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Tópico 1 – INTRODUÇÃO
Olá alunos, seja bem vindo! A disciplina que estudaremos será Higiene e Segurança do Trabalho. Ela compreende normas e procedimentos adequados para proteger a integridade física e mental do trabalhador, preservando o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. Nesse material você encontrará os fundamentos Apresentar dados por diversos autores e estudiosos da área.
Tudo com o objetivo de discorrer sobre algumas das preocupações acerca do diagnóstico e prevenção de possíveis doenças ocupacionais. Faremos reflexões sobre conceitos, principais, condições sanitárias e de conforto, segurança em locais confinados e em ambientes industriais, ações preventivas e higiene dos alimentos como fator de segurança do trabalho, sistema de gerenciamento ambiental, resíduos sólidos e sustentabilidade. Poluição no ambiente de trabalho.
São esses os temas abordados e que, devidamente subdivididos, o auxiliarão no decorrer dessa jornada rumo ao conhecimento. Esperamos que tire o máximo proveito das reflexões. Proposta. Bons estudos.
A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para proteger a integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerente às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
Neste conteúdo veremos ações importantes para o cuidado em ambiente confinados, em indústrias e tópicos sobre sustentabilidade e gerenciamento ambiental.
Preste bastante atenção aos tópicos a seguir para que você desfrute ao máximo dos conteúdos propostos. Bons estudos!
Tópico 2 – DESAFIO
Figura 1 - EPI
Grupo Med Net
 
Conforme Norma Regulamentadora 12 (NR-12)
1.1 A capacitação de operadores de máquinas automotrizes ou autopropelidas, deve ser constituída das etapas teórica e prática e possuir o conteúdo programático mínimo descrito nas alíneas do item 1 deste Anexo e ainda:
a) noções sobre legislação de trânsito e de legislação de segurança e saúde no trabalho;
b) noções sobre acidentes e doenças decorrentes da exposição aos riscos existentes na máquina, equipamentos e implementos;
c) medidas de controle dos riscos: Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs e Equipamentos de Proteção Individual - EPIs;
d) operação com segurança da máquina ou equipamento;
e) inspeção, regulagem e manutenção com segurança;
f) sinalização de segurança;
g) procedimentos em situação de emergência; e
h) noções sobre prestação de primeiros socorros. (BRASIL, 2019, documento eletrônico)
Imagine que você é o responsável pela Higiene do Trabalho na empresa RIBILGOM CONSTRUTORA LDTA e percebe que os colaboradores não estão utilizando os Equipamentos de Proteção Individual durante o trabalho. Ao buscar maiores informações você descobre que não há EPI para todos utilizarem.
De que modos você pode resolver estes dois problemas? Pense sobre o assunto e elabore um plano de ação para a resolução.
Quando os trabalhadores não estão utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e não há equipamentos suficientes para todos, é importante tomar medidas para garantir a segurança e o bem-estar dos funcionários. Aqui estão algumas sugestões de ações que podem ser tomadas nessa situação:
1. Comunique o problema: Informe imediatamente a situação às autoridades competentes dentro da empresa, como o setor de Recursos Humanos, o supervisor ou o responsável pela segurança no trabalho. Descreva claramente a falta de EPIs e a necessidade de fornecê-los adequadamente aos funcionários.
2. Conheça a legislação: Familiarize-se com as leis e regulamentos de segurança e saúde ocupacional do seu país. Essas leis geralmente exigem que os empregadores forneçam EPIs adequados aos funcionários, para garantir sua proteção.
3. Eduque os trabalhadores: Realize treinamentos de conscientização sobre a importância do uso de EPIs e os riscos associados à falta de proteção. Explique os benefícios dos equipamentos e como eles podem prevenir acidentes e lesões.
4. Estabeleça um sistema de controle: Implemente um sistema para monitorar o uso adequado de EPIs. Isso pode incluir a criação de registros de distribuição de equipamentos, verificações regulares e inspeções no local de trabalho.
5. Identifique prioridades: Avalie os riscos e priorize a distribuição dos EPIs disponíveis aos funcionários que estão expostos a perigos mais imediatos. Identifique as funções e atividades que representam maiores riscos e forneça os equipamentos necessários a esses trabalhadores em primeiro lugar.
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Tópico 3 – INFOGRÁFICO
Figura 2 - Infográfico
Segurança do Trabalho
CLIQUE AQUI PARA LER A DESCRIÇÃO DO INFOGRÁFICO 
Descrição da imagem: Ao centro da imagem, vemos um círculo com a palavra Higiene do Trabalho e ramificações ligadas a esse círculo com as áreas do saber que consta no texto do infográfico.
Texto do infográfico: A higiene do trabalho atua em conjunto com vários campos do saber
Psicologia;
Sociologia;
Toxicologia;
Medicina do Trabalho;
Engenharia;
Direito;
Ergonomia;
Meio ambiente e sustentabilidade.
Fonte: Segurança do Trabalho
Tópico 4 – CONCEITOS DE HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO
Figura 3 - Higiene do trabalho
Clinimed
Descrição da imagem: há dois funcionários utilizando equipamentos de proteção individual, cada um segura uma prancheta em suas mãos.
 
A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças ocupacionais, a partir do estudo e do controle do homem e seu ambiente de trabalho. Ela tem caráter preventivo por promover a saúde e o conforto do funcionário, evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho.
Envolve, também, estudo e controle das condições de trabalho. Já a segurança do trabalhador durante o desenvolvimento de suas atividades necessita, principalmente, de medidas por parte das empresas, que visem o treinamento e a conscientização dos mesmos.
É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o valor humano.
Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a higiene e a segurança do trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando os colaboradores percebem o fato de serem valorizados, reconhecidos, isso os torna mais motivados para o trabalho.
Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas características de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a agentes físicos, químicos, biológicos, situações de deficiência ergonômica ou riscos de acidentes, podem comprometer o trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.
É importante salientar que a presença de produtos ou agentes nocivos nos locais de trabalho não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde. Isso vai depender da combinação ou inter-relação de diversos fatores, como a concentração e a forma do contaminante no ambiente de trabalho, o nível de toxicidade e o tempo de exposição da pessoa. Entretanto, na visão da prevenção, não existem micro ou pequenos riscos, o que existem são micro ou pequenas empresas.
Desta forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os trabalhadores.
Condições Sanitárias e de Conforto (NR-24)
Abrangência:
Condições mínimas de higiene, conforto e acessibilidade aplicáveis a instalações sanitárias, vestiários, locais de refeição, cozinhas, alojamentos, fornecimento de água potável, uniformes e vestimentas de trabalho, trabalhos externos e centros comerciais, inclusive em locais adaptados para moradia e alojamento de trabalhadores;
Aplicável a todos os trabalhadores, próprios, terceirizados ou prestadores de serviço, no estabelecimento, devendo os dimensionamentos serem efetuados com base neste contingente;
Aplicável aos casos em que não houver norma específica estabelecendo condiçõesmínimas de higiene, conforto e acessibilidade.
Instalações Sanitárias:
Proporção mínima de 1 conjunto de instalações sanitárias para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, por sexo considerando o efetivo do turno de trabalho com maior número de trabalhadores;
Instalações sanitárias devem estar situadas a no máximo 50 m dos postos de trabalho administrativos e similares e no máximo a 100 m dos postos de trabalho de atividade industrial;
Cada bacia sanitária deve dispor de: papel higiênico branco, papeleira e recipiente coletor de papéis servidos com tampa de acionamento sem uso das mãos;
Exigência de chuveiros para atividades e funções administrativas ou similares é de um chuveiro para cada grupo de 40 trabalhadores ou fração;
Exigência de varal para secagem das toalhas usadas pelos trabalhadores com capacidade para atender todos os usuários do turno.
Vestiários:
Área mínima de 1,50 m² por trabalhador, considerando o efetivo do turno de trabalho com maior número de trabalhadores;
Devem dispor de armários individualizados para cada um dos trabalhadores, sem o compartilhamento por turno;
Nas atividades e funções com exposição a material infectante, substancias tóxicas, irritantes, alergizantes ou que provoquem sujidade, devem ser disponibilizados dois armários de um compartimento ou armários duplos, com dimensões mínimas previstas na norma;
Deve ser garantido o fornecimento de escaninho, gaveta, armário ou similar para a guarda individual de pertences pessoais de todos os trabalhadores, que permita o trancamento, inclusive nas empresas desobrigadas de manter vestiário.
Ambientes para Refeições:
Permitida a divisão dos trabalhadores de cada turno em até 3 grupos para a tomada de refeições;
Intervalo para refeições deve buscar dividir a jornada em dois períodos semelhantes, respeitados os usos e costumes locais de horário para a tomada de refeições;
Refeitório deve estar a uma distância que garanta que no máximo 20% do tempo de intervalo sejam destinados aos deslocamentos;
Nos estabelecimentos em que laborem mais de 30 trabalhadores, devem ser asseguradas condições suficientes de conforto para a ocasião das refeições, com requisitos mínimos previstos na norma.
Cozinha:
Nos estabelecimentos dotados de cozinhas, o empregador deve adotar todas as medidas para garantir a higiene e a qualidade da alimentação produzida, de acordo com a RDC N° 216/2004 da ANVISA - Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação e outras regulamentações da ANVISA pertinentes e suas alterações;
Trabalhadores que laboram na cozinha devem utilizar uniformes diariamente higienizados pela empresa, utilizar os cabelos presos por redes, toucas ou similares e outros equipamentos de segurança e higiene necessários à atividade.
