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TRABALHO

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CONCRETOS ESPECIAIS
 
 
SUMÁRIO
OBJETIVO___________________________________________________________ 4
1 INTRODUÇÃO______________________________________________________ 4 
2. CONCRETOS ESPECIAIS___________________________________4
3. MATERIAIS COMPONENTES ______________________________4
4. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO__________________________5
5. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD):________________ 5
5.1 OBRAS DE GRANDES RESISTÊNCIAS_____________________ 5
5.2 O CAD COMO SOLUÇÃO________________________________ 6
5.3 A PRODUÇÃO DO CAD__________________________________ 6
5.4 APLICAÇÃO DO CAD____________________________________7
5.5 VANTAGENS DO CAD___________________________________8
5.6 DOSAGEM E PRODUÇÃO _______________________________8
5.7 CURA__________________________________________________9
6. CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA):_____________________9
7. PROPRIEDADES DO CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL NO ESTADO FRESCO__________________________________________10
8. APLICAÇÕES DO CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL __________10 
9. CONCRETO MASSA______________________________________11
10. CONCRETO COMPACTADO COM ROLO___________________12
11. CONCRETO ESTRUTURAL LEVE_________________________ 12
12. CONCRETO COLORIDO__________________________________13
13. CONCRETO PESADO____________________________________14
14. CONCLUSÃO___________________________________________14
15. REFERÊNCIA___________________________________________15
1. INTRODUÇÃO
 O termo concreto de alto desempenho é atribuindo ao concreto que apresenta características especiais de desempenho, às quais não poderiam ser obtidas se fossem usados apenas os materiais convencionais, com procedimentos usuais de mistura, lançamento e adensamento. Neste trabalho o atributo principal foi a alta resistência à compressão, que foi obtida adotando-se mistura com baixo fator água/cimento, adição de sílica ativa e aditivo superplastificante para possibilitar condições de lançamento e adensamento.
 O uso de concreto de alta resistência à compressão se constitui em tendência irreversível, em função das vantagens que apresenta, em relação aos concretos de resistência Classe I, segundo a NBR 8953/92, principalmente na execução de pilares de edifícios, pois, as áreas das seções transversais podem ser reduzidas com várias vantagens econômicas. 
 O concreto de alto desempenho já é uma realidade no Brasil e o emprego de concretos com resistências maiores que as usuais - de 40 a 50 MPa - tem se difundido muito nos últimos anos. As empresas de concreto pré-misturado, bem como os centros de pesquisa, estão capacitados a obter esses concretos usados principalmente em estruturas de edifícios, pontes e pré-moldados, reduzindo a seção de pilares e cargas nas fundações e aumentando a durabilidade. No entanto, ultrapassar a barreira dos 100 MPa com um concreto dosado em central e aplicado em uma estrutura real, com vantagens econômicas e técnicas foi, por muito tempo.
2. CONCRETOS ESPECIAIS.
 
 Os concretos especiais podem ser definidos como: “Concretos com características particulares devido à evolução tecnológica: melhorando as deficiências do concreto convencional ou incorporando propriedades não inerentes a este material. ” E ainda como: ”Concretos com características particulares para atender necessidade das obras: desenvolvimento de produtos para serem empregados em locais/condições em que o concreto convencional não pode ser aplicado. ”
 Desse modo, para as mais diversificadas soluções construtivas, foram desenvolvidos diferentes tipos de concretos especiais, cada um com suas respectivas peculiaridades e atendendo a demandas as quais o concreto convencional não consegue atender, como determinado desempenho mecânico, durabilidade, trabalhabilidade e estética.
3. MATERIAIS COMPONENTES 
 Os critérios utilizados na seleção dos materiais para produção dos concretos convencionais não são suficientes para serem aplicados na produção de concretos de alto desempenho. A seleção de materiais para a produção de CAD é mais complicada e deve ser feita cuidadosamente, uma vez que os cimentos e agregados disponíveis apresentam grandes variações nas suas composições e propriedades. Outro fator importante é a diversidade de aditivos químicos e adições minerais existentes que podem ser utilizados simultaneamente, dificultando ainda mais a escolha dos materiais mais adequados. AÏTCIN (2000) afirma que a melhor forma de garantir a seleção da maioria dos materiais adequados para o CAD é por meio da realização de estudos preliminares em laboratório.
4. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
 Durante o século passado, o concreto foi o material de construção mais utilizado no mundo e a tendência é que, no século XXI, o uso do material aumente cada vez mais. Nesse sentido, atualmente, o concreto convencional, com resistência à compressão entre 10 e 50 MPa, é o material de construção com maior índice de utilização.
 Embora o concreto convencional já atenda a um enorme leque de requisições do mercado, com os avanços das tecnologias construtivas e o surgimento de novas necessidades e tendências no mercado da construção, além dos avanços na indústria dos aditivos químicos para concreto, tem sido necessária e possível a concepção de tipos de concretos não convencionais.
5. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD):
 É um concreto que apresenta em sua composição, além da mistura de areia, brita, cimento e água, a utilização de aditivos químicos e/ou minerais.
 Os CAD’s caracterizam-se por apresentar melhor trabalhabilidade que os concretos convencionais, maior durabilidade a ataques do meio e uma maior resistência mecânica. Essas características fazem com que as obras em que se utiliza tal tipo de concreto tenham menores despesas com manutenção e reparo.
5.1 OBRAS DE GRANDES RESISTÊNCIAS
 A história da engenharia brasileira apresenta obras pioneiras e grandes recordes em estruturas de concreto entre os quais podem ser citados o Edifício A Noite, no Rio de Janeiro (1928), com recorde mundial em altura de 103 m. Em São Paulo, podem ser citados o Edifício Martinelli com 106 m, de 1929, e o Edifício Itália, de 1959, com 168 m de altura. Outro recorde alcançado pelo Brasil foi o de maior vão livre em laje reta com o Masp (Museu de Arte de São Paulo), obra pioneira de concreto de alto desempenho (fck igual a 45 MPa) em 1968. No Edifício Cenu (Centro Empresarial Nações Unidas) o recorde foi de bombeamento do concreto com uma só bomba a uma altura de aproximadamente 158 m e o de maior volume de CAD já empregado em uma obra no Brasil - fck 50 MPa - considerado relativamente alto para os padrões até então empregados no País, com resistência média aos 28 dias de 60 MPa.
O e-Tower é um edifício comercial com 162 m de altura (do piso do 4o subsolo à cobertura), localizado na Vila Olímpia em São Paulo, em construção pela Tecnum.
5.2 O CAD COMO SOLUÇÃO
 O CAD foi a solução técnico-econômica apresentada à Tecnum para o edifício e-Tower, em decorrência da necessidade de se reduzir as dimensões dos pilares da fachada Norte que apresentavam elevada carga nos subsolos. O estudo inicial previa uma seção resistente da ordem de 0,80 m², algo em torno de 90 x 90 cm. Isto, para o fck, resistência característica à compressão de 40 MPa adotada para todo o edifício (já considerado um fck alto para os padrões brasileiro. O que condicionou o emprego do CAD, além da elevada durabilidade, foi a distância necessária entre pilares para permitir o encaixe de duas vagas médias: no mínimo 4,2 m, sendo o mais aconselhável 4,40 m - na cidade de São Paulo, o Código de Obras estabelece que a vaga média deve ter no mínimo 2,10 m de largura. 
 Além disso, para não prejudicar a circulação dos veículos nem desrespeitar o projeto aprovado na Prefeitura, os pilares deveriam facear o corredor deforma alinhada e a maior dimensão estar limitada a 70 cm.
 O emprego do CAD de 80 MPa (fck de projeto) cumpriria com folga esses requisitos e ainda traria benefícios extras à estrutura tais como durabilidade, aumento da vida útil e maior módulo de elasticidade, além de ter a maior resistência à compressão característica já empregada em obra, 80 MPa, com resultados de fck de 115 MPa. Tal fato levou ao maior módulo de elasticidade já empregado em uma obra: 47,9 GPa, pelo que se tem notícias na literatura internacional.
