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Direitos Humanos

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 Direitos humanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Sumário 
O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS? ...............................................................................................3 
Contexto e definição dos direitos humanos .................................................................................4 
Normas internacionais de direitos humanos................................................................................8 
O que são tratados? .................................................................................................................9 
Porque os tratados internacionais são necessários? ..............................................................10 
Fases de um tratado internacional. ........................................................................................10 
O que são costumes internacionais? ......................................................................................11 
Mecanismos de implementação dos Direitos Humanos no âmbito da ONU ..............................12 
Como surgiram os direitos humanos? ........................................................................................15 
Declaração de Direitos da Virgínia .............................................................................................16 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão .....................................................................17 
Direitos Humanos e a ONU ........................................................................................................21 
Direitos Humanos no Brasil ........................................................................................................22 
Teoria da Lei Natural ..................................................................................................................23 
Teoria do Direito Natural ...........................................................................................................24 
Teoria dos Direitos do Homem...................................................................................................26 
FUNÇÃO DO ESTADO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO ............................................................29 
EDUCAÇÃO E PRISÃO: ................................................................................................................32 
TRABALHO E PRISÃO: .................................................................................................................35 
Conclusão ...................................................................................................................................38 
Características dos direitos humanos .........................................................................................39 
Resumo ......................................................................................................................................42 
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Direitos humanos 
O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS? 
 
 São conjuntos de direitos e liberdades e devem ser garantidos a todos os 
seres humanos, indenpendente de raça, cor, sexo, religião, ideologia política. 
Em 10 de Dezembro de 1948, foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas 
em Paris, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada por representantes 
de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo. A Declaração 
estabelece pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos. 
Esses direitos devem ser assegurados a todos, por meio do conjunto de leis que 
protegem e trazem amparo jurídico. São criadas para fomentar e promover o acesso á 
educação, saúde, á alimentação, á segurança, liberdade de expressão, á assistência aos 
desamparados, entre outros direitos e garantias fundamentais a todo ser humano. Esses 
direitos, são imprescritiveis, irrenunciaveis e não podem ser violados de forma alguma. 
 
 
A extensão dos Direitos Humanos é universal, aplicando-se a todo e qualquer tipo de 
pessoa. Portanto, eles não servem para proteger ou beneficiar alguém e condenar 
outros, mas têm aplicação geral. Então, frases repetidas pelo senso comum, como 
“Direitos Humanos servem para proteger bandidos”, não estão corretas, visto que os 
Direitos Humanos são uma proteção a todos os humanos. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Alegações com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser feitas 
para evitar ações que violem os direitos de réus ou criminosos, como o cárcere 
injustificado, a tortura ou o assassinato. 
Por último, os Direitos Humanos não são uma entidade, uma ONG ou uma pessoa que 
se apresenta fisicamente e tem vontade própria. Portanto, a frase repetida pelo senso 
comum “Mas quando morre um policial, os Direitos Humanos não vão dar apoio à 
família.” está duplamente incorreta, visto que os Direitos Humanos não são entidade ou 
pessoas e que eles se estendem a todos, inclusive policiais. 
 
 
Contexto e definição dos direitos humanos 
 
Direitos humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos, 
independentemente de raça, gênero, idade, deficiência, condições de mobilidade, 
orientação sexual, identidade de gênero, nacionalidade, religião, territorialidade, 
cultura ou qualquer outra condição. Os direitos humanos abrangem os direitos civis, os 
direitos políticos, os direitos econômicos, sociais e culturais, além dos direitos de 
solidariedade. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Os direitos humanos foi redigida e está legalizada por meio da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, a declaração foi concluida em 18 de junho de 1948 e aprovada pela 
Assembleia Geral da Onu em 10 de dezembro de 1948. 
 
O documento oficial da ONU chamado Declaração Universal dos Direitos Humanos 
possui 30 artigos antecedidos por um preâmbulo. O preâmbulo traz as justificativas para 
a redação de tal documento e estabelece as bases sobre as quais os artigos foram 
pensados. 
Segue abaixo cada um dos artigos que compõem a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, de forma explicativa. Caso queira ler a Declaração na íntegra, acesse: 
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. 
• Artigo 1º — trata da liberdade e da igualdade, que devem estender-se a todos os 
seres humanos. 
• Artigo 2º — todas as pessoas podem requerer para si os direitos apresentados 
no documento. Nenhuma discriminação, de qualquer origem, pode ser feita. 
• Artigo 3º — são apresentados os direitos mais fundamentais: à vida, à liberdade 
e à segurança pessoal. 
• Artigo 4º — diz que ninguém pode ser mantido em regimes de escravidão ou 
servidão. 
• Artigo 5º — diz que ninguém pode ser submetido à tortura, à crueldade ou a 
qualquer tipo de tratamento degradante. 
 
• Artigo 6º — a personalidade jurídica (ou seja, o reconhecimento legal e jurídico 
de todos como cidadãos) deve ser reconhecida em todo e qualquer lugar. 
• Artigo 7º — a lei deve ser igual para todos, deve proteger a todos, e o documento 
da declaração também vale para todos, não importando as diferenças. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
• Artigo 8º — toda pessoa pode recorrer ao sistema de justiça contra as violações 
das lei que as atingirem. 
• Artigo 9º — proíbe as prisões, detenções ou exílios arbitrários, ou seja, que não 
foram resultados de um processolegal que comprove o ato como determinação de uma 
sentença judicial ou de algum tipo de medida judicial válida. 
• Artigo 10º — todo mundo tem direito a um julgamento oficial, público, imparcial 
e justo. 
• Artigo 11º — com dois incisos, o artigo afirma que alguém que é acusado de um 
delito é inocente até que se prove o contrário e que não se pode condenar alguém por 
uma ação que, no momento em que foi cometida, não era crime em âmbito nacional ou 
internacional. 
• Artigo 12º — a lei deve proteger para que ninguém sofra intromissões no âmbito 
privado de suas vidas. 
• Artigo 13º — tratando de fronteiras e territórios, os dois incisos desse artigo 
falam 
que todo mundo tem o direito de residir onde quiser dentro de um Estado e que todos 
podem abandonar ou retornar ao seu Estado de origem quando quiserem. 
• Artigo 14º — os dois incisos desse artigo garantem o direito à busca de asilo em 
outros países por perseguição, salvo em caso de processo legal legítimo. 
• Artigo 15º — os dois incisos desse direito dizem que a nacionalidade é um direito 
de todos e que ninguém pode ser privado dele. 
 
• Artigo 16º — os três incisos desse artigo dizem que: a partir da idade em que o 
casamento é permitido, todos têm o direito de se casar, independente de qualquer 
diferença existente entre eles, desde que haja o consentimento de ambas as partes; e 
que o Estado deve garantir a proteção à família, entendendo que essa é o elemento 
fundamental da sociedade. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
• Artigo 17º — diz que toda pessoa tem direito à propriedade e que ninguém pode 
ser arbitrariamente privado dela. 
• Artigo 18º — trata da liberdade religiosa, garantindo o direito a todos de 
escolherem e mudarem seus credos religiosos, bem como manifestá-los em âmbito 
público ou privado. 
• Artigo 19º — diz que todos têm o direito à liberdade de expressão, ninguém pode 
ser censurado ou discriminado por suas opiniões, e todos têm o direito de divulgá-las. 
• Artigo 20º — todo mundo pode reunir-se pacificamente, e ninguém pode ser 
obrigado a participar de qualquer tipo de reunião. 
 Artigo 21º — todo mundo pode participar da política e da vida pública de seu país, 
seja diretamente, seja por meio de representantes eleitos por votação. O terceiro inciso 
desse artigo diz ainda que a vontade popular é o fundamento primeiro que confere 
legitimidade aos poderes públicos. 
• Artigo 22º — todos têm direito à segurança e à seguridade social e podem exigir 
esses direitos em suas diversas formas possíveis. 
• Artigo 23º — tratando do trabalho, os quatro incisos desse artigo garantem a 
todas as pessoas: a possibilidade de escolha do trabalho; o trabalho digno; a 
remuneração compatível, justa e digna por qualquer tipo de trabalho; a remuneração 
igual pelo trabalho igual; e a possibilidade de fundação e filiação a sindicatos. 
• Artigo 24º — todo mundo tem direito ao descanso, ao lazer, a uma jornada de 
trabalho compatível com o descanso e a férias remuneradas periódicas. 
 