Alojamentos:
Locais para moradia temporária de trabalhadores e destinados no mínimo para repouso, guarda de pertences, convivência, lazer, higiene pessoal, lavanderia e refeições;
Obrigatória a oferta de alojamentos para todos os trabalhadores, quando não for possível o retorno diário do trabalhador à sua residência
Trabalhadores alojados no mesmo quarto devem pertencer ao mesmo turno de trabalho;
Devem possuir capacidade máxima de 100 trabalhadores por dormitório e no máximo 4 trabalhadores por quarto; boas condições de segurança patrimonial; mínimo de uma tomada elétrica por trabalhador alojado; proporção de 1 instalação sanitária completa para cada 10 trabalhadores alojados;
Devem dispor de locais de lazer dos trabalhadores, que atendam a todos os alojados, devendo ser parte integrante do alojamento ou estar localizado a uma distância máxima de 50 metros.
Água Potável:
Em todos os locais de trabalho e de alojamento de trabalhadores deve ser fornecida aos trabalhadores água potável, filtrada e refrigerada, em condições higiênicas e em quantidade suficiente para atender às necessidades individuais e da atividade;
Fornecimento de água deve ser feito por meio de bebedouros na proporção de um para cada grupo de 50 trabalhadores ou fração, ou outro sistema que ofereça as mesmas condições - devem estar localizados a no máximo 50 m dos postos de trabalho;
Devem ser instalados no mínimo 50% de bebedouros acessíveis, por pavimento, conforme normas técnicas de acessibilidade da ABNT;
Nas frentes de trabalho deve ser garantido o fornecimento de recipientes térmicos em bom estado de conservação que garantam água refrigerada e em quantidade suficiente.
Uniformes de Trabalho:
Toda peça ou conjunto de peças do vestuário destinado à padronização visual ou promoção de marca cujo uso é exigido pelo empregador, não considerado Equipamento de Proteção Individual - EPI nem vestimenta de trabalho;
Empregador deve fornecer gratuitamente os uniformes de trabalho, quando seu uso for exigido;
Empregador deve fornecer peças que sejam confeccionadas com material adequado, visando o conforto necessário à atividade desenvolvida pelo trabalhador; substituir as peças conforme sua vida útil ou sempre que danificadas; garantir que o uniforme ou adorno, eventualmente a ele acrescido, com fins promocionais não cause constrangimento ao trabalhador ou riscos adicionais; fornecer no mínimo 2 conjuntos completos ou maior quantidade quando a atividade assim exigir; fornecer peças de uso individual adaptados às características antropométricas do trabalhador.
Vestimentas de Trabalho:
Toda peça ou conjunto de peças do vestuário, diferente das roupas pessoais e comuns dos trabalhadores, destinadas a atender as exigências de determinadas atividades ou condições de trabalho, não considerada como EPI nem uniforme;
Define situações em que a vestimenta de trabalho deve ser fornecida pelo empregador;
Uso de vestimenta não substitui a necessidade de uso do EPI, podendo ser seu uso conjugado ao uso da vestimenta.
Cabe ao empregador:
a. Fornecer peças que sejam confeccionadas com material adequado, visando o conforto necessário à atividade desenvolvida pelo trabalhador;
b. Substituir as peças conforme sua vida útil ou sempre que danificadas;
c. Garantir que a vestimenta não cause constrangimento ao trabalhador ou riscos adicionais;
d. Fornecer no mínimo 2 conjuntos completos ou maior quantidade quando a atividade assim exigir;
e. Fornecer peças de uso individual adaptados às características antropométricas do trabalhador;
f. Responsabilizar-se pela higienização com periodicidade necessária ou conforme outros dispositivos legais.
Centros Comerciais:
Manter instalações sanitárias de uso exclusivo dos trabalhadores das lojas e serviços separados por sexo, na proporção de um conjunto completo de instalações sanitárias para cada 40 trabalhadores considerado o turno com maior número de trabalhadores;
Manter vestiários que atendam a todos os trabalhadores de lojas e serviços que necessitem trocar de roupa ou usar vestimenta de trabalho;
Manter refeitório que atenda a todos os trabalhadores de lojas e serviços, incluindo trabalhadores de alimentação, que atenda a 1:3 dos trabalhadores do turno com maior número de trabalhadores;
Instalações ofertadas aos trabalhadores de lojas e serviços não afastam a necessidade de cumprimento desta norma para os funcionários próprios e terceirizados da administração do centro comercial;
São solidários no cumprimento desta norma as lojas e serviços em centros comerciais e a administração do centro comercial.
Trabalho Externo:
Garantia de acessos às instalações sanitárias, vestiários, locais para refeição nas dependências dos clientes pessoas jurídicas sem distinção dos trabalhadores;
No trabalho externo preponderantemente em logradouro público, deverá ser garantido pelo empregador o acesso do trabalhador a:
a. Instalações sanitárias compostas de bacia sanitária e lavatório para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração;
b. Local para refeição protegido contra intempéries e em boas condições, que atenda a todos os trabalhadores ou prover meio de custeio para alimentação em estabelecimentos comerciais quando for possível;
Quando o trabalhador traz a própria alimentação, a empresa deve garantir condições de conservaçãoe higiene adequadas, equipamento seguro para aquecimento das refeições e dispositivos térmicos para conservação dos alimentos compatível com o equipamento para aquecimento das refeições;
Em trabalhos externos de grupos com menos de 20 trabalhadores, poderá haver convênio com estabelecimentos nas proximidades, garantido o transporte de todos os trabalhadores até o local;
Uso de instalações sanitárias em trabalhos externos não pode ser oneroso para o trabalhador.
Tópico 5 – SEGURANÇA EM LOCAIS CONFINADOS
Figura 4 - Local confinado
Previnsa
Descrição da imagem: há um profissional entrando em uma espécie de túnel.
 
Todos os anos acontecem centenas de acidentes em espaços confinados – em esgotos, galerias, escavações e outros tantos. Grande parte destes acidentes resulta em morte, eles tendem a acontecer rapidamente e, como a grande maioria dos acidentes, sem qualquer aviso. É disso que trata a NR 33 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Mas o que são espaços confinados? Consultando o item 33.1.2 da NR 33 temos a definição: “…qualquer área com ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.” Trocando em miúdos: difícil de entrar, difícil de sair, com riscos relativos à presença de contaminantes ou concentrações alteradas de oxigênio.
Os ambientes classificados como “espaço confinado” são perigosos por diversos motivos, mas um dos principais é a notória falta de informação e treinamento. Os trabalhadores que prestam serviços nestes ambientes muitas vezes não sabem o porquê do espaço confinado ser um ambiente tão perigoso - simplesmente desconhecem o risco.
Além disso, ao conviverem diariamente com os riscos que eles já conhecem, os trabalhadores tendem a menosprezá-los - acreditam que as tragédias nunca acontecerão com eles. Isso é extremamente comum nas mais diversas situações - e não está limitado ao trabalho em espaços confinados.
Acontece que, a partir do momento que você menospreza os riscos, tende a não tomar as devidas precauções, deixando de seguir todos os procedimentos de segurança que são necessários. Quando isso acontece, acidentes irão acontecer.
Os espaços confinados podem ter diversos tamanhos e formatos, mas muitos dos riscos presentes são invariavelmente similares. Alguns fatores de risco fazem-se presentes em grande parte destes ambientes, e podem ser então considerados riscos comuns nas atividades realizadas nestes espaços.
Baixa Concentração de Oxigênio
Normalmente o ar atmosférico contém uma concentração de 21% de oxigênio, gás que é necessário para a manutenção da vida humana. Alguns espaços confinados têm esta concentração de 21% de oxigênio, outros não. Invisível, o oxigênio pode ter sua concentração reduzida nos espaços confinados devido a coisas simples como a formação de ferrugem ou o crescimento de bactérias e lodo.
Outros gases podem ainda adentrar no espaço confinado e ocupar o espaço do oxigênio, efetivamente reduzindo sua concentração no ambiente. Ainda, operações como soldagem também consomem o oxigênio disponível.
ATENÇÃO
Se a concentração de oxigênio presente no ambiente for reduzida para 12% a 16%, os trabalhadores apresentarão sintomas como aceleração cardíaca e respiratória, dificuldades de raciocínio – prejudicando sua capacidade de tomar decisões -, e redução na coordenação motora. Por si só, isso já poderia ser considerado um grande risco.
Se a concentração de oxigênio no ambiente estiver entre 6% e 10% – ou menos –, os trabalhadores sofrerão de náuseas, vômitos ou a perda da consciência, e posteriormente virão a falecer.
A deficiência de oxigênio é especialmente perigosa, porque pode causar sonolência ou euforia, que impedem que o trabalhador perceba o perigo e faça as decisões corretas a tempo de escapar. Em situações de emergência, o trabalhador – já com dificuldades de raciocínio e de coordenação motora - não é capaz de agir a tempo de salvar sua própria vida.
Monóxido de Carbono, Sulfeto de Hidrogênio e Outros Gases Tóxicos
O monóxido de carbono e o sulfeto de hidrogênio são dois dos gases mais letais que podem estar presentes nos espaços confinados.