5.3 A PRODUÇÃO DO CAD
 
 Após a reformulação da condição inicial o passo seguinte foi a seleção criteriosa dos materiais e o rigoroso controle da qualidade: os concretos de alto desempenho, com resistência à compressão acima de 40 MPa requerem materiais constituintes de boa procedência e alta qualidade. 
 Foram utilizados, necessariamente, cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI), como agregado miúdo, a areia de quartzo Itaporanga também conhecida como areia rosa. Como agregado graúdo foi empregada brita 1 basáltica, aditivos de última geração como hiperplastificante e estabilizador de hidratação, adições de sílica ativa e pigmento. Quanto à escolha dos agregados, levou-se em consideração para agregado miúdo aquele que necessitasse a menor quantidade possível de água para obter-se a máxima plasticidade ou fluidez do concreto fresco e que a brita escolhida apresentasse elevada resistência à compressão, baixo índice de abrasão Los Angeles, baixo teor de materiais friáveis, e boa aderência à pasta de cimento. Para tal escolha considerou-se que as maiores resistências são obtidas com basaltos e diabásios. O que levou ao basalto foi a disponibilidade no mercado.
 Após a seleção, partiu-se para os estudos de dosagem do CAD realizado na Poli-USP e no laboratório da Engemix, empresa responsável pelo fornecimento do concreto. Até a definição do traço definitivo foram realizadas inúmeras moldagens, testes laboratoriais e ensaios e avaliações das propriedades do CAD em estudo. 
 Antes da concretagem propriamente dita, foram feitas simulações das condições reais de aplicação tais como tempo de mistura e transporte e também aplicação do CAD, para tanto foram concretados na própria obra alguns pilares para monitorar temperatura e comportamento do concreto, porém neste caso não foi empregado pigmento. 
 Os cuidados com a aplicação do CAD são relativamente simples e muito semelhantes aos concretos com resistências usuais. 
 Para o controle da qualidade, porém, são necessários alguns cuidados extras como o capeamento adequado do corpo-de-prova. O capeamento com enxofre é recomendado para resistências menores que 60 MPa. 
 A prensa de ruptura dos corpos-de-prova deve atender à solicitação de carga imposta pela resistência elevadíssima do concreto, além da amostra estar protegida durante a realização do ensaio, pois a ruptura é explosiva, com estilhaçamento do concreto, diferente da ruptura mais dúctil, característica de concretos de menores resistências. 
 Assim, logo após o pico de carga aplicada, o concreto rompe-se de forma generalizada com menor tenacidade. 
5.4 APLICAÇÃO DO CAD
 A mistura do concreto foi realizada na Engemix de Taboão da Serra-SP, por ser um local de menor movimento de caminhões-betoneira, o que possibilitou um controle mais rigoroso dos materiais empregados. Foram controladas as temperaturas dos materiais e a umidade dos agregados em todas as concretagens.
 O aditivo superplastificante e o estabilizador de hidratação foram dosados na central de concreto e toda a água do traço foi substituída por gelo, o que permitiu que a temperatura do concreto permanecesse em torno dos 21ºC na obra, onde a temperatura ambiente oscilou entre 25ºC e 31ºC (a maioria das concretagens foi executada no verão).
 O transporte da central até a obra durava em torno de 50 minutos. Foram empregados dois caminhões-betoneira, cada um com 4 m3 de concreto, o que possibilitou a concretagem dos cinco pilares de cada pavimento por vez.
 A concretagem dos pilares foi realizada com caçambas e gruas, o adensamento feito com vibrador mecânico de imersão e com martelos de borracha nas faces das fôrmas. Devido ao alto consumo de cimento, uso de sílica ativa ou metacaulim, pigmento e aditivo superplastificante e ainda de uma baixíssima relação água-cimento, esse concreto apresentou alto grau de coesão e em nenhum momento foi observada a segregação da mistura, permitindo, assim, a descarga do concreto sem interrupções. A figura 8 apresenta o lançamento do concreto com caçamba e grua. 
