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Estado de Mato Grosso do Sul Poder Judiciário Campo Grande 3ª Vara Cível 1 TERMO DE ASSENTADA EM AUDIÊNCIA Autos nº 0827983-74.2013.8.12.0001 – Usucapião. A: Marinete Vieira dos Reis R: Julieta Saes Minari Em 07 de dezembro de 2016; nesta cidade e Comarca de Campo Grande, Estado de Mato Grosso do Sul, às 14 horas, no Edifício do Fórum local, onde presente se encontrava o MM. Juiz de Direito desta Vara, Dr. Alessandro Carlo Meliso Rodrigues, comigo Analista Judiciário, a seu cargo. Na audiência de hoje compareceram: a parte requerente Marinete Vieira dos Reis, acompanhada da advogado(a) Dr(ª) Cleide de Oliveira Gonçalves, que postulou pela juntada de substabelecimento, o que foi deferido pelo MM. Juiz; bem como a testemunha: Valmir Alves de Queiroz. Ausente(s) a parte requerida Julieta Saes Minari e as demais testemunhas. Aberta a audiência, nos termos do artigo 358, do Código de Processo Civil, restou prejudicada a tentativa de conciliação entre as partes, face à ausência da parte requerida. A parte requerente desistiu do depoimento pessoal da parte requerida. Pelo MM. Juiz foi colhido o depoimento da testemunhas presentes: Valmir Alves de Queiroz, cujo termo segue anexo. Pela parte autora foram dispensadas as oitivas das demais testemunhas arroladas, com a homologação do Juízo. Em seguida pelo MM. Juiz foi declarado o encerramento da instrução processual. A parte autora apresentou alegações finais nos seguintes termos: " Ratificando os pedidos na inicial, que sejam julgados procedentes os pedidos formulados na inicial, julgando procedente a ação." Em seguida foi proferida a seguinte sentença, nos termos do artigo 366, do Código de Processo Civil: “Vistos etc. Trata-se de AÇÃO DE USUCAPIÃO em que a parte requerente alega que mantém a posse mansa, pacífica e ininterrupta do seguinte imóvel: lote de terreno determinado sob nº 07 (sete), da quadra 20 (vinte), da Vila Nossa Senhora das Graças, nesta Capital, medindo 12 (doze) metros de frente por 38 (trinta e oito) metros ditos de frentes aos fundos, perfazendo uma área total de 456 (quatrocentos e cinquenta e seis) metros quadrados, limitando-se: frente com a Rua Maria Izabel Couto Pontes; fundos com parte do lote n. 09 (nove); de um lado com o lote 06 (seis); do outro com o lote n. 08 (oito), imóvel objeto da matrícula 25.623, do Cartório de Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição desta comarca. Afirma a parte requerente que está na posse do imóvel desde de 2005, tendo adquirida de seu ex sogro Hélio Azevedo Martins, que residia no imóvel desde o ano de 1981. Também, que exerce a posse sobre o bem sem qualquer oposição, motivo pelo qual postula pela procedência do pedido para que seja declarado por sentença a sua aquisição em relação ao imóvel descrito, com a consequente inscrição de sua propriedade no Cartório de Registro competente. Com a inicial colacionaram aos autos os documentos pertinentes. Recebida a petição inicial. Os confrontantes e terceiros interessados foram citados (fls. 58; 69; 73; 113; 131; 142; 159). As Fazendas Públicas foram intimadas e manifestaram desinteresse no imóvel objeto da demanda. A parte requerida citada pessoalmente deixou transcorrer in albis o prazo de apresentação de resposta. Os citados por Edital apresentaram contestação 17 :2 5. P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /es aj, in for me o pro ce ss o 0 82 79 83 -74 .20 13 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 1B 63 40 C. Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or A LE SS AN DR O C AR LO M EL IS O R O DR IG UE S. L ib er ad o no s au to s di gi ta is po r J ul ia no A pa re cid o Si lva P en a, e m 0 7/ 12 /2 01 6 às fls. 187 Estado de Mato Grosso do Sul Poder Judiciário Campo Grande 3ª Vara Cível 2 apresentada pela curadoria especial, por negativa geral. Foi realizada a instrução do feito, com oitiva de testemunhas. As partes apresentaram alegações finais remissivas. Relatado. Decide-se. Trata-se de uma AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO em que a parte requerente afirma estar na posse mansa e pacífica do imóvel usucapiendo há mais de quinze anos, de forma ininterrupta e sem oposição, desprovida, entretanto, de qualquer título que comprove sua qualidade de proprietária do imóvel. Pois bem, é cediço que o Usucapião é o modo de adquirir a propriedade pela posse continuada durante certo lapso de tempo, com os requisitos estabelecidos na lei. Para o professor ORLANDO GOMES, o fundamento do usucapião é de ordem objetiva, em considerações de utilidade social. Segundo escólio do eminente civilista: "É socialmente conveniente dar segurança e estabilidade à propriedade, bem como consolidar as aquisições e facilitar a prova do domínio. A ação do tempo sana os vícios e defeitos dos modos de aquisição porque a ordem jurídica tende a dar segurança aos direitos que confere, evitando conflitos, divergências e mesmo dúvidas. Bem certo é que 'acabar com as incertezas da propriedade' é a razão final do usucapião" (Direitos Reais – 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, pág. 