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Nulidades no Processo Penal


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Tema 1:
 NULIDADES NO PROCESSO PENAL
 O processo penal na condição de ferramenta do Direito, deve ser utilizado de forma instrumental, ou seja, como o meio para se alcançar determinados fins. Por tal razão há necessidade de obediência a determinados ritos (ou formatos) para a realização de alguns atos, com o objetivo de garantir o acesso à garantias e direitos constitucionais basilares para o Estado Democrático. Podemos destacar aqui alguns deles, como por exemplo: o princípio da legalidade, o princípio do devido processo legal, a liberdade, entre tantos outros. 
Assim sendo, os atos processuais praticados em desconformidade com os preceitos legais estarão viciados, sendo esta mácula de maior ou menor intensidade de acordo com o distanciamento da lei, conforme veremos a seguir: 
Conceito de
 Nulidade no processo Penal 
A doutrina ainda é divergente quanto ao conceito de nulidade no processo penal. 
Parte dela, encabeçada por juristas como Fernando Capez, compreende que a nulidade é um vício processual decorrente da inobservância de exigências legais, sendo capaz de invalidar o processo no todo ou em parte. 
Outros doutrinadores, como v.g. José Frederico Marques referem-se à nulidade como uma “sanção que, no processo penal, atinge a instância ou o ato processual que não estejam de acordo com as condições de validade impostas pelo Direito objetivo”.
A partir destas opiniões, surgiu uma terceira corrente, esta última defendida por juristas como Júlio Fabrini Mirabete, que adota posição eclética, aduzindo que a nulidade é, sob um aspecto, vício, e, sob outro, sanção, podendo ser definida como a inobservância das exigências legais ou como uma falha ou imperfeição que invalida ou pode invalidar o ato processual ou todo o processo.
 Sistemas aplicados às Nulidades:
No direito comparado, são utilizados três sistemas distintos para o reconhecimento de um ato como viciado:
Sistema formalista: há a predominância do meio sobre o fim. Por este sistema, toda vez que o ato não for praticado da forma determinada em lei, estará irremediavelmente viciado, não importando se alcançou ou não seu objetivo.
 Sistema legalista: nulos são apenas os atos que assim considerar a lei, expressamente.
Sistema instrumental (instrumentalidade das formas): o fim do ato deve prevalecer sobre a forma como ele é praticado. É o sistema adotado no direito brasileiro, consoante se vê dos arts. 563 e 566 do CPP. Destarte, se o ato, ainda que desobediente à forma legal, alcançar seu objetivo, poderá ser validado.
 CLASSIFICAÇÃO DOS VÍCIOS QUE PODEM ATINGIR O ATO JURÍDICO PENAL
Inexistência: O ato não existe e, não existindo, jamais poderá ser válido e eficaz.
EXEMPLOS: 
• Recurso interposto por advogado sem procuração nos autos;
• Nova sentença prolatada pelo juiz, nulificando, por sua própria iniciativa, sentença anterior de mérito proferida no mesmo processo;
• Denúncia subscrita apenas pelo estagiário do Ministério Público;
• Habeas Corpus apócrifo, vale dizer, sem a assinatura do impetrante;
• Sentença proferida por juiz impedido em razão dos motivos do art. 252 do CPP;
• Determinação de arquivamento de decisão sujeita a reexame necessário, sem que esta providência tenha sido adotada (Súmula 423 do STF).
 CONTROVÉRSIAS: 
1. MAGISTRADO em PERÍODO DE FÉRIAS, pode proferir sentença ou despachar os processos que estejam na vara sob sua jurisdição?
2. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA expedida com base em atestado de óbito falso, faz coisa julgada?
Nulidades Absolutas: O ato existe, porém nunca será válido e eficaz.
NULIDADES ABSOLUTAS FEREM NORMA DE ORDEM PÚBLICA.
SÃO DECLARADAS PELO JUIZ, inclusive, EX OFICCIO, ao contrário dos atos inexistentes. 
SEGUEM O PRINCÍPIO DO PAS DE NULITTÉ SANS GRIEF, ou seja, deve ter apresentado pela parte interessada a comprovação do prejuízo sofrido, sob pena de desprezo pelo Juízo do ato nulo. 
EXEMPLOS:
• As incompetências ratione materiae e ratione personae, na concepção da doutrina e da jurisprudência majoritárias, ensejam a nulidade absoluta do processo criminal;
• Realização do interrogatório do réu sem a presença de advogado.
• Ausência de intimação pessoal do defensor público ou do defensor constituído para a audiência ou sessão de julgamento.
• Não formulação de quesito obrigatório aos jurados por ocasião do julgamento pelo júri.
• A ausência de intimação do advogado constituído pelo paciente para o oferecimento de contrarrazões ao recurso interposto caracteriza nulidade absoluta, já que importa em violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal.
• A falta de notificação pessoal do defensor dativo para a prática de atos processuais qualifica-se como causa geradora de nulidade absoluta. Isto ocorre porque tal prerrogativa é inerente aos defensores dativos, por força do art. 370, § 4.º, do Código de Processo Penal, e decorrente da própria Constituição, que assegura o direito à ampla defesa em procedimento estatal que respeite as prerrogativas do devido processo legal.
HIPÓTESE 1
 