• Artigo 25º — o primeiro inciso diz que todo mundo tem direito a condições 
básicas de vida que garantam, para si e para a sua família, as condições básicas de 
subsistência (saúde, bem-estar, alimentação, vestuário, moradia e serviços sociais 
necessários). No caso de perda dos meios de subsistência involuntária, também é 
 
 
 
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 Direitos humanos 
assegurada a assistência social. O segundo inciso garante o amparo à maternidade e à 
infância, que devem ser protegidas. 
• Artigo 26º — tratando da educação, esse artigo diz que todas as pessoas têm o 
direito ao ensino elementar, universal e gratuito. Diz também que o ensino superior 
deve estar aberto a todos em igualdade, que a educação deve promover o respeito e os 
Direitos Humanos, e que cabe aos pais a escolha do tipo de educação que seus filhos 
vão receber. 
• Artigo 27º — todos têm o direito de participar e usufruir da cultura, das artes e 
da ciência produzidas em sua comunidade. 
• Artigo 28º — todos, sem distinção, têm direito à ordem e à garantia dos direitos 
estabelecidos na Declaração. 
• Artigo 29º — todos têm deveres para com as comunidades e, seguindo o 
cumprimento dos deveres, têm seus direitos garantidos. 
• Artigo 30º — os direitos e garantias apresentados na Declaração não podem ser 
utilizados para destruir ou atacar qualquer direito fundamental. 
 
Normas internacionais de direitos humanos 
A Segunda Guerra Mundial, que ocorreu em 1945, foi o fato histórico ao qual 
propulsionou e foi decisivo para o surgimento da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, neste sentido PIOVESAN afirma que: "a internacionalização dos direitos 
humanos constitui, assim, um movimento extremamente recente na história, que surgiu 
a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante 
o nazismo" 
 
Os horrores praticados durante a Segunda Guerra Mundial fez surgir a necessidade de 
uma ação internacional para a proteção dos direitos humanos, culminando dessa forma 
na criação de normas de proteção internacional. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Os direitos humanos passaram a ser importantes na agenda internacional com o 
advento da Cartas das Nações Unidas, em 1945, bem como com a promulgação da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, quando os direitos passaram a 
ter atenção central na pauta internacional. 
Neste sentido, TRINDADE afirma: O processo de generalização da proteção dos direitos 
humanos desencadeou-se no plano internacional a partir da adoção em 1948 das 
Declarações Universal e Americana dos Direitos Humanos. Era preocupação corrente, 
na época, a restauração do direito internacional em que viesse a ser reconhecida a 
capacidade processual dos indivíduos e grupos sociais no plano internacional. Para isto 
contribuíram de modo decisivo as duras lições legadas pelo holocausto da segunda 
guerra mundial. 
A maioria dos países também adotou constituições e outras leis que protegem 
formalmente os direitos humanos básicos, como a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos na qual possuem 193 países signatários da ONU, isso quer dizer que entre 
outros direitos, esses países devem garantir e promover os direitos do cidadão. 
Além do mais importante instrumento jurídico de proteção aos direitos humanos, 
existem as normas internacionais que consistem, de legislações esparsas que são os 
tratados e costumes, bem como declarações, diretrizes e princípios, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
O que são tratados? 
 
 
 
 
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 Direitos humanos 
De acordo com o conceito dado pela Convenção de Viena Sobre o Direito dos Tratados, 
“tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido 
pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais 
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica. 
Sendo assim, fica claro que os tratados internacionais, funcionam como as leis e os 
contratos, ou seja, definem regras jurídicas, regulando um grande número de situações 
jurídicas nos mais diversos campos do conhecimento. 
 
Porque os tratados internacionais são necessários? 
 
Os tratados internacionais são atos extremamente necessários, porque se revestem de 
obrigatoriedade. E qual é o significado disso? Significa que os tratados são documentos 
que vinculam as partes e geram efeitos jurídicos, sendo assim, obrigam suas partes a 
cumprir o que foi estabelecido. 
A importância dos tratados é tamanha que eles criam, modificam ou extinguem direitos 
e obrigações, sendo que a maioria das normas de Direito Internacional hoje em dia está 
consagrada nos textos dessesatos internacionais, oferecendo, dessa forma, maior 
clareza e segurança às relações internacionais. 
 
 
 
Fases de um tratado internacional. 
 
Como todas as outras espécies normativas (leis, emendas, decretos, etc), os tratados 
internacionais são concebidos através de um processo específico, o qual condiciona sua 
validade. Em palavras mais simples, a validade dos tratados internacionais depende da 
obediência às etapas necessárias à sua formação. 
As fases do processo de elaboração dos tratados internacionais são: 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Negociação: é a fase inicial do processo. Nela, as partes do acordo irão discutir e 
determinar seus termos. 
Assinatura: é o ato através do qual os negociadores chegam ao fim das negociações. 
Ratificação: é o ato através do qual o Estado, depois de reavaliar o acordo já assinado, 
afirma o interesse em concluí-lo. 
Entrada em vigor no âmbito internacional: a entrada em vigor do tratado no âmbito 
internacional acontece no dia em que é feita a última notificação de ratificação ou no 
dia que aconteceu a troca dos instrumentos de ratificação. 
Registro e Publicidade: todo tratado concluído precisa ser registrado e publicado pelo 
Secretário Geral da ONU, funcionado como condição final para que o tratado tenha 
vigência, como bem determina a Carta da ONU 
 
 O que são costumes internacionais? 
O Estatuto da Corte Internacional de Justiça, no art. 38, define o costume internacional 
como “uma prática geral e aceita como sendo o direito. 
O costume internacional vem sendo integrado aos tratados por meio da incorporação 
por escrito dos preceitos dos costumes. Foi o caso da Convenção de Viena de 1961, a 
qual reuniu as regras costumeiras sobre as relações diplomáticas. 
Assim, o costume internacional é o senso comum que se tornou regra obrigatória, 
generalista e contínua sob uma forma de viver. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Mecanismos de implementação dos Direitos Humanos no âmbito 
da ONU 
A criação da Organização das Nações Unidas, em 1945, foi cercada de grande 
expectativa, em especial quanto à sua atuação no campo da promoção e defesa dos 
direitos humanos, em vista dos vários espetáculos de violação de direitos humanos 
proporcionados pela Segunda Guerra Mundial. Desta forma, instituiu-se na ONU, já em 
1946, a Comissão de Direitos Humanos, subordinada ao Conselho Econômico e Social. 
Logo em sua primeira sessão, realizada em 1947, a Comissão criou a Subcomissão sobre 
a Prevenção da Discriminação e a Proteção das Minorias. 
Além da Comissão de Direitos Humanos, que é a principal destinatária das queixas de 
violações dos dispositivos da Declaração Universal, outros órgãos podem receber 
reclamações de indivíduos em determinadas situações, citando-se, como exemplo: 1. O 
Conselho de Tutela, que recebe reclamações provenientes dos territórios tutelados; 2. 
O Comitê Especial, que tem por objetivo contribuir para a implementação das diretrizes 
fixadas na "Declaração sobre a Concessão de Independência aos Territórios e Povos 
Coloniais"; 3. O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial, que recebe 
reclamações concernentes a este assunto. Isto sem falar no Comitê de Direitos 
Humanos, criado pelo Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e por seu 
Protocolo Facultativo, que será objeto de estudo em outro artigo. 
A Comissão de Direitos Humanos tem a incumbência de submeter propostas, 
recomendações e relatórios ao Conselho Econômico e Social sobre os seguintes 
assuntos: declarações e convenções internacionais sobre direitos civis, das mulheres, 
liberdade de informação e matérias similares; proteção de minorias; prevenção da 
discriminação com base na raça, sexo, língua ou religião; quaisquer outros assuntos 
relativos a direitos humanos, cabendo salientar, ainda, que coube a esta Comissão a 
elaboração da Declaração Universal dos Direitos do Homem, editada em 10 de 
dezembro de 1948. 
É no seio desta Comissão que se desenvolvem o que se chama de "mecanismos extra-
convencionais" para a proteção dos direitos humanos: há a elaboração de um programa 
 
 
 
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 Direitos humanos 
mínimo que os Estados-membros da ONU devem obedecer, não havendo necessidade 
de ser assinados Tratados ou Pactos. 
 
