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Evolução do Pensamento Econômico


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Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
Curso de Direito.
Disciplina: Economia Política. 
Ac. Joicilene V. Dall Agnol Ávila
Síntese da Evolução do Pensamento Econômico, baseado na obra “Fundamentos da Economia” de Marco Antônio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia. 
1. A antiguidade
A história econômica tem seu início, embora singelo se comparado a complexidade das teorias modernas, em Aristóteles. Diferente da especificidade dos estudos atuais, a economia em Aristóteles existiu para ser aplicada em função da “beleza da cidade” – expressão aqui usada em sentido estritamente filosófico – ou seja, o bom funcionamento da polis. Conceitos morais era fortemente presentes em suas concepções, vejamos: 
“Os homens não adquirem e preservam as qualidades morais graças aos bens exteriores, mas adquirem e preservam os bens exteriores graças às qualidades morais” (Aristóteles, “Política”, 1323).
 Para ele a cidade trata-se de “uma união de famílias e clãs para viverem melhor, com vistas a uma vida perfeita e independente”. 
Tem-se nesse pensador que a economia tinha a finalidade essencial de regular a vida doméstica para produzir o bem-estar do indivíduo. A cidade teria sua “beleza” alcançada ao manejar recursos para o equilíbrio, a suficiência e principalmente a eficiência, longe de ser então alcançada pelo um mero acúmulo de bens. Nota-se, portanto, que os gregos, expressados aqui na figura de um de seus mais ilustres representantes, não foram se abstiveram de aplicar conceitos de eficiência, acúmulo e promoção do bem-estar por meio do manejo dos recursos presentes na cidade. 
O advento de Roma, embora significativo para a história em geral, pouco contribuiu para a economia tanto em aspectos teóricos quando em aspectos práticos e, após a queda do império romano, o que seguiu ao longo da idade medieval foi a relação das práticas econômicas com questões morais, em especial a atividade comercial, que experimentou nesse período forte declínio. Tanto por isso, a economia desse tempo, também não deixou rastros expressivos na ciência econômica. 
Pautada por dogmas cristãos durante quase mil anos, questões religiosas influenciavam e determinavam a economia eurocêntrica durante esse período. A questão da usura, prática de emprestar dinheiro a juros era inadmitida pela igreja católica e seus praticantes seriam, segundo a instituição, condenados ao inferno. Escreveu Jacques Le Goff, em sua obra “A Bolsa e a Vida”: 
Estranha situação a do usurário medieval. Numa perspectiva de longa duração, o historiador de hoje reconhece-lhe a qualidade de precursor de um sistema econômico que, apesar de suas injustiças e de seus defeitos, inscreve-se, no Ocidente, na trajetória de um progresso: o capitalismo. Em seu tempo aquele homem foi desonrado, segundo todos os pontos de vista de sua época (LE GOFF, 2004, p. 39).
E finalmente: 
 A história são os homens. Os iniciadores do capitalismo são os usurários, mercadores do futuro (...). Esses homens são cristãos. Aquilo que os retém no limiar do capitalismo não são as consequências terrestres das condenações da usura pela Igreja, é o medo, o medo angustiante do Inferno. Numa sociedade em que toda consciência é uma consciência religiosa, os obstáculos são antes de tudo — ou finalmente — religiosos. A esperança de escapar ao Inferno, graças ao Purgatório, permite ao usurário fazer avançar a economia e a sociedade do século XIII em direção ao capitalismo (LE GOFF, 2004, p. 91)
Com o final da idade média e sua apática atividade comercial, o contexto próximo, pela própria igreja desenhado quando empreitou as cruzadas, foi do advento do comércio no lugar da agrarização da vida europeia. Como escreveu Roberto de Oliveira Campos: 
O fato crucial dessa era, do nosso ponto de vista, é a crescente separação entre o crédito comercial - requerido para financiar exportações e aventuras industriais - e os empréstimos para consumo(...) Daí resultou um rápido processo de "despersonalização do crédito" traduzido no aparecimento dos contratos comerciais, das letras de câmbio, etc., (...) OS empréstimos eram buscados para financiar não a produção mas o consumo, e no qual as transações não eram ainda praticadas num mercado impessoal, impérvio à sanção ética direta
2. Mercantilismo
Com o fim da idade da idade média, começa a efervescência das atividades humanas nas mais diversas áreas e, em especial as artes e nas ciências naturais. As grandes navegações empreitadas pelos estados nacionais criaram o cenário ideal para o surgimento do mercantilismo. 
