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Processo Civil I (Parte Geral) X


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INTERVENÇÂO DE TERCEIRO
Implica na hipótese de que aquele que antes não figurava no processo passe a participar
┗Intervenção voluntária
┗O terceiro ingressa no processo por vontade própria
┗Intervenção provocada
┗O terceiro ingressa no processo por vontade de uma das partes que participa no processo
☠Intervenção de terceiros não produz novo processo. Somente há intervenção quando terceiro ingressa em processo em 
andamento
AMPLIAÇÂO DOS LIMITES DA LIDE COM A INTERVENÇÃO DO TERCEIRO
┗Ampliação objetiva
┗Além de examinar os pedidos originários das partes, deverá analisar o pedido do terceiro
┗Ampliação subjetiva
┗Apesar de ingressar no processo, a pretensão inicial não muda
CLASSIFICAÇÂO DAS FORMAS DE INTERVENÇÂO
┗Assistência (Art. 119 CPC)
┗Terceiro interessado intervirá no processo para auxiliar uma das partes
┗De iniciativa voluntária; com limite subjetivo
┗Assistência simples
┗É o mecanismo pelo qual se admite que um terceiro, que tenha interesse jurídico
em que a sentença seja favorável a uma das partes, possa requerer o seu ingresso,
para auxiliar aquele a quem deseja que vença.
┗Requisito indispensável é eu o terceiro tenha interesse jurídico na vitória do litigante
┗Terá interesse jurídico aquele que tiver relação jurídica com uma das partes, diferente daquela sobre a qual versa o 
processo, mas que poderá ser afetada pelo resultado
┗Poderes do assistente simples
┗Pode praticar todos os atos processuais que não contrarie a vontade do assistido.
┗Para que ele possa praticar os atos que deseja no processo, não é preciso autorização expressa da parte. No 
silêncio, ele pode realizá-los, desde que compatíveis com a sua condição de assistente. Mas a parte principal tem o 
poder de vedar ao assistente a prática dos atos que não queira que ele realize; se isso ocorrer, o assistente não o
poderá fazer. É relativamente raro que isso aconteça, porque, como o assistente deseja que o assistido vença, em 
regra, os atos por ele praticados são bem-vindos.
Assistente poderá:
Apresentar contestação em favor do réu que for revel, caso em que passará a ser considerado seu 
substituto processual. Na sua contestação, o assistente poderá apresentar todas as defesas (objeções e 
exceções) que poderiam ser apresentadas pelo próprio assistido
I.
Apresentar arguição de impedimentoII.
Apresentar réplica, se o autor a quem assiste não o fizerIII.
Juntar novos documentos pertinentes ao esclarecimento dos fatosIV.
Requerer provas e participar da sua produção, arrolando testemunhas, formulando quesitos ou 
complementando os apresentados pela parte e participando das audiências, nas quais poderá formular 
reperguntas e requerer contradita das testemunhas do adversário
V.
Interpor recurso, salvo se a parte principal tiver renunciado a esse direito, manifestando o desejo de não 
recorrer.
VI.
Assistente não poderá:
Praticar qualquer ato de disposição de direito, já que não é dele a relação de direito material que se 
discute. Isso afasta a possibilidade de ele renunciar ao direito em que se funda a ação, reconhecer o 
pedido ou transigir. Também não pode desistir da ação, embora possa desistir de recurso que tenha 
interposto
I.
Se opor a atos de disposição feitos pelo assistido, nos termos do art. 122 do CPCII.
Arguir incompetência relativa ou suspeição. A incompetência relativa só pode ser suscitada pelo réu, e 
se não o for, no prazo legal, tornar-se-á preclusa. Só a ele cabe decidir se prefere que a ação continue 
correndo onde está ou que seja remetida para o foro competente. O mesmo vale para a suspeição do juiz, 
dado o caráter subjetivo da questão, podendo a parte, apesar dela, preferir que a demanda continue sendo 
conduzida pelo mesmo magistrado
III.
Reconvir. O art. 343 aduz expressamente que a reconvenção pode ser apresentada pelo réu. Por isso, o 
assistente não pode dela se valer.
IV.
