Buscar

Liquidação e cumprimento da sentença novo CPC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRINCÍPIOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
Princípio do direito da ação – art. 3º, CPC: “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito” §§2º e 3º: “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos; A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial”.
Princípio da efetividade do processo – art. 4º, CPC: “As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”.
Princípio da primazia da decisão de mérito – art. 139, IX, CPC: “O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais”.
Princípio da igualdade – art. 7, CPC: “É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”.
Princípio da boa-fé – art. 5, CPC: “Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”. A boa-fé deve ser entendida como uma norma de conduta. Boa-fé subjetiva: a pessoa acredita estar correta, mas não está. Este fato é levado em consideração muitas vezes. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos; Boa-fé objetiva é uma norma, os comportamentos humanos devem estar pautados em padrão ético de conduta. 
Princípio da proibição da decisão surpresa – art. 10, CPC: “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.”
Princípio do contraditório – art. 9, CPC: “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”. 
Princípio da eficiência do processo – art. 8, CPC: “Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.”
PRINCÍPIOS INFORMADORES DA EXECUÇÃO 
Toda execução é real – porque incide no patrimônio, e não na pessoa do devedor, art. 789, CPC: “O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”
Toda execução tem por finalidade apenas a satisfação do direito do exeqüente – a ação se extingue com o cumprimento da execução, que deve ser parcial, não atingindo todo o patrimônio do devedor, mas apenas a porção indispensável para a realização do direito do credor, art. 831, CPC: “A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios”.
A execução deve ser útil ao credor – o processo de execução não deve ser usado apenas para causar prejuízo ao devedor, sem qualquer vantagem para o credor, art. 836, CPC: “Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução”.
Toda execução deve ser econômica – satisfazendo o direito do credor, a execução deve ser o menos prejudicial ao devedor, art. 805, CPC: “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados”.
A execução deve ser específica – deve propiciar ao credor precisamente o que ele obteria, se a obrigação fosse cumprida pessoalmente pelo devedor, permite ainda a substituição por perdas e danos, art. 809, CPC: “O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente”; art. 816, CPC: “Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização”.
A execução corre às expensas do executado – a obrigação do devedor é a de suportar todas as conseqüências do retardamento da prestação, de sorte que só se libertará do vínculo obrigacional se reparar, além da dívida principal, todos os prejuízos que a demora houver acarretado para o credor, compreendidos neste os juros, atualidade monetária e os honorários de advogado, art. 826, CPC: “Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios”.
O credor tem a livre disponibilidade do processo de execução – o credor pode desistir do processo ou de alguma medida como a penhora de determinado bem, com a desistência, o credor assume o ônus do pagamento das custas e honorários do advogado da outra parte se houver.
HIPOTECA JUDICIÁRIA
Art. 495, CPC: “A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1o A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. § 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. § 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. § 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.”
A hipoteca judiciária é, em verdade, subespécie da hipoteca legal, uma vez que se constitui independentemente de pedido da parte e do exercício de qualquer juízo de valor pelo juiz. Trata-se de efeito anexo do pronunciamento judicial de cunho condenatório, o que significa que se produz automaticamente, tão só pelo fato de ser proferida decisão dessa natureza. A hipoteca pode recair também no patrimônio do autor, quando ele é o vencido e, portanto, condenado ao pagamento de honorários advocatícios. 
A constituição da hipoteca se dá ainda que: a condenação seja ilíquida; haja bens arrestados para garantia do mesmo crédito; seja cabível execução provisória porque a decisão não se sujeita a recurso com efeito suspensivo. Nesse caso, caberá ao credor escolher entre proceder ao registro da hipoteca judiciária ou dar início à execução provisória, com a realização da penhora; a decisão seja impugnável por recurso com efeito suspensivo.
A hipoteca judiciária deve ser levada a registro, no cartório de registro de imóveis, para assegurar ao credor hipotecário o direito de preferência, com base na anterioridade do registro, e o direito de sequela. Ou seja, é a partirdo registro que o credor poderá fazer valer a garantia perante terceiros, inclusive para fins de evitar fraude à execução, pois o adquirente não poderá alegar desconhecimento da existência da ação e da condenação ao adquirir imóvel gravado por hipoteca judicial. Nos termos do §2º do art. 495, basta ao credor apresentar cópia da decisão judicial perante o cartório de registro de imóveis para que se proceda ao registro da hipoteca judiciária. Será indispensável, contudo, que sejam adotadas providências voltadas a assegurar, no mínimo, a autenticidade e atualidade da decisão para fins de registro. O credor deverá informar a efetivação da hipoteca judiciária, ao juízo da causa, dentro de 15 dias do respectivo registro. 
Na hipótese de reforma da decisão condenatória de que decorreu a hipoteca judiciária, a garantia deverá ser desfeita, cabendo àquele, que era o vencedor, indenizar, dos prejuízos que sofreu, a parte que até então era considerada devedora. Os prejuízos serão apurados nos próprios autos e a responsabilidade é objetiva. 