HIPÓTESE 2
 
Considere-se que, após o trânsito em julgado da sentença absolutória em relação ao acusado Draco Malfoy, venha o Ministério Público a descobrir que o juiz prolator era IMPEDIDO, por qualquer dos motivos elencados no art. 252 do CPP.
 
Considere-se que, após o trânsito em julgado da sentença absolutória em relação ao acusado Remo Lupin, venha o Ministério Público a descobrir que o juiz prolator era SUSPEITO, por qualquer dos motivos elencados no art. 254 do CPP.
 
No primeiro caso, caracteriza-se hipótese de inexistência, pois o impedimento priva o juiz de exercer a jurisdição no processo, conforme consta, expressamente, no caput do art. 252 referido.
Como na inexistência simplesmente se ignora o ato, nada impediria que o Ministério Público adotasse providências no sentido do prosseguimento do feito para que fosse sentenciado por juiz desimpedido, ingressando, por exemplo, com correição parcial em face da paralisação injustificada do processo que está arquivado sem sentença (afinal, a sentença inexiste!).
 
Já na segunda hipótese a situação será de nulidade absoluta (art. 564, I, do CPP), pois a suspeição não priva o juiz de exercer a jurisdição. Ora, na nulidade o ato existe e, assim, para que nova sentença pudesse ser editada no caso mencionado, seria necessário desconstituir a primeira, que está viciada. Ocorre que não há instrumento jurídico para tanto, pois tanto a revisão criminal quanto o habeas corpus são vias utilizadas apenas pro reo. Resultado: nada poderia ser feito pelo Ministério Público na situação em tela.
 
Nulidades Relativas: O ato existe, mas não é válido e nem eficaz. Contudo, poderá ser validado e produzir efeitos caso venha a ser sanado ou convalidado. 
São nulidades relativas aquelas que atingem normas que não tutelam o interesse público, e sim o interesse privado da parte. Aqui o ato existe, mas sua validade e eficácia dependem da ocorrência de uma condição suspensiva, ou seja, de evento posterior que suspenda o óbice existente ao aproveitamento do ato e à produção de seus efeitos no processo penal: trata-se do saneamento (ou convalidação).
Nos termos do art. 572, I, a nulidade relativa exige arguição das partes, o que deve ser feito em momento processual oportuno, sob pena de preclusão.
• EXEMPLOS: 
Incompetência do juízo ratione loci;
• Ausência de intimação do réu para audiência de oitiva de testemunhas quando presente o seu advogado constituído;
• Falta de intimação quanto à expedição de carta precatória;
• Falta de requisição do preso para assistir inquirição de testemunha mediante precatória;
• O art. 212 do CPP determina que as vítimas, testemunhas e o interrogado sejam perquiridos primeiramente pela acusação e defesa, possibilitando ao magistrado apenas complementar a inquirição quando entender necessário quaisquer esclarecimentos. A inobservância dessa ordem, realizando o juiz os questionamentos iniciais para, apenas depois, oportunizar as perguntas das partes caracterizanulidade relativa, exigindo arguição oportuna e a comprovação do efetivo prejuízo suportado.
Irregularidade: O ato existe, é válido e eficaz
É o menor de todos os vícios que pode atingir um ato jurídico, pois lhe afeta elementos acidentais. Aqui, o ato existe, é válido e eficaz.
Exemplos:
• Denúncia sem rol de testemunhas;
• Falta de pedido de citação ou de condenação na inicial acusatória;
• Falta do recibo de entrega do preso ao condutor do flagrante;
• Deferimento de compromisso à testemunha impedida de prestá-lo;
• Ausência de qualificação dos peritos no laudo de exame cadavérico.
 Aula 2:
 PRINCÍPIOS NORTEADORES DAS NULIDADES
2.1 Princípio do prejuízo
 