As queixas de violações de direitos humanos apresentadas são, segundo procedimentos 
próprios, ali analisadas, podendo-se ao seu final ser tomadas Resoluções que impliquem 
tomada de providências por parte dos Estados membros, no sentido de se evitar ou 
paralisar as violações denunciadas. 
Afora estes, há os denominados mecanismos convencionais de proteção dos direitos 
humanos, inseridos nos Tratados assinados ou ratificados pelos Estados, podendo-se 
citar especialmente o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o Pacto 
Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que serão objeto de estudo 
em apartado. 
Para o desenvolvimento de seus trabalhos, a Comissão se vale dos três métodos acima 
explicitados: o sistema de petições, o de relatórios e o de investigações. 
Quanto aos relatórios, a Comissão de Direitos Humanos estabeleceu, a partir de 1956, a 
sua periodicidade, devendo os Estados-membros da ONU comunicar os progressos 
realizados em relação aos direitos humanos em cada Estado. Estes relatórios, cuja 
sistemática foi reformulada em 1965, são transmitidos segundo um ciclo trienal: no 
primeiro ano, ele deve versar sobre direitos civis e políticos; no segundo sobre direitos 
econômicos, sociais e culturais; e no terceiro sobre liberdade de informação. 
Além dos relatórios (que podem também ser feitos por agências especializadas da ONU), 
grupos de pessoas e entidades não governamentais podem apresentar queixas de 
violações de direitos humanos à ONU que consistem exatamente nas petições 
individuais Estas comunicações, se se referirem a casos de violações isoladas, devem 
obedecer ao procedimento previsto na Resolução n. 728F, de 1959. 
Na hipótese de as denúncias revelarem uma prática reiterada de graves violações, terão 
o trâmite previsto na Resolução n. 1.503, de 1970. No primeiro caso, solicita-se ao 
Estado acusado que se manifeste sobre a questão, transmitindo-se a resposta 
 
 
 
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 Direitos humanos 
governamental ao peticionário Quanto ao procedimento da Resolução n. 1.503, o 
mesmo será estudado com mais profundidade no item abaixo. 
 
No que toca às investigações, elas serão determinadas quer em virtude de 
irregularidades apontadas através do sistema de petições quer quando verificadas 
através do sistema de relatórios, podendo-se constituir, para tanto, comissões ad hoc, 
que verificarão a situação in loco, isto tudo independentemente dos mecanismos 
convencionais de proteção dos direitos humanos. 
Ainda à título de introdução, há que se destacar que tendo em vista a existência de 
vários procedimentos internacionais de proteção dos direitos humanos — os 
desenvolvidos pela própria Comissão de Direitos Humanos e por diversos outros órgãos 
segundo Pactos assinados por Estados — torna-se muito importante o papel da ONU na 
coordenação das atividades voltadas para a promoção e defesa dos direitos humanos. 
No sistema de petições (individuais ou interestaduais — estas quando apresentam 
reclamações ou comunicações dos Estados), a coordenação deve ser dirigida no sentido 
de se evitar o conflito de jurisdição, a duplicação de procedimentos e a interpretação 
conflitiva de dispositivos dos vários instrumentos internacionais, tendo-se como diretriz 
sempre a primazia do dispositivo mais favorável aos indivíduos em questão. Quanto ao 
sistema de relatórios, a coordenação significa a suapadronização e a consolidação das 
diretrizes uniformes, quanto à forma e ao conteúdo. 
Quanto ao sistema de investigações, a coordenação envolve o intercâmbio regular de 
informações e as consultas recíprocas entre os diversos órgãos. 
Finalmente, há que se mencionar a existência da Corte Internacional de Justiça que é o 
principal órgão judiciário das Nações Unidas. Todas as questões relativas aos direitos 
humanos podem ser levadas à Corte, bastando que os Estados envolvidos aceitem 
expressamente a sua jurisdição. Contudo, apenas os Estados podem litigar perante a 
Corte. 
 
 
 
 
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 Direitos humanos 
 
 
 
Como surgiram os direitos humanos? 
Podemos fazer uma primeira incursão na Revolução Americana, em que a carta Bill of 
Rights (ou Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos) assegura certos 
direitos aos nascidos no país. Entre eles, garante o direito à vida, à liberdade, à igualdade 
e à propriedade. Assim, o governo não poderia atacar um desses direitos de alguém sem 
o devido processo e julgamento dentro dos parâmetros da lei. 
Na mesma época em que essa emenda americana foi oficialmente aceita, estourou a 
Revolução Francesa, em 1789, e foi redigida a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão. De cunho liberal e baseada nos ideais iluministas que pregavam a igualdade, a 
liberdade e a fraternidade, essa declaração tinha por objetivo assegurar que nenhum 
homem deveria ter mais poder ou direitos que outro – o que representava o ideal 
republicano e democrata, que à época ameaçava o Antigo Regime, no qual apenas uma 
pessoa concentrava poderes. 
Nesse primeiro momento, tanto a declaração americana quanto a francesa não 
asseguravam direitos amplos a todos os membros da raça humana, pois, no período, 
mulheres ainda não possuíam todos os seus direitos civis garantidos e ainda havia 
escravidão. 
Somente em 1948 foi publicada a carta oficial contendo a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, a qual asseguraria, para todos e todas, os seus direitos básicos. A 
história desse documento acompanha a história do início da Organização das Nações 
Unidas (ONU), que iniciou suas atividades em fevereiro de 1945. 
Hoje, 193 países são signatários da ONU. Isso significa que, entre outras coisas, eles 
devem garantir em seus territórios o respeito aos direitos básicos dos cidadãos. Não há 
uma maneira expressa e objetiva da organização fiscalizar e regular o cumprimento dos 
Direitos Humanos, mas as legislações da maioria dos países ocidentais democráticos, 
bem como seus sistemas judiciários, recorrem aos artigos expressos na Declaração 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Universal dos Direitos Humanos para formularem seus textos legais e aplicarem as 
decisões e medidas jurídica. 
 
 
Declaração de Direitos da Virgínia 
 
 Em 4 de julho de 1776, o Segundo Congresso Continental ocorrido na 
Filadélfia, Pensilvânia, aprovou a Declaração de Independência. Seu autor principal, 
Thomas Jefferson, escreveu a Declaração como uma explicação formal do porquê o 
Congresso ter votado no dia 2 de julho para declarar a independência da Grã-Bretanha, 
mais de um ano depois do início da Guerra Revolucionária Americana, e como uma 
declaração anunciando que as treze Colônias Americanas não faziam mais parte do 
Império Britânico. 
O Congresso publicou a Declaração de Independência de várias formas. Inicialmente foi 
publicada como um jornal impresso que foi amplamente distribuído e lido para o 
público. Filosoficamente, a Declaração enfatizava dois temas: os direitos individuais e o 
direito de revolução. Essas ideias foram fortemente apoiadas pelos americanos e 
também expandiram internacionalmente, influenciando particularmente a Revolução 
Francesa. 
Escrita durante o verão de 1787 na Filadélfia, a Constituição dos Estados Unidos é a lei 
fundamental do sistema do governo federal dos Estados Unidos e o documento de 
referência do mundo Ocidental. Ela é a mais antiga constituição nacional escrita ainda 
em uso e define os principais órgãos de governo e suas jurisdições e os direitos básicos 
dos cidadãos. 
As dez primeiras emendas da Constituição — a Declaração de Direitos — entraram em 
vigor em 15 de dezembro de 1791, limitando os poderes do governo federal dos Estados 
Unidos e protegendo os direitos de todos os cidadãos, residentes e visitantes do 
território americano. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
A Declaração de Direitos protege a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, o 
direito de ter e portar armas, a liberdade de reunião e o direito de petição. Ela também 
proíbe busca e apreensão injustificada, punição cruel e abusiva e a autoincriminação 
forçada. 
Dentre as proteções legais que sustenta, a Declaração de Direitos proíbe que o 
Congresso crie qualquer lei referente ao estabelecimento de religião e proíbe o governo 
federal de privar qualquer pessoa de sua própria vida, liberdade ou propriedade sem o 
devido procedimento legal. 
Em processos penais federais ela exige acusação por um grande júri para qualquer crime 
capital ou crime de infâmia, garante um julgamento público rápido com um júri 
imparcial, no distrito onde o crime tenha acontecido, e proíbe dupla penalização. 
A Independência dos EUA teve importantes repercussões na Europa, em especial na 
França que ajudou com apoio militar as colônias em seu processo de separação. Os 
gastos dessa ajuda terminaram por deteriorar a situação política e financeira da 
monarquia francesa, o que, por consequência, terminou por agravar a relação entre o 
povo e o rei Luís XVI. Esse instável momento da França terminou por desencadear uma 
dos mais famosos processos revolucionários do século XVIII, a Revolução Francesa. 
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 
 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi anunciada ao 
público em 26 de agosto de 1789, na França. "Ela está intimamente relacionada com a 
Revolução Francesa. Para ter uma ideia da importância que os revolucionários atribuíam 
ao tema dos direitos, basta constatar que os deputados passaram cerca de 10 dias 
reunidos na Assembléia Nacional francesa debatendo os artigos que compõem o texto 
da declaração. Isso com o país ainda a ferro e a fogo após a tomada da Bastilha em 14 
de julho do mesmo ano", explica o professor Bruno Konder Comparato, professor no 
Departamento de Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP) e da 
Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
 Na atual conjuntura, a importância desse documento é que foi a primeira 
declaração que serviu de inspiração para a Declaração dos Direitos Humanos aprova 
pela ONU 
( Organizações das Nações Unidas). Havia urgência em divulgar a declaração para 
legitimar o governo que se iniciava com o afastamento do rei Luís XVI, que seria 
decapitado quatro anos depois, em 21 de janeiro de 1793. 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (DDHC) foi um marco histórico muito 
importante para o mundo ocidental, pois representou a base do sistema democrático 
ocidental e que até hoje influencia a vida dos cidadãos, principalmente porque significa 
mais do que um sistema de governo, uma modalidade de Estado, um regime político ou 
uma forma de vida. A democracia, inserida na Declaração dos Direitos Humanos, nesse 
fim de século, tende a se tornar, ou já se tornou, o mais importante direito dos povos e 
dos cidadãos. É um direito de qualidade distinta, de quarta geração que garante aos 
cidadãos a liberdade conquistada através da democracia plena. 
Com a Revolução Francesa e a defesa dos ideais “liberté, égalité, fraternité’, houve a 
derrubada de um dos maisimportantes símbolos do totalitarismo francês, conhecida 
como A Queda da Bastilha. Foi neste momento que a Assembleia Nacional Constituinte 
da França aprovou, em 26 de agosto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão. 
O documento, com 17 artigos e um preâmbulo dos ideais libertários e liberais da 
Revolução Francesa, representa um marco importantíssimo, pois foi a partir dele que 
outros surgiram, sempre defendendo os direitos da pessoa humana. 
Ela define direitos "naturais e imprescritíveis" como a liberdade, a propriedade, a 
segurança e a resistência à opressão. A Declaração reconhece também a igualdade, 
especialmente perante a lei e a justiça. Por fim, ela reforça o princípio da separação 
entre os poderes. 
Para uma melhor compreensão, segue abaixo a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só 
podem fundamentar-se na utilidade comum. 
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e 
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a 
resistência à opressão. 
 