JULGAMENTO DAS AÇÕES DE FAZER, NÃO FAZER E ENTREGAR COISA
Art. 497, CPC: “Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único.  Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo”
O dispositivo reafirma a preferência pela tutela específica, é dizer, aquela que realiza in natura o direito material. Assim, antes de determinar a tutela pelo equivalente ao valor do dano ou pelo valor pecuniário da prestação, o juiz deve, na medida do possível, buscar a realização da tutela específica, salvo se o autor já houver requerido a conversão da prestação em pecúnia.
A tutela específica pode ser buscada inclusive mediante técnicas de tutela ou medidas concretas distintas daquelas postuladas pelo autor, ou seja, por meio da tutela pelo resultado prático equivalente. Por exemplo, caso o autor postule a interdição de casa noturna em função do ruído excessivo causado pelo som mecânico, pode o juiz, para tutelar o direito do autor, determinar a instalação de isolamento acústico que alcance o mesmo objetivo. 
O que importa é que o foco da atividade jurisdicional seja específica, ou a produção de resultado prático equivalente, com maior efetividade ao credor e menor gravame possível para o devedor. 
Admite-se tutela contra o ilícito, que é independente e autônoma em relação à tutela contra o dano. Independe a tutela contra o ilícito, igualmente, da demonstração de culpa ou dolo do agente. Havendo risco de ocorrência ilícito ou já sua configuração, autorizada está a tutela jurisdicional estatal para sua inibição ou remoção.
A tutela contra o ilícito pode, ainda, assumir tanto o caráter repressivo quanto o preventivo. Assim, o juiz poderá determinar a inibição da prática do ilícito, impedir sua reiteração ou continuação, ou ainda determinar sua remoção. Em qualquer dessas hipóteses, poderá adotar medidas coercitivas (ex: multa periódica) ou executivas (ex: remoção de pessoas, interdição de estabelecimento, etc). 
Art. 498, CPC: “Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.”
Ao conceder tutela específica do dever de entrega de coisa, o juiz poderá tanto determinar a entrega desta sob pena de multa (técnica de tutela mandamental) quando determinar a busca e apreensão da coisa ou a imissão na posse (técnica de tutela executiva). Salvo circunstâncias excepcionais (ex: recalcitrância conhecida do réu, risco de perecimento ou violação da coisa, etc), o juiz deverá fixar prazo para que o réu entregue a coisa, sob pena de multa, e na mesma decisão determinar que, descumprida a decisão, dever-se-á proceder à imediata busca e apreensão ou imissão na posse, sem prejuízo na incidência da multa periódica até que seja realizada a entrega da coisa. 
Caberá ao autor individualizar a coisa incerta na petição inicial caso lhe caiba a escolha; cabendo esta ao réu, o juiz fixará na sentença prazo para que se entregue a coisa individualizada. 
O direito de retenção por benfeitorias deve ser alegado pelo réu ainda na fase de conhecimento, mais especificamente em sua contestação, sendo, portanto, descabida tal alegação em sede de impugnação ao cumprimento de sentença. Assim, não argüido o direito de retenção por benfeitorias pelo réu na contestação, restará preclusa tal oportunidade. Isso não significa que o réu não possa, inclusive por meio de ação autônoma, buscar ressarcimento das benfeitorias que realizou na coisa, pretensão essa distinta do direito de retenção. 
Art. 499, CPC: “A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente”.
Quanto ao requerimento do autor, quando se estiver diante de relação contratual, nem sempre este estará autorizado a requerer a conversão da obrigação em perdas e danos. Salvo hipóteses expressamente previstas na relação de direito material existente entre o credor e o devedor, ex: previsão de cláusula penal para a hipótese de descumprimento, o primeiro deve oportunizar ao segundo a possibilidade de cumprir especificamente a obrigação. Somentefrustrado o cumprimento da obrigação específica pela sentença é que poderá o autor requerer sua conversão em perdas e danos. Por outro lado, a busca da tutela específica, ainda que possível, diante das circunstâncias do caso concreto, nem sempre será a medida mais adequada a tomar. Em determinadas situações, o gravame causado pela tutela específica não se justificará diante do benefício trazido por ela. 
Determinada a conversão em perdas e danos, proceder-se-á à sua liquidação, na forma dos arts. 509 e SS do CPC. 
Art. 500, CPC: “A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação”
As astreintes possuem caráter coercitivo, e não punitivo ou ressarcitório. Sendo assim, eventual indenização por perdas e danos não será excluída ou diminuída em razão de ter incidido a multa coercitiva.
Contudo, uma vez requerida a conversão da obrigação específica em perdas e danos, não mais se exigirá seu cumprimento na forma específica pelo réu, de modo que a incidência da multa coercitiva cessará. O crédito dela resultante será, assim, devido, juntamente com eventual indenização por perdas e danos. 
