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trabalho obrigaçoes (solidariedade)

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Introdução
A obrigação solidária, no contexto das modalidades obrigacionais, é um dos temas mais instigantes do Código Civil, estando presente no Livro I, da Parte Especial (artigos 264 a 285).Pela quantidade de artigos destinados ao estudo da solidariedade apontados no Código, torna-se evidente a preocupação do legislador quanto à matéria. Sendo assim, a solidariedade apresenta forte incidência na jurisprudência, mas padece de pouca abordagem no campo doutrinário.
O Código Civil, em linhas gerais, também apresenta aspectos que delimitam premissas para o estudo das obrigações solidárias a partir do artigo 264, denominando essas premissas de “disposições gerais”. Pretendemos, assim, num primeiro ponto, caracterizar as obrigações solidárias.
Conceito de solidariedade
Obrigação solidária é aquela caracterizada pela multiplicidade de credores e/ou devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse único devedor.
É o que dispõe o art. 264 do Código Civil:
“Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado à dívida toda".
Desta forma, pode o credor exigir de qualquer codevedor o cumprimento por inteiro da obrigação. Cumprido por este a exigência, liberados estarão todos os demais devedores face o credor comum (art.275, CC). 
Se Chao, Douglas e Brener, ao realizarem uma festa de "despedida de solteiro" para Vilson, danificarem o apartamento duplex de Soromenho, na Lagoa, causando-lhe estragos no valor de R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil reais), como a obrigação em que incorrem é solidária (art. 942 CC), Soromenho poderá exigir de apenas um deles, se quiser, o pagamento dos R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil reais). Por outro lado, se Douglas pagar o total da indenização, Chao e Brener ficam plenamente liberados perante o credor comum.
Se algum dos devedores for ou se tornar insolvente, quem sofre o prejuízo de tal fato, não é o credor, como sucede na obrigação conjunta, mas os outros devedores, que podem ser chamados a solver a dívida por inteiro.
Na realidade, na solidariedade não se tem uma única obrigação, mas tantas obrigações quantos forem os titulares. Cada devedor passará a responder não só pela sua quota como também pelas dos demais; e, se vier a cumprir por inteiro a prestação, poderá recobrar dos outros as respectivas partes. 
Fontes da solidariedade
Legal: Quando provém de comando expresso, sem, contudo, se afastar a possibilidade de sua aplicação analógica, quando as circunstâncias o impuserem inevitavelmente. 
Ex: CC. Art. 154, 672, 680, etc... Inadmissível em nosso direito a solidariedade presumida, resultando ela de lei ou de vontade das partes e por importarem um agravamento da responsabilidade dos devedores, que passarão a ser obrigados pelo pagamento total da prestação. Os vários credores ou vários devedores acham-se unidos por força de lei ou por ato de vontade para consecução de um objetivo comum. Se a lei não impuser ou o contrato não a
estipular, não se terá solidariedade. CC. Art. 265.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Convencional: provém da vontade das partes, essa vontade deve ser inequívoca, através de negócio jurídico contratual ou unilateral.
Ex: Abertura de conta conjunta.
Espécies de solidariedade
Ativa: Mais de um credor;
Solidariedade ativa é a relação jurídica entre credores de uma só obrigação e o devedor comum, em virtude da qual cada um tem o direito de exigir deste o cumprimento integral da prestação. Pagando o débito a qualquer um dos cocredores, o devedor se exonera da obrigação.
Porém o direito de escolha só é possível enquanto não houver cobrança judicial. Após a propositura da ação de execução cessará o direito de escolha e pelo chamado princípio da prevenção (bastante parecido com o que vige no direito processual - Art. 106 e 107 CPC) o devedor só se libera pagando ao credor-autor da ação. Não se exonerará, porém, se vier a pagar a qualquer outro cocredor, arriscando-se, se o fizer a pagar duas vezes. É o que preceitua a máxima do direito: "Quem paga mal, paga duas vezes".