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma 
operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane 
expressamente. 
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, 
o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que 
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites 
apenas podem ser determinados pela lei. 
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela 
lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene. 
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de 
concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser 
a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a 
seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, 
segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos 
seus talentos. 
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela 
lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam 
ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão 
convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário 
torna-se culpado de resistência. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e 
ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes 
do delito e legalmente aplicada. 
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar 
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser 
severamente reprimido pela lei. 
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, 
desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei. 
 
Art. 11º. A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos 
do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, 
respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei. 
Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública. 
Esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular 
daqueles a quem é confiada. 
Art. 13º. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é 
indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de 
acordo com suas possibilidades. 
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, 
da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu 
emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração. 
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua 
administração. 
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem 
estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição. 
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser 
privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob 
condição de justa e prévia indenização. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
O espírito da Revolução Francesa influenciou não só as nações europeias, mas diversas 
regiões de todo o mundo, existindo relatos de citações ocorridas no Brasil, na 
Conspiração Baiana de 1798, claramente influenciadas pelas mesmas ideias que fizeram 
sucumbir a Bastilha. Além disso, o texto da Declaração serviu de base para similares na 
Europa, e, integra, até hoje, o direito positivo francês, como parte integrante da sua 
constituição (FRANCE, 2012). 
 
A DDHC também inspirou a constituição nacional dos países, como a que vigorou na 
Alemanha entre o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1919, e o início do regime nazista, 
em 1933, período conhecido como República de Weimar. 
 
 
 Direitos Humanos e a ONU 
 
 ONU tem a tarefa de garantir a aplicação de tais direitos. Porém, a organização não 
pode atuar como uma fiscal ou central reguladora ordenando ações dentro dos países e 
dos governos. O que a ONU pode fazer é, no máximo, recomendações para que os países 
signatários sigam os preceitos estabelecidos no documento. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Além de recomendações, são comuns ações estratégicas envolvendo os países 
signatários para pressionar governos para que respeitem os Direitos Humanos dentro 
de seus territórios, como embargos econômicos, cortes de relações comerciais, 
restrições em zonas de livre comércio e restrições ou cortes de relações exteriores. 
 
 
 Direitos Humanos no Brasil 
 
 Os primeiros elementos efetivos de Direitos Humanos no Brasil, surgem com a 
Constituição de 1934. As medidas da Constituição de 1934 que caracterizaram avanços 
para os Direitos Humanos foram: 
 a) o estabelecimento da legislação trabalhista; 
b) o direito ao voto às mulheres; 
c) garantias individuais; 
d) direitos políticos e de nacionalidade. 
Porém, muitos desses direitos logo foram suprimidos, quando Vargas promulgou a 
Constituição de 1937 e institucionalizou a ditadura do Estado Novo no país, que durou 
até 1945.Os direitos civis foram ainda mais suprimidos com a imposição da Constituição 
de 1967, após o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart em 1964. 
O regime militar foi o período mais autoritário do Brasil República, marcado pela 
extinção de partidos políticos, pelo fechamento do Congresso Nacional e pela 
perseguição de direitos políticos e civis. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
 
Então foi somente com o fim da ditadura militar em 1985 que a previsão constitucional 
dos Direitos Humanos ganhou força no país.O período é conhecido como o processo de 
redemocratização do Brasil e é marcado pela promulgação da Constituição Federal de 
1988, também chamada de Constituição Cidadã. 
Nela, os direitos e as liberdades individuais são ampliados, garantindo a inviolabilidade 
do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade, com base no princípio da 
dignidade da pessoa humana. 
 
Teoria da Lei Natural 
Teoriada Lei Natural ou teoria do direito natural é uma teoria que remonta ao tempo 
dos gregos e a grandes pensadores como Platão e Aristóteles. 
Teoria da lei natural é definida como a lei que afirma que humanos possuem certas leis 
inatas predestinadas para eles, que deixam-os determinar o que é certo e o que é 
errado. (Bainton 174) Esta teoria foi adaptada por filósofos religiosos para se ajustar à 
religião cristã. (Berkhof 114) No entanto, não era exatamente o mesmo que a original. 
Os pensadores clássicos foram os primeiros a definir a lei natural. 
Os grandes filósofos cristãos viram a teoria da lei natural e perceberam que era 
compatível com a sua religião. Provavelmente o mais famoso deles foi São Tomás de 
Aquino. 
São Tomás de Aquino declarou em sua Suma Teológica que Deus deu ao homem a 
capacidade de determinar a diferença do certo do errado pelo “Lei Eterna”. Esta lei deu 
a todos os seres uma tendência a fazer o que era bom ou natural. Ele passou a dizer que, 
ao fazer o que era certo, cada ser estava, de fato, usando a razão divina. 
A lei natural, de acordo com Tomás de Aquino, era a participação na lei eterna, fazendo 
o que era certo. (Comptons) O casamento e a procriação, por exemplo, são naturais de 
todos os seres. O desejo de se casar e fazer prole é um instinto inato dado por Deus. 
 
 
 
 
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 Direitos humanos 
 
A lei natural, tanto cristã quanto secular, afirma que todos os seres humanos agem ou 
devem agir de determinadas maneiras e respeitar certas regras, e que estes foram 
predestinados por um poder divino. Os pensadores cristãos, liderados por São Tomás de 
Aquino, só acrescentaram que o poder divino era Deus e que, ao fazer o que era certo, 
estaríamos usando a razão divina. 
 