Art. 501, CPC: “Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida”.
O direito à prestação consistente na declaração de vontade é tutelado por meio de técnica executiva, dado que o Estado age de modo a produzir para o autor titular do direito o mesmo resultado que seria alcançado com o adimplemento do réu.
Não há espaço para se conceder prazo para que o réu produza a declaração de vontade que lhe caberia, tampouco para fazê-lo mediante ameaça de multa (tutela mandamental). Dada a praticidade para o autor e menor gravame para o réu, sempre que se estiver diante de inadimplemento de obrigação de declarar vontade, a técnica de tutela empregada há de ser aquela descrita no art. 501.
O art. 501 faz referência ao trânsito em julgado da sentença, associando-o à produção dos efeitos da declaração não emitida. É preciso ressaltar, contudo, que, independentemente do trânsito em julgado, a sentença, desde que nãotenha sua eficácia suspensa (por exemplo, pelo cabimento de recurso com efeito suspensivo), produz efeitos normalmente desde o momento em que é proferida. O que depende do trânsito em julgado da sentença é tão somente a autoridade da coisa julgada material. 
LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA 
Art. 509, CPC: “Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, procederá à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. § 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. § 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou”.
O manejo da liquidação de sentença será possível apenas quando a sentença efetivamente deva ser ilíquida, isto é, quando não houver elementos para que sua liquidez seja desde logo afirmada. 
A ação de liquidação deriva da excepcional possibilidade de que sentenças genéricas (ou ilíquidas) sejam proferidas. São hipóteses em que o juiz não tem condições de determinar desde logo o montante da condenação ou de individuar o objeto da obrigação. O escopo da ação de liquidação é, portanto, conceder exeqüibilidade à sentença. 
Se a sentença proferida na fase de conhecimento for ilíquida, haverá a subseqüente fase de liquidação. E, ao final, havendo decisão de mérito da ação da liquidação, determinando o valor da obrigação ou a sua extensão, seguir-se-á a ação de execução, que o legislador denomina de fase de cumprimento de sentença.
A ação de liquidação de sentença inicia-se pelo pedido de liquidação, que pode ser formulado tanto pelo credor quanto pelo devedor. Isso significa que o órgão jurisdicional somente se movimenta após expressa provocação, seja pelo credor, seja pelo devedor, observando-se o princípio da inércia da jurisdição. É natural que, sendo ilíquida a sentença, o credor queira desde logo manejar a ação de liquidação para que se determine o quantum debeatur, obtendo-se o título executivo judicial, que será objeto do subseqüente cumprimento de sentença, onde se realização os atos de constrição destinados à satisfação da obrigação. 
Existem somente dois procedimentos de liquidação: o da liquidação por arbitramento e o da liquidação pelo procedimento comum, cabível quando houver a necessidade de alegação e prova de fato novo. É líquida, portanto, a sentença que condene ao pagamento e valor que se possa determinar por meio da realização de simples cálculo, sendo desnecessário o manejo da ação de liquidação. 
Admite-se tanto ao credor quanto ao devedor, promover simultaneamente o cumprimento da parte líquida da sentença e a liquidação da parte ilíquida. 
A sentença cujo cumprimento dependa apenas de cálculos aritméticos não é ilíquida. Nessa hipótese, portanto, não cabe ação de liquidação de sentença. Assim, se a sentença depender apenas de cálculos aritméticos, deverá o credor, quando do requerimento do cumprimento de sentença, apresentá-los sob a forma de memória discriminada, que deverá conter o débito atualizado. 
O Conselho Nacional de Justiça deverá desenvolver e colocar à disposição de todos, programa único de atualização financeira. 
O §4º do art. 509 afasta, na ação de liquidação, a discussão, de qualquer espécie ou natureza, sobre o mérito da ação resolvida na sentença ilíquida que a julgou. O pedido formulado pelo autor da ação de liquidação, portanto, fica restrito aos limites da condenação, fixados na sentença ilíquida.
Art. 510, CPC: “Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial”.
Se houver necessidade de atividade pericial para fixação do valor ou da extensão do objeto da sentença ilíquida, o procedimento cabível será o da liquidação por arbitramento. As partes deverão ser intimadas para que apresentem documentos e pareceres destinados a dar respaldo ao juiz para a determinação do quantum debeatur ou da extensão da obrigação. Se forem insuficientes os documentos apresentados pelas partes, deverá o juiz nomear perito judicial com conhecimento na área do saber humano em que se insira o objeto da condenação, observando-se, a partir desse momento, naquilo que for aplicável, o procedimento da prova pericial. 
Embora a sentença ilíquida tenha determinado a liquidação por arbitramento, pode ocorrer que, durante seu curso, seja constada a ausência de elementos necessários à liquidação e o procedimento por arbitramento não se revele adequado. Assim, se a prova de fato novo mostrar-se imperiosa para a determinação do valor ou da extensão da obrigação, pode o juiz da liquidação a ela aplicar procedimento comum. 