☠Sempre que o assistido for revel ou de alguma forma omisso, o assistente será considerado substituto processual
☠A coisa julgada não se estenderá ao assistente
Intervenção de terceiros
quinta‐feira, 15 de junho de 2023 16:26
 Página 1 de Processo Civil I (Parte Geral) 
☠Poderá ingressar em qualquer momento antes do transito em julgado da sentença
☠Parte contrária tem 15 dias para impugnar o pedido de participação do assistente
┗Assistência litisconsorcial
┗Existe somente no âmbito da legitimidade extraordinária
┗Terceiro passa a ser parte da relação jurídica discutida atuando como titular ou cotitular de uma das partes
┗É quando o substituído processual quer ingressar no processo
┗Efeito da sentença aplica-se ao substituto e ao substituído
┗Poderes do assistente litisconsorcial
┗Tem os mesmos poderes que o litisconsorte unitário, com ressalva de que, tendo ingressado com o processo já em 
curso, passará a atuar no estado em que o processo se encontra
┗Sua atuação não subordina-se ao do assistido
┗Poderá praticar atos que sejam benéficos, e o benefício se estenderá a parte. Essa regra não se aplica a atos 
desfavoráveis.
☠O assistente sofrerá os efeitos da coisa julgada
☠Poderá ingressar em qualquer momento antes do transito em julgado da sentença
☠Parte contrária tem 15 dias para impugnar o pedido de participação do assistente
┗Denunciação da lide (Art. 125 CPC)
┗A denunciação da lide é uma figura processual que permite ao réu de uma ação chamar um terceiro para integrar o processo, 
visando garantir a sua eventual responsabilidade em relação ao objeto da demanda e resolver todas as questões relacionadas 
ao litígio em um único processo.
┗De iniciativa provocada
┗São três as características fundamentais da denunciação da lide:
a) É forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu, diversamente do 
chamamento ao processo, que só pode ser requerido pelo réu.
b) Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de um processo autônomo. Haverá um processo 
único para a ação e a denunciação. Esta amplia o objeto do processo. O juiz, na sentença, terá de decidir não 
apenas a lide principal, mas a secundária.
c) Todas as hipóteses de denunciação são associadas ao direito de regresso. Ela permite que o titular desse 
direito já o exerça nos mesmos autos em que tem a possibilidade de ser condenado, o que favorece a economia 
processual.
┗Direito de regresso
┗O direito de regresso é uma figura jurídica que se refere ao direito de uma pessoa que arca com um 
prejuízo ou uma obrigação em nome de outra pessoa buscar o ressarcimento ou a compensação por esse 
prejuízo junto àquela que, em princípio, seria a responsável por ele. Em outras palavras, quando alguém 
assume uma obrigação ou despesa em nome de outra pessoa, o direito de regresso permite que essa 
pessoa busque ser ressarcida pela parte que deveria ter arcar com o ônus inicialmente.
┗Hipóteses de cabimento
┗Deve ser feita ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam
┗Aquele que alega ser o verdadeiro dono pode ajuizar ação para reaver o bem, que está com o adquirente. Se 
ele for condenado a restituí-lo, terá sofrido evicção, com a perda da propriedade ou posse da coisa adquirida, 
pela qual pagou. O adquirente tem direito de regresso contra o alienante, para reaver o dinheiro que pagou pela 
coisa da qual ficou privado, já que foi reconhecido que o terceiro era o verdadeiro dono.
┗Ocorre quando o adquirente de um bem perde a propriedade ou posse da coisa adquirida, atribuída a 
terceiro.
☠Se a ação for procedente, ocorrerá evicção e poderá assim continuar na denunciação da lide. Porém, 
se a ação for julgada improcedente, não haverá evicção e a denunciação ficará prejudicada, restando ao 
juiz extingui-la sem resolução de mérito.
┗Direito de regresso decorrente de lei ou contrato
┗Autoriza-se a denunciação àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar em ação 
regressiva o prejuízo de quem for vencido no processo.
┗O direito regressivo será exercidopor ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar 
de ser promovida ou não for permitida.
┗Procedimento de denunciação da lide
┗Pode ser requerida tanto pelo réu como pelo autor
┗Quando requerida pelo réu (Art. 126 CPC):
┗O réu, citado, deve requerer a denunciação da lide na contestação (CPC, art. 126), sendo 
indispensável que indique quais os fundamentos de fato e de direito em que baseia o direito de 
regresso e qual o pedido. Não há necessidade de atribuição de valor da causa
 Página 2 de Processo Civil I (Parte Geral) 
┗Quando requerida pelo autor
┗O autor também pode requerer a denunciação da lide quando, temendo os prejuízos decorrentes de 
uma eventual improcedência, queira, no mesmo processo, exercer direito de regresso contra o 
terceiro, que tem obrigação de responder por tais prejuízos.
