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Aula 04 Ética no Serviço Público p/ ANVISA (Técnico Administrativo) Professores: Paulo Guimarães, Thiago Farias Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 33 AULA 04: Lei nº 8.112/1990 e alterações: regime disciplinar (deveres e proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades). Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) SUMÁRIO PÁGINA 1. Dos Deveres e Proibições 2 2. Da Acumulação 6 3. Das Responsabilidades 7 4. Das Penalidades 10 5. Questões comentadas 18 6. Questões sem comentários 28 Olá, futuro servidor da ANVISA! Nossa missão de hoje é estudar alguns dispositivos da Lei nº 8.112/1990. Esta lei trata da relação jurídica entre o servidor e a União. Você será um servidor federal em breve, e por isso a lei foi cobrada expressamente no nosso edital. Vamos ao que importa. Bons estudos! Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 33 1. DOS DEVERES E PROIBIÇÕES O regime disciplinar dos servidores públicos federais encontra- se disciplinado pelos artigos 116 a 142 da Lei 8.112/1990. Esses dispositivos trazem normas de conduta por meio das quais são impostos deveres e proibições aos servidores, para prevenir e apurar infrações e aplicar punições de natureza administrativa. Esses dispositivos são manifestações do Poder Disciplinar, por meio do qual a Administração pode controlar o desempenho das funções administrativas e o comportamento interno dos profissionais que integram a sua estrutura orgânica. As questões de concurso a respeito dos deveres e das proibições impostas ao servidor público dificilmente vão além do texto legal. Isso tem um lado bom e um lado ruim: o bom é que as questões geralmente são fáceis, e o ruim é que você precisará memorizar a lista de deveres e proibições que constam nos arts. 116 e 117. Vamos começar pelos deveres. Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 33 envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. A lei não informa qual deve ser a penalidade aplicável em razão da violação dos deveres funcionais. A única pista que temos é a que conta no art. 128, segundo o qual, “na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais”. O parágrafo único do art. 116 determina que o servidor deve representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder, levando os fatos ao conhecimento da autoridade responsável pela apuração. Além disso, na apuração sempre deve ser assegurado ao acusado o direito à ampla defesa. O servidor tem por dever cumprir as ordens superiores, mas não está obrigado a cumprir ordens manifestamente ilegais. Pelo contrário, além de ser obrigado a não obedecer, neste caso ele ainda deverá representar contra a autoridade que proferiu a ordem. A representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se sempre ao representando o direito à ampla defesa. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 33 Agora vamos às proibições! Art. 117. Ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 33 XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: I - participação nos conselhos de administraçãoe fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. Da leitura dos dispositivos você deve ter percebido que as proibições são mais objetivas que os deveres, não é mesmo? Isso tem uma razão muito simples: é preciso que lei deixe claro quais são as condutas ilícitas, possibilitando sua apuração e a eventual aplicação de punições disciplinares pela Administração. Se a descrição das condutas for muito “aberta” fica difícil dizer claramente que o servidor praticou uma infração. Algo que você também deve saber é que em alguns casos a infração disciplinar (de natureza administrativa) será também prevista em lei como um ilícito penal. Nesses casos a responsabilização administrativa e a penal são independentes. O servidor pode sofrer uma penalidade administrativa e também ser condenado pelo Poder Judiciário pela prática do crime. Entre as condutas trazidas pelo art. 117, quero chamar sua atenção para o inciso X, que proíbe o servidor de participar de gerência Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 33 ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. Essa previsão encontra exceções no parágrafo único. A primeira é do servidor que faz parte dos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que há participação da União ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros. Nesses casos o servidor pode participar porque ele é uma espécie de representante da União. A segunda exceção é do servidor que está em gozo de licença para trato de interesses particulares. É importante notar, porém, que a lei pode trazer situações de conflito de interesse, prevendo certas atividades que não poderão ser praticadas pelo servidor, mesmo durante a licença. 