Trata-se de uma política econômica implementada pelos Estados europeus com vistas ao acúmulo de bens valiosos para dessa forma definir o poder de uma nação. Foram várias mudanças que deram base à prática: o absolutismo das monarquias, o colonialismo e consequente saque de riquezas naturais e históricas das colônias, o progresso científico que impulsionou os atos de navegação e a intensificação do comércio, fazendo nascer a classe burguesa na Europa. 
Da ferocidade, da avareza e da ambição – os três vícios que levaram toda a humanidade à sua perdição – (a sociedade) faz a defesa nacional, o comércio e a política, e assim ela produz a força, a riqueza e a sabedoria das repúblicas; desses vícios que seguramente acabariam por destruir o homem na terra, a sociedade faz desse modo surgir a felicidade civil – (Giambattista Vico – La Scienza Nuova, 1723)
Inevitável também dizer que nesse período se fortalecem e consolidam os Estados Nacionais, de modo estes são os responsáveis pelas medidas econômicas de tal contexto, de forma que uma das características do mercantilismo é também a forte intervenção do Estado na economia. 
 “A libertação do comércio levada a efeito pelo mercantilismo apenas liberou o comércio do particularismo, porém, ao mesmo tempo, ampliou o escopo da regulamentação. O sistema econômico estava submerso em relações sociais gerais: os mercados eram apenas um aspecto acessório de uma estrutura institucional controlada e regulada, mais do que nunca, pela autoridade social” (Polanyi, 1980, p. 80).
Não somente acumular riquezas, mas para mantê-las eram necessárias outras medidas como: 
a) Manter a balança comercial favorável – exportar mais que importar
b) Práticas de protecionismo econômico – dificultar a entradas de produtos estrangeiros no país.
A partir dessas transformações, a lógica econômica muda para torna-se também teórica e científica, visto que fica para trás a atividade comercial humana para a simples satisfação das necessidades. É o embrião do capitalismo, que vai consolidar-se adiante, especialmente com a Primeira Revolução Industrial e seu modo de produção. 
(...) os estados nacionais concorrentes viviam uma situação de luta perpétua pelo poder, na paz ou na guerra. Essa luta competitiva criou as mais amplas oportunidades para o moderno capitalismo ocidental. Os estados separadamente tiveram que competir pelo capital circulante, que lhes ditou as condições através das quais poderia auxiliá-lo a ter poder. Portanto, foi o Estado nacional bem delimitado que proporcionou ao capitalismo sua oportunidade de desenvolvimento (...) (WEBER, 1961, p. 249 apud FIORI, 2001, p. 37).
3. Fisiocracia
 Fisiocracia é uma teoria econômica desenvolvida por teóricos franceses, a qual pregava que a riqueza de uma nação seria mais bem alcançada por meio da natureza e a multiplicação dos recursos naturais que dela provém. Em contraponto com o anterior mercantilismo, aqui, o trabalho, o laborar a terra era quem criava os insumos de verdadeiro valor para uma sociedade. 
Seu principal expoente teórico foi o trabalho de François Quesnay, Tableau Économique em 1758.
Com um contexto histórico interessante, a teoria dos fisiocratas foi a primeira a elaborar o conceito do laissez-faire. Os fisiocratas eram agricultores que sofriam com os altos impostos cobrados pelo Estado Francês. 
Os fisiocratas proclamaram uma ênfase na agricultura, classificando outros meios de produção como estéreis, já que a agriculturagerava um produto líquido acima do valor dos recursos usados durante a produção. Com a produção em grande escala da agricultura, o proprietário da terra recebia mais rendimentos, e por isso os fisiocratas pretendiam exercer uma taxa única sobre ele, ao invés das várias cobradas pelo rei. (Leonardi, Marques e Santor, 2021.)
Ao argumentar sobre a liberdade de desenvolver sobre a atividade que mais lhes convinha – a agricultura – os fisiocratas acabaram por fornecer base teórica para outros argumentos em favor das outras atividades comerciai que criticavam no mercantilismo, por meio do argumento da liberdade de agir. 
Nasce assim, o principal fundamento teórico para ratificar e fortalecer o capitalismo, nas ideias de Adam Smith. 
Dessa forma, com a fisiocracia, vislumbra-se o nascimento da primeira teoria econômica estruturada com a finalidade de organiza a economia e planejá-la, nos moldes como conhecemos hoje. 