Teoria do Direito Natural 
 O direito natural pode ser definido como aquele estabelecido por algo que se encontra 
em uma posição superior ao do homem, como, por exemplo, a natureza ou Deus. Tal 
direito é imutável e possui eficácia universal, isto é, tem validade em todo lugar. 
Conquanto, o direito positivo é conhecido como o pensamento que dispõe a 
superioridade da norma escrita sobre a não escrita (direito natural). A norma positiva é 
posta pelo homem, possui eficácia limitada, sendo válida somente nos locais nos quais 
a observa, bem como, é constantemente alterada. 
Os positivistas defendem que o direito positivo é o único capaz de dizer o direito, 
conforme menciona Tércio Sampaio Ferraz Júnior em seu livro Introdução ao estudo do 
direito: técnica, decisão, denominação (apud MATOS, 2006, p. 189): “A tese de que só 
existe um direito, o positivo nos termos expostos, é o fundamento do chamado 
positivismo jurídico […]”. 
Explanadas tais reflexões, passaremos ao estudo dos fatos históricos que torneiam os 
referidos direitos. 
No período clássico, o direito natural não preponderava sobre o direito positivo. O 
direito natural era intitulado como direito comum, já o positivo era chamado de especial 
ou particular de uma determinada sociedade. 
Nesta época, o direito positivo se sobressaia em relação ao natural nos casos onde 
houvesse controvérsias entre eles, lógica resultante da máxima: o especial prevalece 
sobre o geral. Um exemplo disso é a obra de Sófocles, Antígona, onde o decreto de 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Creonte estava acima do direito natural, ou seja, do direito não escrito, posto pelos 
Deuses. 
Porém, na Idade Média, o cenário inverte, eis que o direito natural passaria a ser visto 
como superior ao direito positivo. O direito natural já não era mais entendido como 
direito comum, mas sim como a lei do próprio Deus. Ressalta-se que, mesmo 
encontrando-se o direito positivo numa escala inferior ao natural, o direito positivo 
continuava sendo considerado como uma espécie direito. 
Já no modernismo a situação novamente muda, uma vez que o direito positivo passa a 
ser conhecido como direito no sentido próprio, ou seja, todo o direito é reduzido ao 
positivo e o direito natural não é mais visto como um direito. Nessa esteira, o acréscimo 
do adjetivo “positivo” à palavra “direito” já não fazia nenhum sentido, era um 
pleonasmo. Assim, nasce o positivismo jurídico que nada mais é que a doutrina que 
alega que não existe outro direito, senão o positivo. 
 Um dos mais notáveis jusnaturalistas foi Thomas Hobbes, que defendia 
com veemência que deveriam ser conferidos plenos poderes nas mãos de um único 
indivíduo. Defendia, também, que o três poderes - o judiciário, o executivo, e o 
legislativo - eram uma sorte de instrumentos nas mãos do soberano para assegurar a 
ordem em uma determinada sociedade. Para Hobbes, o homem sairia daquele chamado 
“estado natural”, efetuando um pacto imaginário, pelo qual cada um dos membros 
renunciaria ao seu direito natural em relação ao outro, mantendo, assim, o respeito ao 
pacto através de um absolutismo puro. 
Outro importante jusnaturalista foi John Locke, que, em sua obra denominada “Segundo 
tratado sobre o governo civil”, percebe o homem em um estado natural governado por 
três princípios novos: razão, igualdade e liberdade. Segundo o entendimento de Locke, 
o homem possui direitos de nascença, como a vida, a liberdade e a saúde, mas a 
responsabilidade de garantir esses direitos era do soberano, ou seja, o soberano deveria 
salvaguardar os referidos direitos. No entendimento de Locke, entre os governantes e 
os governados dever-se-ia criar um pacto social que seria respeitado por ambas as 
partes (pacta sunt servanda), pois, para Locke, a revolução nada mais seria que a falta 
de respeito a este pacto. 
 
 
 
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 Direitos humanos 
 
Locke defendia a separação do poder legislativo do poder executivo, inclusive, com 
atribuições diversas, pois ele tinha como referência a situação da Inglaterra naquela 
época, por isso, na obra de Locke, encontramos os fundamentos do constitucionalismo 
e das mais modernas garantias sociais. No âmbito das reflexões políticas, o filósofo 
britânico idealizou um sistema que pudesse fornecer uma melhor vantagem para todos: 
“Lo stato mi sembra la società degli uomini costituita soltanto per conservare e 
accrescere i beni civili. Chiamo beni civili la vita, la libertà, l'integrità del corpo e la sua 
immunità dal dolore, e il possesso delle cose esterne, come la terra, il denaro, le 
suppellettili ecc.” (LOCKE John, Lettera sulla tolleranza, escrita em 1685 na Holanda e 
publicada em 1689). 
Desde Aristóteles e Santo Tomás de Aquino até os dias atuais, muitos conceitos e noções 
em torno do Direito se perderam. E muitas outras teorias triunfaram, abolindo todo o 
contexto do pensamento clássico do imaginário dos juristas atuais. As teorias 
jusnaturalistas modernas revelam-se, assim, simulacros do verdadeiro Direito Natural 
(VILLEY, 2005, p. 752). Apesar de utilizarem conceitos como natureza humana e razão 
prática, seus sentidos e contextos foram perdidos no passado. 
E para suprir o vazio deixado por esse afastamento, foram criados verdadeiros dogmas 
- como a separaçã entre valores e realidade, a redução do Direito à norma posta pelo 
Estado, o individualismo - dos quais é preciso, hoje, se desvencilhar. 
Posto isto, é percebível quais as bases teóricas tanto dos direitos previstos nas 
declarações de direito durante o processo de Independência dos EUA, da Revolução 
Francesa e em parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. 
 
Teoria dos Direitos do Homem 
As origens mais remotas da fundamentação filosófica dos direitos do homem se 
encontram nos primórdios da civilização, conforme assinala o Código de Hamurábi 
(Babilônia, século XVIII a. C), o pensamento de Amenófis IV ( Egito, século XVI a. C.) 
filosofia de Mêncio ( China, século IV a. C. ), a República,de Platão ( Grécia, século IV 
 
 
 
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 Direitos humanos 
(a.C.) o Direito Romano e inúmeras culturas ancestrais (Herkenhoff, 1994, p. 51). Desta 
forma, diferentes ordenamentos jurídicos da Antiguidade, como as leis hebraicas, 
estabeleciam princípios de proteção de valores humanos sob a óptica religiosa. 
Na Idade Média, o direito natural era identificado com o divino, visto que era tido como 
oriundo das Sagradas Escrituras. Esta concepção, cuja origem é o cristianismo, iniciada 
na patrística, com Tertuliano e Santo Agostinho sendo consolidada na escolástica, de 
São Tomás de Aquino. Desta concepção do direito natural como de inspiração cristã 
derivou a tendência permanente no pensamento jusnaturalista de considerar tal direito 
como superior ao positivo, pois o direito para existir não depende de estar codificado 
(BOBBIO, 1995, p. 25-26). 
 Pela teoria geracional dos direitos do homem, se estuda como os direitos 
do homem pela análise cronológica passaram a integrar os ordenamentos jurídicos dos 
diversos Estados, isto é, como acontece a positivação dos direitos do homem, à priori 
naturais universais, em direito positivo (fases dos direitos do homem), à medida em que 
foram sendo reconhecidos como essenciais a uma sociedade democrática. 
 Essas gerações, numa primeira análise, representariam a conquista pela humanidade 
de três espécies de direitos fundamentais, amparada nos ideais divulgados 
especialmente na 
Revolução Francesa, os quais se resumiam no lema “liberdade, igualdade e 
fraternidade”. Coincidentemente, cada uma dessas expressões representaria uma 
geração de direitos a ser conquistada. 
Por conseguinte, os direitos do homem se afirmaram em gerações que tratam do 
desenvolvimento histórico dos direitos do homem, que no entendimento de Bobbio 
ocorreu através de quatro gerações: 1ª Geração – Os Direitos Individuais: pressupõem 
a igualdade formal perante a lei e consideram o sujeito abstratamente; 2ª Geração – Os 
Direito Coletivos: os direitos sociais, nos quais o sujeito de direito é visto como inserido 
no contexto social, ou seja, analisado em uma situação concreta; 3ª Geração - os Direitos 
dos Povos ou os Direitos de Solidariedade: os direitos transindividuais, também 
chamados direitos coletivos e difusos, e que basicamente compreendem os direitos do 
consumidor e os direitos relacionados à questão ecológica; 4ª Geração: Os Direitos de 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Manipulação Genética: relacionam-se à biotecnologia e à bioengenharia, que tratam de 
questões sobre a vida e a morte e que requerem uma discussão ética prévia. 
Os direitos do homem de primeira geração representam os direitos civis e políticos. 
Contemplam os direitos individuais que se fundamentam no contratualismo de 
inspiração individualista, demonstrando claramente a demarcação entre Estado e não-
Estado, o qual é composto pela sociedade religiosa e pela sociedade civil. 
Os direitos do homem de segunda geração surgem no século XX, como reivindicação dos 
excluídos a participarem do "bem-estar social" como, por exemplo, os direitos ao 
trabalho, à saúde e à educação, sendo o titular de tais direitos o indivíduo e o sujeito 
passivo o Estado, pois na interação entre governados e governantes este assume a 
responsabilidade de atendê-los. 
A segunda geração fundamenta-se no ideário da igualdade, não mais no contexto de 
deixar de fazer alguma coisa, e sim na exigência de que o poder público deve atuar em 
favor docidadão. 
A terceira geração de direitos do homem refere-se ao direito à paz, ao meio-ambiente 
ecologicamente equilibrado, à comunicação, ao desenvolvimento, aos direitos dos 
consumidores e vários outros direitos, sobretudo, aqueles relacionados a grupos de 
pessoas mais vulneráveis: a criança, o idoso, o deficiente físico etc; e não teve a sua 
origem a nenhuma revolução. 
A quarta geração dos direitos do homem se refere à manipulação genética, à 
biotecnologia e à bioengenharia, abordando reflexões acerca da vida e da morte, 
pressupondo sempre um debate ético prévio. Através dessa geração se determinam os 
alicerces jurídicos dos avanços tecnológicos e seus limites constitucionais. 
 