Sulfeto de Hidrogênio - assim como outros gases tóxicos - pode ter diversas fontes, incluindo esgotos, matéria em decomposição, vazamentos ou descartes de químicos, ou como subproduto de processos industriais diversos.
O Monóxido de Carbono é incolor e inodoro, e é produzido através da queima incompleta de qualquer material que contenha carbono em sua composição, como gasolina, madeira, gás natural e propano, e pode ser letal em concentrações muito pequenas, de 1% ou menos.
O sulfeto de hidrogênio é invisível e tem forte odor de ovos podres, mas em concentrações muito altas ele pode simplesmente “destruir” o seu olfato, tornando-se imperceptível. A exposição a concentrações elevadas de sulfeto de hidrogênio pode levar à morte em poucos segundos.
Alguns dos diversos gases, a exemplo do metano, são extremamente inflamáveis. Uma única faísca nestes ambientes é capaz de explodir todo o ambiente, junto de todos os trabalhadores presentes.
Existem inúmeros outros contaminantes que podem estar presentes nos espaços confinados - eles podem ser subprodutos de atividades anteriores nestes espaços, como soldagens ou pinturas, podem ser gerados durante a decomposição de materiais estocados, ou podem simplesmente ter entrado no ambiente e ali permanecido. Mas o que todos eles têm em comum, é a facilidade de atingirem concentrações perigosíssimas (muitas vezes letais) dentro dos espaços confinados, devido à ventilação insuficiente.
Existem tantas fontes possíveis para os diversos gases tóxicos, que é literalmente impossível prever a situação de segurança da atmosfera dos ambientes confinados sem a realização de testes.
Como Prevenir Acidentes em Espaços Confinados
O que pode ser feito para evitar que estes acidentes de trabalho ocorram? Na verdade é bastante simples: basta que os procedimentos de segurança sejam definidos corretamente, sejam seguidos sempre à risca, e que todos os trabalhadores recebam o devido treinamento para trabalho em espaços confinados - conforme preconizado pela NR 33.
Podemos citar alguns dos procedimentos padrões que devem ser seguidos para o trabalho em espaços confinados - tenha em mente que os procedimentos serão muito mais detalhados, de acordo com todas as exigências da NR 33 e a realidade de cada espaço confinado:
Avalie a atmosfera antes de entrar no espaço confinado. É essencial que as medições sejam realizadas em vários níveis do ambiente - pois diferentes profundidades conterão diferentes concentrações de gases, devido a diferença de densidade de cada um deles - gases mais leves, acumulam-se na área superior, os mais pesados na área inferior, e os que possuem densidade próxima à do ar atmosférico, encontram-se distribuídos em todos os níveis de profundidade. As avaliações devem ser realizadas antes de qualquer trabalhador entrar no espaço confinado;
Monitore continuamente a atmosferaonde as atividades estiverem sendo desempenhadas, verificando se as condições de permanência e acesso ao espaço confinado são seguras;
Mantenha a segurança da atmosfera no espaço confinado aceitável, realizando a ventilação do ambiente, e monitorando-a com equipamentos adequados e certificados. Mantenha a ventilação, e demais procedimentos que verifiquem-se necessários durante toda a execução dos serviços, garantindo a segurança dos colaboradores.
Se for verificada uma Atmosfera IPVS - Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde, o trabalhador só poderá entrar no espaço confinado utilizando respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape, ou máscara autônoma de demanda com pressão positiva. Vale lembrar que se for realizada a inertização da atmosfera (geralmente com Nitrogênio), a atmosfera será IPVS devido à baixa concentração de oxigênio.
Nunca use o insuflador como um exaustor, sugando os gasestóxicos para fora. Ao fazê-lo, você pode continuamente puxar outros gases tóxicos de outras regiões do espaço confinado para a área em que serão realizados os serviços. O insuflador precisa injetar ar fresco dentro do ambiente, e a insuflação garantirá a inserção contínua de ar fresco, prevenindo contra o acúmulo de outros gases;
Use equipamentos de segurançasempre em perfeito estado de conservação e uso nos trabalhos em espaços confinados, e sempre utilize-os somente para o fim que foram projetados. Isso vale para todos equipamentos, como cintos de segurança, equipamentos de proteção respiratória, equipamentos de comunicação, e outros;
Capacite todos os trabalhadores:todos os trabalhadores que estarão envolvidos nas atividades em espaços confinados, seja durante as medições até o fim dos trabalhos, seja realizando as tarefas do Vigia, Supervisor de Entrada, ou simplesmente trabalhador autorizado, precisam ser adequadamente capacitados para tal. As capacitações devem obedecer o constante na NR 33, do item 33.3.5.3 ao item 33.3.5.8.1. Vale lembrar que o treinamento dos Supervisores de Entrada é mais específico e aprofundado, possuindo carga horária mínima de 40 horas;
Siga todos os procedimentos:durante a realização dos trabalhos em espaços confinados, certifique-se de seguir todos os procedimentos de segurança presentes na NR 33. A norma não existe para punir empresários, existe para proteger os trabalhadores;
Atenção especial ao item 33.3.3.2 da NR 33:complementando a norma regulamentadora 33, os trabalhos nos espaços confinados devem observar o disposto nos atos normativos NBR 14787 - Espaço Confinado - Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção; e NBR 14606 - Postos de Serviço - Entrada em Espaço Confinado, assim como as suas alterações posteriores.
Segurança em Ambientes Industriais
Visando reduzir os riscos de acidentes em ambientes industriais, o Ministério do Trabalho estabeleceu uma série de normas regulamentadoras de segurança e requisitos obrigatórios para garantir a proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores.
Entre as normas mais significativas estão a NR-10 e a NR-12: a primeira se ocupa das diretrizes para instalações elétricas em suas etapas de projeto, engenharia, montagem, operação e manutenção; enquanto a segunda define os procedimentos indispensáveis aos ambientes que comportam máquinas, equipamentos, operações e dispositivos de partida e parada.
Em um mundo onde a eletricidade é o combustível para a maioria das máquinas, faz-se necessária a contínua otimização e expansão das instalações elétricas, bem como a capacitação da mão de obra para serviços que dependem da eletricidade.
Partindo dessa premissa, o Ministério do Trabalho e Emprego por meio da Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 estabeleceu a norma regulamentadora de nº 10 que, mais tarde, foi reeditada pela Portaria nº 598, de 07 de dezembro de 2004.
O principal propósito da NR-10 é resguardar a segurança dos profissionais que trabalham direta ou indiretamente com instalações elétricas. Para tanto, a norma determina diretrizes de controle e prevenção que englobam todo o processo de transformação da energia elétrica, a incluir geração, distribuição, consumo e manutenção. Abrange-se ainda a seguridade dos serviços de eletricidade e/ou que demandam essa fonte de energia.
A norma sanciona, por exemplo, que as instalações elétricas em ambientes laborais deverão ser compatíveis com as atividades exercidas, características da indústria e equipamentos de operação. Em suma, as medidas de segurança e os componentes da instalação devem ser definidos conforme fatores externos, tais como: proximidade à água ou umidade; existência de corpos sólidos; frequência de circulação de pessoas no local; grau de condutibilidade dos materiais processados ou armazenados; entre outros aspectos que possam influenciar significativamente o risco de acidentes elétricos.
A norma dispõe ainda de diretrizes de trabalho qualificado, estabelecendo que apenas profissionais habilitados por meio de cursos e treinamentos poderão exercer atividades relacionadas à eletricidade. A indústria também deverá cumprir regras que incluem o fornecimento de materiais de segurança e uniformes especiais para o trabalho.
É pertinente ressaltar que, para garantir um projeto de eletricidade industrial completamente fiel aos princípios da NR-10, é essencial contar com máquinas “inteligentes”, que conseguem antecipar riscos e prevenir acidentes de forma autônoma. Ao trabalhar com maquinários e sistemas automatizados, é possível proteger profissionais de situações perigosas como choques ou incêndios, além de prevenir danos elétricos em equipamentos.
A História da NR 12 e seus Objetivos
Estabelecida pela Portaria 3214, de 08 de junho de 1978, a NR-12 foi revisada pela primeira vez em 1983. Em 1994, a norma ganhou uma breve extensão relacionada a motosserras e, em 1996, um novo anexo de cilindros de massas.
Em 2010, porém, a norma foi completamente alterada com o propósito de acrescentar novos tipos e modelos de máquinas, além de medidas de proteção que começam na concepção do equipamento. Com diretrizes modernas e alinhadas à globalização, a atual NR-12 consegue proteger todos os envolvidos no processo de fabricação, compra e operação de máquinas.
Outras mudanças ocorreram após o ano de 2010 e em 2017 essa norma ficou mais branda e as empresas agora possuem um tempo para adequar as suas máquinas e equipamentos antes de serem multadas. No entanto, vale alertar que por se tratar de um serviço que exige planejamento (até mesmo com paradas de linha) é imprescindível a elaboração de um cronograma para atender todas as especificações exigidas pela Norma no prazo estipulado pelo Ministério do Trabalho.
O objetivo máximo da NR-12 é assegurar critérios de proteção de máquinas, equipamentos e áreas operacionais com tráfego de pessoas. Também é de sua competência regular as questões técnicas relacionadas a dispositivos dinâmicos de acionamento e desligamento. Prioritariamente, a norma exige a adoção de medidas de: proteção coletiva; organização do trabalho e proteção individual.