Art. 511, CPC: “Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.”
A liquidação pelo procedimento comum é cabível quando, para se determinar o quantum debeatur ou a extensão da obrigação, houver necessidade de alegação e prova de fato novo. Pode-se dizer que fato novo é todo acontecimento real que é relevante para o fenômeno jurídico, pois desse fato decorrem conseqüências jurídicas. 
Inicia-se a ação de liquidação com o pedido formulado pelo autor (credor ou devedor), que deverá requerer a intimação da parte contrária, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que esteja vinculado. Embora não se trate de citação, os efeitos dessa intimação a ela se equiparam, pois abre-se prazo para a contestação que, se não apresentada, acarretará a revelia do réu da liquidação. 
Embora a decisão que julga a liquidação se trate substancialmente de sentença, porque põe fim à lide de liquidação, o art. 1,015 dispõe que o recurso cabível é o agravo de instrumento. Trata-se substancialmente de sentença porque possui objeto absolutamente distinto da ação condenatória que a precede. Se na primeira, o que se pretende é o reconhecimento de determinada obrigação; na liquidação, busca-se a fixação do quantum debeatur ou da extensão da obrigação imposta na sentença ilíquida. 
Art. 512, CPC: “A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.”
Admite-se a liquidação provisória, que é aquela manejada na pendência de recurso e que deve ser processada em autos apartados, no juízo de origem. Nesse caso, a liquidação é provisória porque, se for provido o recurso interposto contra a sentença liquidanda, o objeto da liquidação poderá ser total ou parcialmente alterado.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Art. 513, CPC: “O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvadaa hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos; IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.”
A realização da obrigação contida numa decisão judicial será feita, em regra, como etapa final de um processo único (sincrético), depois de um tempus iudicati concedido para o cumprimento espontâneo, sem necessidade de um novo processo de execução. Esta fase propícia a prática de atos executivos voltados à satisfação do crédito (líquido, certo e exigível) constante de um título executivo judicial. Portanto, o cumprimento de sentença não é uma fase do processo de conhecimento, é a fase de execução de um processo que passa a se apresentar numa unidade: cognição seguida de execução. 
Seja qual for a natureza da obrigação constante do título executivo judicial (pagar soma em dinheiro, fazer ou não fazer, entregar coisa), ela será objeto de execução por cumprimento de sentença. O que irá variar será apenas o rito executivo adequado a cada uma dessas obrigações.
O cumprimento será definitivo quando estiver fundado em decisão judicial já transitada em julgado e, por sua vez, será provisório quando a decisão judicial em que se funda a execução estiver pendente de recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. A execução que pese provisória poderá ser completa, ou seja, satisfazer o exeqüente, muito embora esta eficácia dique subordinada ao resultado do recurso pendente. 
Para o início do prazo para pagamento voluntário por parte do devedor, seja a execução provisória ou definitiva, caberá ao credor fazer um requerimento, cujo conteúdo foi definido no art. 524, CPC, a partir do que será determinada a intimação do executado para que efetue o respectivo pagamento. Portanto, o cumprimento de sentença para pagamento de quantia certa não poderá ser determinado de ofício pelo juiz, pois dependerá de iniciativa do credor. 
Cumprimento de sentença de obrigação de pagar soma em dinheiro e da obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa – desde que o requerimento do credor seja formulado em no máximo 1 anodo trânsito em julgado da decisão, o executado será intimado para cumprir o comando da decisão judicial por meio de publicação no Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos, salvo se houver alguma ressalva na procuração que assim não permita. Por sua vez, a intimação do executado será pessoal, pelo correio, por meio do envio de carta com aviso de recebimento (AR) nas seguintes hipóteses: caso o requerimento seja formulado depois de 1 ano do trânsito em julgado da decisão; quando haja ressalva na procuração que impeça o advogado do executado ser intimado na fase de cumprimento de sentença; quando o devedor seja representado pela Defensoria Pública; e quando o executado não tenha advogado constituído no processo. Tendo sido o réu citado por edital na fase de conhecimento e tendo restado revel, sua intimação na fase de cumprimento de sentença também far-se-á por edital. Ao que parece, esta última previsão somente será observada nos casos em que, atingida essa fase de cumprimento de sentença, esse réu revel citado fictamente por edital continue sem advogado constituído no processo. 
No caso de intimação pessoal realizada por meio de envio de carta de recebimento (AR) ou meio eletrônico, se presumirá válida a intimação dirigida ao último endereço (físico ou eletrônico) indicado nos autos, ainda que não seja atual, uma vez que é ônus das partes informar ao juízo qualquer modificação temporária ou definitiva de endereço. Logo, os advogados devem ter a preocupação de orientar seus clientes que lhes comuniquem essas alterações a fim de manter atualizados os dados no processo. Trata-se, por óbvio, de uma presunção relativa que admitirá ser revista caso se comprove que houve esta informação de atualização de endereço (físico ou eletrônico) nos autos e que ela não fora respeitada pela serventia. 
