Atividade Estruturada Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: PEDAGOGIA
DISCIPLINA: ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR (A) TUTOR (A): MAURO LEÃO GOMES
ATIVIDADE ESTRUTURADA: 
“ENTRANDO NO CLIMA”, UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DAS RELAÇÕES ENTRE A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE 
ALUNO (A) AUTOR DA ATIVIDADE: FERNANDA CRISTINA FERNANDES SILVA
BELO HORIZONTE
2017
1. INTRODUÇÃO
O espaço geográfico, entendido como aquele historicamente produzido pelo ser humano enquanto se organiza socialmente e interage com o meio, nos leva a refletir sobre as motivações e as ações dos diferentes grupos humanos que o transformaram no que é hoje e no que se tornará amanhã.
Ao conhecer realidades diversas, resultantes da ação humana ao longo do tempo no espaço, e nos reconhecermos como parte da sociedade, teremos condições de refletir sobre nossas relações sociais com o meio ambiente, ampliando possibilidades de participação social.
Antigamente, a relação do homem com a natureza era equilibrada. No entanto, ao longo do tempo, a natureza começou a ser frequentemente transformada pelo trabalho social. Desse processo resultam paisagens diversas, construídas a partir da materialização da ação humana no espaço ao longo do tempo, o que influencia na organização social, cultural e econômica de diferentes sociedades.
Silva (2012) ressalta que as mudanças socioambientais seriam uma consequência da era moderna que trouxe para a sociedade tudo novo: novos estilos de vida, novas maneiras de consumir, novos modelos de produção e de desenvolvimento tanto científico quanto tecnológico e novos valores que direcionam a prática do ser humano.
Para Queiroz (2012) a educação corresponde a uma prática social historicamente construída com espaço para limites e possibilidades. É necessário refletir o papel que ela poderá exercer dentro deste cenário do mundo moderno, no qual as mudanças socioambientais ocorrem avassaladoramente e tem acarretado em uma grave crise. Tal reflexão precisa apontar o melhor caminho a ser seguido pela educação com o objetivo de contribuir para a construção de uma sociedade menos desigual e degradante.
Nessa perspectiva, Queiroz (2012) afirma que a Educação Ambiental (EA) ganha um papel fundamental e pode ser vista como um processo pedagógico que em conjunto com uma proposta de modelo de sociedade diferente do atual pode ser capaz de mudar esse cenário, transformando as relações de dominação e exploração do homem em relação ao meio ambiente do qual faz parte.
Sendo assim, o presente estudo abordará a questão da poluição do rio de minha da cidade onde moro atualmente, Santa Luzia, Minas Gerais. O rio em questão é o Rio das Velhas que possui nascentes localizadas na cachoeira das Andorinhas, município de Ouro Preto, sendo o maior afluente em extensão do Rio São Francisco, desaguando neste em Barra do Guaicuí, no município de Várzea da Palma.
Será destacado, também, um pouco da história do rio, sua situação atual na cidade de Santa Luzia que pertence à região metropolitana de Belo Horizonte, as principais ações realizadas pelo homem que o transformam de forma negativa e se há projetos sendo desenvolvidos para salvá-lo.
2. O RIO DAS VELHAS – VIDA, MORTE E POSSÍVEL RENASCIMENTO
	Tenho 30 anos de idade e desde que me entendo por gente, o Rio das Velhas sempre esteve sujo e mal cheiroso. Porém, moradores antigos de nossa cidade, contam que suas águas eram cristalinas e se podia ver o fundo, era possível navegá-lo e tomar até banho. Sempre fico refletindo como seria se ele voltasse a ser assim.
O Rio das Velhas teve grande importância histórica para o desenvolvimento da região central de Minas Gerais, tendo sido um dos principais caminhos através dos quais se desenvolveu o Ciclo do Ouro. A partir de sua nascente, o Rio das Velhas passa por outras cidades históricas da região como Sabará, Santa Luzia e Belo Horizonte.
Situado na região metropolitana de Belo Horizonte, o Rio das Velhas sofre várias interferências. Grande parte do seu volume é captada na Estação de Tratamento de Água de Bela Fama. Posteriormente, o rio recebe esgoto que chega até ele por meio dos seus afluentes como o Ribeirão Arrudas e Ribeirão do Onça, ambos atravessam a cidade de Belo Horizonte.
	Estudos feitos recentemente pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) mostram que a cidade de Belo Horizonte é a que mais polui o Rio das Velhas. As águas escuras do Ribeirão Arrudas, poluídas principalmente por esgotos e lixo são um verdadeiro obstáculo químico e biológico para as águas do Rio das Velhas. 
	A poluição ambiental faz com que o Rio das Velhas se apresente, em seu trecho mais conhecido, como um rio de águas barrentas e avermelhadas (devido à presença de minério no solo da região), muito poluído e assoreado, praticamente sem vida em todo esse trecho.
	Em relação ao assoreamento, Parreiras (2017) destaca que as paisagens naturais no entorno do Rio das Velhas, principalmente no trecho entre Sabará e Santa Luzia, estão recebendo muitos elementos urbanos. É possível ver canalizações, manilhas que despejam esgotos e encanamentos que escorrem desejos domésticos e industriais.
	Além disso, Parreira (2017) afirma que há, ainda, o lixo das casas de bairros próximos ao rio acumulado nas margens e que acabam chegando ao leito através das chuvas ou quando o empilhamento das sacolas acaba cedendo. E mesmo com a qualidade da água comprometida e o risco de doenças ser grande, neste trecho ocorre também, extração da areia que é vendida para depósitos de material de construção da região.
