanções civis, penais e administrativas poderão 
cumular-se, sendo independentes entre si (art. 125). em regra, tais 
sanções poderão ser aplicadas cumulativamente e sua apuração ocorrerá 
em todas as instâncias independentemente. O ajuizamento de ação penal 
não é motivo para impedir a abertura ou o prosseguimento de processo 
administrativo disciplinar para apurar o mesmo fato, daí o erro 
 
GABARITO: E 
 
 
2. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nas disposições da 
Lei n.° 8.112/1990, julgue o item a seguir. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores 
investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse 
viagem sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse 
para os diretores na sede da referida sociedade empresária os diferenciais 
competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica. Nessa 
situação hipotética, apesar de bem intencionada, a atitude do servidor 
configurou falta funcional, uma vez que é vedado o recebimento de 
vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído o pagamento de 
viagens. 
 
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COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 117, XII, o servidor não pode 
“receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, 
em razão de suas atribuições”. A boa intenção do servidor neste caso não 
vale de nada!  
 
GABARITO: C 
 
 
3. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com relação às disposições da 
Lei n.° 8.112/1990, julgue o item que se segue. 
Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções do seu 
cargo, um servidor públicotenha emprestado dinheiro a juros muito 
superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o 
servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990. 
 
COMENTÁRIOS: O servidor público não pode “praticar usura sob 
qualquer de suas formas”. Usura é o que o agiota faz: cobrança de juros 
excessivamente altos em empréstimos pecuniários, utilizando taxa muito 
além da taxa usual ou legal, exatamente como fez o servidor do 
enunciado. No Brasil, a usura inclusive é crime. 
 
GABARITO: C 
 
 
4. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nos dispositivos da 
Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue. 
Considere que determinado servidor participe, na qualidade de sócio 
cotista, de sociedade empresária cujo objeto social seja o comércio de 
bens e que desempenhe atividades administrativas nessa empresa. Nessa 
situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido servidor, porque 
a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou administração 
de sociedade privada. 
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COMENTÁRIOS: A assertiva está corretíssima, nos termos do art. 117, 
X. Ao servidor é proibido apenas “participar de gerência ou administração 
de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o 
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário”. Não 
há problema em ser cotista! 
 
GABARITO: C 
 
 
5. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe 
Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por 
cargo em comissão cometa uma infração para a qual a Lei n.º 8.112/1990 
preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e 
a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de 
destituição do cargo em comissão. 
 
COMENTÁRIOS: Corretíssimo! A penalidade de destituição do cargo em 
comissão, bem como a de cassação de aposentadoria ou de 
disponibilidade, são equivalentes à penalidade de demissão. 
 
GABARITO: C 
 
 
6. PGE-BA – Analista – 2014 – Cespe. A prerrogativa de presunção de 
veracidade dos atos da administração pública autoriza a aplicação de 
penalidade disciplinar a servidor público com base na regra da verdade 
sabida. 
 
COMENTÁRIOS: Segundo a doutrina, “verdade sabida” é o 
conhecimento pessoal da infração pela própria autoridade competente 
para punir o infrator. Só que, para aplicação de punição disciplinar, é 
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preciso que haja processo administrativo e que todos os fatos sejam 
devidamente comprovados. 
 
GABARITO: E 
 
 
7. ICMBio – Analista – 2014 – Cespe. Age em consonância com a Lei 
n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa 
pensão oferecida pelos Estados Unidos da América. 
 
COMENTÁRIOS: Corretíssimo! Esta é uma das proibições, e está no art. 
117, XIII. 
 
GABARITO: C 
 
 
8. Anatel – Analista Administrativo – 2012 – Cespe. Constatada falta 
cometida por servidor de agência reguladora em procedimento disciplinar 
que lhe assegure a ampla defesa e o contraditório, terá a administração, 
no exercício do poder disciplinar, uma discricionariedade limitada quanto 
à escolha da pena a ser aplicada. 
 
COMENTÁRIOS: O único espaço para discricionariedade na aplicação de 
punição disciplinar está justamente na gradação da penalidade a ser 
aplicada. Lembre-se que o dever de punir é vinculado, ok? Não confunda 
uma coisa com a outra. 
 