┗A denunciação será requerida pelo autor na petição inicial. Ele exporá os fatos e 
fundamentos jurídicos e formulará o seu pedido contra o réu, postulando o seu acolhimento. Mas, 
para a hipótese de eventual improcedência, já fará a denunciação da lide, postulando que o juiz 
condene o denunciado ao ressarcimento dos prejuízos que dela advierem.
Se o juiz deferir a denunciação, mandará primeiro citar o denunciado e depois o
réu, porque, na condição de litisconsorte do autor, na lide principal, aquele terá o direito de
acrescentar novos argumentos à inicial
┗Chamamento ao processo (Art. 130 CPC)
┗De iniciativa provocada
┗O réu fiador ou devedor solidário, originariamente demandado, trará para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o 
afiançado ou os demais devedores solidários.
┗Ele ocorre quando o réu, em uma ação judicial, alega que um terceiro também deve ser incluído no processo como 
litisconsorte necessário, ou seja, como parte indispensável para a solução da controvérsia. O chamamento ao processo tem 
como finalidade principal evitar que o réu seja condenado a pagar uma dívida ou indenização, e posteriormente, tenha que 
buscar o ressarcimento desse valor do terceiro que também seria responsável. Assim, o réu solicita ao juiz que chame o 
terceiro para participar do processo e responder pela mesma demanda, de forma que a eventual condenação seja dividida 
entre ambos.
┗Por meio do chamamento, o réu traz ao processo outros réus, contra os quais o autor não demandou 
originariamente. Haverá um litisconsórcio passivo, cuja formação é ulterior, determinado pela manifestação do réu, que 
chama o devedor principal ou os codevedores solidários.
┗Os chamados entrarão no processo como litisconsórcio passivo. Em caso de procedência do pedido, todos serão 
condenados a pagar o autor
┗Hipóteses de cabimento (Art. 130 CPC)
chamamento feito pelo fiador demandado ao devedor principal
┗A fiança é um contrato por meio do qual alguém, que não é devedor, assume a responsabilidade pelo 
pagamento de uma dívida. Se ela não for paga, o fiador responde com seus bens perante o credor. Mas como a 
dívida não é dele, feito o pagamento terá direito de ser ressarcido pelo devedor. Por isso, sendo demandado 
poderá chamá-lo ao processo.
I.
Havendo mais de um fiador, aquele que for demandado sozinho chamar ao processo os demaisII.
Chamamento em caso de solidariedade
┗é admissível o chamamento ao processo de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de 
um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.
┗A solidariedade passiva caracteriza-se por atribuir ao credor a possibilidade de cobrar integralmente o 
crédito de qualquer dos devedores solidários, podendo demandar apenas um, mais de um ou todos. Se 
ajuizar a ação apenas em face de um ou alguns, os demais poderão ser chamados ao processo. Em caso 
de procedência, todos serão condenados, e o credor poderá requerer a penhora de bens de qualquer um 
deles, o que preserva o seu direito de escolher, entre todos, sobre qual deve recair a execução. Aquele que 
pagar integralmente a dívida sub-rogar-se-á nos direitos do credor, e poderá cobrar a quota-parte que seria 
devida pelos demais devedores solidários.
┗O devedor demandado não está obrigado a chamar ao processo todos os outros, podendo escolher mais 
um ou alguns. No entanto, os que forem chamados poderão, por sua vez, promover novo chamamento dos 
faltantes, pois, tal como ocorre com a denunciação da lide, há possibilidade de chamamentos sucessivos.
III.
┗Procedimento
┗O chamamento ao processo seja requerido pelo réu na contestação, devendo a citação ser promovida no prazo de 30 
dias, sob pena de ficar sem efeito. Com a citação do chamado, forma-se o litisconsórcio no polo passivo
┗Do Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (Art. 133 CPC)
┗Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos 
de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da 
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Art. 50 CC)
┗Desconsideração comum (Responsabilidade patrimonial pelas dívidas da empresa é estendida aos sócios)
┗Desconsideração inversa (Responsabilidade patrimonial pelas dívidas dos sócios é estendida a empresa)
┗Débito e responsabilidade
┗Débito (Schuld) - Tem o débito aquele que efetivamente contraiu a obrigação
┗Responsabilidade (Haftung) - Tem a responsabilidade aquele que responde judicialmente com seus bens pelo 
cumprimento da obrigação
┗Pressupõe que já esteja em curso ação ajuizada pelo credor em face do devedor, isto é, da pessoa jurídica. É nessa hipótese 
que haverá intervenção de terceiros, pois há um processo em curso do qual o sócio não participava e do qual passará a 
 Página 3 de Processo Civil I (Parte Geral) 
participar, caso a desconsideração seja deferida. A hipótese é de intervenção de terceiros provocada e não voluntária, já que
não será o sócio a requerer o seu ingresso, mas o credor ou o Ministério Público, nos casos em que intervenha a requerê-lo.