Todos os princípios da NR-12 contemplam medidas para garantir ambientes industriais salubres, capazes de prevenir acidentes e doenças laborais. Na prática, trata-se de proteger os operadores de riscos que possam ter consequências graves como esmagamento, amputação, queimaduras ou intoxicação.
Outro ponto relevante da NR-12 é que ela estimula a adesão de tecnologias mais avançadas de monitoramento, que funcionam a partir de sistemas automatizados de sensores e redes de comunicação industrial. O resultado são autênticas “fábricas inteligentes”, que aumentam não só a segurança das equipes humanas, mas também sua produtividade.
Indústrias que ainda possuem maquinários irregulares podem adequar todo o seu parque operacional às normas regulamentadoras. Para tanto, basta contar com o suporte de uma empresa de automação industrial, que ficará responsável pela “arquitetura” e implementação dos novos projetos de máquinas e sistemas.
A primeira etapa dessa adequação constitui-se de apreciações de riscos, isto é, um estudo completo dos perigos da máquina. As insalubridades encontradas serão “catalogadas”, de modo a criar uma lista de alterações prioritárias.
Após conhecer e compreender todos os riscos, é chegada a hora de desenhar o projeto elétrico, mecânico, hidráulico, pneumático e de monitoramento, arquitetando assim todos os aspectos de segurança necessários à máquina. Posteriormente, inicia-se a fabricação e implementação dos novos dispositivos, painéis, circuitos e demais itens de adequação e proteção.
Depois de passar pela “reengenharia”, a máquina deverá ser novamente documentada conforme os critérios das normas regulamentadoras que exigem, basicamente, manuais, escopos e desenhos com conteúdo sucinto e em português do Brasil. Por fim, as novas soluções da máquina e seus documentos passarão por validação, que garantirá sua implementação definitiva.
É importante destacar que, após validada,a máquina deverá ter uma “rotina” de manutenções agendadas, visando garantir sua proteção e segurança conforme as normas regulamentadoras.
Com uma média de 700 mil registros de acidentes de trabalho por ano, o Brasil ocupa atualmente o 4º lugar no mundo em ocorrência de acidentes de trabalho, atrás somente de China, Índia e Indonésia.
A região sudeste é a responsável por 53,9% dos registros.
De acordo com o Ministério da Fazenda, entre 2012 e 2016, foram registrados 3,5 milhões de casos de acidente de trabalho em 26 estados e no Distrito Federal. Esses casos resultaram na morte de 13.363 pessoas.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo IBGE mostrou que para cada acidente de trabalho registrado pela Previdência Social, há quase sete acidentes não declarados oficialmente (metade destes inclusive de trabalhadores formais e segurados pela Previdência Social).
Tópico 6 – AÇÔES PREVENTIVAS PARA EVITAR ACIDENTES NO AMBIENTE INDUSTRIAL
Figura 5 - Indústria
Exame
Descrição da imagem: foto de uma indústria com dois trabalhadores.
 
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO
Olá! Visando reduzir os riscos de acidentes em ambientes industriais, o Ministério do Trabalho estabeleceu uma série de normas regulamentadoras de segurança e requisitos obrigatórios para garantir a proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores. Sabendo que o foco de maior interesse da segurança do trabalho é a prevenção, correremos sobre as medidas cabíveis na tentativa de evitar acidentes no ambiente industrial.
A prevenção é o conjunto de medidas que visam a evitar ou retardar a ocorrência de um fato indesejável. Já as ações e condutas corretivas são direcionadas para reparar os danos e voltar ao estado anterior. Na rotina de uma indústria existem as duas formas de atuar. No entanto, não há mais espaço para um ambiente de trabalho inseguro. Cada vez mais as organizações são cobradas social e economicamente quanto aos cuidados dispensados a toda a equipe.
Sim, uma empresa que não pensa na segurança, saúde e bem estar dos seus colaboradores perde, além de produtividade, muitos pontos com parceiros e consumidores de seus produtos e serviços. Ainda existem empresas que investem pouco em manutenção preventiva de máquinas e equipamentos, por exemplo. O que muitos não percebem é que agir somente após uma quebra ou um defeito acaba por reduzir a produtividade de toda a operação.
Ao mesmo tempo, a ausência de manutenção preventiva aumenta muito o risco de acidentes, já que o trabalhador, ao tentar resolver o problema, pode se expor a situações que comprometam sua integridade física. É importante lembrar que para realizar uma manutenção preventiva com segurança, deve se tomar alguns cuidados, como isolar e sinalizar bem a área que está em manutenção. O gerente de produção e a equipe de segurança do trabalho devem se preocupar em isolar esses riscos, evitando que os colaboradores tenham contato com componentes de equipamentos e máquinas perigosas.
Quando é inevitável a aproximação do colaborador com uma área de risco. Todo ambiente deve estar muito bem sinalizado e após esse procedimento, os técnicos podem fazer a manutenção tranquilamente em segurança. No que diz respeito ao perigo de religamento do equipamento por outra pessoa, só após esse procedimento os técnicos podem fazer a manutenção tranquilamente em segurança. No que diz respeito ao perigo de religamento do equipamento por outra pessoa, o conjunto de medidas preventivas é o melhor caminho para proteger a equipe de acidentes a que estão sujeitos diariamente.
Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos coletivos existentes nos processos industriais. Entre os principais, destacam se os cones, faixas de segurança, placas de sinalização, sensores de presença, sirenes e alertas luminosos, cadeados e garras de bloqueio, bloqueios de disjuntores, entre outros. Também é responsabilidade da empresa fornecer aos funcionários os equipamentos de proteção individual necessários para desempenhar cada atividade.
É fundamental que ele tenha um certificado de aprovação exigido pelo Ministério do Trabalho. Esse certificado garante a procedência do material, qualidade e durabilidade de acordo com a Norma Regulamentadora número seis. A escolha do EPI deve estar em conformidade com o grau de proteção exigido para a função inerente ao risco do equipamento e das atividades industriais exercidas. Os riscos podem ser físicos, químicos ou elétricos.
O valor investido em treinamentos para a prevenção é muito menor do que os custos envolvidos em um acidente de trabalho. Por isso. E também para garantir o bem estar de todos os colaboradores, a empresa deve exigir a presença de toda a equipe na captação e treinamento oferecido para aumentar a segurança interna. O objetivo é educar os trabalhadores sobre as atitudes preventivas que todos devem ter para a redução dos riscos durante as atividades realizadas nas indústrias.
O Projeto de Lei 2249 de 2021 modifica a redação do artigo 166 da Consolidação das Leis do Trabalho, com o intuito de atualizar e definir os deveres e responsabilidades tanto dos empregadores quanto dos empregados no que se refere ao uso dos equipamentos de proteção individual. O documento traz que o fornecimento dos EPIs deverão ser de responsabilidade dos empregadores.
Deverão distribuí lo de forma gratuita e em perfeito estado de conservação e condição de uso, em conformidade com os riscos associados à função do empregado à qual o equipamento se destina. Ademais, a empresa deve realizar treinamento acerca do uso desses equipamentos e inspeções para verificar a necessidade de substituição dos mesmos. Já o empregado será responsabilizado pela guarda conservação e uso adequado desses recursos conforme o treinamento recebido.
Em caso de acidentes trabalhistas decorrentes do uso inapropriado do EPI. Onde houvesse e do cumprido por parte do empregador o estabelecido na lei proposta, esse será dispensado do pagamento de indenização ao funcionário. Todas as referências utilizadas nas aula podem ser consultadas por você em nosso material. Até a próxima!
A prevenção é o conjunto de medidas que visam evitar ou retardar a ocorrência de um fato indesejado. Já as ações e condutas corretivas são direcionadas para reparar os danos e voltar ao estado anterior. Na rotina de uma indústria existem as duas formas de atuar. No entanto, nos tempos atuais não há mais espaço para um ambiente de trabalho inseguro.
Cada vez mais, as organizações são cobradas social e economicamente quanto aos cuidados dispensados a toda equipe. E sim, uma empresa que não pensa na segurança, saúde e bem-estar dos seus colaboradores não perde somente em produtividade, mas perde também muitos pontos com parceiros e consumidores de seus produtos e serviços.
Ainda existem empresas que investem pouco em manutenção preventiva das máquinas e equipamentos. O que poucos param para colocar “na ponta do lápis” é que atuar somente quando ocorre uma quebra ou um defeito acaba por reduzir a produtividade de toda a operação.
Ao mesmo tempo, a falta de manutenção preventiva aumenta muito o risco de acidentes, já que o trabalhador, ao tentar resolver o problema, pode se expor a situações que comprometem sua integridade física. Assim, ao desenvolver uma rotina de manutenções regulares, as indústrias garantem maior segurança dos trabalhadores, redução do custo com reparos fora de hora e aumento da produtividade.
ATENÇÃO
É importante lembrar que, para realizar uma manutenção preventiva com segurança, deve-se tomar alguns cuidados, como isolar e sinalizar bem a área que está em manutenção, como no exemplo: um eletricista e dois mecânicos de manutenção vão executar o alinhamento de um eixo de motor de uma grande máquina.