 O transporte, lançamento e adensamento de CAD devem seguir as recomendações básicas dos concretos convencionais com maior atenção no fato da enorme coesão das partículas, o que exige concretos de abatimento do tronco de cone um pouco maior que os usuais, ou seja, mais fluidos. No caso do CAD do e-Tower o abatimento do concreto pelo Tronco de Cone apresentava entre 14 e 20 cm.
 As fôrmas permaneceram por aproximadamente 72 horas e quando foram retiradas observou-se que nenhum pilar apresentou falhas de concretagem tais como bicheiras ou ninhos. A resistência à compressão obtida ficou acima de 45 MPa e dispensou qualquer tipo de cura.
 A concretagem do encontro pilar-viga (cabeça dos pilares) foi executada em uma segunda etapa. As lajes e vigas foram concretadas com concreto de fck 40 MPa. A cabeça dos pilares, no entanto, precisava apresentar resistência mais alta - 80 MPa -, ou seja, compatível com a resistência empregada nos pilares para assegurar a monoliticidade da estrutura. Para tal, foi empregado o mesmo traço da concretagem dos pilares, porém sem pigmento. 
5.5 VANTAGENS DO CAD
 Os concretos de alto desempenho destacam-se por apresentarem inúmeras vantagens em relação aos concretos convencionais, o que pode ser observado na tabela 2, que apresenta o controle da qualidade realizado pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). Foram moldados corpos-de-prova para a realização de ensaios nos concretos de alta resistência (fck de projeto de 80 MPa, que na realidade apresentou fck 115 MPa) e nos concretos de fck igual a 25 MPa (também empregados na obra e-Tower).
O CAD quando comparado a um concreto com resistência usual de 25 MPa:
-Altas resistências à compressão, tanto a baixas idades quanto a idades avançadas
-Reduzidíssima carbonatação e baixo coeficiente de difusão de cloretos levando a um aumento na vida útil da estrutura
-Reduzidíssima permeabilidade a gradientes de pressão de água e de gases
-Reduzido risco de corrosão de armaduras
-Elevado módulo de elasticidade, ou seja, pequenas deformações
-Ausência de exsudação
-Ausência de segregação no lançamento e adensamento
-Facilidade de execução
-Redução das cargas nas fundações
-Redução da seção dos pilares do subsolo. Como consequência tem-se uma redução do volume de concreto empregado, de fôrmas e armaduras e, ainda, diminuição de mão-de-obra. Na obra do e-Tower.
5.6 DOSAGEM E PRODUÇÃO 
 
 Comparando-se a dosagem do CAD com a do concreto convencional, notam-se semelhanças, porém a participação do superfluidificante e da sílica ativa, assim como da grande quantidade de cimento, fazem uma grande diferença no resultado. Segue uma proporção, sugerida por SERRA (1999), para a produção de 1m3 de CAD: - 400 kg < cimento < 500 kg; - 650 kg < agregado miúdo < 750 kg; - 1000 kg < agregado graúdo < 1100 kg; - 1% < superfluidificantes < 2% (do peso do cimento); - 120 kg < água < 160 kg; - 7 % < sílica ativa < 15 % (peso do cimento).
 Sobre a sua sugestão de dosagem, SERRA (1999) comenta: “Nota-se assim, que a relação a/c fica entre 0,24 e 0,40, podendo, entretanto, atingir valores ainda menores. Embora a proporção de sílica ativa no traço do concreto possa atingir a sua eficiência máxima entre 20% e 25% sobre o peso do cimento, considerações econômicas mantêm essa proporção em torno de 10% na prática.” Embora possa ser produzidona obra é recomendável a sua produção em usinas, em virtude de um maior controle tecnológico. A colocação do superfluidificante, para uma garantia da sua eficiência, deve ser no canteiro de obra, em virtude de sua ação ser plena entre 30 min e 60 min. 
