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HELMINTOSES DE PEQUENOS RUMINANTES Haemonchus spp. => atinge ovinos e caprinos, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. A doença é chamada de hemoncose, tendo como agente etiológico o nematódeo Haemonchus contortus habitualmente encontrado no abomaso. Período pré-patente nos ovinos: 2 a 3 semanas. Nos bovinos: 4 semanas. Diagnósticos clínico: - Método Famacha: tabela que faz correlação entre a coloração da conjuntiva ocular e níveis de anemia. (teste subjetivo). - Diagnóstico hiperagudo: raro. - Hemoncose aguda: mais em animais jovens c/ infec intensas. Sinais: anemia, hipoproteinemia e edema (submandibular). - Hemoncose crônica: baixo n° de parasitos (100-1000), mucosas e peles pálidas, hidrotórax, ascite e caquexia. Outros sinais: morte súbita, fezes diarreicas com sangue e edema submandibular. Necropsia: lesões no TGI (geralmente com a presença de parasitos), principalmente em abomaso (no caso de Haemonchus spp.). Diagnósticos por exame de fezes: OPG (ovos por grama de fezes) e coprocultura (cultivo das larvas p/ posterior identificação). PREJUÍZOS CAUSADOS PELO CARRAPATO Rhipicephalus (Boophilus) microplus EM REBANHOS BOVINOS São carrapatos da família Ixodidae, se distribuem por áreas tropicais e subtropicais. Ciclo de vida do carrapato: espécie de um hospedeiro. Larva, ninfa e adulto aderem e se desenvolvem em um único hospedeiro (ciclo monoxeno). Postura de ovos (fora do hospedeiro – 4 a 44 dias) Larvas (eclodem - 14 a 146 dias) ninfas e estágio adulto (no hospedeiro). De larva ao ingurgitamento das fêmeas adultas (3 semanas). Afetam o ciclo evolutivo: chuvas abundantes e t° elevadas (↓ período de incubação) – fase ñ parasitária. | Raça, nutrição, densidade de hospedeiros e larvas/adultos sobre o hospedeiro – fase parasitária. Importância econômica: perda de 2 a 3 mL sangue e 0,24 kg p.v./carrapato |Complexo TPB| Prejuízo estimado em US$2 bi/ano no BR. Controle do R. microplus: - Químico: controle quimioterápico profilático (acaricidas)| 6 classes mais comuns no BR (organofostatos, formamidinas, piretróides sintéticos, lactonas macrocíclicas, fenilpirasolonas, benzoilfenil urea)| Eficácia média dos produtos c/ único princípio ativo é menor que associações| Associação: piretroide, organofosforados, sinergista e repelente (cipermetrina +clorpirifós + butóxido de piperonila + citronelal), 100% eficácia no MS. *Resistência: frequentes falhas no manejo nas propriedades (único produto ou classe de acaricida, tratamento vinculado à formas adultas, n° excessivo de aplicações anualmente) - Alternativas de controle: Tick gard (medicamento para quebrar ciclo do parasita)| Mistura de animais mestiços Bos indicus e taurus – Qto + zebo ↓ a população média de carrapatos| Introdução de animais resistentes (vacina autógena, taurinos puros + tolerante Braford)| Vacinas contra o carrapato| Manejo de pastagens (rotação de pastagens, queima de pastagens usar pastagem c/ poder de repelência ou letalidade, tratamento químico dos animais na época do pico inicial de infestação) - Manejo dos bezerreiros: controle biológico (parasitos – fungos| predadores – garça vaqueira, aranhas, alguns pássaros)| Homeopatia: controle complementar, homeopatia populacional, produtos comerciais misturados ao sal mineral ou ração| Fitoterapia (nem sempre seguros ou com menor custo de produção que sintéticos, tem efeitos variáveis). COMPLEXO TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB) Causadores: Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale. Ciclos: - Babesia: esporozoítas inoculados junto c/ saliva do carrapato multiplicação nos eritrócitos do hosp (divisão binária) merozoítas ingestão pelos carrapatos formas vermiformes e penetração na cav corporal ovários ovos | Carrapato larva-ninfa Babesia alcança gland salivar. - Anaplasma: é transmitida por carrapato e também por moscas. Encontrada no interior de eritrócitos como corpúsculos de inclusão. Sinais: - Babesia: febre, anemia, hemoglobinemia, hemoglobinúria e em muitos casos, morte.