┗Procedimento
┗É cabível em todas as fases do processo
┗Pode ser instaurado pelas partes ou Ministério Público
┗Devem indicar os fundamentos de fato e de direito em que é fundado o pedido
┗Se o pedido for acolhido, o juiz determinará a suspensão do processo que ficará paralisado até a resolução do 
incidente, após isso, o processo retoma o seu curso
┗Instaurado o incidente, o juiz determinará a citação do sócio (na desconsideração direta) ou da pessoa jurídica (na 
inversa), para que se manifestem no prazo de 15 dias. O incidente assegura contraditório prévio, permitindo que o 
sócio ou a pessoa jurídica apresentem as suas alegações e procurem demonstrar que não estão presentes os 
requisitos da lei material para a desconsideração.
☠O autor poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica não como incidente, mas na própria petição inicial, 
caso em que não haverá intervenção de terceiros, pois o sócio (ou pessoa jurídica no caso da desconsideração inversa) 
será incluído como réu na petição inicial e figurará como parte, e não como terceiro interveniente.
┗AMICUS CURIAE (Art. 138 CPC)
┗Refere-se a uma figura que permite a participação de terceiros, que não são partes diretamente envolvidas em um processo 
judicial, mas que possuem interesse na causa e podem oferecer informações relevantes para auxiliar o tribunal na tomada de 
decisão. O amicus curiae é um especialista, uma organização não governamental, uma entidade da sociedade civil ou até 
mesmo um grupo de cidadãos que possuem conhecimento e expertise em uma determinada área relacionada à disputa legal 
em questão. Eles são convidados ou podem solicitar autorização para apresentar informações complementares, pareceres 
técnicos, opiniões ou argumentos adicionais ao tribunal.
┗A participação do amicus curiae tem o objetivo de trazer uma perspectiva mais ampla sobre o tema, fornecer informações 
especializadase apresentar pontos de vista alternativos que possam ajudar o tribunal a tomar uma decisão mais justa e 
informada. Eles não são partes no processo, mas atuam como colaboradores para contribuir com o debate jurídico.
┗O amicus curiae funciona como um auxiliar do juízo porque, nas causas de maior relevância ou de maior impacto, ou que 
possam ter repercussão social, permitirá que o Judiciário tenha melhores condições de decidir, levando em consideração 
a manifestação dele, que figura como porta-voz de interesses institucionais, e não apenas de interesses individuais das 
partes.
┗Requisitos
┗Poderá ter Amicus Curiae nas seguintes hipóteses:
A relevância da matériaI.
┗Repercussão geral das causas com relevância de cunho econômico, político, social ou jurídico
Especificidade do tema objeto da demandaII.
┗Possibilidade do objeto da demanda exija conhecimentos particulares ou específicos
Repercussão social da controvérsiaIII.
┗É necessário que a matéria tenha capacidade de repercutir na sociedade.
┗Requisitos para intervenção de terceiro
Que seja terceiroI.
Pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializadaII.
Representatividade adequada (Evidencie interesse institucional)III.
┗Procedimento
┗Pode ser determinada de ofício, requerida pelas partes ou pelo próprio terceiro
┗Deferida decisão irrecorrível, terceiro terá prazo de 15 dias para manifestar-se
┗A participação do amicus curiae consistirá basicamente em emitir uma manifestação, opinar sobre a 
matéria que é objeto do processo em que ele foi admitido.
QUADRO
TIPOS DE 
INTERVEN
ÇÃO
ASSISTÊNCIA INCIDENTE DE 
DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
AMICUS CURIAE DENUNCIAÇÃO DA LIDE CHAMAMENTO AO 
PROCESSO
QUEM 
PODE 
REQUERE
R
A simples, o terceiro que tenha 
interesse jurídico na causa. A 
litisconsorcial, o substituído 
processual.
Deve ser requerida pela parte ou 
pelo Ministério Público. O 
requerimento é feito pelo credor 
que queira estender a 
responsabilidade patrimonial a 
sócio, no caso de 
desconsideração direta ou 
pessoa jurídica, no caso da 
inversa.