O eletricista se desloca ao painel elétrico da máquina e desliga a seccionadora/comutadora, insere a garra com o gancho de 6,5 mm na manopla travando-a com um cadeado vermelho e uma etiqueta. Os dois mecânicos fazemo mesmo com os cadeados azuis e suas respectivas etiquetas. Acionam a máquina para se certificarem que o equipamento está realmente desligado e comunicam aos colegas que vão fazer a manutenção desse equipamento. Após esse procedimento, os técnicos podem fazer a manutenção tranquilamente e com segurança, no que diz respeito ao perigo de religamento do equipamento por outra pessoa.
O conjunto de medidas preventivas é o melhor caminho para proteger a equipe de acidentes a que todos estão sujeitos diariamente. Os EPCs são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos coletivos existentes nos processos de industriais. Entre os principais EPCs estão os cones e faixas de segurança, placas de sinalização, sensores de presença, sirenes e alertas luminosos, cadeados e garras de bloqueio, bloqueios de disjuntores, entre outros.
É responsabilidade da empresa fornecer aos funcionários os EPIs necessários para desempenhar cada atividade. É fundamental que o equipamento tenha o Certificado de Aprovação (conhecido como CA) exigido pelo Ministério do Trabalho (MTE). O CA garante a procedência do material, qualidade e durabilidade, de acordo com a norma NR-6. A escolha do EPI deve estar de acordo com o grau de proteção exigido para a função inerente ao risco do equipamento.
Qualquer linha de produção é repleta de riscos inerentes as atividades industriais – esses riscos podem ser físicos, químicos ou elétricos. O gerente de produção e a equipe de Segurança do Trabalho devem se preocupar em isolar esses riscos, evitando que os colaboradores tenham contato com componentes de equipamentos e máquinas perigosas. Quando é inevitável a aproximação do colaborador com uma área de risco, todo o ambiente deve estar muito bem sinalizado. Um exemplo de como devemos sinalizar o chão de fábrica é utilizando a etiqueta de identificação do bloqueio. Existem várias mensagens diferentes que podemos encontrar e utilizar conforme a avaliação do técnico de segurança para o local.
O valor investido em treinamentos para a prevenção de acidentes de trabalho é muito menor do que os custos envolvidos em um acidente de trabalho. Por isso, e também para garantir o bem-estar de todos os colaboradores, a empresa deve exigir a presença de toda a equipe na capacitação e treinamento oferecido para aumentar a segurança interna. O objetivo é educar os trabalhadores sobre as atitudes preventivas que todos devem ter para reduzir os riscos durante as atividades realizadas nas indústrias.
Todas essas ações preventivas são essenciais para reduzir os riscos e os custos relacionados a acidentes de trabalho. Segurança vem sempre em primeiro lugar e, com ela, o aumento da produtividade da operação, melhoria no clima organizacional, e a criação de um ambiente de trabalho seguro e saudável.
Higiene dos Alimentos como Fator de Segurança do Trabalho
Muito se fala da importância dos cuidados com a higiene e a manipulação dos alimentos, das técnicas de preparo, da temperatura que garanta que o alimento não seja contaminado por bactérias e fungos, do armazenamento correto, entre outros aspectos fundamentais para evitar contaminação e possíveis DTA’s - Doenças Transmitidas por Alimentos.
A produção de alimentos é demasiada complexa, pode ser uma questão de vida ou morte, se bem monitorada pode significar saúde e bem-estar ou ao menor deslize no controle higiênico-sanitário pode incorrer até em morte.
SAIBA MAIS
A expressão segurança alimentar apareceu pela primeira vez, após o término da 1ª Guerra Mundial. Foi notado que um país poderia controlar o outro, se tivesse controle sobre o seu fornecimento de alimentos. Era uma estratégia importante, principalmente quando aplicada pelo país mais forte em relação aquele com menor potencial, do ponto de vista militar e incapaz de gerar alimentos suficientes para alimentar sua população. Logo este termo 'segurança alimentar' é de fato um conceito de origem militar. Era um quesito de segurança nacional, pois cada país deveria ser autossuficiente ou ter estoques estratégicos de alimentos.
No Brasil, a segurança alimentar e nutricional significa garantir, a todos, alimentos básicos de qualidade, em quantidades suficientes, de modo permanente, e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana.
A partir daí, surge a percepção que além da disponibilidade dos alimentos, é preciso que todos os povos tenham acesso aos alimentos, item fundamental para a segurança alimentar. Claro que são listados outros fatores que geram insegurança alimentar, como as situações de guerra e desestruturação da capacidade de produção, ou situações de bloqueios econômicos, sofrida normalmente por países que não aceitam as imposições das grandes potências mundiais, ou em situações de catástrofes naturais em que a agricultura dos países atingidos é parcial ou totalmente impactada.
Do ponto de vista da produção de refeições nos restaurantes, nas produções da panificação, confeitarias, patisserie, enfim, da manipulação como um todo de alimentos, vários são os aspectos legais e de ordem técnica que asseguram que os alimentos sejam próprios para o consumo e não cause surpresas desagradáveis à saúde.
O primeiro passo é ter no local de produção e cumprir o que está definido no Manual de Boas Práticas (MBP) e os Pop´s (Procedimentos Operacionais Padronizados). Neles estão descritos como produzir alimentos seguros para o consumo.
Há também planilhas de monitoramento de temperaturas de equipamentos, alimentos prontos e em preparação e muitas outras que acompanham os POP´s ou o MBP que devem ser seguidas. Além de ter um responsável que oriente e faça um fluxograma das diversas preparações para que não haja contaminação cruzada entre os diversos pratos e/ou produtos que a empresa produz e comercializa.
Tempo, temperatura e técnicas de preparo são essenciais para um alimento ser considerado seguro para o consumo humano. Por isso é fundamental monitorar, planilhar e tomar ações corretivas em tempo hábil para que o erro se não torne um problema de saúde pública (doença transmitida por alimentos - DTA).
Temos alguns parâmetros para tempo e temperatura, porém com as novas técnicas de preparo, isso vem mudando. Em linhas gerais, uma preparação quente deve estar acima de 60º C e a fria até 10º C. Quando o alimento está exposto (por exemplo, restaurantes que tenham o serviço self-service ou alimentos deixados na cozinha em banho-maria para serem servidos mais tarde, ou conforme demanda), devem apresentar as seguintes temperaturas: importância dos 3 TTT - tempo, técnica e temperatura:
 
Alimentos Quentes:
Em temperaturas superiores a 60º C, por no máximo 6 horas;
Em temperatura abaixo de 60º C, por no máximo 1 hora.
Alimentos Frios:
Até 10º C, por no máximo 4 horas;
Entre 10º C e 21º C por no máximo 2 horas. Exceto preparações com carnes cruas e pescados;
Os alimentos preparados e prontos para o consumo em distribuição ou espera, que contenham carne ou pescado crus, devem ser mantidos em exposição por no máximo 2 horas a 5º C.
Os veículos de contaminação, patologias e bactérias.
São vários agentes causadores de doença no homem quando os processos de escolha do fornecedor, sanitização de hortifrútis, pré-preparo, cocção, distribuição, dentre outros, são inadequados ou inexistentes.
São eles:
Produtos químicos - metais pesados ou pesticidas;
Toxinas naturais de plantas e animais - alcaloides e histaminas;
Vírus - hepatite e helmintos;
Bactérias patógenas;
Fungos patogênicos.
Dentre as bactérias mais comuns neste contexto, podemos destacar:
Clostridium botulinum;
Clostridium perfringens;
Staphylococcus aureus;
Bacillus cereus;
Escherichia coli;
Campylobacter ssp;
Salmonella ssp.
As doenças transmitidas por alimentos (DTA´s) são causadas pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados. Existem mais de 200 tipos de DTA's e a maioria são bactérias e suas toxinas,parasitas e vírus. Há também as DTA's causadas por envenenamento, provocados por toxinas naturais (ex. cogumelos venenosos, toxinas de algas ou peixes) ou por produtos químicos que contaminaram o alimento (ex. chumbo e agrotóxicos).
Recepção e armazenamento - o início do controle no local de produção de alimentos.
O recebimento é um processo muito importante, pois ali começa de fato a 'segurança do alimento' que logo se transformará em um produto pronto para o consumo. Então, é necessário que se observe alguns aspectos, como por exemplo, a data de validade e se a embalagem está íntegra, pois pode ser a porta de entrada para fungos nos cereais. Alguns fungos produzem micotoxinas que contaminam os alimentos e geram danos à saúde humana. A presença de fungos indica a possibilidade de produção de micotoxinas e a obrigação de descartar aquele lote. Logo a vigilância e o planejamento de estoque e compras são vitais para minimizar esse tipo de problema.
Nesta época do ano, quando as temperaturas médias no Brasil chegam a 33º, alguns cuidados são imprescindíveis para se evitar a contaminação dos alimentos:
O monitoramento de tempo, a temperatura e a quantidade de alimento produzido precisam estar em sincronia com a demanda ofertada. Fazer pequenos lotes de produtos e controlar o tempo e a temperatura de exposição são os principais motivos para evitar contaminações. Aliados a isso estão a manutenção preventiva dos equipamentos e o olhar atendo nas planilhas de aferição.
Controle da Higiene Ambiental, dos Equipamentos e dos Utensílios
É de extrema importância que todos os processos estejam alinhados para que o produto final seja satisfatório. Logo é necessário que o ambiente, os utensílios e os equipamentos estejam em condições ideais para uso. Limpos, higienizados com os produtos certos, protegidos de possíveis contaminações físicas (pó, poeira etc.). Por isso a obrigatoriedade de ter um Procedimento Operacional Padrão (POP) e de realizá-lo conforme sua orientação para cada tipo de utensílio/equipamento ou ambiente.