	Os aterros sanitários, próximos às regiões do rio, representam outro grave problema, segundo Parreira (2017), a prática de despejar entulho e lixo nas margens acaba acarretando na diminuição da largura original do Rio das Velhas. Geralmente, esses aterros são clandestinos. Já foram alvos de denúncias e multas da Polícia Militar de Meio Ambiente, mas sempre aparecem novamente. 
	A importância histórica e ambiental do Rio das Velhas acarretou, em 1997, na implantação do Projeto Manuelzão. Esse projeto foi idealizado por um grupo de professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), objetivando trazer o Rio das Velhas de volta a vida.
	O Projeto Manuelzão iniciou uma série de atividades para sensibilizar a população, não só a local, mas a sociedade mineira como um todo, afinal Rio das Velhas ocupa um trecho significativo do estado, sendo fundamental para muitas cidades, como já foi citado. Tais atividades trouxeram resultados por meio do estabelecimento de políticas públicas municipais e estaduais, que controlaram com mais rigor os emissores de poluentes instalados ao longo da bacia. A meta era revitalizar o Rio das Velhas até 2010.
	No ano de 2009, o projeto e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas organizaram e realizaram a “Expedição pelo Rio das Velhas”. Essa expedição foi realizada em toda a bacia, promovendo eventos de mobilização e Educação Ambiental. Nessa época, criou-se uma rede colaborativa para que as pessoas no entorno da bacia se envolvessem e ajudassem ativamente na revitalização, conscientizando-as da importância do Rio das Velhas para suas vidas. 
	Atualmente, há um Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas que propõe e toma decisões em relação às políticas e ações a serão implantadas nos rios que fazem parte da bacia. Parreira (2017) destaca a expedição “Rio das Velhas, Te Quero Vivo” que foi realizada em Junho de 2017 que visa à revitalização desse manancial.
A expedição “Rio das Velhas, Te Quero Vivo” colocou alguns navegadores nas águas barrentas do Rio das Velhas para avaliar a situação enquanto voluntários, ambientalistas e lideranças do CBH-Rio das Velhas e do Projeto Manuelzão realizaram exposições com fotografias mostrando vários trechos do rio. 
Segundo Parreira (2017), as fotografias exibiram amostras da vida aquática, sedimentos e poluentes, conscientizando a população ribeirinha, principalmente osestudantes, da importância de cuidar e preservar o Rio das Velhas. Alguns alunos tiveram aula debaixo da ponte sobre a BR-381, em Capitão Eduardo, um bairro que faz limite com o município de Sabará e Belo Horizonte, com o objetivo de entenderem a importância do rio para todos. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	O Rio das Velhas está totalmente ameaçado pela poluição. Suas águas estão turvas, devido à ação de mineradoras. Há mau cheiro, por causa da quantidade de esgoto que é despejado no leito. Há também a preocupação com a urbanização que já afetou o leito pode chegar até as nascentes. 
A revitalização do Rio das Velhas é um sonho que pode chegar à realidade, mas ainda há muito para ser feito. Desde que o Projeto Manuelzão foi criado, há 20 anos, muitos passos já foram dados, porém todas as vezes que novas expedições visitam a bacia é possível constatar que muitos problemas persistem.
O capitalismo e o consumo são fatores marcantes que impedem o progresso do projeto de revitalização. As mineradoras querem sempre explorar mais e mais e acabam poluindo o Rio das Velhas. As pessoas produzem lixo exageradamente e se não há coleta ou se não são conscientes o bastante acabam jogando todo o lixo que produzem no leito do rio. As cidades ao entorno também não tem uma política de meio ambiente adequada para evitarem e fiscalizarem adequadamente os agentes poluidores do rio.
 Educar a população que mora no entorno da bacia para que se conscientize a respeito da revitalização, reforçando sempre a importância do Rio das Velhas para a região, principalmente com estudantes, é uma forma de aproximá-los da real situação da bacia e fazer com que reflitam e participem ativamente do processo. Cada um fazendo sua parte para atingir um único objetivo. Se todos se conscientizarem da importância do papel de cada um nessa caminhada, o progresso pode ser mais rápido. 
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
VÍDEO: A história das coisas. Disponível no site: https://www.youtube.com/watch?v=7q FiGMSnNjw. Acesso em 15 de Outubro de 2017.
VÍDEO: Corrêa, Marcos Sá; Salles, João Moreira. O vale. Disponível no site: https://www.youtube.com/watch?v=g5m7F-kwR9g. Acesso em 15 de Outubro de 2017.
VÍDEO: Lixo Extraordinário Documentário / Filme Completo. Disponível no site: https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8. Acesso em 15 de Outubro de 2017.
PARREIRAS, Mateus. Moradores de BH são os que mais contribuem para a poluição do Rio das Velhas. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/ gerais/2017/06/04/interna_gerais,873985/moradores-de-bh-mais-contribuem-para-a-poluicao-do-rio-das-velhas.shtml. Acesso em 09 de Novembro de 2017. 
QUEIROZ, Edileuza Dias Queiroz. Caminhos para a inserção da dimensão socioambiental na formação inicial de educadores. Trabalho apresentado na 35ª Reunião Anual da ANPED em Outubro de 2012. Disponível em: http://35reuniao. anped.org.br/images/stories/trabalhos/GT22%20Trabalhos/GT22-1397_int.pdf. Acesso em 15 de Outubro de 2017.
SILVA, Ana Tereza Reis da. O dualismo homem natureza e suas implicações à educação ambiental. Trabalho apresentado na 35ª Reunião Anual da ANPED em Outubro de 2012. Disponível em: http://35reuniao.anped.org.br/images/stories/ trabalhos/GT22%20 Trabalhos/GT22-��HYPERLINK "http://35reuniao.anped.org.br/images/stories/trabalhos/GT22%20Trabalhos/GT22-1397_int.pdf" \h2024_int.pdf. Acesso em 15 de Outubro de 2017.