“Art. 563, CPP:  Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.”
Outro aspecto que decorre do princípio do prejuízo concerne à possibilidade aceita pela jurisprudência de aplicação analógica do art. 282, § 2.º, do Código de Processo Civil ao âmbito criminal, dispondo que “quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta”. 
Discussão acerca das Nulidades Absolutas: 
1.ª Corrente: Tal prejuízo é presumido (presunção juris tantum, admitindo prova em contrário), não necessitando ser demonstrado por quem alega o vício.
2.ª Corrente: Exige-se a comprovação do prejuízo, assim como ocorre na situação de nulidade relativa. Esta última é a posição consolidada nos Tribunais Superiores (STF e STJ).
 
4.2 Princípio do interesse
 
Disposto no art. 565, 2.ª parte, do CPP, significa que somente a parte prejudicada poderá alegar a nulidade. Sob o enfoque do Ministério Público, o princípio do interesse deve ser considerado em sentido bem mais amplo do que ocorre em relação à defesa, assistente de acusação e querelante. 
O Ministério Público, mesmo sendo autor da ação penal, ocupa posição de parte imparcial, incumbindo-lhe tanto direcionar as providências necessárias à responsabilização penal do acusado quanto requerer, se for o caso, a sua absolvição (art. 385 do CPP), sempre zelando, ainda, pelo desenvolvimento regular do processo.
ESTUDO DE CASO 1:
Processo criminal em que não intimado o defensor constituído pelo réu para audiência de instrução, debates e julgamento, procede o juiz à nomeação de defensor para o ato. Este, porém, além de não realizar qualquer pergunta às testemunhas, limita-se a um inconsistente pedido de absolvição. Proferindo decisão, procede o magistrado à condenação do réu. 
ESTUDO DE CASO 2:
b) Processo criminal em que apesar de devidamente intimado, não compareceu o Ministério Público na audiência de instrução, interrogatório e debates. Apesar disso, sobreveio sentença condenatória. 
Outra consequência do princípio do interesse é a proibição de que a nulidade seja arguida por quem a ela deu causa (art. 565, 1.ª parte, do CPP). 
HIPÓTESE DE MÁ-FÉ
HIPÓTESE DE NEGLIGÊNCIA
4.3 Princípio da convalidação
 
Própria das nulidades relativas, a convalidação ocorre se não arguidas no momento correto, gerando-se, com isso, a preclusão da oportunidade para fazê-lo. Está prevista no art. 572, I, do CPP, que trata das nulidades sanáveis.
Art. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
(...)
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
(...)
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
(...)
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Parágrafo único.  Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. 
No âmbito do STJ, reiteradas são as decisões no sentido de que, “no caso de declaração de nulidade de uma parte da ação penal, só se verifica a anulação de todo o feito, se a referida parte defeituosa maculá-lo por inteiro, não sendo possível a sua substituição. Ou, então, se os demais atos processuais dela dependam diretamente, de forma que causaria, também, a nulidade destes.
Art. 573.  Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. 
§ 1o  A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.
NULIDADES ABSOLUTAS FEREM NORMA DE ORDEM PÚBLICA.
SÃO DECLARADAS PELO JUIZ, inclusive, EX OFICCIO, ao contrário dos atos inexistentes. 
SEGUEM O PRINCÍPIO DO PAS DE NULITTÉ SANS GRIEF, ou seja, deve ter apresentado pela parte interessada a comprovação do prejuízo sofrido, sob pena de desprezo pelo Juízo do ato nulo. 
HIPÓTESE 1
 
HIPÓTESE 2
 
Considere-se que, após o trânsito em julgado da sentença absolutória em relação ao acusado Draco Malfoy, venha o Ministério Público a descobrir que o juiz prolator era IMPEDIDO, por qualquer dos motivos elencados no art. 252 do CPP.
 
Considere-se que, após o trânsito em julgado da sentença absolutória em relação ao acusado Remo Lupin, venha o Ministério Público a descobrir que o juiz prolator era SUSPEITO, por qualquer dos motivos elencados no art. 254 do CPP.
 