A terceiro que, não sendo 
titular de interesse próprio, 
discutido no processo, mas 
seja portador de um interesse 
institucional, poderá 
manifestar-se, trazendo ao 
julgador informações relativas 
á questão jurídica discutida, 
no sentido de se aprimorar 
o julgamento.
O autor e o réu que tenham direito de 
regresso e que o queiram exercer no 
mesmo processo.
O réu fiador ou devedor solidário.
A 
INICIATIVA 
DA 
INTERVEN
ÇÃO
É sempre do terceiro, que 
espontaneamente requer o seu 
ingresso em processo alheio.
Forma de intervenção de 
terceiros provocada.
Pode ser determinada de 
ofício pelo juiz, requerida por 
qualquer das partes, ou de 
terminada a pedido do próprio 
terceiro.
Intervenção provocada pelo autor ou 
pelo réu.
Intervenção provocada pelo réu.
 Página 4 de Processo Civil I (Parte Geral) 
CABIMENT
O
Há duas formas de assistência: a 
simples e a litisconsorcial. A 
primeira cabe quando o terceiro 
tem relação jurídica com uma das 
partes, distinta daquela que está 
sendo discutida, mas que poderá 
ser afetada pela
decisão. Em suma, quando o 
terceiro tem interesse jurídico. A 
litisconsorcial cabe quando há 
legitimidade extraordinária, pois 
quem pode
figurar como tal é
o substituído.
Tem natureza de ação incidente, 
embora a lei se refira a ele como 
incidente. Cabe em qualquer fase 
do processo de conhecimento, no
cumprimento de sentença ou 
em execução por título 
extrajudicial quando, preenchidas 
as exigências do direito material, 
a parte ou o Ministério Público 
quiserem estender a 
responsabilidade patrimonial por 
dívida a sócio ou pessoa jurídico 
em decorrência do uso abusivo 
de pessoa jurídico para prejudicar 
credores.
Cabe em razão da relevância 
da matéria discutida, da 
especificidade do tema objeto 
da demanda ou da 
repercussão social da
controvérsia, quando se 
queira aprimora o 
julgamento, colhendo 
manifestação de portador de 
interesse institucional, com 
representatividade adequada.
Tem natureza da ação e serve para o 
exercício do direito de regresso, 
nos casos de risco de evicção e 
quando houver direito de regresso 
decorrente de lei ou de contrato.
Cabe quando o credor demanda 
apenas o fiador, que chama ao 
processo o devedor principal; ou 
apena um deles, que chamará 
ao processo os demais; ou um dos 
devedores solidários, que fará o 
chamamento dos restantes. Cabe, 
ainda, na hipótese do art. 1.698 do 
Código Civil, em que o devedor de 
alimentos pode acionar os 
coobrigados ou devedores 
imediatos.
EFEITOS O assistente simples que for 
admitido será atingido pela justiça 
da decisão, salvo se ingressar em 
fase tão avançada ou tiver
a sua atuação de tal forma
cerceada, que não puder influir
no resultado. Aquele que pode 
intervir como assistente 
litisconsorcial será atingido pela 
coisa julgada, intervindo ou não.
Acolhido o incidente,
haverá a possibilidade
de, na execução, ser
atingida a esfera
patrimonial do sócio
ou da pessoa jurídica,
a quem foi estendida a
responsabilidade.
O amicus curiae emitirá uma 
manifestação ou opinará a 
respeito da questão jurídica 
posta em juízo e da 
repercussão sobre o interesse 
institucional de que ele é 
portador para que o julgador 
tenha mais elementos sobre o 
tema no momento de julgar.
Se a denunciação da lide é feita pelo 
réu, em caso de procedência, cumprirá 
ao juiz verificar se ele tinha ou não 
direito de regresso em face do 
denunciado. Mas, em caso de 
improcedência, a denunciação ficará 
prejudicada e deverá ser extinta sem 
resolução de mérito. Se requerida pelo
autor, caso a ação principal seja 
procedente, a denunciação ficará 
prejudicada.
Em caso de procedência, chamante 
e chamado serão condenados. Na 
fase executiva, o credor poderá 
cobrar de qualquer um deles, salvo 
se se tratar de fiador com benefício 
de ordem, que pode exigir primeiro a 
excussão de bens do devedor 
principal. O que pagar integralmente 
a dívida, subroga-se nos direitos do 
credor.
