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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA N.º 1
NOVA LEI DE DROGAS (LEI N.º 11.343, DE 23.08.2006)
1. Responderá pelo crime de posse ilícita de drogas para consumo pessoal o agente que 
adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo 
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar.
2. O crime de posse ilícita de drogas para consumo pessoal possui as seguintes penas 
restritivas de direitos: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de 
serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo.
3. Semear, cultivar ou colher plantas para a preparação ou produção de drogas caracteriza 
crime de tráfico. Contudo, se for para o consumo pessoal do agente e em pequena 
quantidade, não será tráfico, e sim o crime de §1.º, do art. 28. 
4. O juiz deverá levar em consideração os seguintes critérios para determinar se a droga 
destinava-se a consumo pessoal: a) natureza; b) quantidade; c) local de apreensão; d) 
desenvolvimento da ação; e) circunstâncias sociais; f) circunstâncias pessoais; g) conduta; 
h) antecedentes. 
5. A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, 
entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos 
ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do 
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. 
6. Para garantia do cumprimento das medidas educativas, caso o agente não as cumpra 
injustificadamente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a admoestação verbal e 
multa.
7. O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, 
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento 
especializado.
8. Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo (crime comum). O sujeito passivo é o Estado. O 
objeto jurídico imediato é a saúde pública. O objeto material é droga ilícita (ex.: 
maconha). O elemento subjetivo é o dolo, com o fim especial de consumo pessoal.
9. Atenção !!!! O crime não é usar droga ilícita, mas sim adquiri-la, guardá-la, mantê-la 
em depósito, transportá-la ou trazê-la consigo para consumo pessoal. Assim, não se pune 
o consumo em si da droga.
10. Não se punem os fatos pretéritos referentes ao consumo da droga ilícita. 
11. No crime de posse ilícita de drogas para consumo pessoal, a apreensão da droga 
(objeto material) é obrigatória.
12. A incineração de plantações ilícitas será realizada por meio de autorização judicial, 
ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, 
na presença de representante do Ministério Público e da autoridade sanitária competente.
13. A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, 
observadas as cautelas necessárias com o meio ambiente, no caso de queimadas, 
guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova. 
14. As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto 
no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. 
15. O crime de tráfico possui o elemento normativo “drogas” e “sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar”. O juiz precisa valorar quais as 
substâncias (drogas ilícitas) deverão ser consideradas para efeito de aplicação dos 
dispositivos penais da Nova Lei de Drogas.
16. O crime de tráfico é denominado tipo misto alternativo, porque a figura penal é 
composta de uma série de núcleos (verbos) do tipo (ex.: transportar, adquirir, vender, 
receber, guardar). Basta que exista uma dessas condutas descritas nos núcleos para que se 
configure o delito na sua forma consumada. Qualquer uma das condutas perfaz o crime, 
daí a denominação “alternativo”.
17. Dentro do mesmo contexto factual, se o agente executar uma série de condutas, sendo 
uma seqüência lógica da outra, teremos um único crime de tráfico ilícito de drogas. É o 
caso, por exemplo, de um traficante que importa, adquire, transporta, guarda e expõe à 
venda drogas. Incorreu o agente em cinco condutas, mas deverá responder por um único 
crime, pois todas ocorreram dentro do mesmo contexto, sendo uma a seqüência da outra. 
É uma característica do tipo penal misto alternativo.
18. Atenção !!!!! O tipo penal do tráfico não exige como elementar a finalidade de lucro 
ou de obter vantagem econômica. Poderá haver o crime de tráfico ainda que não exista o 
fim lucrativo por parte do agente delitivo.
19. Atenção !!! Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante 
pela Polícia torna impossível a sua consumação”
20. A forma tentada na modalidade “importar”. Segundo o STJ, o núcleo importar admite 
a forma tentada, ocorrendo a mesma desde que, por circunstâncias alheias à vontade do 
agente, a droga não ultrapasse as fronteiras do território nacional.
21. O Superior Tribunal de Justiça possui decisão entendendo ser cabível a forma tentada, 
quando a correspondência contendo droga não chegar ao destinatário por circunstâncias 
alheias à vontade do remetente.
22. A retirada do cloreto de etila do rol das drogas ilícitas, por equívoco da Administração 
Pública, gera abolitio criminis? O atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no 
sentido de não se admitir a abolitio criminis no caso da portaria que, por um erro da 
Administração, retirou o cloreto de etila momentaneamente do rol das substâncias 
entorpecentes.