No primeiro caso, caracteriza-se hipótese de inexistência, pois o impedimento priva o juiz de exercer a jurisdição no processo, conforme consta, expressamente, no caput do art. 252 referido.
Como na inexistência simplesmente se ignora o ato, nada impediria que o Ministério Público adotasse providências no sentido do prosseguimento do feito para que fosse sentenciado por juiz desimpedido, ingressando, por exemplo, com correição parcial em face da paralisação injustificada do processo que está arquivado sem sentença (afinal, a sentença inexiste!).
 
Já na segunda hipótese a situação será de nulidade absoluta (art. 564, I, do CPP), pois a suspeição não priva o juiz de exercer a jurisdição. Ora, na nulidade o ato existe e, assim, para que nova sentença pudesse ser editada no caso mencionado, seria necessário desconstituir a primeira, que está viciada. Ocorre que não há instrumento jurídico para tanto, pois tanto a revisão criminal quanto o habeas corpus são vias utilizadas apenas pro reo. Resultado: nada poderia ser feito pelo Ministério Público na situação em tela.
 
Nulidades Relativas: O ato existe, mas não é válido e nem eficaz. Contudo, poderá ser validado e produzir efeitos caso venha a ser sanado ou convalidado. 
São nulidades relativas aquelas que atingem normas que não tutelam o interesse público, e sim o interesse privado da parte. Aqui o ato existe, mas sua validade e eficácia dependem da ocorrência de uma condição suspensiva, ou seja, de evento posterior que suspenda o óbice existente ao aproveitamento do ato e à produção de seus efeitos no processo penal: trata-se do saneamento (ou convalidação).
Nos termos do art. 572, I, a nulidade relativa exige arguição das partes, o que deve ser feito em momento processual oportuno, sob pena de preclusão.
 Tema:
NULIDADES EM ESPÉCIE
Importa, antes de mais nada, salientar que o rol do art. 564 não é taxativo, uma vez que outras matérias podem ser objeto de nulidades e não estão necessariamente ali declaradas. Entre elas, destacam-se: 
               
1.1. NULIDADE POR INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO (ART. 564, I, 1.ª PARTE, DO CPP)
Competência in ratione materiae e personae
Nulidades absolutas
Competência in ratione loci
Nulidade relativa
(Súmula 706, STF)
Ofensa à normas de ordem pública
Ofensa à norma de ordem privada
Súmula 160, STF: 
É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casosde recurso de 
ofício.
Competência dos Tribunais
As incompetências relativas devem ser arguidas por meio de exceção, nos termos do art. 108, CPP:
“Art. 108: A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa.
§1º - Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao Juízo Competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá.
§2º -Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada verbalmente. 
 