2. DA ACUMULAÇÃO Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. Em regra, uma mesma pessoa não pode acumular mais de um cargo público. A proibição atinge todos os ocupantes de cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, pois está prevista na Constituição Federal. Alcança ainda os servidores inativos, que não podem acumular os proventos da inatividade (aposentadoria) com a remuneração de outro cargo efetivo. Essa regra, porém, tem suas exceções, que você precisará conhecer bem para a prova. Elas não estão expressas na Lei nº 8.112/1990, mas sim no art. 37, XVI, da Constituição: Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 33 a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; Além dessas possibilidades, a acumulação lícita também depende da comprovação da compatibilidade de horários. Uma pessoa não pode acumular um cargo técnico-científico que exige trabalho durante o dia com um de professor no turno matutino, por exemplo. 3. DAS RESPONSABILIDADES O servidor público que exercer irregularmente suas atribuições pode ser responsabilizado nas esferas civil, penal e administrativa. Já mencionamos aqui a independência de instâncias entre a esfera de responsabilização administrativa (disciplinar) e a penal, mas é importante que você saiba que a responsabilidade civil também é independente das demais. ESFERAS DE RESPONSABILIZAÇÃO DO SERVIDOR CIVIL Envolve os prejuízos causados ao erário público ou a terceiros, por dolo ou culpa. PENAL Diz respeito às infrações penais (crimes ou contravenções). ADMINISTRATIVA Infrações funcionais, de natureza administrativa. Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 33 A responsabilidade civil está relacionada ao patrimônio, e decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Essa responsabilidade será sempre subjetiva, ou seja, o agente só será responsabilizado quando tiver havido dolo (intenção) ou culpa (imperícia, imprudência ou negligência). No caso de dano causado pelo servidor ao erário, a responsabilização depende de processo administrativo, e, se for confirmada a responsabilidade do servidor, o ressarcimento ocorrerá mediante desconto em seu pagamento, desde que previamente comunicado. A lei prevê ainda a possibilidade de parcelamento da indenização. Se o servidor não concordar com o desconto, será necessária ação judicial para cobrar os valores. Já no caso de dano a terceiros, o servidor responderá em ação regressiva, ou seja, o terceiro prejudicado deverá propor ação contra o Estado, e não contra o servidor. O Estado está sujeito a responsabilidade objetiva (independente de culpa ou dolo), mas poderá ajuizar ação regressiva contra o causador do dano. Na ação regressiva, o Estado terá que provar que houve dolo ou culpa do servidor e, só se conseguir provar, será reconhecida a responsabilidade civil do agente perante o Estado. A responsabilidade penal alcança os crimes e contravenções que servidor tiver cometido nessa qualidade. O conceito de servidor público para fins criminais é bastante amplo, e termina ficando muito próximo do conceito de agente público estudado pelo Direito Administrativo. O Código Penal considera funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública, inclusive em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Uma coisa que precisa ficar clara desde já é que a apuração da responsabilidade penal do servidor público cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, e não à Administração Pública, ok!? Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 33 A responsabilidade administrativa do servidor, por sua vez, é apurada pela própria Administração Pública. Essa apuração deve ser realizada por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar. Dependendo do resultado da apuração, pode ser aplicada uma sanção administrativa, a exemplo da advertência, da suspensão e da demissão. Existe ainda a possibilidade de responsabilização do servidor pela prática de ato de improbidade administrativa. Esses atos são previstos pela Lei nº 8.429/1992 e, apesar do nome, estão relacionados à responsabilidade civil do servidor, e não da responsabilidade administrativa. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. É possível que um único ato praticado pelo servidor público acarrete a aplicação de sanções civis, penaise administrativas. Em regra, tais sanções poderão ser aplicadas ao mesmo tempo, e a apuração da responsabilidade de cada uma delas ocorrerá de forma independente. Como as instâncias são independentes, é possível que haja condenação em alguma instância e absolvição em outras. A independência das instâncias, porém, encontra exceções a essa regra ocorrem quando a esfera penal está envolvida. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. A absolvição penal pela negativa de autoria ou pela inexistência do fato interfere nas esferas administrativa e civil. Tal vinculação ocorre em razão da ampliação do poder de investigação na esfera penal. Se ficar comprovado no processo judicial que o fato não Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 33 ocorreu ou que o agente não foi o autor, torna-se impraticável sustentar o contrário nas instâncias administrativa e/ou civil. 