23. Importantíssimo!!! Com as alterações surgidas com a Nova Lei de Drogas, foram 
criadas duas figuras penais que, na lei anterior (6368/76), caracterizavam crime de tráfico. 
Porém, na atual Lei de Drogas (11.343/2006), não configuram tráfico. A primeira é a 
conduta de “induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga”. A segunda é a 
conduta de “oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu 
relacionamento, para juntos a consumirem”. Nessas duas hipóteses (exceções), não haverá 
crime de tráfico. Exemplo da primeira encontramos na película cinematográfica “Invasões 
Bárbaras”, numa situação em que uma usuária de cocaína auxilia um senhor com câncer a 
fazer uso da droga. Exemplo da segunda temos no caso de um indivíduo que resolve fazer 
uma festa em sua casa, convidando amigos para a mesma, ocasião em que oferece para 
estes drogas ilícitas, levando-os ao consumo da mesma. 
24. Não importa exclusivamente na configuração do delito. É apenas elemento de prova, 
não podendo ser considerado isolada e exclusivamente.
25. Na dúvida, o juiz opta por condenar no crime menos grave, isto é, no crime de posse 
de drogas ilícitas para consumo pessoal.
26. O crime de tráfico se caracteriza independentemente da ocorrência ou não de dano ao 
usuário. 
27. Ocorrendo dentro do mesmo contexto factual, o crime de tráfico absorve o crime de 
posse de drogas para consumo pessoal.
28. Algumas condutas classificam-se como permanentes, como é o caso dos núcleos 
“guardar” e “ter em depósito”. Nessas situações, o momento consumativo se prolonga no 
tempo, podendo ser realizada a prisão em flagrante enquanto não cessar a permanência. 
29. A dependência da droga Não. A dependência não determina a figura?determina a 
classificação do delito típica. Poderemos ter um traficante que seja usuário.
30. O art. 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que é crime vender, 
fornecer, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa 
causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda 
que por utilização indevida. Indaga-se: no caso de entrega de droga ilícita para um 
adolescente, haverá o crime do art. 243 do ECA ou o crime do art. 33 da Nova Lei de 
Drogas? Resposta: aplica-se ao caso o art. 33 da Nova Lei de Drogas, devendo o agente 
responder pelo crime de tráfico. Note que o crime do art. 243 do ECA é subsidiário em 
relação ao dispositivo do art. 33 da Nova Leide Drogas, somente podendo ser aplicado 
quando a substância entregue ao adolescente for outra diversa das drogas ilícitas 
consideradas para efeito de aplicação da Lei 11343/2006. 
31. A Nova Lei de Drogas prevê expressamente a responsabilidade penal de condutas que 
seriam apenas atos preparatórios para o crime de tráfico. Essas condutas estão previstas 
nos arts. 34 (maquinismos e instrumentos destinados para a fabricação ou produção das 
drogas) e 35 (associação para o tráfico) da Lei.
32. A cessão da droga de Com base na Lei N.º?um usuário para o outro: caracteriza o 
crime de tráfico 11.343/2006, não caracteriza mais o crime de tráfico. Trata-se agora do 
crime de cessão gratuita para consumo conjunto com pessoa ou pessoas de seu 
relacionamento (art. 33, §3.º).
33. A apreensão da substância em posto de fronteira poderá impedir a caracterização do 
crime na forma consumada na modalidade adquirir. Porém, já poderá estar caracterizada a 
modalidade “importar”, se o agente ultrapassou as fronteiras do território nacional.
34. As figuras do erro de tipo e do erro de proibição são plenamente possíveis nesses 
crimes, exigindo-se a prova cabível para a sua verificação. Ex.: pessoa que, a pedido do 
amigo, transporta uma encomenda não sabendo que a mesma é droga (erro de tipo). Ex2.: 
estrangeiro holandês de férias no Brasil que imagina ser lícito fumar cigarros de cannabis 
sativa – maconha (erro de proibição).
35. Em face ao princípio da especialidade, havendo a importação de drogas ilícitas, 
haverá tráfico e não contrabando. 
36. A conduta (importar, adquirir, vender etc.) que tenha matéria-prima, insumo ou 
produto químico destinado a produção de drogas também caracteriza crime de tráfico. 
Caracteriza o crime não apenas aquela substância que contém o princípio ativo da droga, 
podendo ser qualquer matéria que seja utilizada na sua produção, no caso o “insumo” e 
“produto químico” 
37. Salvo a exceção da pequena quantidade para consumo pessoal, quem semeia, cultiva 
ou faz a colheita de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de 
drogas responde pelo crime de tráfico.