5.7 CURA
 
 A necessidade do concreto de alto desempenho ser curado constitui assunto polêmico no meio técnico e mesmo o tipo e duração da cura para os partidários de sua adoção são igualmente polêmicos. Já nos concretos convencionais, com maior relação a/c, há unanimidade em aceitar que a cura adequada é condição essencial para obtenção de um concreto durável conforme as especificações do projeto estrutural. Recomenda-se para fabricação dos CAD a cura com aspersão ou imersão em água. A cura por imersão em água do CAD provoca melhores resultados que o envolvimento em cobertores plásticos pelo fato de que a selagem da peça não permite a entrada de água para repor a água perdida na autodessecação causada pela baixa relação a/c e microestrutura compacta. Por outro lado, a cura em câmara úmida, complementadas por cura submersa ou envoltas em lona ou em ambiente do laboratório até 91 dias, concluíram que para concretos de alto desempenho sem sílica ativa, os melhores resultados são obtidos por cura por imersão em água, sendo estes resultados tanto melhores quanto mais cedo a imersão for feita. Concretos com quantidades de 10% de sílica ativa curados com selagem em lona plástica demonstraram eficiência equivalente à cura com imersão em água, concluindo que em condições práticas de obra o envolvimento das peças de concreto moldados in loco, especialmente pilares, com lona plástica, conduz a resultados melhores que a pulverização intermitente com água. Alguns pesquisadores afirmam que a perda de parte da água original da mistura pode diminuir a resistência em mais de 40%, devendo-se então, mantê-lo úmido por vários dias ou semanas. Essa opinião é contestada por outros autores, que afirmam que no caso dos CAD, que contêm geralmente um teor relativamente alto de cimento, contam com a presença de superplastificantes e são confeccionados com relação a/c da ordem de 0,3, um período de 7 a 14 dias de cura úmida seria suficiente para tornar o material impermeável e o prosseguimento da cura úmida a partir desse prazo não teria influência significativa na sua resistência à compressão ou módulo de elasticidade. A partir daí, a cura ao ar é que melhoraria a resistência.
6. CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA):
 O concreto auto adensável, também conhecido como concreto autocompactável, se caracteriza por sua trabalhabilidade que é altamente superior à do concreto convencional. Assim, este tipo de concreto flui com maior facilidade no interior das formas somente sob a ação de seu peso próprio, eliminando a necessidade de um adensamento por vibração.
 As características desse tipo de concreto são obtidas por meio do uso de aditivos químicos e superplatificantes, além da adição de minerais e fílers.
Outras características e benefícios desse tipo de concreto são:
-Possibilidade de uso em peças cuja densidade de aço é elevada;
-Por dispensar o adensamento, a velocidade de execução aumenta e se necessita de uma quantidade reduzida de trabalhadores;
-Redução de custos referentes à mão de obra na concretagem.
-O uso desse tipo de concreto, no Brasil, ainda é incipiente, dado que há a carência do desenvolvimento de tecnologias voltadas para a dosagem, além da baixa confiabilidade do mercado consumidor nessa tecnologia e dos altos custos com aditivos químicos e adições minerais.
7. PROPRIEDADES DO CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL NO ESTADO FRESCO
 As principais propriedades do concreto auto adensável no estado fresco são: a capacidade de preencher o interior das fôrmas, a habilidade de passagem entre os obstáculos, sem sofrer nenhum tipo de bloqueio provocado pelo agregado graúdo, bem como a sua resistência à segregação e/ou exsudação. Tais características diferenciam o concreto auto adensável de um concreto fluído, que se caracterizam apenas pela sua grande fluidez. A capacidade do concreto auto adensável em preencher fôrmas ou fluir entre os obstáculos é comandada pela alta fluidez e alta coesão da mistura. Já a capacidade de fluir bem entre os obstáculos é comandada pela moderada viscosidade da pasta e da argamassa e pelas propriedades dos agregados, principalmente, o diâmetro máximo dos agregados. A fim de manter a estabilidade ou resistência à segregação da mistura de CAA, alguns cuidados devem ser tomados no sentido de se manter a consolidação e a uniformidade da mistura. 