A execução de título judicial somente poderá ser promovida em face daqueles sujeitos que participaram da fase de conhecimento, o que engloba, também, a liquidação de sentença. Ou seja, somente poderá ser parte passiva da execução aquele sujeito contra quem o título executivo judicial foi formado. Assim, o fiador, o coobrigado ou o corresponsável que não tenha tido a oportunidade de participar da fase de conhecimento e, eventualmente, da liquidação da sentença, não poderá ter seu patrimônio atingido por atos executivos no cumprimento de sentença. 
Art. 514, CPC: “Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo”.
Por condição deve ser entendida aquela oriunda da vontade das partes ou da lei, que subordina o início ou o fim dos efeitos jurídicos de um ato, no todo ou em parte, à verificação ou não de um evento futuro e incerto, isto é, a um fato (condicionante) posterior ao próprio ato (condicionado). A condição supõe um intervalo de tempo entre o cumprimento do ato condicionado e a produção do evento condicionante, ao que se denomina estado de pendência. 
Pode-se definir como termo o evento futuro e certo do qual depende o começo (termo inicial) ou o fim (termo final) da eficácia do ato jurídico. Para a execução diferida, somente interessa o termo inicial da obrigação, que é o momento a partir do qual a obrigação passa a ser exigível. 
Tratando-se de uma condenação para o futuro, enquanto não verificada a condição suspensiva ou não atingindo o termo inicial, o comando da decisão judicial carece de exigibilidade, isto é, não pode produzir o efeito executivo. Tal aspecto poderá ser analisado de ofício pelo juiz, bem como poderá ser arguido pelo executado a qualquer tempo, em sede de impugnação de sentença ou mediante simples petição. 
Se a obrigação reconhecida na sentença e objeto da condenação estiver sujeita a condição, antes do implemento desta, a obrigação é inexigível, porque é ineficaz. Vale dizer, não estará na sentença: “condeno o réu, se tal fato suceder”, mas sim “condeno o réu, com execução subordinada à realização de tal fato”. Logo, somente se poderia falar em sentença ou decisão condicional quando a eficácia desta, enquanto ato processual, fica na dependência da verificação de um evento futuro e incerto determinado na própria decisão. 
Art. 515, CPC: “São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;VII - a sentença arbitral;VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatóriapelo Superior Tribunal de Justiça;X - (VETADO).§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo”. 
Sentença condenatória civil – ação de conhecimento que impõe a uma das partes o cumprimento de uma obrigação. Caso não haja liquidez e certeza, deve-se promover a liquidação da sentença. Exceção: ação declaratória de nulidade de cheque – se o juiz declara o pedido improcedente, significa que o cheque é válido, e o réu passa a ganhar o caso.
Decisão homologatória de decisão judicial – autocomposição: é o acordo entre as partes. Pode ser acertado entre as partes a qualquer tempo, inclusive após o transito em julgado; só pode ser feito acordo quanto aos direitos disponíveis. Pode ainda envolver sujeito estranho ao processo e relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. Para haver autocomposição judicial, deve haver um processo em andamento. 
Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza – é um acordo entre as partes sem ter um processo em andamento. O acordo é feito, então é feita uma petição inicial para o juiz homologar o acordo. A partir do momento que é homologado, torna-se título executivo.
Formal e certidão de partilha – é exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. Formal é uma carta de sentença extraída do inventário para a transferência dos bens para herdeiros. Quando nos pequenos inventários ou arrolamentos, o quinhão resultante da sucessão hereditária não ultrapassar 5 salários mínimos, o formal poderá ser substituído por certidão. Não gera efeito contra terceiros, se o bem estiver em posse de um terceiro, ingressa-se com ação própria de reintegração de posse. 
Crédito auxiliar de justiça quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial – as custas de processo incluem os auxiliares de justiça, que tem direito à esse crédito. Há auxiliar permanente (escrivão, contador, tesoureiro, oficial de justiça, etc) e eventual (perito, intérprete e tradutor). A aprovação pode se dar por meio da sentença ou de qualquer outra decisão proferida acerta das contas apuradas nos autos.
Sentença penal condenatória transitada em julgado – não cabe recurso, pois enquanto couber, não é título executivo. A vítima poderá na esfera cível, via petição inicial, requerer a execução de sentença penal contra o réu. Se a vítima quiser incluir terceiro, como por exemplo a empresa que empregava o réu, deverá ser iniciado um novo processo na esfera cível. 
Sentença arbitral – Se tiver valor líquido, ajuíza-se na esfera cível a petição inicial para execução de valores, caso contrário deverá ser promovida a liquidação da sentença previamente. 