4. Os Clássicos
A Economia Clássica surge como primeira escola do pensamento econômico teórico moderno. Tem como marco inicial o teórico Adam Smith e sua expoente obra “A Riqueza das Nações”. Vastos são os trabalhos elaborados à época, dessa forma, podemos elencar:
a) Adam Smith (1723-1790): Foi o precursor da Teoria econômica e elaborou vários conceitos acerca da economia de mercado. 
Laissez-faire: derivado das ideias dos fisiocratas, Smith argumentava pela plena liberdade para realizar a atividade econômica, em detrimento do poder estatal. 
” Pouco se requer, para levar um Estado da barbárie mais baixa para o mais alto grau de opulência, além da paz, impostos baixos e uma administração aceitável da justiça; todo o resto é feito pelo curso natural das coisas. Todos os governos que interferem nesse curso natural, que forçam as coisas para outra direção, ou que se empenham em sustar o progresso da sociedade em um ponto específico, não são naturais e para subsistirem têm de ser opressivos e tirânicos" (Smith, p.20)
O que deve preponderar nesse conceito é a vontade de realizar a atividade, de modo que o mercado onde circulam os bens e serviços seria o próprio responsável por regular as práticas nele fomentadas. A interferência do Estado deveria ser mínima e restringir-se às atividades essenciais para proteger o mercado e o patrimônio, inclusive. A expressão pode ser traduzida como “deixe-os fazer”. 
Por meio do conceito de livre mercado, defendeu, influenciado pelo laissez-faire francês, que os cidadãos têm liberdade para realizar suas atividades econômicas sem a interferência do estado, de modo que teria que atuar em setores nos quais a participação estatal era realmente indispensável. 
O trabalho do seu corpo e a obra das suas mãos, pode-se dizer, são propriamente dele. Seja o que for que ele retire do estado que a natureza lhe forneceu e no qual deixou, fica-lhe misturado ao próprio trabalho, juntado- sê-lhe algo que lhe pertence, e por isso mesmo, tornando-o propriedade dele. (LOCKE, 1973, p.51).
Ainda, sobre o famoso conceito de mão invisível, tem-se que livres da interferência estatal durante a realização das atividades econômicas, os comerciantes realizariam seus negócios livremente e por meio das peculiaridades da atividade e conceitos de demanda, o mercado se autorregularia, o que Smith chamou de mão invisível. 
O consumidor é protegido da coerção do vendedor devido à presença de outros vendedores com que pode negociar. O vendedor é protegido da coerção do consumidor devido à existência de outros consumidores a quem pode vender. O empregado é protegido da coerção do empregador devido aos outros empregadores para quem pode trabalhar, e assim por diante. E o mercado faz isso, impessoalmente, e sem nenhuma autoridade centralizada. (FRIEDMAN, 1985, p. 23).
Adam Smith pode, dessa forma, ser tido como precursor da doutrina econômica conhecida como Liberalismo, que insurgiu contra o mercantilismo que era pautado fortemente pela interferência do Estado na Economia, defendido pela classe burguesa que sofria com a cobrança impostos excessivos. 
Além de Smith, há outros nomes de destaques que se ocuparam de aprofundar e elaborar modernas teorias econômicas de seu tempo. Dentre estes, podemos destacar: 
b) David Ricardo (1772-1823): Elaborou a Teoria das Vantagens Comparativas, que buscava contrapor a Teoria da Vantagem Absoluta de Adam Smith. Explicou Ricardo que os países deveriam concentram esforços em produzir aquilo que para eles fossem mais barato e concentrar sua exportação nesses produtos. Segue que, para importar, os países devem priorizar os produtos cujo custo não seja atrativo ou que não possuem habilidades/eficiência para produzi-los. 
c) Jon Stuart Mill (1806-1873): Por meio da Teoria Utilitarista, procurou investigar a utilidade das coisas para que estas contribuíssem para o bem da sociedade. Útil é aquilo que traz felicidade. 
