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Aplicação da lei penal no tempo

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
INTRODUÇÃO 
O direito de punir do Estado surge quando uma nova entra em vigor tipificando um determinada conduta do agente (Ius Punied In Abstracto), ou seja, com uma lei em vigor o Estado ganha substancial para a punição do indivíduo – o direito de punir nasce com o vigor da lei. 
É POSSÍVEL APLICAÇÃO DE UMA LEI ANTES DE SUA VACÂNCIA?
Não, segundo entendimento geral, não. Um texto normativo não inova no mundo jurídico se não houver entrado em vigor; quando está em vaccation legis, ainda não há lei, apenas expectativa de lei. A mesma regra aplica-se a lei benéfica.
CONFLITO DE LEI NO TEMPO
INTRODUÇÃO
O Conflito dá-se quando duas ou mais normas penais, que tratam do mesmo assunto de modo diferente, sucedem-se.
É necessário, nesses casos, escolher qual das normas vai reger o caso concreto. 
O fenômeno pelo qual uma lei aplica-se a fatos ocorridos durante usa vigência denomina-se atividade; a teoria da atividade é a aplicação geral no CP
FATO OCORRIDO NA VIGÊNCIA DA LEI TEORIA DA ATIVIDADE
Quando uma lei for aplicada fora do seu período de vigência, denomina-se extratividade; aplicada em casos excepcionais – lei só retroage para beneficiar réu. 
A Extratividade divide-se em dois: 
Retroatividade: aplicação da lei, antes da sua entrada em vigor, a fatos. 
Ultra-atividade: aplicação da lei depois de sua revogação. 
A lei benéfica aplica-se a fatos anteriores a sua vigência, exceto quando for o caso de crime permanente ou continuado. 
A lei penal mais benéfica (Lex Mitior) retroagirá atingindo fatos ocorridos antes de sua vigência, salvo crime permanente ou continuado. 
A lei penal revogada deverá aplicar-se depois de sua revogação quando o fato for praticado sobre sua égide e for sucedida por lei mais gravosa (Lex Gravior) 
Art 2º - Ninguém poderá ser punido por fato que a lei posterior deixar de considerar crime, cessando, em virtude dela, a execução e os efeitos penais da sentença condenatória (Abolitio Criminis – Lex Mitior) 
 - Ou seja, perduram os efeitos extrapenais da sentença. 
A lei posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos em sentença condenatória em transito julgado 
 - Ou seja, lei benéfica retroage até em casos que já transitou em julgado. 
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS E ABOLITIO CRIMINIS 
A lei benéfica (Lex Mitior) divide-se em dois: Novatio Legis In Mellius e Abolitio Criminis. 
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
A lei nova deixa a pena já existente mais branda – mantêm a incriminação. 
I – Redução de pena prevista a uma determinada conduta
II – Abrandamento do cumprimento de pena 
ABOLITIO CRIMINIS
A lei nova descrimina conduta, ou seja, deixa de considerar um ato típico como um crime, ensejando em sua atipicidade 
I – Revogação de adultério e sedução como condutas típicas 
II – É uma causa de exclusão de imputabilidade. 
Na Abolitio Criminis, o Estado perde o direito de punir alguém por uma determinada conduta quando antes do transito em julgado; após o trânsito em julgado, aplicar-se-ão todos os efeitos da Abolitio – independentemente do tempo de pena. 
NOVATIO LEGIS IN PEJUS E NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA 
A Lei penal mais gravosa (Lex Gravior) divide-se em: Novatio Legis In Pejus e Novatio Legis Incriminadora. 
NOVATIO LEGIS IN PEJUS 
Mantém a incriminação por uma conduta, mas dá ao fato uma pena mais grave, tratamento mais rigoroso.
I – Aumente de pena de uma conduta
II – Regime penal mais severo de uma conduta
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
Passar definir uma conduta que antes não era típica como uma conduta típica; uma conduta atípica passa a ser crime ou contravenção – ilícito penal novo no ordenamento jurídico. 
DÚVIDA A RESPEITO DA APLICAÇÃO DA LEI MAIS BENÉFINICA
Pode ocorrer a dúvida: “qual é a lei mais benéfica ao réu?” 
Uma lei que permite o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto ou outra que autoriza o livramento condicional antes negado?
Se houver dúvida irredutível, a melhor opção é perguntar ao agente qual ele acha mais benéfica.
COMBINAÇÃO DE LEIS
Dá-se quando o interprete, verificando que uma lei nova favorece o agente em um aspecto e o prejudica em outro, apenas aplica no aspecto benéfico, combinando com a regra mais branda da lei anterior. 
O juiz pode aplicar o todo, mas nada impede que ele aplique apenas uma parte da lei para buscar uma situação justa. 
ENTEDIMENTO DO STJ/STF
1º - É inviável a conjugação de leis benéficas, porquanto tal ação ensejaria a criação de uma terceira norma; ferindo, portanto, o princípio da separação dos três poderes. 
SUCESSÃO DE LEIS PENAIS
Ocorre quando um fato é regido por várias leis penais ao mesmo tempo, regulando-o de forma distinta. 
Adota-se, como regra, o critério da atividade da lei penal; somente quando a lei for benéfica, aplicar-se-á a extratividade. 
MEDIDAS DE SEGURAÇA 
São medidas de sanção penal reservadas ao inimputáveis ou semi-imputáveis: doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado que comprovarem realizar fato criminoso ou contravenção penal.