Contudo, o credor que recebe a prestação por inteiro do devedor comum, deve entregar a cada cocredor solidário a quota-parte de cada um.
Exemplo desta espécie de solidariedade encontra-se na conta bancária conjunta, por permitir que cada correntista saque todo o dinheiro depositado. Contudo a solidariedade se dá na relação entre os correntistas e o banco. Entretanto, os cuticulares não são devedores solidários perante o portador de cheque emitido por qualquer um deles sem suficiente provisão de fundos, posição esta adotada pelo Superior Tribunal de Justiça.
São características da solidariedade ativa:
Qualquer credor pode promover medidas assecuratórias e de conservação dos direitos;
Assim, se um deles constitui em mora o devedor comum a todos aproveitam os seus efeitos;
A interrupção da prescrição, requerida por um, estende-se a todos (art. 204 § 1º CC);
Qualquer credor pode ingressar em juízo com a ação adequada, assim obtendo o cumprimento da prestação, com extinção da dívida. Mas só pode executar a sentença o próprio credor-autor e não outro, estranho à lide (art.567 CPC);
Se um dos cocredores se torna incapaz, nenhuma influência exercerá tal circunstância sobre a solidariedade;
Se um dos credores decai da ação, não ficam os outros inibidos de acionar,por sua vez, o devedor comum.
Passiva: Mais de um devedor;
A solidariedade passiva consiste na concorrência de dois ou mais devedores, cada um com o dever de prestar a dívida toda, ou seja, o credor comum pode exigir o pagamento integral da dívida de qualquer um dos codevedores.
Ao contrário da solidariedade ativa, a passiva é muito frequente nas relações obrigacionais do cotidiano.
A solidariedade passiva é relação obrigacional que nasce da lei ou da vontade das partes, tendo multiplicidade de devedores, sendo que cada um deles responde in totum et totalier pelo cumprimento da prestação, como se fosse o único devedor. Cada devedor está obrigado à prestação na sua integralidade, como se tivesse contraído a dívida sozinho. O Código Civil contempla a solidariedade passiva nos seguintes artigos: art. 942 e § único (autores, coautores e as pessoas designadas no art. 932 - pais, tutores, empregadores, etc. - pelos atos ilícitos que praticaram); art. 154 (terceiro autor da coação e a parte a quem a ela aproveita, se a conhecia); art. 585 (entre as pessoas que forem simultaneamente comodatárias da mesma coisa, para com o comodante); art. 828,II (entre o devedor principal e fiador, se este se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário); art. 1.003 e § único (entre cedente e cessionário de quotas de sociedade).
Contudo, não se compreende solidariedade nas obrigações de fazer, quando convencionado que o devedor deve cumprir a prestação pessoalmente, uma vez que a solidariedade é um benefício do credor que visa facilitar a cobrança, tornando face a ele, cada um dos sujeitos passivos da obrigação (codevedores) o devedor único, que se responsabiliza pelo integral cumprimento da prestação, ainda que seja esta divisível.
Como principal efeito da solidariedade tem-se que ao credor cabe exigir de qualquer dos devedores o cumprimento integral da prestação. Trata-se, no entanto, de uma faculdade e não um dever ou ônus, pois o credor pode ou não usá-la ou dispor dela apenas em parte, pode exigir de todos os devedores o cumprimento ou só de alguns deles ou ainda exigir de qualquer deles apenas uma parte da dívida comum.
No caso de pagamento integral da dívida, extingue-se a obrigação, ficando então todos os codevedores exonerados da prestação. Se, porém, for parcial o pagamento e efetuado por um dos devedores, os outros ficarão liberados até a concorrência da importância paga, permanecendo solidariamente devedores do quantum remanescente.
No entanto,conforme aduz a leitura do § único do art. 275 do CC, a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores, não implicará em renúncia da solidariedade, ou seja, o liame estabelecido entre o credor e os codevedores pela solidariedade não se rompe com o ajuizamento de ação de cobrança daquele contra um ou alguns destes. 
