Buscar

Ação Anulatória de Registro

Prévia do material em texto

PEÇA 04- AÇÃO ANULATÓRIA DE REGISTRO 
 
 
 
Lorena de Oliveira Serpa R.A: 3870423 
 
 
Trabalho apresentado à Faculdades Metropolitanas 
Unidas para aquisição de média sob orientação da 
professora: Ana Elizabeth Lapa Wanderley Cavalcanti. 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2024 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DE 
FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE PINHEIROS DA COMARCA 
DE SÃO PAULO- CAPITAL 
 
 
 
 
 
 
 JULIO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob 
nº...e RG nº ..., residente e domiciliado na Rua Esmeralda, nº - Lapa-SP, com endereço 
eletrônico..., por intermédio de seu advogado, que esta subscreve, com procuração em 
anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 
1601 e 1604 e ss do Código Civil propor: 
 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C COM RETIFICAÇÃO DE 
REGISTRO CIVIL 
 
 
 Em face de LAURA, nacionalidade, menor impúbere, neste ato 
representada por sua genitora, MARIA, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no 
CPF sob nº ... e RG nº..., residente e domiciliada Rua XV de Novembro- Pinheiros – SP,, 
com endereço eletrônico... e telefone ..., pelos motivos de fato e de direito a seguir 
expostos: 
 
 
I - DOS FATOS; 
 
 Em dezembro de 2019 Maria descobriu que estava grávida e 
casou-se com Júlio, todavia a mesma tinha encontros casuais com outra pessoa, no 
mesmo momento que possuía o relacionamento. A criança nasceu em julho de 2020. Júlio 
registrou a menina (Laura) como sua filha. 
 Passados 6 meses após o nascimento da menina, Júlio passou a 
desconfiar que ela não era sua filha biológica, já que seus traços físicos eram 
muito diferentes dele e sua família. Posteriormente, em conversa com Maria, descobriu 
que na época anterior à gravidez Maria teve relacionamento com outro homem. Júlio e 
Maria moraram juntos por 1 ano no local em que Maria mora até hoje com sua filha. 
 Desde a descoberta sobre a possibilidade de não ser o pai da 
criança, Júlio mudou-se para a casa de sua mãe e nunca mais teve contato com Maria e a 
filha. Há três meses atrás, Maria procurou Júlio indagando se ele iria cumprir sua 
responsabilidade de pai visitando e pagando alimentos para a filha, ressalta-se que o 
requerente não quer continuar como pai da menina. 
II - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA; 
 
 Nos termos dos artigos 5º LXXIV da CF e arts. 98 e 99 CPC, 
por meio de declaração de hipossuficiência, o autor comprova que não possui 
condições de pagar as custas e despesas judiciais sem prejuízo próprio e 
comprometimento de seu sustento, motivo pelo qual requer e faz jus a concessão da 
gratuidade de justiça. 
 
III - DO DIREITO; 
 
 O Código Civil, embasa fundamento em que há possibilidade de 
contestar a paternidade e o registro conforme preceitua: 
 Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade 
dos filhos nascidos de sua mulher sendo tal ação imprescritível. 
 Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta 
do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro 
 
 No presente caso, o vício de consentimento fica perfeitamente 
caracterizado por meio da INDUÇÃO EM ERRO, a que foi levado a incorrer o suposto 
pai, quando induzido a erro ao proceder o registro da criança, acreditando se 
tratar de filho biológico, na qual se tivesse o real conhecimento, não o teria celebrado. 
 
 Ademais, desde o nascimento da criança não houve qualquer 
convívio ou relação afetiva entre ambos que pudesse a justificar a manutenção do 
vínculo, vez que, após 6 meses do nascimento da criança, desde a descoberta sobre a 
possibilidade de não ser o pai, o autor nunca mais teve contato com Maria e a filha, 
restando INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO AFETIVO. 
 
 
 Quanto à anulação do Registro Público, além de ser uma questão 
de direito, o pedido é justo, considerando a importância de garantir que os registros 
públicos estejam em conformidade com a verdade real, conforme enfatizado pela 
doutrina predominante sobre o assunto: 
 
"Não havendo vínculo de qualquer ordem entre pai e filho - a não ser 
uma sentença que afirma um fato que não existe - essa inverdade 
jurídica não pode prevalecer. Quem não é pai, nem afetivo nem 
biológico, não é pai. A Justiça precisa curvar-se a essa verdade, mesmo 
que alguém, eventualmente, acabe sem genitor. Essa situação, ainda 
que lastimável, não cabe ser solucionada pelo Judiciário. Desarrazoado 
que seja criado ou mantido vínculo de paternidade inexistente, 
encobrindo-se de forma injustificada a verdade real." (DIAS, Maria 
Berenice. Manual de Direito das Famílias. 12ª ed. Revista dos Tribunais: 
2017. Ebook. 24.5 Ação do pai) 
 
 Portanto, após a realização de diligências e a apresentação de 
provas, solicita-se a declaração de negação de paternidade, com a consequente retificação 
do Registro Público. 
 
IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS; 
 
 Diante o exposto, requer à Vossa Excelência: 
 
 a) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do 
art. 98 e seguintes, do Código de Processo Civil e art. 1º, § 2º, da Lei nº 5.478/68; 
 
 b) A citação da Requerida na pessoa de sua representante legal, 
para apresentar defesa, sob pena dos efeitos da revelia e confissão; 
 
 c) A procedência da ação, com a consequente declaração de que 
o Requerente não é o pai biológico da Requerida, inexistindo qualquer vínculo de filiação 
entre as partes, e que seja expedido mandado ao Cartório de Registro Civil competente 
para excluir o nome do requerente, dos avós paternos e do sobrenome de família do 
mesmo, do registro de nascimento da requerida.; 
 
 d) Requer, a determinação de realização de prova pericial por 
meio de exame hematológico, especialmente o exame de DNA, com requerimento oficial 
ao IMESC e intimação das partes para comparecerem em local e data designados para 
a realização do exame, sob pena de desobediência à ordem judicial. 
 e) A intervenção do representante do Ministério Público, nos 
termos do art. 178, inciso II, do CPC; 
 f) A condenação do Requerido ao pagamento das custas e 
honorários sucumbenciais, nos termos da Lei; 
 g) Requer a juntada de todos os meios de provas admitidos em 
direito. 
 h) A realização de audiência prévia de conciliação nos termos do 
art 319 do CPC. 
 
 Dá-se, à causa, o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins 
fiscais e de distribuição. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
São Paulo, data 
 
Advogado/OAB

Mais conteúdos dessa disciplina