| Constantes ciclos de invasão e multiplicação (lise eritrocitária e invasão de outros eritrócitos)| Eritrócitos parasitados na subs cinzenta do encéalo, induz manifestação clínica carac por sinais neurológicos (babesiose cerebral). - Anaplasma: febre, anemia severa, perda de peso e produção leiteira, aborto| Bovino: portador crônico e assintomático = reservatório dentro do rebanho. Fatores de risco: densidade animal, intervalo de banho de carrapaticida, estado imunológico, idade (jovens adoecem menos), primo-infecção em adultos, raça, infecções concomitantes. Diagnóstico: t° retal > 39°C, esfregaço sanguíneo (protozoário na lâmina), RIFI e teste sorológico p/ B. bovis e PCR. Controle: quimioprofilaxia p/ proteção a curto prazo; dipropionato de imidocarb, vacinação (não tem muito efeito). TRIPANOSSOMÍASES EM RUMINANTES São hemoparasitos, flagelados, infectam todas as classes de vertebrados e são transmitidos por invertebrados hematófagos. Ruminantes da América do Sul *T. theileri: cosmopolita, infec latente, transmissão por tabanídeos e R. microplus, apatogênico oportunista. *T. evansi: mal das cadeiras, acomete mais equinos, mais branda em ruminantes e pode ser fatal p/ cães e equinos. *T. vivax: o mais patogênico e responsável pelas maiores perdas em rebanhos bovinos. Transmissão: moscas e tabanídeos, fômites. Patogenia e sinais clínicos: anemia, leucopenia, lacrimejamento, palidez de mucosas. Mecanismos de anemia: hematopoiese insuficiente e hemólise extra-vascular (deposição de complexos imunes e secreção de enzimas). Sinais nervosos em vacas acometidas por T. vivax, além de meningoencefalite e falhas reprodutivas. Diagnóstico: clínico (pode ser confundido c/ outras doenças, deve ter histórico do rebanho e saber a epidemiologia da região), direto (esfregaço sanguíneo, técnica de Woo do microhematócrito, técnica do Buffy Coat, contagem de tripomastigotas, PCR), indiretos (RIFI e ELISA). Tratamento e controle: quimioterapêuticos ou quimioprofiláticos; uso de raças resistentes; controle de vetores c/ drogas e armadilhas impregnadas c/ inseticidas. TOXOPLASMOSE FELINA Agente: Toxoplasma gondii, coccídeo intracelular obrigatório, felídeos são HD (fase sexuada do ciclo). Encontrados em três estágios infec: taquizoítos, bradizoítos (dentro de cistos teciduais) e oocistos (fezes de felinos). Taquizoíto: forma de arco, encontrado durante a fase aguda ou proliferativa da infecção, danos e disseminação nos tecidos do hosp, desenvolvem em vacúolos citoplasmáticos em todas as céls exceto hemácias, formas móveis, transmissão vertical, transmissão pode ocorrer por leite materno. Cisto: forma de resistência nos tecidos, contém os bradizoítos, encontrado em vários tecidos (muscular esquelético e cardíaco, nervoso, retina), menos susceptíveis à quimioterapia, resistente a digestão por HCl e pepsina. Oocisto: forma infec, produzida no intest de felídeos não imunes, eliminado nas fezes (ñ esporulado), 2 esporocistos c/ 4 esporozoítos. Ciclo: heteroxeno facultativo, HD: felídeos, HI: animais sangue quente. Fase sexuada ou ciclo enteroepitelial: nas céls epiteliais do intest de gatos (HD). Assexuada: nos linfonodos e tecidos extra-intestinais de vários hosp, inclusive gato (HI). A toxoplasmose é uma protozoonose que provoca danos ao feto (homens e animais). É contraída principalmente pelo consumo de carnes cruas, mal cozidas e verduras mal lavadas. Sinais clínicos em gatos: det pelo local e extensão dos danos aos órgãos envolvidos, fase aguda e crônica (alta adm de corticosteroides e infecção porvírus felinos). Sinais frequentes: depressão, anorexia, febre seguida de hipotermia, efusão peritoneal, icterícia, dispneia. Diagnóstico: flutuação dos oocistos nas fezes de gatos, PCR, exames neurológicos (TC e RM). Diagnóstico diferencial: Isospora Tratamento: antibióticos, quimioterápicos e tratar coinfecções. Tratamento não é eficaz em eliminar por completo a toxoplasmose. ENTERITES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS EM CÃES E GATOS - Enterites por protozoários: unicelulares, locomovem por psudópodos ou flagelos/cílios, causam comprometimento da digestão e absorção de nutrientes, acarretam desidratação, perda de peso e morte. *Giardia spp.: habitam TGI, flagelados, patógenos de TGI mais importantes, zoonose, mais comum em animais jovens, motilidade ativa multiplicação no intestino. - Espécie: G. intestinalis (= G. duodenalis e G. lamblia) - Trofozoíto: corpo elipsoide, simetria bilateral, parte dorsal convexa c/ disco de sucção na face ventral. Dois núcleos anteriores, oito flagelos (4 pares). Ciclo: trofozoíto multiplica por divisão binária. De modo intermitente os trofozoítos se incistam, originando estágios de cistos resistentes que são excretados pelo hospedeiro, nas fezes. Sinais clínicos: fezes pálidas, consistência