4. DAS PENALIDADES Art. 127. São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada. A aplicação de penalidades aos servidores que cometerem infrações disciplinares é uma manifestação do poder disciplinar da Administração Pública. Cuidado para não criar confusão aqui, pois as bancas tentam enganar os candidatos dizendo que estamos diante de manifestação do poder hierárquico. É importante esclarecer que o administrador não possui liberdade para decidir se vai punir ou não o servidor. Constatada a infração, após regular processo administrativo, sempre observando os direitos ao contraditório e à ampla defesa, a aplicação da punição é obrigatória. Podemos dizer, portanto, que nessa situação o exercício do poder disciplinar tem natureza vinculada. Há discricionariedade, porém, no que se refere à aplicação da penalidade de suspensão, pois a lei estabelece que poderá ser aplicada uma penalidade de 1 a 90 dias, deixando a critério da autoridade decidir sobre o prazo mais conveniente, sempre de forma motivada. 4.1. Advertência A advertência será aplicada, sempre por escrito, nos casos de violação das seguintes proibições que constam no art. 117: Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 33 I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. A advertência deve ser aplicada também diante da inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, desde que isso não justifique imposição de penalidade mais grave. O registro da advertência deve ser efetuado no assentamento funcional do servidor, podendo ser cancelado após o decurso de 3 anos, desde que o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar durante esse período. O cancelamento da penalidade não tem efeitos retroativos. Uma vez cancelada a penalidade do assentamento funcional, o servidor não poderá exigir o ressarcimento de eventuais prejuízos financeiros que tenha sofrido em razão da punição. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 33 4.2. Suspensão A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 dias. Durante o cumprimento da suspensão o servidor fica impedido de exercer as suas atividades, e, portanto, não faz jus a remuneração. A Lei nº 8.112/1990 prevê ainda a possibilidade de, quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão seja convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração. Nesse caso o servidor continuará trabalhando normalmente, mas, durante todo o período relativo à suspensão (até 90 dias), receberá apenas a metade da remuneração devida. Atenção! A multa não é uma espécie autônoma de penalidade. Ela é uma alternativa à suspensão, que a Administração só aplicará quando for conveniente para o serviço público. Trata-se de uma decisão discricionária, outorgada à Administração (e não um direito do servidor punido), para evitar um prejuízo ainda maior ao interesse público, especialmente nos casos dos órgãos pequenos, em que a ausência de uma pessoa possa causar grandes impactos no serviço. O cancelamento do registro da suspensão nos assentamentos funcionais do servidor será cancelado após o decurso de 5 anos, desde que o servidor não tenha praticado nova infração disciplinar nesse período. Da mesma forma que ocorre em relação à advertência, o cancelamento da penalidade não produzirá efeitos retroativos. Há previsão de aplicação de suspensão de até 15 dias ao servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente. Nesse caso, porém, quando for cumprida a determinação da autoridade, cessarão imediatamente os efeitos da penalidade. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 33 4.3. Demissão A demissão é a penalidade administrativa mais severa aplicável aos servidores efetivos. Justamente por essa razão a demissão só pode ser aplicada diante de condutas previstas de forma taxativa na lei. As condutas que podem ensejar a imposição da penalidade de demissão estão descritas no art. 132. Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. Para complementar, as proibições que constam nos incisos IX e XVI do art. 117 são as seguintes: Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de33 IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; E o que acontece se um servidor que não está mais na atividade pratica uma dessas condutas? Nesse caso obviamente não será possível demiti-lo, mas o art. 134 da lei determina a cassação da sua aposentadoria ou da disponibilidade, se for o caso. A aposentadoria do servidor que praticou infrações funcionais puníveis com a demissão durante o período em que estava na ativa não o isenta de responder a processo administrativo e, se for o caso, de sofrer punição. A diferença é que nesses casos serão aplicadas as penalidades de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, que produzem os mesmos efeitos da demissão, ou seja, rompem o vínculo entre o servidor e a Administração. Da mesma forma, a penalidade de destituição de cargo em comissão é equivalente à demissão, mas aplicável ao servidor que ocupe cargo em comissão. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 33 Existem ainda algumas infrações, mencionadas pelo art. 137, cuja prática impede o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão de retornar ao serviço público federal: a) crime contra a administração pública; b) improbidade administrativa; c) aplicação irregular de dinheiros públicos; d) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; e) corrupção; Apesar de essa possibilidade estar prevista expressamente na lei, é interessante que você saiba que muitos doutrinadores a consideram ofensiva ao art. 5º, XLVII, da Constituição Federal de 1988, que proíbe a adoção de penas de caráter perpétuo no Brasil. Apesar disso, o STF nunca se pronunciou sobre o tema. 4.4. Aplicação de penalidades e prescrição O art. 141 da Lei nº 8.112/1990 distribui da seguinte forma a competência para a aplicação das penalidades disciplinares: a) pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; b) pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 dias; c) pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias; Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 33 d) pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão. Em respeito ao princípio da segurança jurídica, o art. 142 da Lei nº 8.112/1990 estabelece que a ação disciplinar prescreverá: a) em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; b) em 2 anos, quanto à suspensão; c) em 180 dias, quanto à advertência. Atenção! O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido e não da data que a infração foi praticada. Essa regra não se aplica, porém, às infrações administrativas que também sejam previstas em lei como crimes. Lembre-se de as instâncias de responsabilização são independentes, mas nesse caso deverá ser aplicado o prazo prescricional previsto na legislação penal. Isso cai muito em prova, ok!? A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 33 A parte teórica da nossa aula se encerra aqui. A seguir estão as questões, como de costume. Se ficar alguma dúvida, utilize o nosso fórum. Estou sempre disponível também no e-mail e nas redes sociais. Grande abraço! Paulo Guimarães professorpauloguimaraes@gmail.com Não deixe de me seguir nas redes sociais! www.facebook.com/profpauloguimaraes @pauloguimaraesf @profpauloguimaraes (61) 99607-4477 Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 33 5. QUESTÕES COMENTADAS 1. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe. Se determinado servidor público for preso em operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o trânsito em julgado da sentença criminal. COMENTÁRIOS: As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si (art. 125). em regra, tais sanções poderão ser aplicadas cumulativamente e sua apuração ocorrerá em todas as instâncias independentemente. O ajuizamento de ação penal não é motivo para impedir a abertura ou o prosseguimento de processo administrativo disciplinar para apurar o mesmo fato, daí o erro GABARITO: E 2. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nas disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o item a seguir. Considere a seguinte situação hipotética. Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse viagem sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse para os diretores na sede da referida sociedade empresária os diferenciais competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica. Nessa situação hipotética, apesar de bem intencionada, a atitude do servidor configurou falta funcional, uma vez que é vedado o recebimento de vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído o pagamento de viagens. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 33 COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 117, XII, o servidor não pode “receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições”. A boa intenção do servidor neste caso não vale de nada! GABARITO: C 3. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com relação às disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o item que se segue. Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções do seu cargo, um servidor públicotenha emprestado dinheiro a juros muito superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990. COMENTÁRIOS: O servidor público não pode “praticar usura sob qualquer de suas formas”. Usura é o que o agiota faz: cobrança de juros excessivamente altos em empréstimos pecuniários, utilizando taxa muito além da taxa usual ou legal, exatamente como fez o servidor do enunciado. No Brasil, a usura inclusive é crime. GABARITO: C 4. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nos dispositivos da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue. Considere que determinado servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo objeto social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades administrativas nessa empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido servidor, porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou administração de sociedade privada. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 33 COMENTÁRIOS: A assertiva está corretíssima, nos termos do art. 117, X. Ao servidor é proibido apenas “participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário”. Não há problema em ser cotista! GABARITO: C 5. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por cargo em comissão cometa uma infração para a qual a Lei n.