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ESTADO, DOMICÍLIO E ATOS DO REGISTRO CIVIL ESTADO Palavra oriunda do latim status, tendo sido utilizada pelos romanos para designar os diferentes predicados da personalidade (status familiae, status libertatis e status civitatis). Conforme Clóvis Beviláqua, o “estado das pessoas é o seu modo particular de existir”. No direito moderno, distinguem-se três estados: 1) Estado individual – modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde (insano ou incapaz). Influencia sua capacidade civil. 2) Estado familiar – é o que normalmente se denomina por estado civil. Indica a situação do indivíduo na família em relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco por consangüinidade (pai, filho, irmão, sogro, cunhado, companheiro, etc.). “unido estavelmente”, pode qualificar quem é solteiro e vive em união estável. Sobre o registro público dos estados individual e familiar das pessoas, ver abaixo no resumo a parte relativa aos atos do registro civil. O estado familiar (civil) é regulado por normas de ordem pública, que não podem ser modificadas pela vontade das partes, sendo, portanto, indivisível, indisponível e imprescritível. 3) Estado político – qualidade do indivíduo tendo em vista sua dimensão política, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro. DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL (arts. 70 a 78 CC) - é a referência espacial da pessoa, o lugar onde possa ser encontrada pelas outras pessoas e pelo Estado. Tem a ver com a liberdade de ir e vir. - é o centro de atividade no mundo jurídico-social (lugar onde se procedem as comunicações judiciais e extrajudiciais). Portanto, bastante relevante para o direito processual. O domicílio também representa uma garantia de estabilidade das relações jurídicas. - Moradia – é uma relação passageira entre uma pessoa e um local. - Residência – há um sentido de maior permanência. - Conceito de Domicílio: é a residência com ânimo definitivo (art. 70 CC). Não significa necessariamente longo tempo. Critério da habitualidade. Elemento material ou objetivo: fixação da pessoa em determinado lugar Elemento subjetivo: ânimo de permanecer - Domicílio profissional: relativo às atividades profissionais (art. 72). - Art. 73 CC: permite que uma pessoa não tenha domicílio. - Os que vivem em constante mudança: domicílio é qualquer deles. - Ver art. 94 CPC: via de regra o foro do domicílio do réu é o competente para a propositura da ação. Ver também art. 96 CPC. - Art. 76 CC: domicílio legal ou necessário. Ex: preso, incapaz (no do representante). - Art. 78 CC: Domicílio de eleição (foro de eleição) – ver arts. 111 e 112 CPC. DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA - Art. 75 do CC – regra geral: mais §§ 1º e 2º - Art. 109, §1 CF – referente à União Federal - Súmula 363 STF: “A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento em que se praticou o ato”. ATOS DO REGISTRO CIVIL Registro civil, conforme esclarece Carlos Roberto Gonçalves, “é a perpetuação, mediante anotação por agente autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos fatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de autenticidade, segurança e eficácia”. Seria a biografia jurídica do cidadão. Interessa: ao registrado, a terceiros, ao Estado. Origens na Idade Média, na prática da Igreja, para conhecer melhor os fiéis e controlar escrituração dos dízimos. Matéria regida pelo Código Civil e pela Lei dos Registros Públicos (Lei 6.015/1973). CF/1988: art. 5, LXXVI Há o registro: - das pessoas naturais - das pessoas jurídicas - de títulos e documentos - de imóveis Registro Civil é feito por pessoas que dispõem de delegação do poder público e são denominados Oficiais do Registro Civil das Pessoas Naturais. Regras do Código Civil: Art. 9o Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos; II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; III - dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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