diminuída ou aquosa e fétidas; diarreias (agudas, crônicas ou intermitentes); cães são mais afetados. Diagnóstico: identificação de cistos (centrifugação – flutuação c/ sulfato de Zn); identificação de trofozoítos flagelados móveis (fezes diarreicas frescas suspensas em solução salina); ELISA. *Isospora spp.: parasitam céls epiteliais do intestino; diarreias principalmente em filhotes; contraída por alimento e água contaminados c/ oocistos esporulados. Ciclo: oocistos esporulado c/ dois esporocistos, cada um c/ 4 esporozoítos. Estágios extraintestinais ocorrem no baço, fígado e linfonodos. Ratos ingerem oocistos de cães e gatos ficando infectados c/ estágios assexuados e atuar como reservatórios. *Cryptosporidium spp.: céls epiteliais intestinais; zoonose; enterites (diarreia aguda, aquosa ou esteatorréica e cólica); todas espécies são parasitos intracelulares obrigatórios que sofrem desenvolvimento endógeno e produzem oocistos eliminados nas fezes. 4 esporozoítos sem esporocisto. Ciclo: produz dois tipos de oocistos: paredes espessas e resistentes (liberados nas fezes/transmissão entre hospedeiros) | parede delgada: liberados no próprio intestino e causa autoinfecção. Diagnóstico: flutuação (visualização dos oocistos). Tratamento: Nitazoxanida (Anitta), halofuginona e decoquinato (melhores efeitos). PRINCIPAIS HELMINTOS DE CÃES E GATOS *Angiostrongylus vasorum: Adultos: irritação do endotélio arterial (problemas circulatórios) | ovos, larvas e adultos: processos infl pulmonares, pneumonia (moderada a grave). Processos tromboembólicos pulmonares, migrações erráticas (rins, cérebro, olhos a. femoral e bexiga) Sinais clínicos: dispneia, tosse, emagrecimento, anemia, pneumonia, ICC, lesões cutâneas. *Dirofilaria immitis: Cosmopolita, zoonose, comum em regiões litorâneas. Sinais clínicos: Classe I Subclínico – chegada da L5 nas aa. pulmonares, pequenas alterações na parede das artérias e no parênquima pulmonar Classe II Doença moderada - ↑ das aa. Pulmonares, opacidade pulmonar difusa, ↑ da câmara cardíaca dir, anemia. Classe III Agravamento da classe II, manifesta doença grave. Pode ser associada pós tratamento adulticida. Diagnóstico: histórico e origem dos animais, ELISA, exame direto de sangue (microfilárias circulantes, ecodopplercardiográfico (adultos), radiografia e eletrocardiografia. *Larvas Toxocara canis e cati, Ancylostoma caninum e brasiliense: Migração parênquima pulmonar (cães e gatos); lesões maciças (lesão e reação inflam do parênquima pulmonar); tosse, taquipneia e infec bac sec (filhotes); exame de fezes pode ñ revelar ovos, eosinofilia (hemograma). *Spirocerca lupi: Esôfago, estômago e aorta de cães; raro em gatos; adultos em nódulos fibrosos na parede dos órgãos. Sinais: nódulos (esôfago e prox ao cardia) – obstrução parcial (disfagia e desconforto gástrico c/ regurgitação e vômitos); nódulos na aorta podem romper (morte súbita); adulto na medula espinhal (sinais neurológicos); Nódulos parasitários associados ao surgimento de sarcomas esofágicos (cães). Diagnóstico: ovos nas fezes e em conteúdo (vomito/regurgito); raio-x (nódulos). Principais agentes isolados em cães c/ enterites parasitárias: Toxocara canis, Ancylostoma caninum e Dipylidium caninum. Ingestão de ovos em água ou alimento contaminado ou L3 | Penetração ativa na pele (Ancylostoma, DIrofilaria, Strongyloides) | Ingestão de HI (pulgas, piolhos, roedores) | Passagem larvas mãe-filhote (transplacentária e/ou mamária (Ancylostoma, Toxocara, Strongyloides). Causas: comprometimento da digestão/absorção; anorexia; perda de peso; fraqueza; ↑ volume abdominal; dor abdominal; vômitos, diarreia, obstrução intest, anemia e morte. Outros helmintos: Ancylostoma spp., Toxocara spp., Dipylidium caninum, Trichuris vulpis (cãos), T campanula e serrata (gatos). HEMOPARASITOSES DE CÃES E GATOS Hemoparasitas: Babesia canis vogeli e felis; Hepatozoon canis; Ehrlichia spp.; Anaplasma spp. Doenças: Babesiose, hepatozoonose, erliquiose e anaplasmose. Sinais clínicos comuns: febre, esplenomegalia, hipo ou anorexia, icterícia, mucosas pálidas, fraqueza, dispneia, taquipneia, alterações hepáticas e renais, uveíte, bilirrubinúria. Sinais laboratoriais: anemia, leucocitose/leucopenia, trombocitopenia. Diagnóstico: esfregaço sanguíneo, RIFI, ELISA e PCR. Transmissão: normalmente por carrapatos e pode acontecer por transfusões sanguíneas e fômites. Profilaxia: controle dos ectoparasitos.