Sentença estrangeira – deve ser homologado pelo STJ para ser executada no Brasil. 
Decisão interlocutória estrangeira após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo STJ – o exequatur consiste numa autorização e numa ordem de cumprimento do postulado na cata rogatória. Concedido o exequatur, a carta rogatória é remetida ao Juízo Federal de primeiro grau competente para cumprimento, que seguirá o procedimento de execução dos títulos judiciais; uma vez cumprida, ou verificada a impossibilidade de cumprimento, o juiz federal a devolverá ao STJ, para que remeta ao país de origem.
§1ºcitação – no caso dos incisos VI ao IX, deve ser feita uma petição inicial para trazer o processo para a área cível, e citar o réu para cumprir sentença. 
§2º qualquer pessoa ou relação jurídica não posta em juízo – sujeito estranho ao processo pode colocar um pedido que antes não tinha no acordo, desde que lícito. 
Art. 516, CPC: “O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.”
É competente para processar a execução de sentença o juízo em que esta foi emitida, que, salvo posterior modificação, será o órgão judicial perante o qual se formou a relação processual ao tempo do ajuizamento da ação. Logo, se a causa que resultou o título executivo judicial era de competência originária (inicial e direta) de tribunal (estadual, federal ou superior), este será competente para processar o respectivo cumprimento da decisão ou do acórdão. Mesmo que o tribunal possa ter julgado o processo em grau de recurso, isto não será suficiente para atrair para ele a competência executiva. Por sua vez, se a demanda tramitou inicialmente perante o juízo cível de primeiro grau, dele é, em princípio, a competência para processar a fase de cumprimento de sentença.
Para a execução da sentença penal condenatória, arbitral ou estrangeira, a competência será do juízo cível competente, que importam em regra de competência relativa, porque territorial. Nestes casos, portanto, há juízos concorrentes, cabendo ao exequente optar em qual deles irá prosseguir com a execução do título executivo judicial. 
Tendo sido excluída da previsão do parágrafo único do art. 516, tem-se que a competência do tribunal para a fase de cumprimento é absoluta, porque não admite qualquer modificação. 
A competência para a execução de decisão ou sentença estrangeira, depois de homologada pelo STJ, é da Justiça Federal. Embora homologada a decisão ou sentença pelo STJ, dele não será a competência para o processamento da execução. 
Art. 517, CPC: “A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação”.
Os efeitos negativos que oprotesto implica ao devedor, especialmente ao comerciante ou ao empresário, poderão estimularo pagamento da dívida.Para a efetivação do protesto perante o tabelião competente, além da liquidez e certeza daobrigação e do trânsito em julgado da condenação, deve ter o devedor deixado de efetuar o pagamentoda obrigação de soma em dinheiro no prazo de 15 (quinze) dias. Todos esses requisitos, bem como os dados do processo (vara de origem, númeroe qualificação dos sujeitos) deverão constar de certidão de teor da dívida. Tal certidão deverá ser fornecida pela serventia de ondetramita o cumprimento de sentença num prazo de 3 (três) dias depois de requerida pelo credor,pelo que, portanto, não precisa ser deferida pelo juiz.
O executado poderá obter, nos próprios autos do cumprimento de sentença e depois do necessáriocontraditório, decisão judicial que suste o protesto, quando demonstre a ausência dequalquer dos requisitosnecessários para a efetivação do protesto. Eventual ajuizamento de açãorescisória pelo devedor que questione o comando da decisão judicial levada a protesto apenas
permitirá a anotação de sua existência à margem do título protestado. Ou seja, o executado não poderá impedir o protesto da sentençacondenatória por meio de tutela provisória concedida em ação rescisória.
O protesto poderá ser cancelado por determinação judicial, a requerimento do executado, medianteofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolodo requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação realizada em juízo.Para o cancelamento com base em outras possíveis causas, como prescrição,por exemplo, será necessário prévio contraditório antes de o cancelamento ser determinado pelo
juiz.
Art. 518, CPC: “Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.”
A defesa endoprocessual prevista neste dispositivo pode ser aplicada tanto no cumprimentode sentença quanto na execução de título extrajudicial; e não excluiu nem retira a necessidade de o executado apresentar defesa própria (impugnação aocumprimento de sentença,ou embargos à execução. Se a validade do procedimento ou do ato executivo atacado tiver sido realizada perante o juízodeprecado, a este caberá a competência para sua análise.
Art. 519, CPC: “Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.”
O cumprimento de sentença poderáser uma fase interior ao trâmite da fase predominantemente de conhecimento, como se houvesseuma bolha ou um enxerto de atividade executiva dentro da atividade de conhecimento, que
é o que ocorre quando se executa (ou se efetiva) uma decisão de tutela provisória, ao que estáautorizado o magistrado a determinar as medidas que considerar adequadas para a execução/efetivação da tutela provisória. De outro lado, é irrelevante a natureza da decisão que veicula essa tutelaprovisória, porque um dos avanços do CPC/2015,foi deixar claro que qualquer pronunciamento com conteúdo decisório(interlocutória, sentença ou acórdão) pode ter força executiva, o que é mais adequado à noção deefetividade da tutela jurisdicional.