º 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de destituição do cargo em comissão. COMENTÁRIOS: Corretíssimo! A penalidade de destituição do cargo em comissão, bem como a de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, são equivalentes à penalidade de demissão. GABARITO: C 6. PGE-BA – Analista – 2014 – Cespe. A prerrogativa de presunção de veracidade dos atos da administração pública autoriza a aplicação de penalidade disciplinar a servidor público com base na regra da verdade sabida. COMENTÁRIOS: Segundo a doutrina, “verdade sabida” é o conhecimento pessoal da infração pela própria autoridade competente para punir o infrator. Só que, para aplicação de punição disciplinar, é Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 33 preciso que haja processo administrativo e que todos os fatos sejam devidamente comprovados. GABARITO: E 7. ICMBio – Analista – 2014 – Cespe. Age em consonância com a Lei n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida pelos Estados Unidos da América. COMENTÁRIOS: Corretíssimo! Esta é uma das proibições, e está no art. 117, XIII. GABARITO: C 8. Anatel – Analista Administrativo – 2012 – Cespe. Constatada falta cometida por servidor de agência reguladora em procedimento disciplinar que lhe assegure a ampla defesa e o contraditório, terá a administração, no exercício do poder disciplinar, uma discricionariedade limitada quanto à escolha da pena a ser aplicada. COMENTÁRIOS: O único espaço para discricionariedade na aplicação de punição disciplinar está justamente na gradação da penalidade a ser aplicada. Lembre-se que o dever de punir é vinculado, ok? Não confunda uma coisa com a outra. GABARITO: C Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 33 9. TRT 4ª Região (RS) – Técnico Judiciário – 2011 – FCC. Dentre outras proibições previstas ao servidor público federal, consta a de a) aceitar pensão, emprego ou comissão da União Federal, seja na Administração direta ou indireta. b) utilizar recursos materiais da repartição ou pessoal no serviço público. c) recusar-se a atualizar os seus dados cadastrais quando solicitado por terceiros, que não a Administração. d) atuar, como procurador, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios assistenciais de parentes até segundo grau. e) manter sob sua chefia imediata, em função de confiança, primos. COMENTÁRIOS: A alternativa A está incorreta porque a proibição trazida pelo art. 127, XII, é de aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro. A alternativa B está incorreta porque só há proibição em relação ao uso dos recursos da repartição ou pessoal em atividades particulares. A alternativa C está incorreta porque a solicitação para atualização de dados cadastrais neste caso deve partir da Administração. A alternativa E está incorreta porque a proibição atinge apenas parentes até o segundo grau civil, que são os irmãos, pais, filhos, avós e netos. Primos são parentes de quarto grau. GABARITO: D 10. TRT 15ª Região – Analista Judiciário – 2013 – FCC. A Lei nº 8.112/90 estabelece uma série de deveres e proibições aos servidores públicos. Também estabelece o rol de penalidades aplicáveis, para cuja aplicação. a) são consideradas a natureza e gravidade da infração, mas também são sopesados os danos advindos para o serviço público. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 33 b) são considerados os antecedentes funcionais, como avaliação de desempenho, análise crítica de desempenho e relatórios correicionais. c) são considerados apenas elementos objetivos, não sofrendo influência de circunstâncias atenuantes ou agravantes. d) devem ser considerados todos os elementos subjetivos e objetivos, tais como tempo de serviço, histórico de apostilamento e avaliação de desempenho. e) podem ser considerados outros elementos, além dos critérios de tipificação legais, tais como avaliação de desempenho, pontualidade e assiduidade. COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 128, na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. GABARITO: A 11. Sudeco – Contador – 2013 – Funcab. Em consonância coma Lei nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico do servidor público civil da União, assinale a alternativa correta. a) Um dos deveres do servidor público é cumprir as ordens dos superiores, sem qualquer ressalva. b) É dever do servidor público representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. c) Não há vedação legal quanto à acumulação de cargo em comissão pelo servidor público. d) Ao servidor público é vedado atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 33 previdenciários ou assistenciais de cônjuge e de parentes de até o terceiro grau. Essa vedação não se aplica ao companheiro do servidor e) A acumulação de cargos públicos, nos casos em que é lícita, não fica condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. COMENTÁRIOS: O erro da alternativa A está em afirmar que não há ressalvas com relação ao dever de cumprir ordens superiores. Você já estácansado de saber que o servidor não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. A alternativa C está incorreta porque as mesmas regras de acumulação aplicáveis aos cargos efetivos também se aplicam aos cargos em comissão. A alternativa D está incorreta porque a exceção à vedação de atuação como procurador ou intermediário apenas alcança cônjuge e parentes de até segundo grau, e não terceiro. A alternativa E está incorreta porque ainda quando a acumulação de cargos for possível, será necessário comprovar a compatibilidade de horários. GABARITO: B 12. Caixa – Advogado – 2010 – Cespe. A CF autoriza a acumulação de dois cargos de médico, sendo compatível, de acordo com a jurisprudência do STF, interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinária. COMENTÁRIOS: O STF julgou este caso e obviamente entendeu que o cargo de perito não é privativo de profissional da saúde, e por isso não poderia ser cumulado com outro sob este fundamento. GABARITO: E Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 33 13. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens seguintes. No que se refere à aplicação da penalidade de suspensão, a ação disciplinar prescreve em três anos. COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 130 da Lei 8.112/1990, a suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. O prazo que a Administração possui para investigar a aplicar a penalidade de suspensão ao servidor é de dois anos, contados da data em que o fato se tornou conhecido, sob pena de prescrição. GABARITO: E 14. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens seguintes. A responsabilidade administrativa do servidor não é afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. COMENTÁRIOS: A decisão da justiça criminal que conclua pela negativa do fato ou da autoria é uma exceção à regra geral da independência entre as instâncias de apuração de responsabilidade do servidor. Nestes casos a responsabilidade administrativa fica afastada. GABARITO: E Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 33 15. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe (adaptada). A proibição constitucional de acumular cargos públicos alcança os servidores de autarquias e fundações públicas, mas não os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista. COMENTÁRIOS: Opa! As regras de acumulação alcançam servidores ativos e inativos, bem como empregados públicos, tanto na administração direta quanto na indireta. GABARITO: E 16. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe. De acordo com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, na hipótese de inassiduidade habitual, a penalidade disciplinar a ser aplicada ao servidor público é de a) multa. b) suspensão de até 15 dias. c) demissão. d) advertência. e) suspensão de até 30 dias. COMENTÁRIOS: A inassiduidade habitual é uma das hipóteses de demissão, e consta no art. 132, III. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. GABARITO: C Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 33 17. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe (adaptada). É vedada à administração pública converter qualquer penalidade disciplinar em multa. COMENTÁRIOS: A multa não é uma espécie autônoma de penalidade. Somente quando for conveniente para o serviço público, a Administração poderá converter a penalidade de suspensão em multa de 50% por dia de vencimento ou remuneração. Trata-se de uma decisão discricionária, outorgada à Administração, para evitar um prejuízo ainda maior ao interesse público. GABARITO: E 18. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe (adaptada). Servidor público que adotar incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição, estará sujeito a ser demitido do serviço público. COMENTÁRIOS: Exato! Esse é o mandamento do art. 132, V, da Lei nº 8.112/1990. GABARITO: C Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 33 6. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe. Se determinado servidor público for preso em operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o trânsito em julgado da sentença criminal. 2. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nas disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o item a seguir. Considere a seguinte situação hipotética. Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse viagem sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse para os diretores na sede da referida sociedade empresária os diferenciais competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica. Nessa situação hipotética, apesar de bem intencionada, a atitude do servidor configurou falta funcional, uma vez que é vedado o recebimento de vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído o pagamento de viagens. 3. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com relação às disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o item que se segue. Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções do seu cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a juros muito superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 33 4. Suframa – Analista – 2014 – Cespe. Com base nos dispositivos da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue. Considere que determinado servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo objeto social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades administrativas nessa empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido servidor, porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou administração de sociedade privada. 