O utilitarismo foi uma tentativa de superação de uma ética deontológica e de um posicionamento egoísta. Este considera, com certo grau de relevância, a promoção do bem, porém sem levar em consideração as outras pessoas; aquele dá uma atenção especial às outras pessoas, entretanto não considera a promoção do bem. A doutrina utilitarista supera essas falhas, pois admite o certo como a promoção do bem geral. (TRINDADE, 2010, pág. 101). 
d) Jean Baptiste Say (1768-1832): Argumentou que não poderiam existir crises de superprodução e que tudo que é produzido pode ser consumido. Aquele que produziu algo e recebeu dinheiro por isso, logo apressar-se-ia para aplicar esse dinheiro, que na concepção de Say, seria pela troca por outros produtos. Assim, a produção de determinado bem geraria a necessidade de produção de um outro bem, para que faça sentido a cadeia produtiva. 
e) Thomas Malthus (1766-1834): defendeu que haveria um desequilíbrio entre o crescimento da população mundial e a produção de alimentos. 
Todavia a magnitude do impacto dos estudos, o grande aporte teórico criado pelos pensadores Clássicos estava alheio às relações sociais e reflexos da ordem da justiça social, em face especialmente do Estado como o concebemos hoje, cuja finalidade essencial é o bem-estar comum. 
5. Teoria Neoclassica
A Teoria Neoclássica estuda a economia pela perspectiva da ação humana. As necessidades da vida é que movem a humanidade ao progresso, por meio da cooperação, porém nem todas as demandas serão viáveis, por isso a escolha na alocação de recursos como matéria, tempo, energia são o objeto dessa teoria. 
Face a economia de mercado enfrentar dificuldades no campo político, a teoria neoclássica volta-se para a microeconomia. Também alheios a implicações sociais, tal teoria atinha-se a matemática como ferramenta importante para a produção de seus aspectos. 
A investigação é voltada então para a maximização dos lucros e satisfação no consumo. Por meio de funções matemáticas é possível chegar deduções acerca do equilíbrio do mercado. 
Alfred Marshal (1842 – 1924) foi o grande expoente da Teoria Neoclássica, conhecido por ser exímio matemático, seus estudos abrangiam não somente teorizações, mas aplicações práticas. 
Marshal dissertou ainda sobre relações de trabalho assalariado, capitalismo e consumo e pobreza: 
(...) existe um vasto número de pessoas tanto nas cidades como no campo que são criadas com comida, vestimenta e espaço em moradias insuficientes; cuja educação é interrompida cedo para que possam trabalhar em troca de salários; e que, a partir de então, se engajam durante longas horas em trabalhos exaustivos com corpos malnutridos, e que não têm, portanto, qualquer possibilidade de desenvolver as suas faculdades mentais mais elevadas (Marshall,1920)
E Ainda
"(...) se o seu trabalho foi brutal e, portanto, o seu cérebro está entorpecido, ele tem a tendência de procurar somente os prazeres mais grosseiros: bebida, gracejos ignóbeis e barulho (...)"
Para Marshal, embora a economia de mercado claramente não dava conta de problemas dessa ordem, soluções coletivistas foram também rechaçadas por ele, que argumentou no sentido de que eliminar a concorrênciapoderia levar a estagnação tecnológica. 
Dessa forma, embora não acreditasse que o socializar meio de produção pudesse ser a solução para o problema da exploração e pobreza, Marshal defendeu a atuação de Estado de forma enérgica nesse sentido, com medidas como promover a educação infantil e limitar o trabalho infantil e das mulheres. 
Tentou, portanto, conciliar atuação estatal com a força criativa do homem que tem sua liberdade criativa preservada: 
Sob tais condições as pessoas iriam em geral ser tão bem nutridas e tão verdadeiramente educadas que a terra seria um lugar agradável de viver. Os salários seriam altos por hora, mas o trabalho não seria caro. O capital não estaria ansioso para emigrar dele, mesmo que pesados impostos fossem recolhidos para finalidades públicas (...) Socialismo Nacional desta espécie pode ser cheio de individualidade e elasticidade (...) (Marshall, 1907). 
Dentre os neoclássicos destacam-se também: 
Teoria do Desenvolvimento Econômico de Schumpeter – para e economia sair de um estado de equilíbrio e evoluir, esta precisa de inovação que altere profundamente seu estado anterior. 
Teoria do Capital e dos Juros de Bohm-Bawerk, que tratavam de aspectos da macroeconomia, e não menos importante, a Teoria Quantitativa da Moeda – que relaciona oferta da moeda e inflação. 
6. A Era Keynesiana
Em 1936, John Maynard Keynes publicou sua Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. A economia estava passando por uma de suas maiores crises que perdurara há algum tempo – a quebra da bolsa de Nova Iorque. 