GABARITO: C 
 
 
 
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9. TRT 4ª Região (RS) – Técnico Judiciário – 2011 – FCC. Dentre 
outras proibições previstas ao servidor público federal, consta a de 
 
a) aceitar pensão, emprego ou comissão da União Federal, seja na 
Administração direta ou indireta. 
b) utilizar recursos materiais da repartição ou pessoal no serviço público. 
c) recusar-se a atualizar os seus dados cadastrais quando solicitado por 
terceiros, que não a Administração. 
d) atuar, como procurador, junto a repartições públicas, salvo quando se 
tratar de benefícios assistenciais de parentes até segundo grau. 
e) manter sob sua chefia imediata, em função de confiança, primos. 
 
COMENTÁRIOS: A alternativa A está incorreta porque a proibição trazida 
pelo art. 127, XII, é de aceitar comissão, emprego ou pensão de estado 
estrangeiro. A alternativa B está incorreta porque só há proibição em 
relação ao uso dos recursos da repartição ou pessoal em atividades 
particulares. A alternativa C está incorreta porque a solicitação para 
atualização de dados cadastrais neste caso deve partir da Administração. 
A alternativa E está incorreta porque a proibição atinge apenas parentes 
até o segundo grau civil, que são os irmãos, pais, filhos, avós e netos. 
Primos são parentes de quarto grau. 
 
GABARITO: D 
 
 
10. TRT 15ª Região – Analista Judiciário – 2013 – FCC. A Lei nº 
8.112/90 estabelece uma série de deveres e proibições aos servidores 
públicos. Também estabelece o rol de penalidades aplicáveis, para cuja 
aplicação. 
 
a) são consideradas a natureza e gravidade da infração, mas também são 
sopesados os danos advindos para o serviço público. 
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b) são considerados os antecedentes funcionais, como avaliação de 
desempenho, análise crítica de desempenho e relatórios correicionais. 
c) são considerados apenas elementos objetivos, não sofrendo influência 
de circunstâncias atenuantes ou agravantes. 
d) devem ser considerados todos os elementos subjetivos e objetivos, tais 
como tempo de serviço, histórico de apostilamento e avaliação de 
desempenho. 
e) podem ser considerados outros elementos, além dos critérios de 
tipificação legais, tais como avaliação de desempenho, pontualidade e 
assiduidade. 
 
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 128, na aplicação das penalidades 
serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os 
danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. 
 
GABARITO: A 
 
 
11. Sudeco – Contador – 2013 – Funcab. Em consonância coma Lei 
nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico do servidor público 
civil da União, assinale a alternativa correta. 
 
a) Um dos deveres do servidor público é cumprir as ordens dos 
superiores, sem qualquer ressalva. 
b) É dever do servidor público representar contra ilegalidade, omissão ou 
abuso de poder. 
c) Não há vedação legal quanto à acumulação de cargo em comissão pelo 
servidor público. 
d) Ao servidor público é vedado atuar, como procurador ou intermediário, 
junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios 
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previdenciários ou assistenciais de cônjuge e de parentes de até o terceiro 
grau. Essa vedação não se aplica ao companheiro do servidor 
e) A acumulação de cargos públicos, nos casos em que é lícita, não fica 
condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. 
 
COMENTÁRIOS: O erro da alternativa A está em afirmar que não há 
ressalvas com relação ao dever de cumprir ordens superiores. Você já 
estácansado de saber que o servidor não deve cumprir ordens 
manifestamente ilegais. A alternativa C está incorreta porque as mesmas 
regras de acumulação aplicáveis aos cargos efetivos também se aplicam 
aos cargos em comissão. A alternativa D está incorreta porque a exceção 
à vedação de atuação como procurador ou intermediário apenas alcança 
cônjuge e parentes de até segundo grau, e não terceiro. A alternativa E 
está incorreta porque ainda quando a acumulação de cargos for possível, 
será necessário comprovar a compatibilidade de horários. 
 
GABARITO: B 
 
 
12. Caixa – Advogado – 2010 – Cespe. A CF autoriza a acumulação de 
dois cargos de médico, sendo compatível, de acordo com a jurisprudência 
do STF, interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de 
perito criminal com especialidade em medicina veterinária. 
 
COMENTÁRIOS: O STF julgou este caso e obviamente entendeu que o 
cargo de perito não é privativo de profissional da saúde, e por isso não 
poderia ser cumulado com outro sob este fundamento. 
 