164). O Usucapião Extraordinário caracteriza-se pela maior duração da posse e por dispensar o justo título e a boa-fé. Basta que alguém possua um bem como seu, durante certo lapso de tempo, para que lhe adquira a propriedade. Seus requisitos estão previstos no artigo 1.238, do Código Civil; sendo que resumem a posse sem interrupção nem oposição, em certo prazo, desde que possuída a coisa com animus domini. Pois bem, no caso em testilha todos os requisitos legais para a configuração do Usucapião Extraordinário estão demonstrados nos autos. A parte requerente exerce a posse ad usucapione sobre referido imóvel há mais de quinze anos, conforme demonstra o depoimento das testemunhas ouvidas nesta audiência de instrução e julgamento. A posse exercida pela parte requerente não sofreu qualquer oposição, logo, está caracterizada seu exercício de forma mansa e pacífica. Da mesma forma, a posse exercida apresenta o aninus domini, vez que a parte requerente explora o imóvel como se proprietária fosse, inclusive arcando com as taxas e impostos pertinentes. Também, curial consignar, que os confrontantes, devidamente citados para contestarem a presente demanda, quedaram-se inertes, não exercendo qualquer direito de resistência que lhes assistiam. Assim, os fatos narrados na exordial são considerados verdadeiros, nos termos do artigo 344, do Código de Processo Civil, bem como, prescindem de comprovação nos autos, nos termos do artigo 374, inciso IV, do mesmo Estatuto Processual Civil. Do mesmo modo, todos os entes públicos peticionaram nos autos informando desinteresse no imóvel objeto da presente ação de Usucapião Extraordinário. Ainda, urge acrescer, que o presente caderno processual está instruído com documento elaborado por profissional que individualiza o imóvel objeto da ação, sendo ainda patente que é passível de aquisição pelo Usucapião Extraordinário, vez que não se constitui em bem fora do comércio e não é de propriedade pública. Por tudo, entendo que a presente demanda deve ser julgada procedente, vez que todos os requisitos necessários para a configuração da forma de aquisição da propriedade pelo Usucapião Extraordinário estão devidamente demonstrados nos autos. ANTE O EXPOSTO e tudo mais que dos autos consta, com fundamento no disposto pelo artigo 1238, do Código Civil, JULGO 17 :2 5. P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce sse o sit e ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /es aj, in for me o pro ce ss o 0 82 79 83 -74 .20 13 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 1B 63 40 C. Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or A LE SS AN DR O C AR LO M EL IS O R O DR IG UE S. L ib er ad o no s au to s di gi ta is po r J ul ia no A pa re cid o Si lva P en a, e m 0 7/ 12 /2 01 6 às fls. 188 Estado de Mato Grosso do Sul Poder Judiciário Campo Grande 3ª Vara Cível 3 PROCEDENTE o pedido formulado pela parte requerente, para o fim de declarar em seu benefício o USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO e a consequente propriedade sobre o bem imóvel assim descrito: lote de terreno determinado sob nº 07 (sete), da quadra 20 (vinte), da Vila Nossa Senhora das Graças, nesta Capital, medindo 12 (doze) metros de frente por 38 (trinta e oito) metros ditos de frentes aos fundos, perfazendo uma área total de 456 (quatrocentos e cinquenta e seis) metros quadrados, limitando-se: frente com a Rua Maria Izabel Couto Pontes; fundos com parte do lote n. 09 (nove); de um lado com o lote 06 (seis); do outro com o lote n. 08 (oito), imóvel objeto da matrícula 25.623, do Cartório de Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição desta comarca, conforme documento que instrui a presente demanda, passando, portanto, a presente sentença a legalizar a propriedade que a parte requerente exerce sobre os mesmos. Após o trânsito em julgado desta, deverão ser juntadas aos autos as certidões negativas relativas ao imóvel usucapiendo, bem como o comprovante da quitação dos tributos devidos. A presente sentença declaratória, uma vez transitada em julgado, servirá de instrumento hábil para o competente registro perante o Cartório de Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição desta comarca. Isentos de custas finais em decorrência da incidência da Assistência Judiciária Gratuita. Declaro extinto este processo com julgamento do mérito, nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Sentença publicada em audiência, saindo as partes intimadas. Comunique-se. Intime-se. Oportunamente, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe e baixa no SAJ". Nada mais. Eu (Juliano Pena), Analista Judiciário, o digitei. Alessandro Carlo Meliso Rodrigues Juiz de Direito (Assinatura digital) 17 :2 5. P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /es aj, in for me o pro ce ss o 0 82 79 83 -74 .20 13 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 1B 63 40 C. Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or A LE SS AN DR O C AR LO M EL IS O R O DR IG UE S. L ib er ad o no s au to s di gi ta is po r J ul ia no A pa re cid o Si lva P en a, e m 0 7/ 12 /2 01 6 às fls. 189