RESTRITIVAS
Internação em hospital de custódia e tratamento
DENTENTIVAS 
Tratamento ambulatorial
JURISPRUDÊNCIA STF
1 – Os princípios constitucionais relativos à pena, dentre os quais a retroatividade benéfica, devem ser estendidos às medidas de segurança. 
Todos os princípios são estendidos às medidas de segurança. 
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DA LEI BENÉFICA
Desde sua entrada em vigor, a “Novatio Legis In Mellius” e a “Abolitio Criminis” devem ser aplicada imediatamente ao caso concreto, não importa a fase da ação. 
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
Os envios do auto serão feitos ao juizado especial criminal para aplicarem as medidas. 
ABOLITIO CRIMINIS
Envio ao juiz para que ele possa decretar a extinção de punibilidade. 
NA FASE DE INVESTIGAÇÃO
A autoridade policial remete os autos ao juízo competente para aplicação da lei mais benéfica. 
NA FASE JUDICIAL
Cumprirá ao juiz do tribunal que preside o feito
NA EXECUÇÃO DA PENA
Será responsabilidade do juiz da execuções penais (próprio juízo da execução) 
SUMULA 611 STF
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juiz das execuções a aplicação da lei benigna. 
CRIME PERMANENTE OU CONTINUADO
Os crimes permanentes são aqueles cujo elemento consumptivo prolonga-se no tempo; como, por exemplo, extorsão mediante sequestro (enquanto a vítima não for liberta, considerar-se-á prolongado a sua consumação).
Fala-se em crime continuado quando vários delitos são cometidos ao mesmo tempo – continuidade delitiva. 
Os crimes continuados são iguais, meras continuações de outro crime; aplica-se a pena de um só delito. 
SUMULA 711 STF
A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente, se sua vigência é anterior à cessão da continuidade delitiva ou permanência. 
Se uma lei mais gravosa entrar em vigor durante a permanência do crime ou de sua continuidade delitiva, será aplicada a lei nova, ainda que mais gravosa, ela se aplica a todo o evento. 
“Ex: Se um sequestro está em andamento, com a vítima colocada em cativeiro, havendo a entrada em vigor, de uma lei nova, aumentando consideravelmente as penas para tal delito, aplica-se de imediato a norma prejudicial ao agente, pois o delito está em plena consumação.” 
LEI EXCEPCIONAL E TEMPORÁRIA
Art 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o tempo de sua consumação ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
Ou seja, a lei tem um período de vigência pré-determinado, e que os atos praticados durante sua vigência serão aplicados mesmo após sua consumação no tempo. 
LEI EXEPCIONAL
A lei excepcional é usada em raríssimas ocasiões, mormente quando há uma crise social: guerra ou calamidades públicas.
LEI TEMPORÁRIA
É aquela criada para incidir em determinado período de tempo; tem prazo certo para acabar. 
A doutrina afirma que são lei ultra-ativas,ou seja, produz efeito mesmo após o terminado de sua vigência. 
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL E LEI PENAL EM BRANCO
A lei penal em branco é aquela que possui preceito primário incompleto, de modo que necessita de outra norma jurídica para definir, com precisão, seu alcance. É quase igual uma norma programática, mas é com relação à definição de algo. 
Homogenia
Quando a definição que falta em uma norma encontra-se apenas em uma outra – em outra lei.
Heterogenia 
Está em ato normativo diverso da lei – portaria, decreto e regulamentos.
O complemento da norma penal em branco integra-se a norma, constituindo parte fundamental indispensável, por isso uma possível revogação do complemento pode alterar a norma que ele proveio. 
RETROATIVIDADE BENÉFICA DO ENTENDIMENTO JURISPRUNDÊNCIAL 
SUMULA VINCULANTE 26 STF: aplicação retroativa do entendimento benéfico em lei penal declarada inconstitucional.
Há, portanto, retroatividade de entendimento jurisprudencial benéfico 
O TEMPO DO CRIME 
A aplicação da lei penal no tempo é determinada, ainda, pelo momento do crime. 
Art 4º - considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Cuida-se, portanto, da teoria da Atividade: o momento do crime é determinado pelo momento da conduta do indivíduo, e não pelo resultado causado. 
Tal aplicação é importante a vários outros ramos do direito, ou seja, não é utilizado apenas no ramo penal. 
I – Delimitação da responsabilidade penal
O artigo 4º fixa o exato momento em que o agente passará a responder por um determinado delito, responder criminalmente pelo seus atos, levando em conta a norma vigente à data da conduta do agente. 
TEMPO DO CRIME PERMANENTE E APLICAÇÃO DA LEI 
Mesmo se uma ação ou omissão for iniciada antes da menoridade penal, o sujeito só responderá se prolongar a ação até sua imputabilidade penal – aplica o CP, em crime permanente, após sua imputação, ocorrendo, ainda, o crime. 
TEMPO DO CRIME CONTINUADO
Só recebe a incidência do CP aos fatos cometidos após os 18 anos de idade. 
A teoria da atividade serve como base à aplicação de pena, pois considera, para fins de aplicação penal, a data da conduta.
Exemplo:
Um menino de 13 anos leva um tiro em assalto (13 anos tem agravante de pena) no dia 12/03. O menino vem a óbito no dia 15/04 (não há mais agravante de pena por lei nessa data), considerar-se, para fins de aplicação penal, a data do dia 12/03, pois foi a data da conduta. A idade contará do tempo da conduta. 
Atenção!! Tal regra não se aplica em relação à contagem de prazos prescricionais.
CONTAGEM PARA PRAZOS DE PRESCRIÇÃO
I – Consumação do crime (último ato executório) 
II – Cessação da permanência 
III – Data da ciência do fato

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