O ambiente histórico e sociopolítico é o dos anos 30, caracterizados pelas altas taxas de desemprego, não condizentes com o princípio máximo do liberalismo econômico que afirmava a – não regulamentação dos mercados constitui meio eficaz de alocação ótima de recursos garantindo equilíbrio automático da economia (OPUSZKA, 2010, p. 144).
Para a teoria Keynesiana, o auto equilíbrio do mercado não existe, e é o Estado quem deve promover ações para o comedimento de crises e relações sociais no âmbito das práticas do mercado. 
Esclareçamos desde o início os princípios metafísicos ou gerais sobre os quais, de tempos em tempos, se fundamentou o laissez-faire. Não é verdade que os indivíduos possuem uma "liberdade natural" prescritiva em suas atividades econômicas. Não existe um contrato que confira direitos perpétuos aos que têm ou aos que adquirem. O mundo não é governado do alto de forma que o interesse particular e o social sempre coincidam. Não é administrado aqui embaixo para que na prática eles coincidam. Não constitui uma dedução correta dos princípios da Economia que o auto interesse esclarecido sempre atua a favor do interesse público. Nem é verdade que o auto interesse seja geralmente esclarecido; mais frequentemente, os indivíduos que agem separadamente na promoção de seus próprios objetivos são excessivamente ignorantes ou fracos até para atingi-los. A experiência não mostra que os indivíduos, quando integram um grupo social, são sempre menos esclarecidos do que quando agem separadamente (Keynes, 1978, p. 120).
O trabalho realizado por Keyne mostrou-se de grande validade no contexto da época, vistos que os acontecimentos seguintes demandariam ainda grande habilidade em resolver crises. Estava para eclodir a Segunda Guerra Mundial. 
O brilhantismo de Keyne abriu margem teórica para um grande campo de estudo, e dele surgiram algumas correntes: 
Os Monetaristas: Controle da Moeda e pouca intervenção estatal. 
Os Fiscalistas: Aceitam uma atuação do Estado na economia de modo mais enérgico.
Os pós-keynesianos: aprofundaram-se na teoria keynesiana e argumentaram que esta não estava alheia ao papel da moeda na política monetária. 
7. Os Críticos
É certo que Teoria Econômica marcou o desenvolvimento da economia moderna e seus postulados, justamente pela inovação, tanto do contexto histórico nos quais se inseriram e seus resultados práticos na vida social, não estariam alheios a um olhar mais amplo e reflexivo sobre seu objeto. 
Karl Marx foi um grande expoente da economia, que com suas teorias delineou aspectos inéditos acerca da concepção de valor do trabalho. Concebeu a ideia de luta de classes, dizendo que a burguesia compra a força de trabalho do homem assalariado, e apropria-se do excedente da produção, que fica com o burguês na forma de lucro – a mais valia. O que resta para o empregado é apenas o suficiente para sua subsistência e poder manter a sua força produtiva.
Denomino mais-valia absoluta aquele produzido mediante o prolongamento da jornada de trabalho; pelo contrário, aquele surge da redução do tempo de trabalho necessário e da conseguinte mudança na proporção da magnitude que media ente ambas as partes componentes da jornada de trabalho, denomino mais-valia relativa. (MARX, 1987, p.383)
 O trabalhador na fábrica é alienado da criatividade de seu trabalho, de modo que a especialização do modo de produção capitalista industrial expropria a criatividade e autonomia do ser. 
O valor da força de trabalho, a exemplo de outra mercadoria qualquer, se determina pelo tempo de trabalho necessário para a produção, portanto, também para a reprodução, deste artigo específico. Na medida em que é valor, a força de trabalho mesma representa uma quantidade determinada de trabalho médio social objetivado nela... Portanto, o tempo de trabalho necessário para a produção da força de trabalho se resolve no tempo de trabalho necessário ou, dito de outra maneira, o valor da força de trabalho é o valor dos meios de subsistência necessários para a conservação do possuidor daquela. (MARX, 1987, p.208)
Trata-se da exploração do homem pelo homem, o que inevitavelmente gera a conflitos entre empregados e patrões e culmina da luta de classe. 
Evidente que tais teorizações em nada interessam a classe economicamente dominante e por isso, por estar em função do objeto de exploração fundamental da produção – o trabalhador, sem o qual de nada serve uma teoria, as ideias marxistas são duramente combatidas na sociedade capitalista. 