8. APLICAÇÕES DO CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL 
 
 As aplicações do concreto de auto adensável ocorrem em diversos tipos de obras, como por exemplo:
• Lajes de pequena espessura ou lajes nervuradas; 
• Fundações executadas por hélice contínua;
• Paredes, vigas e colunas;
• Parede diafragma;
• Estações de tratamento de água e esgoto;
• Reservatórios de águas e piscinas;
• Pisos, contrapisos, muros, painéis;
• Obras com acabamento em concreto aparente; 
• Locais de difícil acesso;
• Peças pequenas, com muitos detalhes ou com formato não-convencional onde seja difícil a utilização de vibradores; 
• Fôrmas com grande concentração de ferragens.
9. CONCRETO MASSA
 Concreto massa é caracterizado por sua utilização em estruturas de grande volume como em vigas, pilares, estacas, comportas e barragens. Em decorrência do alto volume empregado, esse tipo de concreto requer uma série de precauções com o fito de se evitar fissuras por retração derivadas de seu processo de cura.
 Assim, Concreto massa é definido como “aquele que, ao ser aplicado numa estrutura, requer a tomada de precauções que evitem fissurações derivadas de seu comportamento térmico.
 Dada a propensão, em decorrência do alto volume, desse tipo de concreto em haver rachaduras decorrentes da retração, utiliza-se aditivos retardadores de pega, o que diminui a liberação de calor e, consequente, as retrações e rachaduras.
Figura : Parede de barragem feita de concreto massa.
10. CONCRETO COMPACTADO COM ROLO
 O concreto compactado com rolo é altamente utilizado com sub-base de concreto para construção de pavimentos rígidos em estradas de rodagem.
 O material é caracterizado por ser um concreto de consistência seca, ou seja, pouco trabalhável e seu esplalhamento é manual ou mecânico. Após o espalhamento, o concreto é compactado por rolo vibratório liso, equipamento altamente utilizado em obras de pavimentação.
 Além de ser utilizado em obras de pavimentação, concretos compactados com rolo também possuem aplicação em obras de barragens, entre outras, de acordo com a sua conveniência.
Figura 2: Pavimento sendo compactado por rolo liso
11. CONCRETO ESTRUTURAL LEVE
 Concreto estrutural leve tem sido amplamente utilizado e tal uso deve-se, principalmente, à redução de sua massa específica (cerca de 2/3 da massa especíca do concreto convencional), o que culmina na redução de esforços nas estruturas, além da economia com formas e cimbramentos.
 A leveza do material é decorrente do uso de agregados leves, como a argila expandida (agregado produzido com alta volume de ar incorporado) e a produção desse agregado acarreta em um aumento de 60% no consumo de energia para produzir tal tipo de concreto. Embora o consumo de energia seja elevado, este pode ser compensado pela redução dos esforços decorrente do peso próprio das estruturas, o que culminará em peças mais delgadas e na consequente redução do uso de aço.
 Embora o concreto leve seja altamente famoso por sua reduzida massa específica, o uso de agregados leves confere a esse tipo de concreto características como alta trabalhabilidade, melhor módolo de deformação, retração e fluência.
Figura 3: Amostra de argila expandida
12. CONCRETO COLORIDO
 
 Dentre as muitas solicitações que se podem ser feitas de uma peça de concreto, uma delas éo seu desempenho estético. Muitas vezes, o cliente deseja deixar uma peça exposta e uma boa solução pode ser a inserção de pigmentos no traço, tornando desnecessário gastos com revestimento e manutenção destes.
 Embora a inserção do pigmento não provoque consideráveis mudanças no desempenho mecânico das peças, a escolha do tipo de pigmento é altamente importante. Recomenda-se que se utilize pigmentos inorgânicos, dado que estes possuem menor quantidade de finos e maior durabilidade. Algo que se deve ser ressaltado é que se a concentração de pigmento for mais de 10% da de cimento no traço, o pigmento poderá vir a comprometer a durabilidade e resistência da peça.
