Prévia do material em texto
Análise de Investimentos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Edson Nunes Prof. Dr. Marcello de Souza Marin Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação • Analisando o Fluxo de Caixa da Empresa; • A demonstração de Fluxo de Caixa (DFC); • Interpretando as Informações Obtidas nas Demonstrações de Fluxo de Caixa; • A Projeção da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC); • Investimento e Depreciação. · Conhecer o Fluxo de Caixa e suas aplicações nos modelos de avaliação. OBJETIVO DE APRENDIZADO O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação Contextualização Consiste na inserção do conteúdo em um contexto referente ao cotidiano do aluno ou da prática profissional futura, demonstrando e ressaltando a importância do estudo da unidade para a sua formação pessoal e profissional. A contextualização pode ser apresentada por meio de uma narrativa descritiva, uma situação-problema, um exem- plo de aplicação, vídeos, reportagens, cases, entre outros. Quando as Demonstrações de Fluxos de Caixa (DFC) são tratadas nesta Unidade, na verdade, espera-se que você reflita sobre um dos temas mais importantes para o profissional e para o estudante de Finanças, Administração, Engenharia de Produ- ção e áreas correlatas envolvidas com o tema da Análise de Investimentos e com o cálculo do valor de um negócio. É importante que você compreenda que a interpretação e análise detalhadas de todos os dados fornecidos pela DFC permitem não apenas o conhecimento a respeito da rentabilidade e da viabilidade econômico-financeira de qualquer projeto de investi- mento ao longo de sua vida útil, mas, também, o planejamento de suas operações e a estruturação da sua situação de endividamento e de liquidez de caixa. Nesse sentido, esta Unidade tratará da importância das Demonstrações de Fluxo de Caixa no dia a dia do administrador financeiro, bem como de sua utilidade no tra- balho do Analista Financeiro. Conforme já foi destacado em Unidades anteriores, você estudará os conceitos de Fluxo de Caixa da Empresa, a Demonstração de Fluxo de Caixa e as formas de inter- pretação de suas informações, juntamente com os seus mecanismos e metodologias de projeção. Você também verá as relações e os impactos na DFC dos níveis de investimento e depreciação decorrentes das estratégias adotadas pela Firma para, então, ser apre- sentado e analisar os conceitos de Fluxo de Caixa Operacional e Fluxo de Caixa Livre. 8 9 Analisando o Fluxo de Caixa da Empresa Quando estudamos temas ligados às finanças empresariais, um dos primeiros con- ceitos que nos ocorre é o de Fluxo de Caixa. O “Caixa” de uma Empresa é, antes de tudo, a essência do negócio. Assim, tão importante quanto pensar na lucratividade de um negócio, O Gestor Financeiro moderno deve estar atento à liquidez da Empresa que administra. Ou seja, deve se preocupar com a manutenção de um saldo de caixa e de recebíveis (garantias de liquidez) que viabilizem a existência e a segurança do negócio ao longo do tempo. Portanto, ao analisarmos a situação do “Caixa” de uma Empresa, estamos também avaliando a sua gestão financeira. Assim, a adequada administração do fluxo de caixa permite que o gestor opere a Empresa no seu dia a dia, honrando seus compromissos e efetuando seu planejamen- to estratégico em linha com as suas necessidades. Essa correta administração e pla- nejamento do caixa evitam perdas desnecessárias, assim como a tomada de decisões alinhadas com os objetivos de curto, médio e longo prazos do negócio – o que, em última análise, contribui para o aumento do “valor” do negócio ao longo do tempo. A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) Quando analisamos cuidadosamente a Demonstração de Fluxo de Caixa de uma Empresa, podemos perceber que: • Primeiro: com base nas características e nos saldos das contas apresentadas da Demonstração do Fluxo de Caixa – Fluxos Operacionais, Fluxos