Pode-se citar ainda um aspecto evidente da Teoria Econômica, que trata na sua maioria de conceitos abstratos. Essa foi a crítica dos Institucionalistas, assim chamados porque consideraram que os aspectos da maior parte dos estudos econômicos estão alienados da realidade das instituições. 
As principais diferenças entre os trabalhos anteriores e o enfoque adotado aqui são: 1) dedico-me muito mais que os autores citados a investigar os aspectos de racionalidade limitada; 2) introduzo explicitamente a ideia de oportunismo e me interesso pelas formas nas quais o comportamento oportunista está determinado pela organização econômica, e 3) sublinho que não é a incerteza nem os números pequenos, na forma individual ou em seu conjunto, o que ocasiona as falhas de mercado, mas a reunião destes fatores com a racionalidade limitada, por uma parte, e o oportunismo, por outra, o que traz dificuldades no intercâmbio (WILLIAMSON,1991, p.23 apud GUEDES 1997, p.8-9).
Argumentam, portanto, que o cotidiano das práticas econômicas não é determinado por conceitos matemáticos, mas sim por decisões políticas. 
8. O Período Recente
Segundo Marco Antônio Vasconcelos e Manuel Garcia a Teoria Econômica atualmente é caracterizada pela consciência da “limitação de possibilidades e das aplicações da teoria”, “avanço no conteúdo empírico” e “consolidação das contribuições dos períodos anteriores”. (Vasconcelos e Garcia, p.20,2001). 
Os autores destacam ainda que existem mecanismos autuais capazes de prever crises e abalos na economia, o que consequentemente tende a evitá-las ou minorá-las. Dão destaque ainda para a capacidade atual que tem as tecnologias em processar dados, com isso, conclui-se que tecnologia do tempo atual é o grande destaque prático na tentativa de desenvolver uma economia justa e sustentável. 
 “A economia que não se preocupa com a justiça social é uma economia que condena os povos a isso que está ocorrendo no mundo inteiro: uma brutal concentração de renda e de riqueza,o desemprego e a miséria. (...) Isso é coisa de tecnocrata alucinado que acha que está tudo OK, e não está nada OK.”
Maria Conceição Tavares – Economista brasileira. 
Bibliografia
GUEDES, S. N. R. Observações sobre a economia institucional: há possibilidades de convergência entre o velho e o novo institucionalismo?
FRIEDMAN, MILTON. Capitalismo e liberdade. Editora artenova s.a. 1985
KARL POLANYI, a grande transformação - as origens de nossa época. Rio de janeiro, editora campus ltda, 1980. Tradução de fanny wrobel
LE GOFF, JACQUES. A Bolsa E A Vida: Economia C Religião Na Idade Média / Tradução Rogerio Silveira Muoio; Revisão Técnica Hilário Branco Júnior - - São Paulo : Brasiliense, 2004.
LISBOA, A. DE M. Economia política aristotélica: cuidando da casa, cuidando do comum. Logeion: filosofia da informação, rio de janeiro, RJ, v. 4, n. 1, p. 36–72, 2017. 
LOCKE, JOHN. Segundo Tratado Sobre O Governo. São Paulo. Abril Cultural, 1973
MARX, KARL. O Capital. 1ª Edição:  1867.1ª Edição Em português:
Fonte Da Presente Transcrição: Centelha - Promoção Do Livro, Sarl, Coimbra, 1974.
MARSHALL, A. [1873]. The Future Of The Working Classes. In: Pigou, A. C. (Ed.). Memorials Of Alfred Marshall New York: Augustus M. Kelley, 1966.
ROBERTO DE OLIVEIRA CAMPOS - Uma Interpretação Institucional Das Leis Medievais Da Usura - V. 6 N. 2 (1952) - Publicado: 1952-04-01
SMITH, ADAM (1983). A Riqueza Das Nações. São Paulo, Abril Cultural.
TRINDADE, SÉRGIO L.B. A Ética Utilitarista De John Stuart Mill. Revista Da Farn, Natal, V.4, N.1/2 P.93-108, jul.2004/dez.2005
VASCONCELOS, Marco Antônio; GARCIA, Emanuel. Fundamentos da Economia. Saraiva. São Paulo, 2001.
VÍTOR LEONARDI, J.; MARTINS MARQUES, A.; SILVA SANTOR, F. Uma Análise Sobre A Fisiocracia. Anais Do Salão Internacional De Ensino, Pesquisa E Extensão, V. 13, N. 3, 16 nov. 2021.

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