Controle da Higiene e Saúde dos Manipuladores
O principal modo de contaminação se dá por falta de higiene dos manipuladores, principalmente pelo modo errado de lavar as mãos, quantidade insuficiente de lavagens durante a jornada de trabalho e nas trocas de funções. Outro aspecto importante se dá pela saúde física do colaborador.
O manipulador de alimentos não pode apresentar ferimentos ou precisa cobri-los adequadamente, não pode trabalhar gripado, com diarreia, vômitos frequentes, dor abdominal ou qualquer outro indício que possa vir a contaminar o que ele produz. Além de estar em dia com seus exames obrigatórios para exercer tal função.
O Nutricionista como Agente Fundamental na Gestão da Qualidade no Food-service
A legislação brasileira no campo da segurança alimentar é eficiente e eficaz em relação a muitos países, porém é necessário que o profissional que esteja operando essa atividade em Serviços de Alimentação e Nutrição entenda, compreenda e saiba aplicá-la conforme a necessidade de cada estabelecimento. Não é apenas ler, é preciso adequá-la a realidade da organização.
O nutricionista tem papel fundamental na orientação, formulação de normas técnicas e procedimentos que assegurem a sanidade dos alimentos, a saúde dos manipuladores e o bem-estar dos consumidores.
Um nutricionista que entenda de processos de qualidade é muito útil e agrega valor ao produto final. Ele é o profissional capacitado para ser o responsável pela produção, segurança higiênica sanitária e qualidade de todo os alimentos produzidos na empresa. Porém nem todos os gestores e/ou gerentes dos estabelecimentos entendem essa necessidade, nem encaram isso como prioridade. Um nutricionista deve ser visto como alguém que está lá para fortalecer sua marca perante o consumidor e gerar um diferencial competitivo perante o mercado.
Tópico 7 – SISTEMA DE GERENCIAMNETO AMBIENTAL, RESÍDUOS SÓLIDOS E SUSTENTABILIDADE
Figura 6 - Sustentabilidade
Urban Flowers
Descrição da imagem: há duas mãos unidas segurando uma planta em um pouco de terra.
 
O acúmulo de lixo é um fenômeno exclusivo das sociedades humanas. Em um sistema natural não há lixo: o que não serve mais para um ser vivo é absorvido por outros, de maneira contínua. No entanto, nosso modo de vida produz, diariamente, uma quantidade e variedade de lixo muito grande, ocasionando a poluição do solo, das águas e do ar com resíduos tóxicos, além de propiciar a proliferação de vetores de doenças.
A composição do lixo urbano depende do porte do município e dos hábitos da população, entre outros fatores, sendo que as proporções encontradas na literatura giram em torno de 65% de matéria orgânica, 15% de papel e papelão, 7% de plásticos, 2% de vidros, 3% de metais - materiais com alta reciclabilidade - e o restante se divide entre outros materiais, como trapos, madeira, borracha, terra, couro, louça - com baixo potencial para a reciclagem - e materiais com potencial poluidor, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes.
SAIBA MAIS
A Organização Mundial da Saúde (apud PNUD, 1998) define lixo como “qualquer coisa que seu proprietário não quer mais, em um dado lugar e em um certo momento, e que não possui valor comercial”. De acordo com essa definição, pode-se concluir que o resíduo sólido, separado na sua origem, ou seja, nas residências e empresas, e destinado à reciclagem, não pode ser considerado lixo, e sim, matéria prima ou insumo para a indústria ou outros processos de produção, com valor comercial estabelecido pelo mercado de recicláveis.
A reciclagem é definida como o processo de reaproveitamento dos resíduos sólidos, em que os seus componentes são separados, transformados e recuperados, envolvendo economia de matérias-primas e energia, combate ao desperdício, redução da poluição ambiental e valorização dos resíduos, com mudança de concepção em relação aos mesmos (PNUD, 1998).
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), os representantes dos 170 países presentes, consolidaram o conceito de desenvolvimento sustentável, como diretriz para a mudança de rumos no desenvolvimento global. Este conceito se fundamenta na utilização racional dos recursos naturais, de maneira que possam estar disponíveis para as futuras gerações, garantindo também a construção de uma sociedade justa, do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Os compromissos assumidos pelos governos, nessa ocasião, compõem a Agenda 21, cuja implementação pressupõe a tomada de consciência sobre o papel ambiental, econômico, social e político que cada cidadão desempenha na sua comunidade, exigindo a integração de toda a sociedade no processo de construção do futuro.
O gerenciamento de resíduos sólidos urbanos deve ser integrado, englobando etapas articuladas entre si, desde ações visando a não geração de resíduos até a disposição final, compatíveis com os demais sistemas do saneamento ambiental, sendo essencial a participação do governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada.
Desta forma, um programa de coleta seletiva de lixo deve fazer parte do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do Município, articulando-se, de maneira integrada, com as demais técnicas a serem adotadas para o tratamento e destinação do lixo. É importante salientar que, qualquer que seja o método eleito para tratamento do lixo: compostagem, incineração, reciclagem, ou combinação destes, sempre haverá uma parcela maior ou menor de rejeitos, não sendo eliminada, em nenhuma das hipóteses, a necessidade de instalação de aterro sanitário.
O aterro sanitário é a forma de destinação final dos resíduos sólidos que contempla os requisitos de proteção ambiental, como impermeabilização, coleta e tratamento do chorume, coleta e queima dos gases, cobertura periódica do lixo com terra ou material inerte. Sem estas providências, o lixo se torna foco de doenças, insetos e roedores, além de causar poluição do ar e das águas subterrâneas.
Alguns administradores e técnicos argumentam queos programas de coleta seletiva são muito caros, em parte movidos pela ideia errônea de que os mesmos deveriam dar lucros à administração municipal, o que não ocorre em nenhum dos casos estudados.
No entanto, a otimização da vida útil dos aterros sanitários, através da reciclagem de materiais, é de grande interesse para o poder público municipal, por conta dos altos investimentos necessários para a implantação de novos aterros - estudos de impacto ambiental, compra do terreno e instalações de proteção ambiental.
Além disso, a cadeia produtiva da reciclagem gera milhares de postos de trabalho, melhorando a distribuição de renda e promovendo o desenvolvimento local, o que justifica a necessidade de investimentos públicos na infraestrutura de sistemas de coleta seletiva de resíduos, operados por grupos de catadores organizados de forma autogestionária. Tais investimentos podem ser minimizados pelo estabelecimento de parcerias com o setor privado e, ainda, pela adoção de tecnologias simples e baratas, apropriadas à realidade de cada município.
Em hospitais e clínicas, a segregação na fonte é um importante instrumento na gestão dos resíduos. A coleta, o transporte e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde são de responsabilidade do gerador. No entanto, os resíduos que não sofreram contaminação biológica, química ou radioativa e que não sejam perfuro cortantes, podem ter a mesma destinação que o lixo doméstico, podendo ser encaminhados à coleta regular. Neste sentido, a segregação do material reciclável e dos restos de alimentos, diminui consideravelmente os custos de remoção dos resíduos de serviço de saúde dos estabelecimentos, justificando a adesão dos mesmos a programas de coleta seletiva.
A matéria orgânica presente no lixo urbano é responsável pela produção de chorume e gases de efeito estufa nos aterros. A compostagem da fração orgânica do lixo pode contribuir, em cerca de 50%, para a redução da quantidade de lixo destinada aos aterros, gerando composto orgânico, ótimo condicionador de solos e fonte de nutrientes para as plantas.
No entanto, quando a compostagem é feita, separando-se o lixo em esteiras, sem segregação na fonte, aumentam as chances de o produto final apresentar índices inaceitáveis de contaminação por microrganismos patogênicos, elementos tóxicos e metais pesados, diminuindo a aceitação do produto para utilização na agricultura.
A coleta seletiva do lixo evita o contato da fração orgânica com rejeitos contaminantes, como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e embalagens de produtos tóxicos, sendo que os métodos escolhidos para a coleta devem contemplar a destinação correta para cada um destes itens, de acordo com a legislação vigente e com a participação da iniciativa privada. O resíduo proveniente da poda das árvores pode ser adicionado ao material a ser compostado, desde que previamente triturado.
Figura 7 - Lixão
Metrópoles
Descrição da imagem: há na foto um caminhão de lixo descarregando material em um aterro sanitário.
 
A proposta de incineração de resíduos com recuperação de energia é considerada por alguns autores como uma das soluções para a destinação final do lixo, por reduzir o volume destinado aos aterros, “reciclando” a energia contida nos mesmos. No entanto, esta alternativa não atende ao aspecto social da reciclagem, pois, para se manter uma usina em funcionamento satisfatoriamente, é necessária a sua alimentação constante com materiais com alto poder calorífico, que são, com poucas exceções, exatamente os materiais com maior potencial para a reciclagem - os plásticos, o papel e o papelão.
