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ERITRÓCITOS 1 ERITRÓCITOS FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR ERITRÓCITOS 2 ERITRÓCITOS CONTEÚDO: BEATRIZ FARAVELLI CURADORIA: ALINE CORDEIRO ERITRÓCITOS 3 SUMÁRIO ERITRÓCITOS ........................................................................................................... 4 ERITRÓCITOS MADUROS ....................................................................................... 4 O FERRO .................................................................................................................... 4 TEMPO DE VIDA DOS ERITRÓCITOS ................................................................... 5 RECICLAGEM ............................................................................................................ 5 ANEMIAS: DISTÚRBIOS ERITROCITÁRIOS .......................................................... 7 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 9 ERITRÓCITOS 4 ERITRÓCITOS Também conhecidos como glóbulos vermelhos, os eritrócitos são abundan- temente encontrados no sangue. Sua principal função está relacionada com o transporte de oxigênio dos pul- mões até as células e com o transporte do dióxido de carbono das células dos pulmões. O hematócrito é o indicador clínico que expressa a proporção entre os eritróci- tos e o plasma em uma porcentagem do volume total de sangue. A faixa nor- mal de hematócrito é de 40 a 54% para homens e de 37 a 47% para mulheres. ERITRÓCITOS MADUROS Os glóbulos vermelhos maduros não possuem núcleo. Na medula óssea, as células que os originam se diferenciam até chegar a um estágio de eritroblas- tos nucleados. Estes, quando maduros, passam por um processo de condensa- ção do núcleo. Ao final processo de amadurecimento, o núcleo é fagocitado por macrófagos da medula óssea e as organelas membranosas presentes em seu interior são degradadas e desapa- recem, transformando os eritroblastos nucleados em reticulócitos que deixa- rão a medula e, já na corrente sanguí- nea, se desenvolverão em eritrócito em cerca de 24 horas. Como não possuem mitocôndrias, os eritrócitos não realizam metabolismo aeróbio. Logo, a glicólise é sua principal fonte de ATP. Por não possuírem núcleo nem retículo endoplasmático, os eritrócitos também são incapazes de produzir novas enzi- mas e de renovar componentes da membrana. Dessa forma, quanto mais antigo o eritrócito for, mais frágil ele é. A estrutura das hemácias é bem famosa e conhecida: o modelo bicôncavo é mantido pela membrana que se susten- ta por um citoesqueleto. A estrutura dos eritrócitos é bem flexível, o que permite com que eles possam atravessar capi- lares estreitos durante a circulação. A mudança osmótica do sangue tam- bém provoca mudanças em seu forma- to: • Meio hipertônico: os eritrócitos se encolhem e desenvolvem uma superfície pontiaguda quando a membrana é tracionada em dire- ção ao citoesqueleto. • Meio hipotônico: o eritrócito incha e forma uma esfera sem que haja rompimento da membrana. Em alguns casos, a alteração morfológi- ca dos eritrócitos permite o diagnóstico de doenças, como por exemplo na anemia falciforme. O FERRO A hemoglobina (Hb) é a principal proteí- na componente dos eritrócitos e é res- ponsável pelo transporte do oxigênio. ERITRÓCITOS 5 Ela possui quatro cadeias proteicas globulares e cada uma delas envolve um grupo heme que contém ferro. As globinas da hemoglobina podem ter isoformas e, dentre as mais comuns, podemos citar a alfa, a beta a gama e a delta – que variam de acordo com a estrutura de cadeia. Na maioria dos adultos, é bem comum que encontre- mos duas cadeias alfa e duas cadeias beta, sendo possível também encontrar uma pequena quantidade de hemoglo- binas compostas por duas cadeias alfa e duas delta. Cada um dos grupos heme pode ser definido como um anel porfirínico de carbono-hidrogênio-nitrogênio e um átimo de ferro no centro. A maior parte do ferro encontrado no corpo é justamente encontrada nos grupos heme da hemoglobina. Em uma dieta balanceada, o suprimen- to nutricional de ferro vem da carne vermelha, do feijão, espinafre e de grãos integrais. Após a ingestão, o ferro é absorvido no intestino delgado por transporte ativo e a proteína carreado- ra chamada transferrina o transporta ao sangue. Depois disso, a