GABARITO: E 
 
 
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13. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. 
Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens 
seguintes. 
No que se refere à aplicação da penalidade de suspensão, a ação 
disciplinar prescreve em três anos. 
 
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 130 da Lei 8.112/1990, a suspensão 
será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência 
e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a 
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. O 
prazo que a Administração possui para investigar a aplicar a penalidade 
de suspensão ao servidor é de dois anos, contados da data em que o fato 
se tornou conhecido, sob pena de prescrição. 
 
GABARITO: E 
 
 
14. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. 
Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens 
seguintes. 
A responsabilidade administrativa do servidor não é afastada no caso de 
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
 
COMENTÁRIOS: A decisão da justiça criminal que conclua pela negativa 
do fato ou da autoria é uma exceção à regra geral da independência entre 
as instâncias de apuração de responsabilidade do servidor. Nestes casos a 
responsabilidade administrativa fica afastada. 
 
GABARITO: E 
 
 
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15. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe 
(adaptada). A proibição constitucional de acumular cargos públicos 
alcança os servidores de autarquias e fundações públicas, mas não os 
empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 
COMENTÁRIOS: Opa! As regras de acumulação alcançam servidores 
ativos e inativos, bem como empregados públicos, tanto na administração 
direta quanto na indireta. 
 
GABARITO: E 
 
 
16. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe. De 
acordo com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, na hipótese de 
inassiduidade habitual, a penalidade disciplinar a ser aplicada ao servidor 
público é de 
a) multa. 
b) suspensão de até 15 dias. 
c) demissão. 
d) advertência. 
e) suspensão de até 30 dias. 
 
COMENTÁRIOS: A inassiduidade habitual é uma das hipóteses de 
demissão, e consta no art. 132, III. Entende-se por inassiduidade habitual 
a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, 
interpoladamente, durante o período de doze meses. 
 
GABARITO: C 
 
 
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17. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe 
(adaptada). É vedada à administração pública converter qualquer 
penalidade disciplinar em multa. 
 
COMENTÁRIOS: A multa não é uma espécie autônoma de penalidade. 
Somente quando for conveniente para o serviço público, a Administração 
poderá converter a penalidade de suspensão em multa de 50% por dia de 
vencimento ou remuneração. Trata-se de uma decisão discricionária, 
outorgada à Administração, para evitar um prejuízo ainda maior ao 
interesse público. 
 
GABARITO: E 
 
 
18. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe 
(adaptada). Servidor público que adotar incontinência pública e conduta 
escandalosa, na repartição, estará sujeito a ser demitido do serviço 
público. 
 
COMENTÁRIOS: Exato! Esse é o mandamento do art. 132, V, da Lei nº 
8.112/1990. 
 
GABARITO: C 
 
 
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6. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
 
1. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe. Se 
determinado servidor público for preso em operação deflagrada pela 
Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja 
ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo 
administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido 
apenas após o trânsito em julgado da sentença criminal. 
 
2. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nas disposições da 
Lei n.° 8.112/1990, julgue o item a seguir. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores 
investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse 
viagem sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse 
para os diretores na sede da referida sociedade empresária os diferenciais 
competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica. Nessa 
situação hipotética, apesar de bem intencionada, a atitude do servidor 
configurou falta funcional, uma vez que é vedado o recebimento de 
vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído o pagamento de 
viagens. 
 
3. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com relação às disposições da 
Lei n.° 8.112/1990, julgue o item que se segue. 
Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções do seu 
cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a juros muito 
superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o 
servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990. 
 
 
 
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4. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nos dispositivos da 
Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue. 
Considere que determinado servidor participe, na qualidade de sócio 
cotista, de sociedade empresária cujo objeto social seja o comércio de 
bens e que desempenhe atividades administrativas nessa empresa. Nessa 
situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido servidor, porque 
a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou administração 
de sociedade privada. 
 
5. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe 
Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por 
cargo em comissão cometa uma infração para a qual a Lei n.º 8.112/1990 
preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e 
a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de 
destituição do cargo em comissão. 
 
6. PGE-BA – Analista – 2014 – Cespe. A prerrogativa de presunção de 
veracidade dos atos da administração pública autorizaa aplicação de 
penalidade disciplinar a servidor público com base na regra da verdade 
sabida. 
 