Dessa maneira, gera-se um conflito de interesses entre a produção de energia na usina e a valorização do trabalho dos catadores. Ainda, considerando-se apenas o balanço energético da sociedade como um todo, ao se pensar em incineração dos resíduos, deve-se comparar a quantidade de energia recuperada neste processo, com a quantidade de energia que seria economizada no ciclo de vida dos materiais, caso fossem reciclados, já que, para a maior parte deles, o processo industrial de reciclagem consome significativamente menos energia que a produção a partir de material virgem.
Também é importante considerar os aspectos operacionais e de proteção e monitoramento ambiental das usinas de incineração, que apresentam itens caros, necessitam de mão de obra especializada e constante manutenção, colocando em risco a saúde da população, caso uma administração, ao passar por problemas financeiros ou administrativos, deixar de cumprir algum desses requisitos.
Enfim, todas estas considerações devem ser feitas, consultando a população, democraticamente, de modo que se saiba se a sociedade prefere pagar o preço socioambiental da instalação de uma usina de incineração, ou se está disposta a participar de um programa de coleta seletiva, recuperação e recirculação dos materiais recicláveis.
Sustentabilidade Empresarial
As exigências do mercado influenciam as posturas das organizações, que, diante da globalização, de consumidores mais conscientes e de investidores mais exigentes, veem-se pressionadas a melhorar a transparência e a qualidade das informações divulgadas. Nesse contexto, observa-se que as empresas procuram apresentar à sociedade sua preocupação com as questões sociais e ambientais, como forma de atender às cobranças desse novo cenário empresarial.
A organização que conduz suas atividades estabelecidas em questões voltadas para o desenvolvimento sustentável pode prestar contas de seu desempenho econômico, ambiental e social por meio do documento denominado relatório de sustentabilidade, no qual se fornecem aos diversos stakeholders informações voltadas para essa temática (CORREA et al., 2012).
Nesse contexto, e com o intuito de aumentar a qualidade e o rigor na elaboração desses relatórios, ao longo dos últimos anos foram criados diversos modelos, padrões e diretrizes, que apresentam métodos consistentes e de possível comparabilidade. Em 1997, a Global Reporting Initiative (GRI) foi criada com o objetivo de elevar as práticas de elaboração e publicação de relatórios de sustentabilidade a um nível de qualidade equivalente ao dos relatórios financeiros.
Atualmente, o conjunto de diretrizes e indicadores proposto pela GRI se destaca como o mais difundido internacionalmente, proporcionando a comparabilidade, a credibilidade, a periodicidade e a legitimidade da informação na comunicação do desempenho social, ambiental e econômico das organizações.
Em países como Austrália, Bélgica, Espanha, Holanda, Inglaterra e Portugal, a legislação local determina que as empresas publiquem informações de cunho socioambiental (BERNARDO et al., 2005), enquanto em outros, até mesmo onde a legislação de proteção ambiental é bastante forte, a publicação dessas informações não chega a ser obrigatória (HOLLAND; FOO, 2003; GUSE et al., 2009). Apesar disso, ainda que sem a exigência legal, os princípios de sustentabilidade recomendam a comunicação e a interação das empresas com seus stakeholders por meio de relatórios de sustentabilidade.
A divulgação de informações adicionais possibilita que as partes relacionadas julguem com mais propriedade as ações da empresa e de seus gestores, inclusive no campo socioambiental. Nesse contexto, surge o interesse da empresa em transmitir sinais de uma boa imagem institucional para o mercado, mesmo quando algumas informações revelem impactos negativos decorrentes de suas atividades operacionais.
Levando em conta as especificidades das atividades empresariais, Murcia (2009) afirma que a evidenciação voluntária de informações pode ser explicada por características das próprias empresas tais como o tamanho, a rentabilidade e o endividamento.
Até o início do século XX, quando os recursos naturais eram utilizados no processo produtivo de forma indiscriminada, as questões ambientais não tinham relevância no meio empresarial. Logo, tanto a preservação como a recuperação ambiental eram objeto de pouca preocupação por parte dos empresários (COSTA; MARION, 2007).
Somentea partir da década de 1970, através de reivindicações sobre o modelo de gestão, que até então era voltado tão-somente para a geração de lucro, é que a sociedade passou a cobrar uma postura socialmente responsável das empresas, de modo que as crescentes desigualdades humanas e sociais fomentaram questões a respeito do papel das empresas na sociedade.
Diante desse cenário, a sociedade tem demonstrado justo receio, de modo que, ao longo dos últimos anos, passou a exigir uma atitude diferente da gestão empresarial. Observa-se, portanto, que a sociedade se encontra em um processo cada dia mais intenso de conscientização, e busca uma atuação empresarial responsável, na qual deve-se aliar o desempenho econômico às dimensões sociais e ambientais. Assim, a sustentabilidade se insere nesse contexto, já que seu foco são as necessidades do desempenho empresarial ora estabelecidas nas vertentes social, ambiental e econômica.
A evidenciação das práticas sustentáveis sinaliza para a sociedade que a organização respeita o ambiente em que está inserida, e se percebe que a sociedade tem interesse em tomar conhecimento dessas práticas e informações, bem como as empresas em divulgá-las.
Desse modo, para comunicar o desempenho da empresa nas esferas ambiental, social e econômica, utiliza-se o relatório de sustentabilidade, que se apresenta como um instrumento de mensuração e divulgação do desempenho empresarial no âmbito da sustentabilidade, o que possibilita que a empresa publique informações que vão além do âmbito financeiro.
Segue abaixo algumas das principais práticas relacionadas à preservação do meio ambiente e de processos sustentáveis:
Implementação de sistemas de tratamento e reaproveitamento da água;
Uso consciente da água e da energia elétrica;
Desenvolvimento de programas de inclusão social na comunidade;
Programas de reciclagem;
Respeito ao gênero, opção sexual e religião do colaborador;
Uso consciente dos recursos naturais;
Reutilização de matéria-prima;
Não poluir o solo com produtos da empresa;
Projetos educacionais referentes a preservação do meio ambiente;
Descarte de esgoto e resíduos de forma correta;
Não praticar trabalho escravo;
Respeito à diversidade cultural, sexualidade, raça, etnia e credo;
Políticas para diminuir as diferenças de gênero.
Confira algumas das empresas do Brasil que têm práticas sustentáveis:
Unilever: Grande parte dos insumos agrícolas da sede brasileira vem de fontes certificadas. A empresa atua junto a seus fornecedores para a adoção de práticas socioambientais. A intenção é que 100% da sua matéria-prima tenha certificação de origem.
Avon: A empresa de cosméticos investe em trabalhos e campanhas de combate à violência contra a mulher e na diversidade de gênero.
HSBC: O banco possui um programa de treinamento nomeado “Climate Partnership”, que busca colaboradores interessados em divulgar práticas sustentáveis. Esses profissionais participam de cursos de responsabilidade ambiental e participam de ações voluntárias promovidas pela instituição.
Philips: A empresa investe na tecnologia para a fabricação de lâmpadas mais modernas para que elas resultem em economia na iluminação pública.
Coca-Cola: A empresa pratica a reciclagem de boa parte do seu alumínio e garrafas PET. Com o projeto Coletivo Reciclagem, a Coca-Cola pretende reciclar todas as suas embalagens.
Poluição no Ambiente de Trabalho
Poluição Sonora
É importante se tratar da distinção entre som e ruído. Para as pessoas que apreciam o silêncio e a tranquilidade, certamente a identificação de um ruído não seja tarefa difícil.
Pode-se afirmar que som é qualquer variação de pressão (no ar, na água...) que o ouvido humano possa captar, enquanto ruído é o som ou o conjunto de sons indesejáveis, desagradáveis, perturbadores. O critério de distinção é o agente perturbador, que pode ser variável, envolvendo o fator psicológico de tolerância de cada indivíduo. 
Por sua vez, também importa saber o tipo de ruído verificado, pois os ruídos descontínuos, como os decorrentes de impacto, podem, por exemplo, interromper o sono com mais facilidade do que os contínuos.
Para os ruídos flutuantes o nível que causa o incômodo é significativamente menor do que aquele que acarretaria a partir de um ruído constante.
O ruído possui natureza jurídica de agente poluente. Difere, evidentemente, em alguns pontos de outros agentes poluentes, como os da água, do ar, do solo, especialmente no que diz respeito ao objeto da contaminação. Afeta principalmente os homens.
Cessada a propagação dos ruídos excessivos, porém não cessa os seus efeitos. De forma que isso pode ser evitado, porque existe tecnologia para tanto, o que por problemas externos ao judiciário não é exigido ou, se o é, não é praticado, sem uma punição justa pelo desrespeito à norma.
É importante esclarecer que a poluição sonora não é, ao contrário do que pode parecer numa primeira análise, um mero problema de desconforto acústico. O ruído passou a constituir atualmente um dos principais problemas ambientais dos grandes centros urbanos e, eminentemente, uma preocupação com a saúde pública. Trata-se de fato comprovado pela ciência médica os malefícios que o barulho causam à saúde.
Os ruídos excessivos provocam perturbação da saúde mental. Além do que, poluição sonora ofende o meio ambiente e, consequentemente afeta o interesse difuso e coletivo, à medida em que os níveis excessivos de sons e ruídos causam deterioração na qualidade de vida, na relação entre as pessoas, sobretudo quando acimados limites suportáveis pelo ouvido humano ou prejudiciais ao repouso noturno e ao sossego público, em especial nos grandes centros urbanos.