Devido ao grande desenvolvimento da biotecnologia o direito foi surpreendido por 
questões até aquele momento não conhecidas, tais como: quais são os limites à 
intervenção do homem na manipulação da vida e do patrimônio genético do ser 
humano? Como o direito regula a utilização das novas tecnologias genéticas respeitando 
os valores bioéticos? Diante dos avanços da revolução tecnológica e da nova ordem 
 
 
 
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 Direitos humanos 
mundial, a quarta geração vem suscitando controvérsias em relação aos direitos e 
obrigações decorrentes da manipulação genética ou do controle de dados 
informatizados que muitas vezes podem ser acessados via Internet de qualquer lugar do 
mundo. 
Um assunto que merece mais reflexão no Brasil por ser ainda não muito estudado é a 
quinta geração de direitos do homem que trata da questão da cibernética e da Internet. 
Por fim, esta Declaração faz referência a novas versões ou modalidades de direitos 
tradicionais como a liberdade de expressão e de associação (por exemplo em 
comunidades virtuais), acesso à informação através de instituições públicas e 
provedores de serviços, educação de novas tecnologias dentre outros. 
A Revolução Francesa foi o marco inicial da Era dos Direitos, pois ocorreu a 
transformação dos súditos em cidadãos tornando possível interferirem na vida política 
por meio das eleições onde os cidadãos poderiam concorrer ou eleger seus 
representantes. Antes da Revolução o que havia era apenas uma Era dos Deveres. O que 
se denota da Declaração, entretanto, é a cisão que fez dos direitos do “Homem” e do 
“Cidadão”, na qual a expressão Direitos do Homem significa o conjunto dos direitos 
individuais, levando-se em conta a sua visão individualista, ao passo que o termo 
Direitos do Cidadão expressa o conjunto dos direitos políticos de votar e ser votado, 
como institutos essenciais à democracia representativa. 
FUNÇÃO DO ESTADO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO 
A nossa Constituição Federal prevê expressamente a responsabilidade do Estado 
perante todos os cidadãos garantindo direitos e deveres fundamentais, todos esses 
direitos e deveres são estendidos também à população prisional que são inseridos no 
sistema penal brasileiro. Visando a não violação dos direitos que não foram atingidos 
com a sentença condenatória, os condenados devem ter seus direitos preservados e 
serem submetidos a uma integração social dentro dos estabelecimentos penais. 
É certo que o Estado através do sistema prisional não consegue cumprir o papel de 
ressocializar, pois segundo pesquisas o índice de reincidência é aproximadamente de 
70%, ou seja, 07 em cada 10 presos que deixam o sistema prisional voltam ao crime 
(Fonte: Agência Brasil), tal porcentagem mostra quão falho é o sistema, visto que, na 
 
 
 
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 Direitos humanos 
teoria o motivo principal da pena privativa de liberdade seria recuperação do infrator 
para que volte a sociedade, mesmo com tais índices o Estado vem buscando alternativas 
para a efetivação da função ressocializadora da pena. 
De acordo com a pesquisa realizada pelo International Center for Criminal Studies (ICCS), 
O Brasil é o país que mais encarcera no mundo. A média de encarceramento no mundo 
é de 144 detentos a cada 100 mil habitantes. No Brasil, essa média sobe para 300. 
 
Conforme verifica-se no mapa abaixo: 
(Reprodução Parcial do Estudo Raio x do sistema prisional em 2018 – Portal G1) 
 
 De acordo com a Constituição Federal de 1988, em face do principio da dignidadeda pessoa humana deve ser garantido ao sentenciado sua reinserção na sociedade, 
sendo este um dos objetivos pilares da execução penal. Mas, a ressocialização do 
sentenciado só pode ocorrer se o Estado concecer mecanismos e instrumentos para que 
possa ser concretizado a ressocialização. Nesta esteira, cumpre destacar que uma das 
funções de maior relevância do Estado em relação aos presos sob sua custódia é da ideia 
de ressocialização, ou seja, corroborar para a reconstrução social, moral e psicológica 
do ser humano alvo da sanção do Estado. 
 
 A reintegração social consiste em oferecer meios para que o detento tenha 
possibilidades e consiga sua ressocialização. O processo de ressocialização visa trazer o 
 
 
 
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 Direitos humanos 
sentenciado de volta a sociedade por meio do trabalho e educação, e através dessas 
formas o detento terá sua pena reduzida e sairá do presídio com aptidões que irão lhe 
possibilitar auferir renda através dessas habilidades. 
 A coordenadora do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais do Rio de Janeiro, Maíra 
Fernandes, explica que : “A sociedade e o Estado esperam que o preso saia e recomece 
a vida longe do crime, mas a ele não é dado, durante todo o tempo que permanece no 
cárcere, nenhuma perspectiva, muitas vezes, de estudo e de trabalho.” E diante disso, é 
notório que sim é possível a ressocialização do setenciado mas demandará muito tempo 
para chegar ao objetivo real, conforme dispõe a lei. 
Entretanto, existe desafios no sistema penitenciário brasileiro para ser enfrentado e 
conseguir que a ressocialização seja eficaz. Pesquisa realizada pelo Departamento 
Penitenciário Nacional22 (Depen), don Ministério da Justiça, constatou que em 
dezembro de 2013, cerca de 36 mil homens e mulheres ingressaram na população 
carcerária brasileira. Em relação aos últimos cinco anos (desde 2008) houve um 
aumento de quase 30%. Além dessa circunstância, temos o agravante, segundo o 
mesmo órgão, de que existem apenas 310.687 mil vagas nas prisões, trazendo 
superlotação nas celas e condições inadequadas de sobrevivência dentro delas. 
Como se superlotação já não fosse insuportável, o levantamento do Conselho Nacional 
do Ministério Público (CNMP) ainda aponta que 68% das 1.598 unidades prisionais 
visitadas, entre março de 2012 e fevereiro de 2013, não distinguiam e separavam os 
detentos conforme natureza do delito cometido, como determina a Constituição. O 
próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou, em 2012, que “preferia 
morrer” à passar muitos anos em uma penitenciária brasileira. 
Diante disso, o detento precisa estar preparado para ser ressocializado, voltar a estar 
entre a sociedade e por mais que ele saiba que irá sair um dia do sistema prisional e até 
mesma a data de sua liberdade, é preciso que o Estado seja garantidor de sua 
ressocialização, que oferte mecanismos, instrumentos e politícas públicas para a 
efetivação da reinserção social do sentenciado. 
Além da participação do Estado, é necessário que a própria sociedade se desfasa da ideia 
de que o condenado deve ser excluído na sociedade, e adote o pensamento da 
 
 
 
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 Direitos humanos 
ressocialização, garantindo que a função social da pena seja efetivamente aplicada, para 
que assim, o condenado esteja apto para retornar ao convívio da sociedade, saindo 
completamente do meio criminal existente, ainda, em forte escala, no país. 
Apesar das problemáticas, alguns passos já foram dados. Um exemplo disso é a criação 
da Associação de Proteção ao Condenado (PAC), que propõe um modelo humanizado 
de sistema penitenciário sem deixar de lado a finalidade punitiva das prisões. Como 
podemos verificar no infográfico abaixo: 
 
 EDUCAÇÃO E PRISÃO: 
De acordo com o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 
1948, a educação é um direito que deve ser garantido a todos, e conforme a DUDH toda 
pessoa tem direito á instrução pois é fator fundamento para o pleno desenvolvimento 
do ser humano e para o fortalecimento dos direitos humanos e fundamentais. 
Além disso, a Lei de Execução Penal (LEP- Lei nº7.210/1984) prevê a educação no 
sistema prisional, conforme dispõe o artigo 18 da referida lei determina que o ensino 
fundamental é obrigatório e integrado ao sistema escolar da unidade federativa, o artigo 
 
 
 
