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Segundo Capítulo de Mediadores de Leitura docx

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Segundo Capítulo de Mediadores de Leitura
3.3 Atividades de leitura e interpretação de textos:
O filho feito sem pecado
PG 48;
1) Seguindo o esquema de classificação de Câmara Cascudo, podemos classificar o conto
como de Adivinhação.
2) As marcas da oralidade presentes no texto se fazem presente quando o narrador usa do
diminutivo “filhinho” logo depois de denunciar a natureza incestuosa da relação que até
o momento era desconhecida pelos personagens, com sentido de maior impacto ao leitor
que juntara os pontos. Sendo assim, a forma escrita é pensada no estranhamento, além
de ter linguagem mista que visa facilitar a leitura, acolhendo mais leitores.
3)
4) A fórmula estrutural do texto “O filho feito sem pecado”, seguindo os preceitos de Irene
Machado se dá por:
Situação inicial:
Uma moça deu à luz uma criança e a mandou educar longe da cidade em que morava, para que
ninguém soubesse jamais de sua culpa. O menino cresceu, fez-se homem e veio visitar a cidade,
justamente onde sua mãe vivia. O rapaz viu-a, enamorou-se dela e se casou.
Motivo:
Meses depois, descansando o marido no colo da mulher, reparou esta numa medalha de ouro, com a
efígie de Nossa Senhora da Conceição, lembrança que pusera ao pescoço do filhinho ao separar-se
dele.
Motivações:
Sentindo-se criminosa e não querendo prolongar aquela união sacrílega, contou sua história ao
esposo que era, sem saber, seu filho. Este partiu imediatamente para longe e não mais enviou
notícias
Tempo:
Uma moça deu à luz uma criança;
Meses depois;
Depois;
Resolução de Conflitos ou conclusão:
Depois nascia um filho, batizado com o nome de Tomé, e a mãe anunciou dar um grande prêmio a
quem decifrasse o enigma que apresentaria. Não acertando, pagariam uma multa. A mulher educou
seu filho como um príncipe, foi muito feliz e morreu rica porque ninguém conseguiu decifrar o
enigma que era assim:
Meu filho Tomé
Que muito me é!
É filho do meu filho,
Irmão do meu marido.
É meu neto e meu cunhado,
Filho feito sem pecado!
 
5) Sim, podemos ver no texto claras semelhanças com o Mito do herói Édipo que, assim
como o filho retratado no conto, estabeleceu relação incestuosa com sua progenitora até
então por falta de conhecimento de ambas as partes.
4.2 Atividades de leitura e interpretação de textos:
João e Maria
PG 65;
A) Não. Muitas partes da história anterior deixaram de estar presentes, assim como várias
outras foram acrescentadas. Não há na história de Silvio Romero as pedrinhas, o
arrependimento do pai diante da vilania da mãe, a interferência e ajuda de pequenos
animais da floresta... O fator da aventura se mantém por uma versão diferente e
expandida do conto.
B) Não. Nessa versão alternativa não existe o pai amoroso que é apenas persuadido por sua
mulher e logo em seguida cai em arrependimento, por exemplo. Vemos como é o pai
que toma a frente ao que origina o conflito do texto. As crianças apenas podem contar
uma com a outra e mesmo assim, anos depois, nos é mostrada a traição de Maria sobre
Joãozinho. A questão familiar é mais complexa e o caráter dos envolvidos deixa a
desejar.
C) Os personagens num primeiro instante correm e trepam numa árvore a fim de cumprir
as orientações de Nossa Senhora, mas vencidas as adversidades se alocam na casa da
bruxa e ficam por alguns anos. Isso se sustenta até que Maria trai a confiança de seu
irmão que decide sair pelo mundo ganhar a vida. Em momento algum eles voltam para
sua casinha e pai, como na outra versão.
D) A história se encerra na etapa de vida adulta dos protagonistas. Ela segue até que eles se
deparem com interesses amorosos e narra ações individuais de cada um acerca disso,
como a traição ou o ato heroico.
E) Nessa versão é a Nossa Senhora que tem papel de instruir os personagens. Sendo assim,
temos no conto uma intervenção divina.
F) Os heróis acabaram por ficar com a casa da bruxa e com a proteção dos três cães de
guarda e é assim que eles vivem bem até que a história caminha para outros rumos.
5.1 Atividades de leitura e interpretação de textos:
PG 76; Texto Lobatiano classificado conforme esquema de Martha.
O LOBO E O CORDEIRO
Situação: Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de
horrendo aspecto.
Ação: — Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? — disse o monstro
arreganhando os dentes. Espere, que vou castigar tamanha má-criação!…
Reação: O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
— Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Ação: Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a
torcer.
— Além disso — inventou ele — sei que você andou falando mal de mim o ano passado.
Reação: — Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Ação: Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
— Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
Reação: — Como poderia ser meu irmão mais velho, se sou filho único?
Ação: O lobo furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho, veio com uma
razão de lobo faminto:
— Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
Resultado: E — nhoc! — sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há argumentos.
5.2 Atividades de leitura e interpretação de textos:
PG 79; Comparativo da Fábula na versão de Esopo e de Monteiro Lobato.
O LOBO E O CORDEIRO
1) Semelhanças: A moral se mantém na ideia de que uma vez decidido alguém a cumprir
determinado objetivo mesmo que seja esse de fim maléfico, não há argumento capaz de
mudar isso.
Outra semelhança se dá pela marcação do bem e do mau que são bem firmes. Na versão
de Lobato se dá pela descrição dos personagens e na de Esopo no apontamento das
intenções ruins do lobo desde o início.
Diferenças: No texto de Monteiro Lobato é claro o tratamento carinhoso ao cordeiro, o
tratamento que o coloca num papel de inocência frente ao lobo que está na posição de
traiçoeiro, isso acontece porque seu conto tem o intuito de atingir crianças. A linguagem
difere do texto de Esopo.
Como diferença também podemos apontar que enquanto no texto de Lobato existe o
diálogo completo dos personagens para que possamos acompanhar, o texto de Esopo
apenas denuncia de forma breve a situação.
2) A resistência do cordeiro está em seus argumentos coerentes, ele não falta com a
verdade e se explica ao lobo. A moral, entretanto, está em que às vezes, infelizmente,
quem vai levar a vantagem é o mais forte, o traiçoeiro, o mau-caráter que vai se opor ao
que é justo.

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