As incompetências absolutas (ratione materiae e ratione personae) podem ser suscitadas tanto por meio de mera petição, quanto oralmente nos próprios autos. Há ainda a possibilidade de manifestação como preliminar de peça processual. 
Consequências: 
1. Invalidação dos atos decisórios;
2. Possibilidade de ratificação dos atos instrutórios pelo Juízo competente. 
EXEMPLO DE NULIDADE EM RAZÃO DA MATÉRIA:
O indivíduo é preso em flagrante, sendo autuado pela prática de crime de roubo de automóvel e de resistência com uso de arma – este último crime em face de tiros desferidos contra policiais que, logo após o fato, o perseguiam. Recebido o auto de prisão, é este distribuído a uma das varas criminais comuns da comarca, sendo homologado o flagrante e convertido em prisão preventiva pelo juiz (art. 310, II, do CPP). Posteriormente, com vista ao Ministério Público, é ele denunciado pelo roubo do veículo e por tentativa de homicídio contra os policiais. Em razão disso, o processo é distribuído à Vara do Júri. Será necessária ratificação da prisão preventiva pelo Juízo do Júri nesse caso?
NULIDADE EM RAZÃO DA PESSOA: 
Determinada pessoa tem sua prisão preventiva decretada em 1.º Grau. Posteriormente, assume cargo que lhe confere prerrogativa de função, sendo o processo criminal, então, encaminhado ao tribunal com competência originária para seu processo e julgamento. Neste caso, é necessária a ratificação da prisão preventiva pelo tribunal?
1.2. NULIDADE POR SUSPEIÇÃO DO JUIZ (ART. 564, I, 2.ª PARTE, DO CPP)
 Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
        I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
        II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
        III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
        IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
        V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
        Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Importante repisar que suspeição (art. 254 do CPP) não se confunde com impedimento (art. 252 do CPP). A primeira subtrai a capacidade subjetiva (parcialidade) do magistrado, caracterizando, como dissemos, hipótese de nulidade absoluta. Já a segunda priva o juiz de capacidade objetiva (jurisdição), conforme refere, expressamente, o caput do art. 252 do CPP. Sendo assim, os atos praticados pelo juiz impedido são inexistentes. Não obstante essa diferenciação, o procedimento para o reconhecimento do impedimento é idêntico ao previsto para a suspeição, conforme reza o art. 112 do CPP.
Art. 95.  Poderão ser opostas as exceções de:
I-suspeição;
Art. 112.  O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição.
IMPEDIMENTO DO JUÍZ
Art. 252.  O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
        I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
        II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
        III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
        IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
1.3. NULIDADE POR SUBORNO DO JUIZ (ART. 564, I, PARTE FINAL, DO CPP)
Incluem-se neste rol qualquer vantagem (não apenas corrupção, concussão ou prevaricação) mas também a possibilidade de emprego a parente, favores sexuais, etc. 
1.4. NULIDADE POR ILEGITIMIDADE DA PARTE
Ilegitimidade ad causam
A nulidade por ilegitimidade ad causam possui natureza absoluta, referindo-se à capacidade de figurar alguém no polo ativo ou no polo passivo da relação processual. A esta modalidade não se aplica o art. 568 do CPP, que se refere à ilegitimidade do representante da parte, e não à ilegitimidade de parte.
Ex: Ministério público oferece denúncia em ação penal privada.
Ilegitimidade ad processum
A ilegitimidade ad processum decorre da impossibilidade de estar alguém agindo em juízo em nome próprio ou de outrem.
Ex: Menor apresenta queixa-crime sem o comparecimento de seu representante legal para ratificar os ato praticado.
1.5. NULIDADE POR FALTA DE DENÚNCIA, QUEIXA-CRIME OU REPRESENTAÇÃO E, NOS PROCESSOS DE CONTRAVENÇÕES PENAIS, DE PORTARIA OU DE AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (ART. 564, III, “A”, DO CPP)
1.6 NULIDADE PELA FALTA DO EXAME DE CORPO DE DELITO (ART. 564, III, “B”, DO CPP)
  Art. 158.  Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
 Art. 167.  Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
1.7 NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE DEFENSOR (ART. 564, III, “C”, DO CPP)
1) Ausência de defensor no inquérito, gera nulidade do ato?
2) E a defesa que mesmo presente é deficitária? (Súmula 523, STF) 
3) Sobre a ausência do defensor à instrução, quais as implicações disso?
1.8. NULIDADE PELA FALTA DE NOTIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA INTERVIR (ART. 564, III, “D”, DO CPP)
NULIDADE PELA FALTA DE CITAÇÃO DO RÉU PARA SE VER PROCESSAR, FALTA DO INTERROGATÓRIO DO RÉU PRESENTE E NÃO ABERTURA DOS PRAZOS LEGAIS (ART. 564, III, “E”, DO CPP)
NULIDADE PELA FALTA DE CITAÇÃO DO RÉU PARA SE VER PROCESSAR,
A ausência de citação do réu para se ver processar, é causa de nulidade absoluta. Entretanto, deve-se manter atenção no art. 570, CPP: 
“ART. 570: A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la”.
Citação pessoal do réu solto (própria)
 
Realizada diretamente à pessoa do réu, comunicando-lhe o oficial de justiça o teor da acusação incorporada na denúncia ou na queixa. Constitui a regra no processo penal.
Citação pessoal do réu preso
 
Deve ser realizada pessoalmente, por meio de mandado (art. 360 do CPP). Além disso, impõe-se a requisição ao diretor do estabelecimento penitenciário no sentido de que seja o réu apresentado em juízo.
 
Citação pessoal do funcionário público
 
Deve ser realizada pessoalmente, por meio de mandado, se for o caso de servidor ativo. Além disso, é necessária a notificação ao chefe da repartição pública respectiva quanto à data e horário em que o funcionário deverá comparecer a juízo.
 
Citação pessoal do militar
 
Deverá o magistrado expedir ofício requisitório ao comandante da guarnição, o qual deverá conter os mesmos requisitos do mandadocitatório, para que esse destinatário (e não o oficial de justiça) cientifique o acusado da imputação que lhe está sendo feita (art. 358 do CPP).
 