medula ós- sea capta o ferro e, com ele, produz grupamentos heme da hemoglobina para o desenvolvimento dos eritrócitos. Quando o ferro é ingerido em excesso, ele é armazenado no fígado dentro de uma proteína chamada de ferritina, que o libera quando necessário. Entretanto, quando presente em grande quantidade, o ferro se torna tóxico e ocorre envenenamento. A intoxicação por ferro tem como sintomas dor gas- trointestinal, cãibras e sangramentos intensos. TEMPO DE VIDA DOS ERITRÓCI- TOS Os glóbulos vermelhos vivem cerca de 20 a 120 dias na circulação. Como visto anteriormente, a ausência do retículo endoplasmático e de núcleo impede a manutenção da membrana dessas células e, como consequência, os eritrócitos mais velhos se tornam mais frágeis – podendo romper-se en- quanto passam por capilares mais es- treitos. RECICLAGEM Quando os eritrócitos são destruídos, muitos de seus componentes são reutilizados: • Os aminoácidos presentes nas cadeias de globina da hemoglobina são incorpo- rados a novas proteínas; • Algumas moléculas de ferro são reutilizadas para a produção de novos grupos heme; • Alguns grupamentos heme são convertidos pelas células do baço e do fígado em bilirrubina. ERITRÓCITOS 6 Imagem 1: Formação dos grupamentos heme e reciclagem dos eritrócitos A bilirrubina é transportada até o fígado por meio da albumina presente no plasma. Depois disso, é metabolizada e incorporada a bile, que é secretada no trato digestório. Os metabólitos da bilirrubina, em sua maior parte, são excretados nas fezes. Alguns deles são filtrados do sangue pelos rins e contribuem para a cor amarelada da urina. ERITRÓCITOS 7 ANEMIAS: DISTÚRBIOS ERITROCITÁRIOS Imagem 2: citoesqueleto e morfologia dos eritrócitos Quando o conteúdo de hemoglobina corporal está baixo, o sangue não transporta oxigênio da forma adequa- da para os tecidos do corpo. Esse dis- túrbio também é popularmente conhe- cido como anemia, no qual é possível observar como sintomatologia o cansa- ço e a fraqueza – principalmente du- rante atividades físicas. As anemias podem ter causas relacio- nadas à perda acelerada de eritrócitos, geralmente relacionada com perda de sangue e anemias hemolíticas hereditá- rias ou adquiridas. Em casos de anemia hemolítica, que na maior parte dos casos é hereditária, no- ta-se que a taxa de destruição das he- mácias é maior do que sua taxa de pro- dução. A esferocitose hereditária é um exemplo desse tipo de anemia onde o citoesqueleto do eritrócito não se fixa de maneira adequada por conta da presença de proteínas citoesqueléticas defeituosas ou deficientes. Essa altera- ção faz com que as hemácias tenham maior chance de se romper quando ex- postas a mudanças osmóticas. A anemia falciforme é outro exemplo de um problema genético que altera o for- ERITRÓCITOS 8 mato das hemácias, que será em foice. As células falciformes se agregam e acabam bloqueando o fluxo sanguíneo tecidual à medida que passam pelos vasos. Isso faz com que haja danos nos tecidos e dor promovida pela hipóxia. Outra causa da anemia é a produção diminuída de eritrócitos, que pode ter origem de defeitos na síntese de hemo- globina ou de eritrócitos pela medula óssea ou pela produção inadequada de eritropoietina. A anemia por deficiência de ferro ocorre quando a perda de ferro pelo corpo é maior do que a sua ingestão. Dessa forma, a medula óssea não terá acesso a uma quantidade adequadade ferro para produzir grupos heme e, conse- quentemente, a produção de hemácias será lenta. Assim, pessoas que manifes- tam esse tipo de anemia possuem valo- res clínicos baixos na contagem de eri- trócitos – ou baixo hematócrito – e também baixo conteúdo de hemoglobi- na no sangue. Também é possível notar a presença de eritrócitos menores que o normal, ou seja, microcíticos, e células mais pálidas, ou hipocrômicas. ERITRÓCITOS 9 @jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupoJaleko REFERÊNCIAS SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana – Uma Abordagem In- tegrada. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. GUYTON, A.C. e Hall J.E.. Tratado de Fisiologia Médica. 13ed. Rio de Ja- neiro: Elsevier, 2017. Fisiologia Cardiovascular – Sangue – Eritrócitos (Professor Nelson Paes de Oliveira Junior). Disponível em: < www.jaleko.com.br >. VISITE NOSSAS REDES SOCIAIS