Já o devedor demandado pela prestação integral pode chamar os outros ao processo, com fundamento nos arts. 77 e seguintes do Código de Processo Civil, não só para que o auxiliem na defesa, mas também para que a eventual sentença condenatória valha como coisa julgada pela ocasião do exercício do direito de regresso contra os codevedores. Ainda que sejam vários os codevedores condenados, o credor pode mover a execução contra apenas um deles, de acordo com seu interesse, buscando a penhora de seus bens
Mista: se houver pluralidade subjetiva ativa e passiva simultaneamente;
É aquele que apresenta ao mesmo tempo a combinação dos efeitos da solidariedade ativa e da solidariedade passiva na mesma relação obrigacional. Tal solidariedade não encontra previsão expressa no CC, mas por força do princípio da autonomia da vontade a mesma pode ser criada pelas partes interessadas.
Renúncia da solidariedade
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único - Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Renuncia total: solidariedade desaparece, a obrigação se divide em tantos quantos forem os devedores, respondendo cada um pela sua quota parte.
Renuncia parcial: credor exonera um só devedor, a obrigação se biparte: contra o exonerado torna-se simples, ficando esse devedor obrigado somente pela sua quota parte. A solidariedade continua contra os demais devedores , devendo ser abatido o valor do crédito destes, o quantum do devedor da obrigação simples. (CC. art. 282, parágrafo único).
Dado que a solidariedade constitui benefício instituído em favor do credor, sendo, portanto uma faculdade do mesmo, pode dele abrir mão, ainda que se trate de vínculo resultante de lei, conforme preceitua o art. 282 e § único do novo diploma, verbis:" o credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais".
Quando a renúncia é efetivada em prol de todos os coobrigados denomina-se absoluta. Neste caso, não mais haverá solidariedade passiva, pois cada coobrigado passará a dever pro rata, isto é, a responder somente por sua quota.
Já quando a renúncia é operada em proveito de um, ou de alguns devedores apenas, diz-se relativa. Desta forma, o credor divide a obrigação em duas partes: uma pela qual reponde o devedor favorecido, correspondente somente à sua quota; e a outra, a que se acham solidariamente sujeitos os demais.
A renúncia relativa da solidariedade acarreta os seguintes efeitos, em relação aos devedores:
os contemplados continuam devedores, porém não mais da totalidade, mas apenas de sua quota-parte no débito;
suportam sua parte na insolvência de seus ex-codevedores.
Os nãos exonerados permanecem na mesma situação de devedores solidários. Contudo, o credor não poderá acioná-los senão deduzindo do débito as partes correspondentes aos devedores cuja obrigação deixou de ser solidária.
A renúncia ao benefício da solidariedade distingue-se da remissão da dívida. Com efeito, o credor que apenas renuncia a solidariedade continua sendo credor, embora sem a vantagem de poder exigir de um dos devedores a prestação por inteiro, ao passo que aquele que remite o débito abre mão de seu crédito, exonerando o devedor da obrigação
Vantagens da solidariedade
Apresenta vantagens tanto para o devedor quanto para o credor:
Devedor: Possibilidade de obtenção de melhores condições (crédito maior, melhores taxas de juros…)
Credor: Maior garantia e possibilidades de recebimento (é como se ter vários fiadores).
BIBLIOGRAFIA:
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1175/A-solidariedade-no-Direito-Civil
https://caduchagas.blogspot.com.br/2012/03/das-obrigacoes-solidarias.html
http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/obrigacoes-solidarias.htm
http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/8
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfreMAL/trabalho-direito-civil-ii-obrigacoes-solidarias
Gonçalves, Carlos Roberto. Contratos e Atos Unilaterais. 5. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008. 497p.
Silva, De Plácido e. Dicionário Jurídico Conciso. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Forense, 2008. 749p.