5. MDIC – Analista Técnico Administrativo – 2014 – Cespe Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por cargo em comissão cometa uma infração para a qual a Lei n.º 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de destituição do cargo em comissão. 6. PGE-BA – Analista – 2014 – Cespe. A prerrogativa de presunção de veracidade dos atos da administração pública autorizaa aplicação de penalidade disciplinar a servidor público com base na regra da verdade sabida. 7. ICMBio – Analista – 2014 – Cespe. Age em consonância com a Lei n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida pelos Estados Unidos da América. 8. Anatel – Analista Administrativo – 2012 – Cespe. Constatada falta cometida por servidor de agência reguladora em procedimento disciplinar que lhe assegure a ampla defesa e o contraditório, terá a administração, no exercício do poder disciplinar, uma discricionariedade limitada quanto à escolha da pena a ser aplicada. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 33 9. TRT 4ª Região (RS) – Técnico Judiciário – 2011 – FCC. Dentre outras proibições previstas ao servidor público federal, consta a de a) aceitar pensão, emprego ou comissão da União Federal, seja na Administração direta ou indireta. b) utilizar recursos materiais da repartição ou pessoal no serviço público. c) recusar-se a atualizar os seus dados cadastrais quando solicitado por terceiros, que não a Administração. d) atuar, como procurador, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios assistenciais de parentes até segundo grau. e) manter sob sua chefia imediata, em função de confiança, primos. 10. TRT 15ª Região – Analista Judiciário – 2013 – FCC. A Lei nº 8.112/90 estabelece uma série de deveres e proibições aos servidores públicos. Também estabelece o rol de penalidades aplicáveis, para cuja aplicação. a) são consideradas a natureza e gravidade da infração, mas também são sopesados os danos advindos para o serviço público. b) são considerados os antecedentes funcionais, como avaliação de desempenho, análise crítica de desempenho e relatórios correicionais. c) são considerados apenas elementos objetivos, não sofrendo influência de circunstâncias atenuantes ou agravantes. d) devem ser considerados todos os elementos subjetivos e objetivos, tais como tempo de serviço, histórico de apostilamento e avaliação de desempenho. e) podem ser considerados outros elementos, além dos critérios de tipificação legais, tais como avaliação de desempenho, pontualidade e assiduidade. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 33 11. Sudeco – Contador – 2013 – Funcab. Em consonância coma Lei nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico do servidor público civil da União, assinale a alternativa correta. a) Um dos deveres do servidor público é cumprir as ordens dos superiores, sem qualquer ressalva. b) É dever do servidor público representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. c) Não há vedação legal quanto à acumulação de cargo em comissão pelo servidor público. d) Ao servidor público é vedado atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de cônjuge e de parentes de até o terceiro grau. Essa vedação não se aplica ao companheiro do servidor e) A acumulação de cargos públicos, nos casos em que é lícita, não fica condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. 12. Caixa – Advogado – 2010 – Cespe. A CF autoriza a acumulação de dois cargos de médico, sendo compatível, de acordo com a jurisprudência do STF, interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinária. 13. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens seguintes. No que se refere à aplicação da penalidade de suspensão, a ação disciplinar prescreve em três anos. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 33 14. UnB - Subcoordenador de aplicação de provas – 2010 – Cespe. Com base na Lei n.º 8.112/1990 e suas alterações, julgue os itens seguintes. A responsabilidade administrativa do servidor não é afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 15. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe (adaptada). A proibição constitucional de acumular cargos públicos alcança os servidores de autarquias e fundações públicas, mas não os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista. 16. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe. De acordo com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, na hipótese de inassiduidade habitual, a penalidade disciplinar a ser aplicada ao servidor público é de a) multa. b) suspensão de até 15 dias. c) demissão. d) advertência. e) suspensão de até 30 dias. 17. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe (adaptada). É vedada à administração pública converter qualquer penalidade disciplinar em multa. 18. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2010 – Cespe (adaptada). Servidor público que adotar incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição, estará sujeito a ser demitido do serviço público. Ética no Serviço Público para ANVISA Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 33 GABARITO 1. E 10. A 2. C 11. B 3. C 12. E 4. C 13. E 5. C 14. E 6. E 15. E 7. C 16. C 8. C 17. E 9. D 18. C