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 Direitos humanos 
21 da mesma lei exige que seja implantada uma biblioteca em cada unidade prisional 
para uso de todos os detentos. 
Segundo dados do Infopen, o grau de escolaridade da população carcerária brasileira é 
extremamente baixo. Enquanto a média nacional de pessoas que não concluíram o 
ensino fundamental é de 50%, no sistema prisional 8 em cada 10 pessoas estudaram no 
máximo até o ensino fundamental.Em relação ao ensino médio, a taxa de conclusão na 
população brasileira é de cerca de 32%, enquanto apenas 8% da população prisional 
concluiu essa etapa de estudo. Entre as mulheres presas, essa proporção é um pouco 
maior, cerca de 14%. 
Os números apontados no Infopen sugerem aquilo que intuitivamente já se sabe: maior 
escolaridade é um fator protetivo contra a criminalidade. Manter os jovens na escola 
por pelo menos até o fim do ensino médio pode ser uma importante política para 
redução da criminalidade. 
Porque levar a educação para o sistema prisional? Através da educação irá oferecer 
melhores possibilidades de reinserção social, diminui a ocorrência de rebelião nos 
presídios promovendo atividades de interação e reflexão entre os detentos, fazendo 
com o que os mesmos imaginem uma vida diferente longe dos cárceres. Além disso, a 
educação reduz o tempo de pena consequentemente diminuindo a superlotação dos 
presídios. 
Como funciona a redução de pena, através do estudo? De acordo com a LEP ( Lei de 
Execução Penal) a cada 12 horas de atividade escolar o preso tem direito a um dia 
reduzido da pena. Se o detento conclui o ensino fundametal, ensino médio ou superior 
enquanto se está cumprindo a pena, será descontado o tempo em função das horas de 
estudo é acrescido 1/3. Além dessas modalidades de remição da pena, a leitura também 
reduz a pena funciona da seguinta maneira, a cada obra lida será reduzia quatro dias na 
pena, existe um prazo para leitura de cada obra entre 22 a 30 dias, devendo o detento 
apresentar uma resenha ao final de leitura. Existe um limite de 12 obras por ano. 
Mas, não são todos que podem participar da remição da pena através do estudo. 
Poderão participar: apenas os presos que se encontram em regime fechado ou 
 
 
 
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semiaberto. Apesar da lei, poucos presos tem acesso á educação em 11 dos 27 estados 
brasileiros esse direito é negado a mais de 90% dos presos. 
Ainda que o Estado seja responsável por garantir a oferta de educação às pessoas 
privadas de liberdade, e que a legislação brasileira preveja uma série de ferramentas 
para levar educação a essas pessoas, na prática não é bem assim que acontece. Apesar 
dos incentivos legais, poucos presos têm realmente acesso à educação.De acordo com 
dados do Infopen, apenas uma em cada dez pessoas privadas de liberdade realiza 
atividade educacional no país. Ou seja, o Brasil só consegue oferecer acesso à educação 
formal para aproximadamente 11% de seus 622 mil presos. 
Um dos fatores que explicam a insuficiente oferta de educação no sistema prisional é o 
mau aproveitamento ou ausência total de infraestrutura para o programa. Apenas 50% 
das unidades prisionais brasileiras possuem salas de aula destinadas a programas de 
educação e em 14 estados, há mais unidades com salas de aula do que com pessoas 
estudando. O Infopen aponta também que apenasum terço das unidades prisionais 
possuem bibliotecas disponíveis, 9% apresentam salas de informática e 18% possuem 
salas destinadas para uso dos professores. 
Deve existir garantia de fundos públicos suficientes, para que as pessoas em situação de 
aprisionamento tenham oportunidades educativas, e essas oportunidades devem 
corresponder às necessidades específicas das pessoas, razão pela qual é indispensável 
que a oferta não seja limitada ao ensino fundamental ou vocacional, mas ampliada ao 
ensino médio e superior. 
De acordo com ( Onofre; Julião,2013) , falar em direito à educação é mais que organizar 
um processo de alfabetização e aquisição de noções de cálculo e, para tanto, há que se 
investir na formação de educadores que elaborem um projeto educativo de maneira 
multiprofissional, ultrapassando a perspectiva de programas temporários de educação, 
evitando, se possível, a superposição dos horários de trabalho-escolarização-educação 
não-formal. 
Não se trata de tomar um sujeito a ser atendido por diversas ações isoladas, mas 
promover um programa educativo integrado, que respeite a singularidade de cada 
pessoa e construa com ela, um projeto de vida. A educação é um processo global porque 
 
 
 
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 Direitos humanos 
recolhe pedaços dispersos da vida: dá significado ao passado, oferece ferramentas para 
formular projetos individuais no presente, e ressignifica as perspectivas de futuro. 
Os Estados devem conhecer, estudar e transpor as barreiras sociais enfrentadas pelas 
pessoas privadas de liberdade, de modo que a oferta educativa signifique realmente 
uma oportunidade de liberdade em todos os sentidos. Sobre isso, Gadotti (in: Educação, 
1999, p. 62) diz que “Educar é libertar [...] dentro da prisão, a palavra e o diálogo 
continuam sendo a principal chave. A única força que move um preso é a liberdade; ela 
é a grande força de pensar. ” 
TRABALHO E PRISÃO: 
De acordo com o artigo 6º da Constituição Federal, dispõe que o trabalho é um direito 
social garantido a todos os cidadãos. E diante disso, a LEP ( Lei de Execução Penal) no 
artigo 41, elenca o trabalho como um dos direitos garantidos ás pessoas privadas de 
liberdade. 
Um dos principais objetivos do trabalho no sistema carcerário é ressocializar o preso e 
diminuir a pena, consequentemente trazendo beneficio da redução da superlotação na 
prisão. A remição da pena através do trabalho está previsto no artigo 126 da LEP, dispõe 
que a cada três dias trabalhados o preso tem direito a um dia a menos em sua pena. Não 
são todos os presos que tem o direito da remição da pena por meio do trabalho, apenas 
os sentenciados no regime fechado ou semiaberto. 
O trabalho realizado pelos detentos cumpre jornada de trabalho normal de 8 horas ao 
dia, podendo ser realizado dentro ou fora da unidade penitenciária. Ademais, o trabalho 
do preso não está sujeito a Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), mas ele irá receber 
remuneração não inferior a três quartos do salário minimo, sendo utilizada para reparar 
danos que tenha ocorrido pelo crime, assistência á família e algumas despesas pessoais. 
O trabalho proporciona ao condenado outros benefícios, como maior condicionamento 
psicológico, comprometimento social e formação da personalidade. Também ajuda a 
evitar o ócio, prevenindo as rebeliões e as organizações criminosas dentro das prisões. 
Além disso, por ser remunerado, o trabalho permite ao condenado dispor de algum 
dinheiro para ajudar nas necessidades da família. Conforme expressa o artigo 28 da LEP: 
 
 
 
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 Direitos humanos 
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, 
terá finalidade educativa e produtiva. 
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à 
segurança e à higiene. 
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
 
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser 
inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. 
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: 
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente 
e não reparados por outros meios; 
b) à assistência à família; 
c) a pequenas despesas pessoais; 
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do 
condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras 
anteriores. 
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para 
constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado 
quando posto em liberdade. 
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão 
remuneradas. 
Cristiano Cuozzo Marconatto, mestre e professor de Direito Penal e Processo Penal da 
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e major da Brigada Militar, explica que : “ Os 
detentos são plenamente assistidos no que tange á garantia de direitos inerentes á 
condição específica que lhes permite o acesso ao trabalho, ainda que segregados em 
decorrência de condenação criminal. Portanto, trata-se de questão especial onde são 
 
 
 
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 Direitos humanos 
assistidos inerentes á condição em que desenvolvem as atividades laborativas e na qual 
gozam de proteção estatal, ainda que sem a manutenção de vínculo celetista.” 
Marconatto ainda afirma que:”O trabalho se reveste de ferramenta que irá permitir ao 
preso novas oportunidades e uma ocupação lícita ao deixar o sistema prisional.” 
Conforme estudo realizado pelo Monitor da Violência, uma parceria com o Núcleo de 
Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 
apenas 18,6% dos presos trabalham no país isso revela uma amostragem de cada cinco 
presos apenas um trabalha. 
Levando em conta os 737.892 presos do sistema (incluindo os em regime aberto), 
139.511 exercem algum tipo de atividade laboral. São 92.945 os que estudam. De acordo 
com Maíra Fernandes, coordenadora do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais do Rio 
de Janeiro e ex-presidente do Conselho Penitenciário do Estado, diz que “Como é que a 
pessoa vai virar a página da sua vida e recomeçar se ela não sabe um ofício, muitas vezes 
nunca teve um trabalho lícito antes? Sem dúvida que se houvesse nos presídios não só 
uma perspectiva de trabalho, mas de formação profissional, a pessoa podia sair dali já 
tendo meios de se reinserir no mercado de trabalho”. E acrescenta: “A população 
prisional é cada vez mais jovem, e dar uma oportunidade pode fazer, sim, com que esse 
jovem saia do mundo do crime.” 
Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), apenas 
16% da população prisional brasileira trabalha, o equivalente a pouco mais de 106 mil 
pessoas. De todas das unidades prisionais brasileiras, apenas 22% possuem oficinas 
destinadas ao trabalho em suas instalações, a maior parte delas são de artesanato, corte 
e costura. Apesar da pouca quantidade de prisões com oficinas de trabalho, o Infopen 
aponta que boa parte das prisões dispõe de espaço suficiente para a construção de 
oficinas e, portanto, poderiam atender às exigências da LEP. 
O contrário do que muitas pessoas pensam, o trabalho só tem a trazer benefícios, pois 
é através dele que se adquire dignidade, pois usa do tempo ocioso que o preso tem para 
fazer o bem para si e até mesmo para o estado, pois ocupa sua mente e não o ocupa 
para atividades de cunho reprováveis (ex. fuga). Por isso é que se faz necessário observar 
as aptidões e capacidade dos presos. 
 