ATENÇÃO
Os especialistas da área da saúde auditiva informam que ficar surdo é só uma das consequências. Os ruídos são responsáveis por inúmeros outros problemas como a redução da capacidade de comunicação e de memorização, perda ou diminuição da audição e do sono, envelhecimento prematuro, distúrbios neurológicos, cardíacos, circulatórios e gástricos. Muitas de suas consequências perniciosas são produzidas inclusive, de modo sorrateiro, sem que a própria vítima se dê conta.
O resultado mais traiçoeiro ocorre em níveis moderados de ruído, porque lentamente vão causando estresse, distúrbios físicos, mentais e psicológicos, insônia e problemas auditivos. Além disso sintomas secundários aparecem: aumento da pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até mesmo impotência sexual. Estas nocividades estão em função da durabilidade, da repetição e, em especial, da intensidade auferida, em decibéis.
Para Rosane Jane Magrini, a poluição sonora passou a ser considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), uma das três prioridades ecológicas para a próxima década e diz, após aprofundado estudo, que acima de 70 decibéis o ruído pode causar dano à saúde. De modo que, para o ouvido humano funcionar perfeitamente até o fim da vida, a intensidade de som a que estão expostos os habitantes das metrópoles não poderia ultrapassar os 70 decibéis estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. O nível de ruído entre duas pessoas conversando normalmente se situa entre 30(trinta) e 35 (trinta e cinco) decibéis.
Figura 8 - Proteção contra ruídos
Revista Mineração
Descrição da imagem: ha dois funcionários utilizando equipamentos de proteção individual, inclusive para os ouvidos.
 
A Organização Mundial da Saúde, segundo Rosane Jane Magrini, relata que ao ouvido humano não chega a ser agradável um barulho de 70 decibéis e, acima de 85 decibéis ele começa a danificar o mecanismo que permite a audição. Na natureza, com exceção das trovoadas, das grandes cachoeiras e das explosões vulcânicas, poucos ruídos atingem 85 decibéis.
A audição é o único sentido que jamais descansa, sequer durante o sono. Com isso, os ruídos urbanos são motivos a que, durante o sono, o cérebro não descanse como as leis da natureza exigem. Desta forma, o problema dos ruídos excessivos não é apenas de gostar ou não, é, nos dias que correm, uma questão de saúde, a que o Direito nãopode ficar indiferente.
Há de lembrar-se que o mundo do direito não está alheio aos atos lesivos provocados pelo ruído, na medida em que ele atinge a saúde do homem. Apesar de todos saberem os efeitos da poluição sonora e, inobstante haver Leis Municipais, legislação específica e até outros projetos isolados, de nada adiantam, se a fiscalização dos órgãos competentes, notadamente das Prefeituras, continuarem praticamente inoperantes.
Os problemas relativos aos níveis excessivos de ruídos estão incluídos entre os sujeitos ao controle da poluição ambiental, cuja normatização e estabelecimento de padrões compatíveis com o meio ambiente equilibrado e necessário à sadia qualidade de vida, é atribuída ao CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de acordo com que dispõe o inciso II do artigo 6º da Lei 6.938/81. 
A identificação entre som e ruído é feita através da utilização de unidades de medição do nível de ruído. Com isso, definem-se, também, os padrões de emissão aceitáveis e inaceitáveis, criando-se e permitindo-se a verificação do ponto limítrofe com o ruído. O nível de intensidade sonora expressa-se habitualmente em decibéis (db) e é apurada com a utilização de um aparelho chamado decibelímetro.
No que diz respeito à ruído, a tutela jurídica do meio ambiente e da saúde humana é regulada pela Resolução do CONAMA 001, de 08 de março de 1990, que considera um problema os níveis excessivos de ruídos bem como a deterioração da qualidade de vida causada pela poluição. 
Esta Resolução adota os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e pela Norma Brasileira Regulamentar - NBR 10.151, de junho de 2000, reedição.
A Resolução 001/90 do CONAMA, nos seus itens I e II, dispõe:
I. A emissão de ruídos, em decorrência de qualquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política. Obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução.
II. São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior, ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.151.
Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. 
A NBR 10.151 dispõe sobre à avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade. Esta Norma fixa as condições exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independentemente da existência de reclamações.
Além da NBR 10.151, tem-se a NBR 10.152, que trata dos níveis de ruídos para conforto acústico, estabelecendo os limites máximos em decibéis a serem adotados em determinados locais. Exemplificando, em restaurante o nível de ruído não deve ultrapassar os 50 decibéis estabelecidos pela NBR 10.152.
O CONAMA considerando que o crescimento demográfico descontrolado ocorrido nos centros urbanos acarretam uma concentração de diversos tipos de fontes de poluição sonora, sendo fundamental o estabelecimento de normas, métodos e ações para controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-estar da população, estabeleceu a Resolução 002, de 08 de março de 1990, que veio a instituir o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora - Silêncio, com o seguinte objetivo:
Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os problemas de poluição sonora nos órgãos de meio ambiente estaduais e municipais em todo o país;
Divulgar junto à população, através dos meios de comunicação disponíveis, matéria educativa e conscientizadora dos efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruído;
Introduzir o tema 'poluição sonora' nos cursos secundários da rede oficial e privada de ensino, através de um Programa de Educação Nacional;
Incentivar a fabricação e uso de máquinas, motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade de ruído quando de sua utilização na indústria, veículos em geral, construção civil, utilidades domésticas, etc;
Incentivar a capacitação de recursos humanos e apoio técnico e logístico dentro da política civil e militar para receber denúncias e tomar providências de combate para receber denúncias e tomar providências de combate à poluição sonora urbana em todo o Território Nacional;
Estabelecer convênios, contratos e atividades afins com órgãos e entidades que, direta ou indiretamente, possa contribuir para o desenvolvimento do Programa SILÊNCIO.
A coordenação do Programa Silêncio é de responsabilidade do IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis que deverá contar com a participação de Ministérios do Poder Executivo, órgãos estaduais e municipais do Meio Ambiente. 
Poluição do Ar
Esse tipo de poluição se dá com as substâncias são chamadas de poluentes atmosféricos e existem em forma de gases ou partículas provenientes de fontes naturais (vulcões e neblinas) ou fontes artificiais produzidas pelas atividades humanas. De acordo com um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014, a poluição do ar causou a morte de mais de 7 milhões de pessoas no mundo em 2012, matando mais que AIDS e malária juntas.
Poluição do ar é um nome genérico que usamos para um vasto conjunto de substâncias. Os poluentes podem ser classificados em dois tipos: poluentes primários e poluentes secundários.
Poluentes primários são aqueles lançados diretamente na atmosfera, provenientes de fontes antrópicas e naturais. Poluentes secundários são aqueles que são produtos de reações químicas e fotoquímicas, que ocorrem na atmosfera envolvendo os poluentes primários. Seguem abaixo os principais poluentes atmosféricos:
Monóxido de Carbono (CO)
Um gás incolor, inodoro e tóxico. Produzido principalmente pela queima não completa de combustível. Ele causa interferência no transporte do oxigênio no nosso corpo, podendo causar asfixia. Saiba mais na matéria: "Monóxido de carbono: conheça origem, usos, efeitos e como evitar intoxicação".
Dióxido de Carbono (CO2)
É uma substância fundamental para os seres vivos. Os vegetais utilizam o dióxido de carbono para realizar sua fotossíntese, processo no qual eles usam a energia solar e o CO2 para produzir energia. O gás é produzido no processo de respiração celular, mas possui outras fontes, que são causa de boa parte da poluição do ar, como o processo de decomposição e a queima de combustíveis fósseis.
Esse gás é muito conhecido atualmente por ser um dos causadores do efeito estufa.
Isso ocorre devido ao fato do CO2 absorver parte da radiação emitida pela superfície da terra, retendo o calor, resultando em um aumento da temperatura. Entenda melhor na matéria: "Dióxido de carbono: essencial por um lado, prejudicial por outro".
Clofluorocarbonetos (CFCs)
Costumavam ser emitidos a partir de produtos como aparelhos de ar-condicionado, refrigeradores, sprays de aerossol, etc. Atualmente, esses compostos estão banidos em quase todo o mundo. Quando em contato com outros gases, os CFCs causam danos à camada de ozônio, sendo as grandes responsáveis pelo seu buraco, permitindo assim que os raios ultravioletas alcancem a superfície da Terra, causando problemas como câncer de pele. Veja mais sobre a substituição dos CFCs na matéria: "Substituto dos gases CFC, o HFÓxidos de Enxofre (SOx)
O mais nocivo é o dióxido de enxofre (SO2), que é produzido em diversos processos industriais e por atividades vulcânicas. Na atmosfera, o dióxido de enxofre forma o ácido sulfuroso, causando a chuva ácida.
Óxidos de Nitrogênio (NOx)
Em especial o dióxido de nitrogênio (NO2) é um grande fator de poluição do ar. Esses óxidos são gases altamente reativos, formados durante a combustão pela ação microbiológica ou por raios. Na atmosfera, o NOx reage com compostos orgânicos voláteis e monóxido de carbono, produzindo ozônio troposférico. É também oxidado em ácido nítrico, que contribui para a chuva ácida. Entenda melhor na matéria: "Dióxido de nitrogênio: na fumaça dos carros, das fábricas e até na cozinha, gás leva a problemas respiratórios".
Compostos Orgânicos Voláteis (COVs)

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