Além da hipóteseda fixação do pagamento de obrigação ilíquida, a aplicação da liquidação poderá dizer respeito àhipótese de conversão da obrigação específica (de fazer, não fazer ou entrega de coisa) em obrigaçãogenérica (soma em dinheiro), ou seja, para apuração dos valores de perdas e danos.
A tutela provisória poderá ter por objeto obrigação de soma em dinheiro, fazer ou não fazerou entrega de coisa. Portanto, o cumprimento dessa decisão, provisória ou definitiva, seguirá,desde que não inviabilize a própria satisfação da medida, o meio executivo, previsto para cada uma dessas obrigações.
Art. 520, CPC: “O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importemtransferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.”
I – se a sentença vier a ser reformada, o exequente fica obrigado a reparar os prejuízos que o executado houver sofrido. Trata-se de hipótese de responsabilidade objetiva por dano processual. A forma mais completa de ressarcimento é a restituição dos bens e valores expropriados executivamente, mais os prejuízos ocorridos pela privação deles durante o tempo em que prevaleceu o efeito da execução provisória. Em face do risco grave que esta pode causar ao exequente, não pode ser instaurada de ofício pelo juiz, dependerá de requerimento da parte. 
II – atribui eficácia ex tunc (deste então) à decisão que anula ou reforma o título provisório, de modo “que a situação jurídica do executado deve ser, sempre que puder, a mais coincidente possível com aquela que possuía antes de sujeitar-se à execução de um título instável”. Confirmada a sentença em grau de recurso, a execução provisória transmuda-se, automaticamente, em definitiva. A restituição ao status quo ante (de volta ao estado anterior das coisas), provocada pelo provimento do recurso contra a sentença exeqüenda, se dá entre as pessoas do exeqüente e executado, não atingindo terceiros. Qualquer alienação judicial ocorrida durante o cumprimento provisório deverá ser preservada, sem prejuízo da apuração das perdas e danos, de responsabilidade do exeqüente. 
III – se o título executivo é reformado apenas em parte, somente naquilo que foi subtraído de sua força condenatória é que a execução provisória ficará sem efeito. Se o exeqüente apurou R$1.000,00 e o recurso lhe concedeu o direito apenas à R$ 800,00, terá ele de restituir os R$ 200,00 que recebeu a mais, além dos prejuízos eventualmente acarretados ao executado, na parte excessiva da execução. 
IV – nos casos de levantamento de depósito em dinheiro e de prática do atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real sobre os bens exeqüendos, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, a execução provisória só se ultimará mediante caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. A caução deve representar para o devedor, o afastamento do risco do prejuízo, na eventualidade de ser cassado ou reformado o título executivo judicial que sustenta a execução provisória.
Art. 521, CPC: “A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação”. 
Caução é um valor depositado como garantia para o cumprimento de obrigação ou indenização de possível dano. 
Crédito de natureza alimentar, independentemente de sua origem – não há mais umlimite máximo de valor. Em todos os casos de crédito de natureza alimentar haverá dispensa de caução.
Credor em situação de necessidade – engloba as hipóteses em que o exeqüente demonstra “premência do recebimento para evitar dano grave ou irreparável ao seu direito”, análogo ao que legitima a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, ou ao risco que permite a tutela de urgência. Cabe ao exeqüente a produção de prova convincente acerca de suas condições adversas, para obter a dispensa de caução.
Pendência de agravo interposto contra decisão que inadmitir recurso especial ou extraordinário interpostos contra a decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal – trata-se das hipóteses de agravo em recurso especial ou extraordinário interpostos contra decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal.
Sentença estiver em consonância com súmula ou jurisprudência do STF ou STJ – se justifica diante de grande possibilidade de a decisão proferida ser mantida. Trata-se de verdadeira espécie de tutela da evidência.
Art. 522, CPC: “O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - decisão exequenda; II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito”.
I – próprio título executivo; II – comprovante de interposição do recurso; III – documentos hábeis à comprovação da regularidade da representação processual; IV – em havendo falecimento de qualquer das partes, deve-se comprovar a sucessão; V – exemplos seriam documentos relativos à quantificação do valor da obrigação, a eventual transferência do crédito. 
PAGAR QUANTIA CERTA
Art. 523, CPC: “No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação”.
Se o pagamento não ocorrer, o patrimônio responde pela dívida, ou seja, entra com penhora. O valor depende de quando a sentença foi proferida, e quando vai ser cumprida. 
Art. 524, CPC: “O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada. § 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. § 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. § 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. § 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe”.