 
 
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O preso é tão cidadão quanto aquele que nunca cometeunenhum crime, apesar da 
perda provisória de alguns direitos, ele deve apenas pagar pelo erro cometido e ser 
preparado para ter melhores condições de não mais comete-los. 
Para que haja essa preparação, a melhor escolha é utilizar os mesmos mecanismos já 
usados na formação do cidadão comum, ou seja, educação e trabalho profissionalizante, 
até por que a falta desses elementos contribui ainda mais para a ocorrência da atitude 
criminosa. 
O trabalho é uma forma de mostrar para a sociedade que o criminoso pode mudar, 
entretanto, precisa ser estimulado. Além de tornar útil o tempo ocioso do preso, o 
trabalho pode ser uma forma de cortar gastos do poder público, tendo em vista que o 
próprio apenado pode desenvolver atividades dentro das penitenciárias a fim de evitar 
serviços terceirizados, o que seria uma grande solução para os infinitos gastos com o 
excesso de presidiários 
Entretanto, o sistema penitenciário brasileiro possui diversas falhas e ausência de 
aplicação efetiva das leis e políticas públicas direcionadas aos detentos. E diante disso 
fica a indagação do doutrinador Grecco: 
Como o Estado quer levar a efeito o programa de ressocialização do condenado se não 
cumpre as funções sociais que lhe são atribuídas pela Constituição Federal? De que 
adianta ensinar um ofício ao condenado durante o cumprimento de sua pena se, ao ser 
colocado em liberdade, não conseguirá emprego e, o pior que, muitas vezes voltará ao 
mesmo ambiente que lhe propiciou o ingresso na “vida do crime”? O Estado não educa, 
não fornece habitação para a população carente e miserável, não se preocupa com a 
saúde de sua população; enfim, é negligente em todos os aspectos fundamentais para 
que se preserve a dignidade da pessoa humana (GRECCO, 2009, p. 150). 
 
Conclusão 
Diante do que foi estudado ao longo do curso, depreende-se que os direitos humanos 
transformam as pessoas em cidadãos. E ser cidadão, o que é? É participar da sociedade, 
 
 
 
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 Direitos humanos 
é saber dos seus direitos, é cobrar seus direitos, cumprir deveres e respeitar os direitos 
do outro. 
E esses direitos são garantidos através das leis, da constituição e da declaração dos 
direitos humanos, promovendo direitos a todos, sem distinção de classes, de raça, cor, 
etnia e condição sexual. A DUDH é formada por 30 artigos que versam sobre direitos 
inalienáveis – tanto individuais, quanto coletivos – que, em conjunto, deveriam 
assegurar a liberdade, a justiça e a paz mundial. 
Há de se lembrar que esse documento foi redigido após o mundo passar por uma guerra 
perversa, marcada pela brutalidade genocida de regimes fascistas. Entre outros direitos, 
esse conjunto de artigos declara o direito à vida, o direito a não ser escravizado, não ser 
preso ou exilado de forma arbitrária, o direito de contar com a presunção da inocência 
e ser tratado com igualdade perante as leis e o direito à privacidade e à livre circulação, 
incluindo a imigração. Também ficam declarados, nesse mesmo documento, os direitos 
à livre expressão política e religiosa, e à liberdade de pensamento e de participação 
política. O lazer, a educação, a cultura e o trabalho (exercido livremente e remunerado 
de forma a garantir um vida digna a família do trabalhador) também são declarados 
como direitos humanos fundamentais. 
A DUDH não tem força de lei, mas a partir dela se formularam uma série de constituições 
e tratados internacionais mais específicos – voltados aos direitos das crianças, ao 
combate a tortura e a discriminação racial e de gênero, por exemplo. No Brasil há uma 
porção de organizações que se articulam em torno da defesa e promoção dos direitos 
humanos. A atuação dessas instituições foi importantíssima na denúncia dos crimes 
cometidos pelo regime militar. Hoje, elas continuam essenciais no debate público sobre 
a violação desses direitos, que atinge, especialmente, grupos socais mais vulneráveis. 
 
Características dos direitos humanos 
 
Conheça as principais características dos direitos humanos: 
- a sua principal função É garantir a dignidade de todas as pessoas, 
 
 
 
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 Direitos humanos 
- são universais: são válidos para todas as pessoas, sem qualquer tipo de discriminação 
ou diferenciação, 
-são relacionados entre si: todos os direitos humanos devem ser aplicados igualmente, 
a falta de um direito pode afetar os outros, 
- são indisponíveis: significa que uma pessoa não pode abrir mão dos seus direitos, 
- são imprescritíveis: significa que os direitos humanos não têm prazo e não perdem a 
Validade. 
 
Os direitos humanos são tratados em várias leis, convenções, acordos e tratados 
internacionais. Além da existência de leis sobre o assunto, é dever de cada Estado ter as 
suas próprias leis que garantam que os direitos humanos serão respeitados e colocados 
em prática. 
Conheça algumas leis que tratam dos direitos humanos: 
1948 - Declaração Universal dos Direitos Humanos 
1988 - Constituição Federal 
1989 - Lei que criminaliza o racismo 
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 
1993 - Lei do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) 
1996 - Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH I) 
2002 - Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH II) 
2003 - Reconhecimento do direito à moradia digna como direito humano 
2003 - Estatuto do Idoso 
2006 - Lei Maria da Penha 
 
 
 
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 Direitos humanos 
2008 - Resolução da Assembleia Geral da Organização dos Estados da America (OEA): 
Direitos Humanos, Orientação Sexual e Identidade de Gênero 
2009 - Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH III) 
2010 - Estatuto da Igualdade Racial 
2011 - Resolução da Orgaização das Nações Unidas (ONU) - Livres e Iguais 
2013 - Estatuto da Juventude 
2014 - Marco civil da Internet de 2014 - Lei 12.965 
2015 - Lei do Feminicídio 
2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência 
2017 - Lei de Migração - Lei 13.445 de 2017, que revogou o Estatuto do Estrangeiro 
2018 - Lei sobre a proteção de dados pessoais - nº 13.709 
 
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, define quais são os direitos e garantias 
fundamentais dos cidadãos. Veja alguns: 
- igualdade de direitos e deveres entre mulheres e homens, 
-proibição de tortura e tratamento desumano, 
-liberdade de pensamento, de crença e de religião, 
- proibição de censura, 
- proteção da intimidade, vida privada, honra e imagem, 
-sigilo telefônico e de correspondências, 
-liberdade de escolha de profissão, 
- liberdade de locomoção dentro do país, 
- direito de propriedade e de herança, 
- acesso garantido à justiça, 
 
 
 
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 Direitos humanos 
- racismo, tortura e tráfico de drogas são crimes inafiançáveis, 
-proibição de pena de morte, 
- nenhum brasileiro pode ser extraditado. 
 
Ainda que existam várias leis que tratem dos direitos humanos, é importante saber que 
eles não são limitados ao que é previsto na lei. Outros direitos podem ser incluídos como 
direitos humanos com o passar do tempo e de acordo com as necessidades, com as 
transformações sociais e com o modo de vida da sociedade. 
 
 Resumo 
 
-Os Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos e inalienáveis. 
-Garantem direitos básicos a todos os membros da espécie humana. 
-Seus primeiros reconhecimentos ocorreram na Revolução Americana e na Revolução 
Francesa. 
-Foram oficializados, no século XX, por meio da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, da ONU. 
-Possuem como objetivo garantir direitos fundamentais, como a vida, a liberdade, a 
saúde e a segurança das pessoas, bem como o direito à defesa e ao justo julgamento a 
quem seja acusado de um crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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