PARTICUL
ARIDADES
O assistente simples não é titular 
da relação discutida em juízo, mas 
de uma relação com
ela interligada. Por isso, não tem os 
mesmos poderes que a
parte, já que esta pode vetar os 
atos do assistente que não lhe 
convenham. Já o assistente 
litisconsorcial é verdadeiro 
litisconsorte
facultativo unitário ulterior, tendo os 
mesmos poderes que o
litisconsorte unitário. Apenas passa 
a integrar o processo na fase em 
que se encontra quando do seu 
ingresso.
Não pode haver confusão entre o 
objeto da ação e o objeto do 
pedido de desconsideração. As 
pretensões são distintas. O 
acolhimento da desconsideração 
não transforma o sócio ou a 
pessoa jurídica em codevedores, 
mas apenas estende a eles a 
responsabilidade patrimonial, o 
que significa que, se na fase de 
execução, não forem encontrados 
bens do devedor para fazer frente 
ao débito, o juiz poderá autorizar 
a penhora de bens do
sócio ou da empresa 
responsabilizada.
É forma de intervenção de 
terceiros muito particular, 
porque o terceiro não figurará 
como parte nem como auxiliar 
da parte, mas como auxiliar 
do juízo. Por isso, sua 
intervenção fica limitada à 
emissão de manifestação ou 
opinião sobre determinada 
questão jurídica que lhe é 
apresentada.
Tem predominado o entendimento de 
que não cabe a denunciação da lide 
quando ela introduza um fundamento 
fático novo, que exija a produção de 
provas que não seriam necessárias 
sem a denunciação. Afinal, ela não 
pode prejudicar o adversário do 
denunciante, a quem o direito de 
regresso não diz respeito. Por isso, 
tem-se indeferido a denunciação da 
Fazenda ao funcionário público, 
quando aquela estiver
fundada em responsabilidade e objetiva 
e esta apontar culpa do funcionário, 
que exija provas.
Havia importante controvérsia a 
respeito da posição dos chamados 
ao processo, pois há corrente 
doutrinária que sustentaque
eles não figurariam como 
litisconsortes,
mas formariam uma nova relação, 
desta
feita entre os chamantes e os 
chamados. Tal corrente, conquanto
respeitável, não foi acolhida pelo 
nosso ordenamento jurídico, tendo 
em vista o art.
131, que estabelece que os 
chamados
Serão litisconsortes do chamante
PROCEDI
MENTO
A assistência pode ser
requerida em qualquer fase de 
processo e grau de jurisdição, mas 
o assistente tomará o processo no 
estado em que se encontra. O juiz 
ouvirá as partes e se houver 
impugnação, no prazo de quinze 
dias, decidirá o incidente, sem 
suspensão do processo.
A desconsideração pode ser 
requerida já na inicial. Mas nesse 
caso não haverá intervenção de 
terceiro, mas ação contra o sócio 
ou pessoa jurídica, para que o 
juiz lhes reconheça a 
responsabilidade. Quando se 
tratar de intervenção, o sócio ou 
pessoa jurídica deverá ser citado, 
para manifestar-se e requerer as 
provas cabíveis no prazo de 15 
dias. O juiz colherá as provas que 
entender necessárias e decidirá o 
incidente. Contra a decisão cabe 
agravo de instrumento.
O juiz de ofício ou a 
requerimento das partes ou 
do terceiro admitirá a 
intervenção por decisão 
irrecorrível e intimará o 
amicus curiae a manifestar-
se, definindo os seus poderes. 
O amicus curiae não pode 
recorrer, exceto para opor 
embargos de declaração, ou
contra decisão que julgar 
incidente de resolução de 
emandas repetitivas.
Feita pelo réu, deve ser apresentada no 
prazo de contestação. O juiz mandará 
citar o denunciado que poderá 
apresentar contestação. Formar-se-á 
um litisconsórcio em face da parte 
contrária (embora exista corrente que 
defenda a existência de assistência 
simples). Ao final, será proferida 
sentença conjunta. Se for feita pelo 
autor, deve ser requerida na inicial. O 
juiz mandará citar o denunciado, que 
poderá acrescentar novos argumentos 
à inicial (pedido principal) e contestar a 
denunciação.
É sempre requerido pelo réu, no 
prazo de resposta, entre o chamante 
e os chamados, formar-se um 
litisconsórcio facultativo simples. O 
chamamento não é obrigatório e o 
réu que não o fizer poderá cobrar o 
que lhe é devido em ação 
autônoma. No entanto, sem o 
chamamento, o fiador perde o 
benefício de ordem.
 Página 5 de Processo Civil I (Parte Geral)

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