de Investimento e Fluxos de Financiamento, podemos analisar o desempenho de uma Empresa e, assim, tomar algumas conclusões primárias a respeito de sua gestão; • Segundo: por meio da análise das aplicações financeiras de curto prazo, pode- mos ver a liquidez do negócio. Portanto, podemos constatar quais são as aplica- ções financeiras mais líquidas (ou seja, quais são mais facilmente convertidas em caixa, dinheiro vivo) e classificá-las com a mesma liquidez que os saldos de caixa da Empresa. Assim, vejamos a seguir a definição de cada uma dessas contas apresentadas da Demonstração do Fluxo de Caixa, especificamente os Fluxos Operacionais, os Flu- xos de Investimento e os Fluxos de Financiamento. Os Fluxos Operacionais são os resultados das entradas e saídas dos recursos diretamente relacionados à atividade principal da Empresa. Por exemplo, vendas efetuadas, faturadas e recebidas, pagamentos a fornecedores e entrada de recursos derivada de empréstimos e financiamentos, entre outros movimentos financeiros. Os Fluxos de Investimento são os relacionados às compras e vendas de ativos ne- cessários à xpansão da atividade do negócio, por exemplo, para renovar ativos depre- ciados e manter a operação em andamento. Os Fluxos de Investimentos referem-se, 9 UNIDADE O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação também, aos investimentos efetuados em outras empresas, por meio – por exemplo – de compra (ou venda) de participação acionária. Os Fluxos de Financiamento representam a obtenção de capital de terceiros (captação de recursos gerando entrada de caixa). Assim, nesse exemplo, teríamos também a entrada de recursos provenientes de vendas de ações, ou a saída decorrente de recompra de ações no Mercado (gerando um desembolso de Caixa). Agora, veja exemplos das principais contas representativas das entradas e saídas de recursos deuma Empresa. Fontes de Recursos (Entradas): • Redução do Ativo; • Aumento do Passivo; • Lucro Líquido Apurado após Imposto de Renda (IR); • Depreciação e Despesas Não desembolsadas; • Venda de Ações. Saídas de Recursos (Aplicações): • Aumento do Ativo; • Redução do Passivo; • Prejuízo Líquido; • Pagamento de Dividendos; • Recompra de Ações. Leia o conceito de DFC, segundo Gitman (2007, p. 86-8): A demonstração de fluxos de caixa, na verdade, sintetiza as entradas e saídas de caixa em certo período (...) A demonstração de fluxos de caixa para certo período é elaborada a partir da demonstração de resultados do período, jun- tamente com os balanços patrimoniais de início e fim do período. Importante! Observe a seguir um exemplo de DFC da Empresa Comercial S.A. e com base no que foi apresentado até aqui, procure observar e analisar as principais contas representativas e referentes às entradas e saídas de recursos da Empresa em questão. Em seguida, procure refletir às questões propostas. Trocando ideias... 10 11 EMPRESA COMERCIAL S.A. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO PERÍODO ANO X1 ANO X2 OPERAÇÕES Recebimento de Vendas 1.200.000 1.450.000 (-) Pagamentos Fornecedores (720.000) (850.000) (-) Pagamentos Custos e Despesas (220.000) (255.000) (-) Pagamentos de Impostos (65.000) (81.000) (+) Recebimentos ou (-) Pagamentos Diversos (25.400) (30.000) (=) Resultado Operacional de Caixa Antes Desp. Financeira 169.600 234.000 (-) Despesa Financeira Paga (80.000) (100.500) (+) Receita Financeira Recebida - - (=) Caixa Líquido da Operação da Empresa 89.600 133.500 INVESTIMENTOS Venda de Ativo Imobilizado - - (-) Aquisição Imobilizado (80.000) (90.700) (+) Venda de ativo permanente - - (-) Aquisição Permanente (120.000) (135.000) (-) Aplicações em Diferido - - (-) Aplicações em Realizável L-Prazo (11.900) (12.300) (=) Investimentos Líquidos (211.900) (238.000) FINANCIAMENTOS Resgate de Títulos 45.000 67.000 (-) Aplicação em Títulos - - (+) Integralização de Capital - - (+) Recursos Capitados de L Prazo, Empréstimos (90.000) (97.000) (-) Amortização Empréstimos - - (-) Pagamento de Dividendos - - (=) Operações Financiamentos Líquidas (45.000) (30.000) Superávit (Déficit) Caixa (167.300) (134.500) 1 - O que é possível perceber em termos da efetiva “liquidez” da Empresa? 