7. ICMBio – Analista – 2014 – Cespe. Age em consonância com a Lei 
n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa 
pensão oferecida pelos Estados Unidos da América. 
 
8. Anatel – Analista Administrativo – 2012 – Cespe. Constatada falta 
cometida por servidor de agência reguladora em procedimento disciplinar 
que lhe assegure a ampla defesa e o contraditório, terá a administração, 
no exercício do poder disciplinar, uma discricionariedade limitada quanto 
à escolha da pena a ser aplicada. 
 
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9. TRT 4ª Região (RS) – Técnico Judiciário – 2011 – FCC. Dentre 
outras proibições previstas ao servidor público federal, consta a de 
 
a) aceitar pensão, emprego ou comissão da União Federal, seja na 
Administração direta ou indireta. 
b) utilizar recursos materiais da repartição ou pessoal no serviço público. 
c) recusar-se a atualizar os seus dados cadastrais quando solicitado por 
terceiros, que não a Administração. 
d) atuar, como procurador, junto a repartições públicas, salvo quando se 
tratar de benefícios assistenciais de parentes até segundo grau. 
e) manter sob sua chefia imediata, em função de confiança, primos. 
 
10. TRT 15ª Região – Analista Judiciário – 2013 – FCC. A Lei nº 
8.112/90 estabelece uma série de deveres e proibições aos servidores 
públicos. Também estabelece o rol de penalidades aplicáveis, para cuja 
aplicação. 
 
a) são consideradas a natureza e gravidade da infração, mas também são 
sopesados os danos advindos para o serviço público. 
b) são considerados os antecedentes funcionais, como avaliação de 
desempenho, análise crítica de desempenho e relatórios correicionais. 
c) são considerados apenas elementos objetivos, não sofrendo influência 
de circunstâncias atenuantes ou agravantes. 
d) devem ser considerados todos os elementos subjetivos e objetivos, tais 
como tempo de serviço, histórico de apostilamento e avaliação de 
desempenho. 
e) podem ser considerados outros elementos, além dos critérios de 
tipificação legais, tais como avaliação de desempenho, pontualidade e 
assiduidade. 
 
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11. Sudeco – Contador – 2013 – Funcab. Em consonância coma Lei 
nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico do servidor público 
civil da União, assinale a alternativa correta. 
 
a) Um dos deveres do servidor público é cumprir as ordens dos 
superiores, sem qualquer ressalva. 
b) É dever do servidor público representar contra ilegalidade, omissão ou 
abuso de poder. 
c) Não há vedação legal quanto à acumulação de cargo em comissão pelo 
servidor público. 
d) Ao servidor público é vedado atuar, como procurador ou intermediário, 
junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios 
previdenciários ou assistenciais de cônjuge e de parentes de até o terceiro 
grau. Essa vedação não se aplica ao companheiro do servidor 
e) A acumulação de cargos públicos, nos casos em que é lícita, não fica 
condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. 
 
12. Caixa – Advogado – 2010 – Cespe. A CF autoriza a acumulação de 
dois cargos de médico, sendo compatível, de acordo com a jurisprudência 
do STF, interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de 
perito criminal com especialidade em medicina veterinária. 
 
13. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. 
Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens 
seguintes. 
No que se refere à aplicação da penalidade de suspensão, a ação 
disciplinar prescreve em três anos. 
 
 
 
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14. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. 
Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens 
seguintes. 
A responsabilidade administrativa do servidor não é afastada no caso de 
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
 
15. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe 
(adaptada). A proibição constitucional de acumular cargos públicos 
alcança os servidores de autarquias e fundações públicas, mas não os 
empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 
16. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe. De 
acordo com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, na hipótese de 
inassiduidade habitual, a penalidade disciplinar a ser aplicada ao servidor 
público é de 
a) multa. 
b) suspensão de até 15 dias. 
c) demissão. 
d) advertência. 
e) suspensão de até 30 dias. 
 
17. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe 
(adaptada). É vedada à administração pública converter qualquer 
penalidade disciplinar em multa. 
 
18. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe 
(adaptada). Servidor público que adotar incontinência pública e conduta 
escandalosa, na repartição, estará sujeito a ser demitido do serviço 
público. 
 
 
 
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5. C 14. E 
6. E 15. E 
7. C 16. C 
8. C 17. E 
9. D 18. C

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