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E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 1 35 E-book Anatomia e Fisiologia Laringea Escrito e produzido pela Prof. de Canto e Fonoaudióloga Aline Silva CRFa. 1 - 12968 Apresentação Fga. Aline Silva CRFa. 1 - 12968 Educadora Vocal Formada em Fonoaudiologia a 10 anos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aprimoramento em voz na CLINVOZ com o professor Domingos Sávio. Formação em Coaching ontológico com o Coach Daniel Santos (Lisboa, Portugal). Atuou em escola de musica (MUSIMUNDI) como fonoaudióloga, professora de canto e administração de empresa de 2008 a 2010. Atuou em serviços de home care de 2011 a 2013, atendendo pacientes com doenças neurológicas. Desde 2013 e empreendedora e professora de voz e canto na Escola de Voz e Musica FonoArtes. Atua na organização de eventos relacionados a Fonoaudiologia e Musica desde 2007. Atuou como cantora popular durante 8 anos passando por vários estilos dentro do canto popular. Fez aulas de canto lírico, por 2 anos, com a cantora e professora Hélida Lisboa e , por 6 meses, fez aulas de canto com a professora e cantora Leila Guimaraes e aulas de piano com o professor e músico Edilson Leal. Formação com o professor Ariel Coelho no Curso Intensivo de Formação Básica em técnica vocal rock, drives vocais e Antropofisiologia vocal. Atualmente trabalha como vocalcoach e professora de canto nas escolas Eidos e Musica e Cia, como instrutora da disciplina de técnica vocal no curso A arte de falar em publico do SENAC e como pesquisadora e professora em sistema de EAD na Escola FonoArtes. Participa de cursos, workshops e congressos relacionados a Fonoaudiologia e Música. Contatos: (21) 97910-6704 alinesilvafonoartes@gmail.com Instagram: @alinesilvavc Youtube: /alinesilva E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 2 35 Índice Introdução…………………………………………… 4 O Laringe…………………………………………….. 5 Cartilagens…………………………………………… 8 Músculos extrínsecos……………………………… 15 Músculos intrínsecos……………………………… 20 Pregas vocais……………………………………….. 31 Material Bonus……………………………………. 34 Referencias bibliográficas………………………. 35 E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 3 35 Introdução Olá, Tudo bem? O objetivo deste e-book e produzir uma despertar de interesse nos educadores vocais acerca da Anatomia e Fisiologia da laringe. Este e-book foi construindo com base nos meus estudos de fisiologia vocal e minha paixão pelo fenômeno voz. Todo o conteúdo tem por base uma bibliografia extensa e vários cursos que realizei durante minha carreira profissional em paralelo com minha continua busca por conhecimentos nas áreas das ciências da voz. Espero que o conhecimento contido neste e-book ajude no pensar teórico- pratico dos educadores vocais. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 4 35 O laringe E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 5 35 O laringe e um órgão, do sistema respiratório, com paredes membranosas e cartilaginosas, situada entre a faringe e a traqueia, que contém as cordas vocais. Extremamente complexo, e responsável por diversas importantes atividades fisiológicas. As funções básicas da laringe (proteção, respiração e fonação) são o resultado de diversos reflexos inter-relacionados que ocorrem no tronco encefálico. Funções Básicas Proteção: Age como válvula para impedir a entrada de partículas alimentares, e de ar durante a deglutição. Respiração: E via aerifera. Fonação: e órgão essencial da formação de sons. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 6 35 E constituído de cartilagens, músculos e ligamentos. Cartilagens: impar (cricoidea, tireóidea e epiglote) Pares (aritenoidea, corniculada e cuneiforme) e o osso hioide(impar) Músculos extrínsecos: Supra-hiodeos - estilo-hioideo, digastrico, milo- hioideo, genio-hioideo. Infra-hioideos - esterno-hiodeo, esternotireoideo, tireo-hioideo, omo-hioideo. Músculos intrínsecos: Tireoaritenoideos, cricoaritenoideos laterais, cricoaritenoideos posteriores, cricotireoideo, ariaritenoideos, tireoepiglotico, ariepiglotico. Ligamentos: Intrinsecos - cricotireoideo mediano e membrana cricotireoidea, cricoaritenoideo posterior, tireoepiglotico, cricotireoidea, junta cricoaritenoidea, pregas ariepigloticas, membrana fibroelastica, pregas vestibulares, ventrículo laringe, ligamento vocal. Extrinsecos - ligamento hioepiglotico, ligamentos e menbrana tireo-hioidea, ligamento cricovocal. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 7 35 Cartilagens E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 8 35 Cartilagem Tireoide E uma cartilagem única (impar) e a maior da laringe, tem a forma de escudo e uma relação com a glândula tireoide. A Cartilagem tireoide e composta por duas placas ligeiramente quadriculadas chamadas lamina da cartilagem tireoide. Fundem-se entre si na linha mediana anteriormente, formando a maior parte das paredes anterior e lateral da laringe. O ponto desta junção e o angulo da tireoide. A fusão incompleta das laminas resulta em uma incisura tireoidea proeminente em forma de "V" ( Pomo-de-adao). O angulo formado pela união das laminas varia de 80 graus a 90 graus para os adultos do sexo masculino e de 90 a 120 graus para os adultos do sexo feminino. Esta variação gera grande impacto na fisiologia vocal, como por exemplo na medida que define o tamanho das pregas vocais. As margens posterior das laminas prolongam-se para cima e para baixo, são os cornos superiores e inferiores, respectivamente. Os cornos superiores são unidos por um ligamento ao osso hioide. Os cornos inferiores articulam- se com a cartilagem cricoide. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 9 35 Cartilagem Cricoidea Situa-se imediatamente acima do primeiro anel traqueal, tem o formato de um anel. E uma estrutura hialina, impar e a segunda maior da laringe. Mais solida que a cartilagem tireoide e forma a parte inferior da estrutura laringea. Ela consiste em duas partes: um arco anterior e uma lamina posterior quadrada (como se fosse um anel de dedo com a pedra virada para a região posterior). De modo similar a tireoidea, observa-se uma variação entre os diâmetros antero-posterior e lateral da cartilagem cricoide de acordo com o sexo, apresentando um formato ovoide nas nos homens e circular nas mulheres. Não ha muitos estudos sobre o impacto disso, mas acredita-se que pode ter relação com a fenda glótica posterior constitucional nas mulheres. Em cada lado, na parte posterior, a cartilagem cricoide apresenta facetas articulares ovais para a articulação com os cornos inferiores da cartilagem tireiode, O resultado e uma articulação com pivô, que permite que as cartilagens tireoide e cricoide girem em torno de um eixo de articulação (esse movimento e importante no mecanismo de mudança de tom). Recebe também as cartilagens aritenoides na região posterio-superior (sobre a pedra do anel). E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 10 35 Cartilagens Aritenoideas Sao pares e moveis, consideradas a unidade funcional da laringe pela sua importância nas funções fontanária e respiratória. Situam-se na margem inclinada da cartilagem cricoide. Parece uma pirâmide de três lados. Cada cartilagem tem uma base, um ápice e três faces. Na base de cada cartilagem encontramos três ângulos: o mais anterior projeta-se para dentro da laringe e e o processo vocal, sendo o ponto de fixação posterior da prega vocal; o angulo postero-lateral projeta-se para fora da laringe e recebe o nome de processo muscular ( dois músculos laringeos são fixados nesse processo); o angulo posterio-mediano não recebe nenhum nome. A base horizontal da cartilagem apresenta forma côncava, o que facilita sua articulação com a cricoide e sua complexa movimentação. O movimento das cartilagens aritenoideasse assemelha ao que se observa em uma cadeira de balanço, ou seja, ocorre em três direções: Antero-posterior, vertical e medio- lateral. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 11 35 Epiglote E uma cartilagem única, em forma de folha. Esta situada na superfície mesial da cartilagem tireoidea, na junção anterior das laminas (pecíolo da epiglote), fixada através de um ligamento. Com as cartilagens aritenoideas se conecta através das pregas ariepigloticas (dobra extensa de tecido e músculo). E formada principalmente por fibra elásticas. Sua função e proteger as via aéreas inferiores, através do abaixamento e fechamento do adito laringeo. Seu movimento acompanha a direção do movimento da língua; contudo participa muito pouco da produção vocal, embora seu deslocamento sobre a laringe parece ajudar em certos estilos e técnicas musicais (volume e projeção). Porque a epiglote e furada? A hipótese e para torna-la mais leve. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 12 35 Cartilagens acessórias Sao as corniculadas e cuneiformes, ambas bem pequenas. Existem outras duas ,triticeas e sesamoides, mas de importâncias pouco definidas. As cartilagens corniculadas tem forma de cone e estão localizadas no ápice das cartilagens aritenoides, as quais se ligam através da junta sinovial as aritenoides, podendo aparecer totalmente fundidas. Servem para prolongar as aritenoides para cima e para trás. As cartilagens cuneiformes tem forma de haste e estão mergulhadas nas pregas ariepigloticas, com provável participação na constrição supraglotica antero- posterior (fechamento do adito da laringe pelo abaixamento da epiglote). Osso Hiode O osso hioide, que significa "com a forma da letra upsilon" (υ), é um osso que fica na parte anterior do pescoço, abaixo da mandíbula e à frente da porção cervical da coluna vertebral. Não está articulado com nenhum outro osso, apenas com músculos. É apenas suportado pelos músculos do pescoço. Suporta, por sua vez, a musculatura na base da língua. Em a forma de uma ferradura e está suspenso das extremidades dos processos estiloides dos ossos temporais. Esse osso forma uma lâmina quadrilátera, achatada de frente para trás, alongada transversalmente e apresenta uma concavidade posterior. Dá E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 13 35 inserção na sua face anterior aos músculos génio-hioideo, génio-glosso, hio- glosso, milo-hióideo, digástrico e estilo-hioideo; na sua face posterior insere- se o músculo tiro-hioideo. Reconhece-se no osso hioide uma parte média, o corpo, de cujas extremidades laterais partem dois prolongamentos: o grande corno e o pequeno corno. Grandes cornos Dão continuidade às extremidades do corpo e terminam por uma estrutura tumefacta , o tubérculo do grande corno. Pequenos cornos São pequenos ossículos ovais que se articulam com o corpo e com o grande corno do osso do hióide, ao nível da linha de união destas duas peças esqueléticas. A sua extremidade superior dá inserção ao ligamento estilo- hioideo. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 14 35 Músculos extrínsecos E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 15 35 Vamos começar a estudar os músculos laringeos. Vou começar pelos extrínsecos, onde irei sita-los a titulo de conhecimento. A musculatura extrínseca é composta por músculos inseridos na laringe, porem oriundo de outras estruturas fora da laringe. Esses músculos não interferem de modo direto na fonação, porem sua ação indireta é de extrema importância, modificando a laringe, sendo um mecanismo secundário no controle da frequência da voz. A função básica da musculatura extrínseca é manter a laringe no pescoço, sendo importante na estabilidade laringea, a fim de que a musculatura intrínseca possa trabalhar efetivamente. Através da elevação ou do abaixamento da laringe no pescoço altera-se o angulo entre as cartilagens e a tensão entre elas. Temos como músculos extrínsecos os supra-hioideos e os infra-hioideos. Os músculos supra-hioideos elevam a laringe no pescoço. Sao eles: -Estilo-hioideo - origem: base do crânio, no processo estilo- hioideo do osso temporal. Função: Ele eleva e retrai o osso Hioide. Inervação: nervo facial (VII par) -Digastrico - Dois ventre com origens diferentes e uma mesma inserção: o ventre anterior tem sua origem na face interna da mandíbula, próxima a linha mediana, e a parte posterior origina-se na fase medial do processo mastoideo do osso temporal; sua inserção faz-se no tendão intermediário, logo acima do osso hioide. Função: Eleva o hioide e deprime a mandíbula. Inervação: Trigêmeo e facial (V e VII par craniano) - Milo-hioideo - Em forma de folha, forma a base da boca; origina-se na mandíbula e insere-se no osso hioide. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 16 35 Função: Eleva e projeta o hioideo e a língua. Inervação: Trigêmeo (V par). - Genio-hioideo - Músculo par, origina-se na superfície interna da mandíbula, próximo a linha mediana, e insere-se na superfície anterior do osso hioide. Função: Puxa a língua e o hioide para a frente. Inervação: Hipoglosso (XII par) Os Músculos extrínsecos infra-hioideos tem a função de baixar a laringe. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 17 35 Vamos a eles: - Esterno-Hioideo - Origem: no limite superior do tórax, na extremidade medial da clavícula, no manubio do osso esterno e no ligamento esternoclavicular. Inserção: na superfície inferior do corpo do osso hioide. Função: abaixa o osso hioide. Inervação: hipoglosso (XII par) - Esternotireoideo - Origem: na porção superior e posterior do esterno e na primeira cartilagem costal. Inserção: Linha obliqua da cartilagem tireoidea. Função: Abaixa a cartilagem tireoidea. Inervação: Hipoglosso (XII par) - Tireo-hioideo - Origem: na linha obliqua da cartilagem tireoidea. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 18 35 Inserção: no corpo e no corno maior do osso hioide. Função: Aproxima a cartilagem tireoidea e o osso hioide. Inervação: Hipoglosso (XII par) - Omo-hioideo (dois ventres) - Origem: margem superior da escapula. Inserção: margem inferior do corpo do osso hioide. Função: Abaixa e retrai o osso hioide. Inervação: Hipoglosso (XII par) E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 19 35 Músculos intrínsecos E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 20 35 Os músculos intrínsecos tem a função fonatoria. Músculos esqueléticos (3 tipos de fibras). Fibra Tipo I - Resistente a fadiga, diâmetro reduzido, contração lenta e metabolismo aeróbio (oxidativo), baixo nível de glicógeno, e alto nível de enzima oxidativa. Fibra Tipo II A - Contracao rápida, resistente a fadiga, metabolismo oxidativo, alto nível de enzimas oxidava e glicogeno. Fibra Tipo II B - Contracao muito rápida, rápida fadiga, maior diâmetro, mecanismo aeróbio por glicose, alto nível de glicogênio, baixo nível de enzimas oxidativas. Utilização intensa da voz - o primeiro músculo a entrar em fadiga e o TA, os músculos CT, responsável pela emissão de tons agudos, suporta mais esforço vocal do que o TA - a voz torna-se mais fraca e aguda. Músculo CricoAritenoideo Posterior (CAP) O CAP (compartimentos horizontal e vertical) é um músculo par e constitui- se no único músculo abdutor das pregas vocais, permitindo a respiração (músculo da vida). O CAP tem a forma de leque, com origem na lamina da E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 21 35 cartilagem cricoidea e inserção em vários ângulos no processo muscular da cartilagem aritenoidea. Funções: - Abduz, eleva, alonga e afila a prega vocal, mantendo todas as camadas da mucosa rígidas, porem a borda livre arredondada. Atua na produção dos sons surdos. Inervação: Nervo laringeo inferior (X par) Ramo posterior.A contração do CAP causa tração do processo muscular da cartilagem aritenoidea para trás e para baixo, promovendo ação contraria a ação dos cricoaritenoide lateral (CAL). Em decorrência do tipo de tração e da dinâmica da articulação cricoaritenoidea, ocorre a lateralização e elevação do processo vocal da cartilagem aritenoidea, abduzindo e elevando as pregas vocais. O CAP é ativado na respiração, mas sua ação não é ausente no processo de produção da voz e fala. Observa-se ativação no final de uma emissão para permitir a inspiração. Alem disso, sua ação de disparo rápido permite a suspensão da vibração da mucosa para a produção correta dos sons surdos durante a fala. O CAP tem dois compartimentos, um vertical e um horizontal, que tem funções diferentes. O vertical causa o balanço das cartilagens aritenoideas no eixo vertical, deslizando-as para trás e, lateralmente, aumentando o espaço glótico. O horizontal promove o deslizamento lateral das cartilagens aritenoideas, sendo primariamente utilizado para os ajustes refinados da posição das pregas vocais e sua estabilidade. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 22 35 Existe evidencia da presença de grande quantidade de fusos musculares no compartimento horizontal do CAP, dando suporte ao seu papel de estabilizador das pregas vocais, em oposição a atividade dos músculos inter-aritenoideos (AA) que também apresentam grande numero dessas fibras em fuso. Acredita-se que a contração do CAP durante a fonação estabilize as cartilagens aritenoideas, prevenindo-as de serem puxadas para frente por ação dos adutores. Músculos CricoAritenoideo Lateral (CAL) O Músculo CAL é um músculo par. Representam os principais adutores das pregas vocais. Ele Aduz, abaixa e alonga a prega vocal, afilando sua borda livre, que fica mais angulada, deixando todas as camadas da mucosa rígida. O CAL auxilia a coaptação glótica necessária para a fonação. Possui a forma de leque, com origem na margem superior da cartilagem cricoidea e inserção no processo muscular da cartilagem aritenoidea. O CAL é, portanto, ativado na fonação, sendo responsável pelo fechamento glótico anterior. Para que a adução completa ocorra (aumento da pressão subglotica), faz necessário a ação do CAL e do músculo aritenóideo (AA), que é responsável pela adução posterior. Porém a adução completa não é essencial para que ocorra a fonação. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 23 35 Segundo Pinho, S. (2014), o CAL aduz a porção media da glote, principalmente a área dos processos vocais, aproximando a porção membranosa. A ação do CAL também influencia moderadamente o controle de registro, Fo e da intensidade vocal. Segundo a Antropofisiologia vocal (Prof. Ariel Coelho), o músculo CAL participa do mecanismo de adução secundaria, aumentando o firmamento glotico, e do mecanismo de firmamento glotico (aqui compondo o que e chamado "braçadeira" (CAL - IAT - IAO)). Junto com os músculos interaritenoideo transverso e obliquo, serve para garantir o fechamento glotico da região posterior. Músculo AriAritenoideo Os músculos AA são responsáveis pela adução da parte posterior das pregas vocais. Sao os músculos aritenóideo transverso e oblíquos. Ambos atual na adução glótica. A adução glótica não pode ser alcançada somente pela adução dos músculos AA, mas sim pela atividade sinergica de vários músculos. Músculo Aritenoideo transverso Horizontal, inserido na margem lateral e posterior da cartilagem aritenoidea seguindo ate o outro lado. Função: aproxima as bases. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 24 35 As fibras profundas continuam em torno das margens das cartilagens aritenoideas, mesclando-se as fibras do músculo TA. A contração dessa porção aproxima as cartilagens aritenoideas, fazendo com que elas se juntem ao longo do eixo longitudinal da capsula articular em direção a linha media. Músculos aritenoideos oblíquos Mais superficiais que o transverso, constituído de dois músculos cruzados, inseridos na fase posterolateral do processo muscular da base de uma cartilagem ao ápice da outra. As porções oblíquas aproximam as cartilagens aritenoideas, sendo reguladoras da compressão medial das pregas vocais. Segundo estudos, a atividade dos AA afeta principalmente o controle da pressão subglótica durante a fonação. Observou-se que os AA não tem efeito sobre as características vibratórias das pregas vocais como tem os músculos CAL e os músculos TA. Apesar de seu principal papel ser aduzir a glote, tudo indica que os AA dão suporte para os outros músculos no controle dos registros, da frequência fundamental (f0) e da intensidade vocal. Segundo Pinho, a atividade dos AA e maior durante a fonação hipercinética ( situação de laringe elevada). Apesar de imprescindível a fonação, a forca adutora dos AA sobre as pregas vocais é inferior a dos TAs. Provavelmente os músculos CAP e AA são os reguladores da estabilidade das pregas vocais durante a respiração e fonação. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 25 35 A atividade do AA e imprescindível a eficácia do fechamento glotico, permitindo a obtenção da pressão subglotica necessária a fonação. Segundo Ariel Coelho (Antropofisiologia Vocal), os músculos AA atuam no mecanismo de adução secundaria e firmamento glotico (braçadeira - fechamento da região posterior). Como a frequência de fonação e controlada? Sao dois os fatores responsáveis por esse controle. O mais importante deles constitui a ação da musculatura que determina o comprimento, a tensão e a massa vibrante das pregas vocais. O outro fator e a pressão subglotica. Se quisermos elevar a frequência de fonação sem elevarmos sua intensidade, devemos