 Além da escolha do tipo de pigmento a ser utilizado, deve-se fazer uma rigorosa inspeção da concretagem das peças afim de se evitar que uma mesma peça fique com diversos tons de um mesmo pigmento, o que poderá ocorrer caso o adensamento do concreto não seja bem realizado.
Figura 4: Fachada do estádio Soccer City na cidade de Johannesburg
13. CONCRETO PESADO 
 
 O concreto é um excelente material para a blindagem, pois possui características necessárias para ambas as atenuações de raios X e de raios gama, tem propriedades mecânicas satisfatórias e tem relativamente baixo custo inicial e de manutenção. A facilidade de construção faz também do concreto um material especialmente adequado para a blindagem de radiação. Sendo o concreto uma mistura de hidrogênio e de outros núcleos leves e núcleos de número atômico mais elevado e podendo ser produzido dentro de uma larga faixa de massas específicas, ele é eficiente na absorção de raios gama, na frenagem de nêutrons rápidos e na absorção de ressonância e de nêutrons lentos. O hidrogênio e o oxigênio, presentes sob a forma química combinada, nos hidratos de cimento, moderam o fluxo de nêutrons satisfatoriamente. A blindagem deve conter algum material pesado, como ferro, cuja massa atômica é 56, ou elementos de maior número atômico. 
 Os concretos pesados são produzidos com o uso de agregados pesados naturais. Enquanto que a massa específica dos concretos normais varia de 2300 a 2500 kg/m³, a massa específica dos concretos com agregados pesados corresponde cerca de 50% maior e está na faixa de 3360 a 3840 kg/m³.
 O concreto pesado é normalmente usado para blindagem biológica nas usinas nucleares, nas unidades médicas e nas instalações de testes de pesquisa atômica. Outros materiais podem ser utilizados com esta finalidade, mas o concreto é normalmente o mais econômico e tem muitas outras vantagens. Paredes maciças de concreto convencional são usadas com a finalidade de blindagem. Entretanto, onde o espaço útil é limitado, a redução da espessura de blindagem é obtida pelo uso de concreto pesado (MEHTA e MONTEIRO, 1994). A primeira usina nuclear brasileira opera com um reator do tipo PWR (água pressurizada), que é o mais utilizado no mundo. Desde 1985, quando entrou em operação comercial, Angra 1 gera energia suficiente para suprir uma capital como Vitória ou Florianópolis, com 1 milhão de habitantes. A usina nuclear Angra 1, apresentada na Figura 37, é um exemplo de aplicação do concreto pesado.
14. CONCLUSÃO 
 O estudo possibilitou um maior entendimento no desempenho do concreto especial, onde foi atribuído a melhor trabalhabilidade que os concretos convencionais, maior durabilidade a ataques do meio e uma maior resistência mecânica. Essas características fazem com que as obras em que se utiliza tal tipo de concreto tenham menores despesas com manutenção e reparo.
 
REFÊERNCIAS
 
HELENE, PAULO – REVISTA TECHNE-CONCRETOS ESPECIAIS http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/81/artigo285299-1.aspx- < Acesso outubro 2017.
https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2016/03/30/concretos-especiais/ < Acesso, outubro 2017
http://www.gdace.uem.br/romel/MDidatico/ConcretosEspeciais/PEU4025-Aula07-Concretos%20Especiais.pdf < Acesso outubro 2017.
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/c.especiais/E-Tower.pdf < Acesso outubro 2017.
http://www.portaldoconcreto.com.br/index.php?lingua=1&pagina=desempenho > < Acesso outubro 2017.
http://www.altodesempenho.faithweb.com/pg4t.html > < Acesso outubro 2017.
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/115/imprime33035.asp > Acesso outubro 2017.
http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/135/concreto-auto-adensavel-caracteristicas-e-aplicacao-285721-1.aspx < Acesso outubro 2017.

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