Citação pessoal por carta precatória
 
Citação realizada quando o réu, embora em território nacional, encontrar-se fora da jurisdição do juízo em que tramita o processo. No juízo deprecado, o acusado será citado por mandado. Não localizado, retornará a precatória ao juízo de origem, podendo este autorizar a publicação de edital.
 
Citação pessoal por carta rogatória
 
Cabível na hipótese em que o réu se encontra em território estrangeiro, em local conhecido (art. 368 do CPP). Não sendo encontrado, a rogatória retornará sem cumprimento para que o juízo de origem ordene, se for o caso, a citação por edital. Também serão citadas por rogatória as autoridades diplomáticas que se encontrem em legações estrangeiras, bem como os respectivos funcionários (art. 369 do CPP).
 
Citação por edital
 
Contemplada nos arts. 361 e 363, § 1.º, é adequada à hipótese em que não localizado o réu para citação pessoal. Nesse caso, o edital terá o prazo de 15 dias.
 
Citação por hora certa
 
Prevista no art. 362, é utilizável quando constatar o oficial de justiça que o réu se oculta para evitar a citação. Não possuía previsão no âmbito criminal, sendo introduzida ao Código de Processo Penal pela Lei 11.719/2008.
 
FALTA DO INTERROGATÓRIO DO RÉU PRESENTE (2ª PARTE)
Primeira: O interrogatório não é apenas um meio de prova, caracterizando-se, sobretudo, como meio de defesa do réu. Portanto, se foi notificado pessoalmente e não se fez presente à audiência, o seu comparecimento posterior impõe ao juiz o dever de aprazar nova data para o interrogatório, sob pena de nulidade, embora possua esta caráter meramente relativo. A propósito: “Ainda que tenha sido declarado revel, tendo comparecido em juízo, é direito do réu ser interrogado”. 
Segunda: Se devidamente notificado, deixou o réu, injustificadamente, de comparecer ao interrogatório, não é necessário aprazar nova data para esse fim, ainda que, fazendo-se presente em juízo, requeira essa providência ao magistrado. Aderimos a esta última orientação.
TJRS, Apelação 70044368611, DJ 30.08.2012
STJ, HC 82.661/RR, 6.ª Turma, DJ 25.08.2008.
NÃO ABERTURA DOS PRAZOS LEGAIS (3ª PARTE)
Refere-se à não abertura ou redução, pelo juiz, dos prazos legais concedidos à acusação ou defesa. A nulidade poderá ser absoluta ou relativa, dependendo do caso concreto.
NULIDADES NO RITO DO TRIBUNAL DO JÚRI
ART.564, III, alíneas “f” “a “k 
a. Nulidade por falta ou invalidade da decisão de pronúncia (art. 564, III, f, do CPP).
b. Nulidade pela não apresentação do libelo ou não entrega da respectiva cópia ao réu (art. 564, III, f).
c. Nulidade em decorrência da não intimação do réu para a sessão de julgamento pelo Tribunal do Júri quando a lei não permitir o julgamento à revelia (art. 564, III, g).
d. Nulidade pela falta de intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei (art. 564, III, h).
Nulidade pela ausência do quórum mínimo de 15 jurados para a constituição do Conselho de Sentença (art. 564, III, i).
f. Nulidade pela ausência de sorteio de sete jurados para composição do Conselho de Sentença (art. 564, III, j, 1.ª parte).
g. Nulidade pela inobservância do comando legal de incomunicabilidade entre os jurados (art. 564, III, j, 2.ª parte).
h. Nulidade na formulação dos quesitos aos jurados (art. 564, III, k e parágrafo único).
1.11 NULIDADE PELA FALTA DA SENTENÇA (ART. 564, III, “M”, DO CPP)
O caso aqui não é o do mero descumprimento dos requisitos da sentença penal, e, sim da ausência da mesma enquanto elemento processual. 
1.12 NULIDADE PELA AUSÊNCIA DO RECURSO DE OFÍCIO (ART. 564, III, “N”, DO CPP)
1.13 NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DAS PARTES QUANTO ÀS DECISÕES RECORRÍVEIS (ART. 564, III, “O”, DO CPP)
1.14 NULIDADE EM RAZÃO DA INOBSERVÂNCIA DE FORMALIDADE QUE CONSTITUA ELEMENTO ESSENCIAL DO ATO (ART. 564, IV, DO CPP)