38. Responde por crime de tráfico quem utiliza local ou bem de qualquer natureza de que 
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem 
dele se utilize, ainda que gratuitamente, para o tráfico ilícito de drogas. 
39. Haverá crime de tráfico ilícito de drogas no caso do agente que detém a propriedade, 
ou posse ou detenção de um imóvel (ex.: apartamento) ou de qualquer outro bem (ex.: 
barco, veículo) e permite que, nesse imóvel aconteça o tráfico de drogas por terceiros. É o 
caso, por exemplo, daquele que aluga um imóvel para que terceiros o utilizem para o 
tráfico ilícito de drogas. É óbvio que todas as condutas pressupõem o dolo, isto é, que o 
agente tenha conhecimento de alguma forma que o bem está sendo utilizada por terceiros 
para o tráfico ilícito de drogas.
40. A pena do crime de tráfico poderá ser reduzida (causa de diminuição ou minorante) de 
um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o 
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem 
integre organização criminosa.
41. As condutas “Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga” e 
“Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, 
para juntos a consumirem” constituem crimes autônomos, não caracterizado o tráfico.
42. Fabricar, adquirir, utilizar, dentre outras condutas, máquinas, aparelhos, instrumento 
ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de 
drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. O 
objeto material é o instrumento, apetrecho ou maquinismo destinado para a fabricação ou 
produção de drogas.
43. É possível o concurso entre os arts. 33 e 34 da Lei N.º 11.343/2006? Não na mesma 
situação de fato, ocorrendo a conduta descrita no art.33, não poderá incidir o art. 34, que é 
delito eminentemente subsidiário. 
44. O crime de associação para o tráfico consiste na reunião de duas ou mais pessoas para 
o fim de praticar, reiteradamente ou não, o tráfico. O parágrafo único estabelece ainda a 
conduta de associação para a prática do financiamento do tráfico. 
45. É plenamente possível o concurso de crimes do art. 33 (tráfico) com o art. 35 
(associação para o tráfico). Assim, por exemplo, no caso de um grupo de traficantes que 
formaram uma quadrilha ou bando para exercerem suas atividades, já tendo iniciado os 
atos executórios do crime de tráfico, deverão responder por dois crimes em concurso 
material: tráfico ilícito de drogas e associação para o tráfico (arts. 33 ou 34 em concurso 
com o art. 35 da Nova Lei de Drogas).
46. Na caracterização do delito de associação para o tráfico, é importante demonstrar que 
a associação de pessoas continha um ajuste prévio e duradouro, afastando-se, portanto, da 
mera reunião ocasional de co-autores para a prática de determinado crime de tráfico ilícito 
de entorpecentes. A ausência do animus associativo afasta a incidência do art. 35 da Lei, 
tratando-se de mera co-autoria. 
47. No crime de financiamento do tráfico, previsto no art. 36, a conduta criminosa 
consiste em financiar ou custear o tráfico. A doutrina em geral vem entendendo que a 
contribuição financeira deve ter alguma relevância.
48. O crime de colaboração com o tráfico (art. 37) não constitui tráfico ilícito de drogas. 
O informante, na Nova Lei de Drogas, é responsabilizado num tipo penal autônomo. 
49. No crime de colaboração com o tráfico, previsto no art. 37, o agente deve colaborar 
exclusivamente com informações. Se, por exemplo, colaborar transportando a droga, 
responderá por crime de tráfico, previsto no “caput” do art. 33. 
50. O informante não deve ter vínculo direto (ânimo associativo) com os traficantes, sob 
pena de ser considerado partícipe do crime de tráfico ( arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta 
Lei
51. A única figura culposa descrita na Nova Lei de Drogas é o crime de prescrever ou 
ministrar (art. 38), culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo 
em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
52. Os núcleos “prescrever” ou “ministrar”, para caracterizar o presente delito, devem 
ocorrer culposamente. Assim, se as condutas forem eminentemente dolosas, o agente 
delitivo deverá responder por crime de tráfico de drogas (art. 33. caput e § 1.º).
53. Constitui crime (art. 39) conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de 
drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem.
54. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois 
terços nos seguintes casos: a) transnacionalidade; b) prevalecendo-se o agente da função 
pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; 
c) quando a infração for cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos 
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, 
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se 
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de 
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em 
transportes públicos; e) quando o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, 
emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; f) 
tráfico interestadual (entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal); g) 
quando envolver ou atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, 
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; h) quando o 
agente financiar ou custear a prática do crime.
55. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o 
processo criminal na identificação dos demaisco-autores ou partícipes do crime e na 
recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena 
reduzida de um terço a dois terços.

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