ativar a musculatura que controla as propriedades das pregas vocais, particularmente as relativas ao seu comprimento. Quanto mais longas, tensas e finas as pregas vocais, mais alta será a frequência de fonação. A tensão das pregas vocais pode ser ajustada por meio da modificação da distancia das suas extremidades (posterior e anterior). O músculo cricotireoideo (CT) Segundo Behlau, “ O CT e um músculo par, com ação adutora secundaria das pregas vocais. E o maior músculo intrínseco da laringe, em forma de leque.” Origem: cartilagem cricoidea. Inserção: cartilagem tireoidea. Função: aduz na posição paramediana, abaixa, estira, alonga e afila as pregas E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 26 35 vocais, enrijecendo todas as camadas e angulando a borda livre das pregas vocais. O alongamento das pregas vocais diminui a massa em vibração, aumenta a tensão e eleva a freqüência fundamental. Ele também apresenta uma ação de tensor secundário. Ainda segundo Behlau, “o CT e largamente responsável pela tensão longitudinal das pregas vocais.” Ele e responsável pelo controle da frequência. Segundo behlau e Pinho, a contração do músculo CT aproxima as cartilagens cricoide e tireoide através do deslocamento principalmente da cartilagem tireoide para baixo, mais também da cartilagem cricoidea para cima, em ate 15 graus. Conhecemos este movimento como Báscula. Ja Sundberg nos diz que, “quando o CT se contrai, a cartilagem cricoidea se inclina, o que eleva sua região anterior e aproxima-a da cartilagem tireoidea”. Logo quanto menor a distancia entre a cartilagem tireóidea e cricoidea maior e a frequência de fonação. E importante dizer que as cartilagens aritenoideas precisam se manter estáveis (cartilagem onde as pregas vocais são inseridas posteriormente). Estas mesmas também alongam as pregas vocais, através da sua rotação e deslocamento. O CT e um músculo de resistência ele demora mais a fatigar. Quando se inicia a fala ele e ativada para estabilizar a laringe. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 27 35 Segundo a Antropofisiologia vocal, estudos do MestreAriel Coelho, o CT (dividido em CT obliquo e CT reto) atua no mecanismo de adução primaria junto do TAE. Esse mecanismo ocorre entre Sol#1 e si 3 (teclado 5 oitavas). O CT e responsavel pelo movimento de Bascula (Sol#2). De mi2 ate sol#2 o CT obliquo liga e de Sol#2 ate si3 o CT reto puxa. Segundo Pinho e Pontes, os músculos CT exercem importante papel na produção dos registros vocais, justamente com o TA. Músculo Tireoaritenoide (TA) Segundo Behlau, o TA e um músculo par que compõe o corpo das pregas vocais. Eles se originam no angulo da cartilagem tireóidea e a inserção principal e no processo vocal da cartilagem aritenoidea com extensão em direção ao processo muscular. Aduz, abaixa, encurta e espessa a prega vocal, deixando a borda da mucosa arredondada. Ele possui dois feixes principais: um medial interno (Tireovocal) e outro lateral externo (tireomuscular). Segundo Pinho e Pontes atua encurtando as pregas vocais e moderado a contração do músculo CT no controle da frequência e possui uma quantidade maior de fibras lentas (mais fracas, de contracao lenta, mais altamente resistentes). O TA externo apresenta fibras de contração rápida (fortes, de contração rapida, mas fatigaveis) , tem menos ação sobre as características da fonação e parece estar mais envolvidos na adução das pregas vocais. Segundo Pinho e Pontes atua principalmente no controle da intensidade, aproximando a glote membranosa e aumentando a resistência glotica. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 28 35 A ação principal do TA e encurta e aduzir as pregas vocais reduzindo assim a freqüência da fonação. Segundo Pinto e Pontes, ele regula a tensão longitudinal da superfície mucosa das pregas vocais, quando não sobre a oposição dos demais intrínsecos. Estes influenciam o fechamento gótico, puxando o processo muscular para frente, soltando a mucosa. Ao sofre a oposição dos demais intrínsecos, a contração do músculo TA causa o aumento de tensão das pregas vocais, modificando as características da onda mucosa. A literatura, segundo Pinho e Pontes, e ambígua acerca da forca adutora dos músculos laringeos, individualmente. Mais, o mais efetivo parecer ser o TA. O CAL seria adutor primário. Segundo a Antropofisiologia vocal, estudos do Mestre Ariel Coelho. O TA atua nos mecanismos de adução primaria junto do CT e no mecanismo de selamento glotico. O TA externo atua nas relações dinâmicas do mecanismo de adução primaria e o TA interno atua no mecanismo de selamento glotico. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 29 35 Anatomy 3D Atlas Gláucia Quites Pregas Ariepigloticas Sao formadas pelo músculo ariepiglotico (AE), estendendo-se das pontas das cartilagens aritenoideas ate a epiglote, formando um vigoroso esfíncter que permite o fechamento da laringe durante a deglutição e nas situações de proteção das vias aéreas inferiores. Durante a produção da voz, uma contração parcial pode ocorrer em certos estilos e efeitos vocais. Pregas Vestibulares Antes chamadas de falsas pregas vocais, são duas dobras de tecido localizadas acima das pregas vocais. Em situações habituais, as pregas vestibulares não participam da fonação. Observa-se porem que, em frequências muito graves, como as do registro basal, elas podem ser envolvidas passivamente, vibrando durante a produção ou abafando sua ressonancia. Um constrição mediana dessas pregas pode ser percebida durante a produção do sussurro em algumas pessoas. Sua maior ativação ocorre quando e requerido maior selamento laringe, como em atividades de esforço. Em alguns efeitos vocais elas são acionadas. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 30 35 Pregas Vocais E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 31 35 As pregas vocais são duas dobras de músculos e mucosa que se estendem horizontalmente na laringe, fixando-se anteriormente na face interna da cartilagem tireoidea, formando a comissura anterior, a região de convergência de ambas as pregas vocais. Posteriormente, cada prega vocal conecta-se a cartilagem aritenoidea, cobrindo-a de mucosa. As pregas vocais são uma estrutura multilaminada, onde cada camada apresenta propriedades mecânicas diferentes. A mucosa da prega vocal: Dividi-se em epitélio e lamina própria. O epitélio pode ser visto como um fino plástico, resistente, cuja função e cobrir e manter a forma da prega vocal. A lamina própria por sua vez, subdivide-se em três camadas: superficial, intermediaria e profunda. A camada superficial (espaco de Reinke), e uma camada solta, flexível e com poucos elementos, como se fosse uma leve gelatina. E a que vibra mais intensamente durante a fonação. A camada intermediaria, e mais densa, sendo composta de fibras elásticas. A camada profunda, e composta de fibras colageno, mais rígida. A camada intermediaria e a profunda chamamos de Ligamento vocal. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 32 35 O corpo da prega vocal e composto basicamente pelo músculo vocal e, do ponto de vista mecânico, quando se contrai, funciona como um feixe elástico muito rigido. As cinco camadas descritas pode ser agrupadas em três seções: Cobertura (epitelio e camada superficial), transição (Camada intermediaria e camada profunda) e corpo (musculo vocal). Durante a fonação, a cobertura desloca-se, de modo muito intenso e fluido, em direção contraria a da gravidade. A camada de transição, por sua vez, serve de acoplamento entre a camada superficial e o músculo vocal. E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 33 35 Material Complementar: Para começar a “coçar” a cabeça e com isso pensar um novo fazer de vocalizes e exercícios vocais nas aulas/sessões vocais. Video Bônus (exclusivo do e-book) com a visualização em 3D de todas as estruturas estudadas no E-book - https://youtu.be/0O7HcEIDhhk Obrigada por adquirir o e-book! Estou a disposição para duvidas e sugestões. Educadora Vocal Aline Silva E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 34 35 https://youtu.be/0O7HcEIDhhk Referencia Bibliográfica Princípios da Anatomia e fisiologia aplicada a fonoaudiologia - Willard R. Zemlin Voz - O livro do especialista volume 1 - Mara Behlau Músculos intrínsecos da laringe e Dinâmica vocal (Volume 1 segunda edição)- Silvia Pinho Ciencias da Voz - Johan Sundberg Antropofisiologia Vocal - Prof. Ariel Coelho E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva de 35 35