Quando o valor apontado no demonstrativo aparentar excesso de execução, poderá o juiz, de ofício, solicitar o auxílio do contador do juízo para a conferência dos cálculos. Não se trata de uma obrigação do juiz e sim de uma faculdade, diante do vocábulo poderá.
Art. 525, CPC: “Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens. § 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10.  Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. § 11.  As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contadoda comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 12.  Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13.  No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14.  A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15.  Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal”.
Art. 526, CPC: “É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo”.
O Código de Processo Civil de 2015 previu o procedimento do pagamento espontâneo, no qual o devedor, ainda que não intimado, pode satisfazer a obrigação, depositando a importância do que entende devido em juízo, bem como ofertando seu demonstrativo de cálculo, com a discriminação dos elementos da apuração de valores. Após, o credor deve ser ouvido em cinco, quando poderá levantar o valor incontroverso, concordando ou não com os cálculos – sem que tenha prejudicado seu direito de impugná-los, postulando a diferença. Caberá ao juiz decidir acerca da correção dos cálculos, e caso entenda ter sido realizado depósito a menor, fixar multa e honorários de 10% sobre a diferença, dando-se continuidade aos procedimentos executivos – penhora, avaliação e expropriação – sobre o valor residual. Ante a lealdade processual demonstrada pelo devedor, parece que seria apropriado oportunizar ao devedor o pagamento da diferença apurada antes das incidências legais.
Art. 527, CPC: “Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber”.
O cumprimento de título judicial provisório observa, subsidiariamente, as regras do cumprimento definitivo, exceto no que diz respeito às regras destinadas à efetivação da obrigação. Não haverá expropriação enquanto não houver decisão transitada em julgado.
OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER
Art. 536, CPC: “No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. § 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento. § 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência. § 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber. § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional”.
O juiz não se limita a reconhecer a existência de um direito (declaratória) ou a impor uma sanção ao réu (condenação). O magistrado determina, desde logo, as medidas que irão outorgar ao autor a tutela específica de seu direito, seja ela uma ordem a ser cumprida sob pena de multa, seja ela uma medida sub-rogatória que alcance resultado prático equivalente ao adimplemento.
O cumprimento da sentença que tem por objeto prestações de fazer ou não fazer independe de novo pedido do autor. A rigor, ele deve se iniciar sem qualquer requerimento do autor, já com a própria sentença, que conterá uma ordem de cumprimento dirigida ao réu ou uma determinação de adoção de medida sub-rogatória. 
Se as medidas iniciais contidas na decisão executada não forem suficientes
para tutelar o direito do autor, outras podem ser levadas a efeito, por impulso oficial ou mediante provocação da parte interessada.
Pode o magistrado fazer uso de medidas coercitivas, sub-rogatórias, constitutivas ou cautelares, ou mesmo um conjunto delas, de acordo com a maior aptidão destas em tutelar adequadamente o direito do autor diante das nuances do caso concreto. Pode, inclusive, utilizar-se de medida de busca e apreensão, inclusive com arrombamento, que deverá observar os requisitos
do § 2º.
Em regra, não haverá petição do autor requerendo o cumprimento da sentença. A própria sentença dará, ex officio, início ao seu cumprimento, através de sua publicação e respectiva intimação do réu, na pessoa de seu advogado, da ordem a ele dirigida ou da determinação de adoção de medida sub-rogatória.
Assim, o prazo para a impugnação, que será de 15 dias (art. 525, caput), deve ser contado, a princípio, a partir da intimação da sentença. Entretanto, acaso a sentença se limite a expedir ordem de cumprimento ao réu, fixando prazo para cumprimento da ordem, sob pena de multa diária, então deve ser aplicada a regra do caput do art. 525, contando-se o prazo para impugnação apenas após transcorrido o prazo para cumprimento espontâneo concedido pelo magistrado.
Art. 537, CPC: “A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. § 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento. § 2o O valor da multa será devido ao exequente. § 3º  A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. § 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional”.
Art. 538, CPC: “Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. § 1o A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor. § 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento. § 3o Aplicam-se aoprocedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer”.
Aplicam-se aqui os comentários dos arts. 536 e 537, CPC.
Como o objeto da obrigação é um bem individualizado ou individualizável, a medida executiva por excelência a ser utilizada pelo juiz é a busca e apreensão ou a imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.
A existência de benfeitorias e eventual pleito de ressarcimento a elas relativo deve ser exercido em contestação, sob pena de preclusão. A alegação do direito sobre benfeitorias deve ser exercida de forma específica e discriminada, atribuindo-se valor às benfeitorias que o réu pretende ver indenizadas, com a apresentação de documentos que justifiquem as quantias alegadas, sob pena de indeferimento. Acaso as benfeitorias não sejam suscitadas em contestação, não poderão ser objeto de ação autônoma que pretenda vê-las reconhecidas.

Continue navegando

Outros materiais