2 - Quais contas apresentam “maiores variações” do ano X1 para o ano X2? 3 - Em sua opinião, o que “melhora” e o que fi ca menos “líquido” na Empresa? 4 - A Empresa se encontra “confortável” em termos de “vendas”? 5 - Como você analisa a situação dos valores das contas “investimentos” e “fi nanciamentos”? e quanto às variações de um ano contra o outro? Ex pl or 11 UNIDADE O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação Interpretando as Informações Obtidas nas Demonstrações de Fluxo de Caixa Pela análise dos números na Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), é possível estudar as variações dos saldos do Caixa no período reportado, separado por Fluxos Operacionais, Fluxos de Investimento ou Fluxos de Financiamento. Segundo Marion (2009), a DFC será sempre um importante Relatório Contábil para fins gerenciais. No caso do Brasil, com a modificação da Lei n.º 6.404/76 pela Lei n.º 11.638/07, as companhias abertas e as limitadas de grande porte ficaram obrigadas a elaborar a DFC. Interessado em ler mais a respeito da Lei n.º 11.638/07? Encontre no link a seguir, do Conselho Federal de Contabilidade, algumas informações interessantes. Disponível em: https://goo.gl/yb2wdW Ex pl or A Projeção da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) No exemplo da Empresa Comercial S.A., apresentamos a DFC elaborada com base no Método Direto (Completo). Podemos observar, por meio de cuidadosa análise de cada linha e conta contábil, que a metodologia de apresentação teve como base as movimentações do caixa e equi- valentes de caixa (Operações, Investimentos e Financiamentos) em um determinado período de análise, ou seja, para os anos X1 e X2, respectivamente, e sem projeções futuras de resultados. Já no exemplo a seguir, apresentamos a DFC da mesma Empresa para o Ano X0 (real), bem como as projeções de Caixa para os quatro anos seguintes, do Ano X1 ao Ano X4 (projetados): EMPRESA COMERCIAL S.A. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO Real Projetado PERÍODO OPERAÇÕES Ano X0 Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Recebimento de Vendas 1.000.000 1.200.000 1.450.000 1.550.000 1.650.000 (-) Pagamentos Fornecedores (650.000) (720.000) (850.000) (900.000) (960.000) (-) Pagamentos Custos e Despesas (120.000) (220.000) (255.000) (300.000) (310.000) (-) Pagamentos de Impostos (55.000) (65.000) (81.000) (90.000) (97.000) (+) Recebimentos ou (-) Pagamentos Diversos (12.000) (25.400) (30.000) (30.000) (30.000) (=) Resultado Operacional de Caixa Antes Desp. Financeira 163.000 169.600 234.000 230.000 253.000 (-) Despesa Financeira Paga (76.000) (80.000) (100.500) (110.000) (123.000) (+) Receita Financeira Recebida - - - - - (=) Caixa Líquido da Operação da Empresa 87.000 89.600 133.500 120.000 130.000 12 13 EMPRESA COMERCIAL S.A. Real Projetado Ano X0 Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 INVESTIMENTOS Venda de Ativo Imobilizado - - - - - (-) Aquisição Imobilizado - (80.000) (90.700) (100.000) (110.000) (+) Venda de ativo permanente - - - - - (-) Aquisição Permanente - (120.000) (135.000) (156.000) (160.000) (-) Aplicações em Diferido - - - - - (-) Aplicações em Realizável L-Prazo (15.000) (11.900) (12.300) (15.000) (16.000) (=) Investimentos Líquidos (15.000) (211.900) (238.000) (271.000) (286.000) FINANCIAMENTOS Resgate de Títulos 34.000 45.000 67.000 77.000 87.000 (-) Aplicação em Títulos - - - - - (+) Integralização de Capital - - - - - (+) Recursos Capitados de L Prazo, Empréstimos (90.000) (90.000) (97.000) (100.000) (110.000) (-) Amortização Empréstimos - - - - - (-) Pagamento de Dividendos - - - - - (=) Operações Financiamentos Líquidas (56.000) (45.000) (30.000) (23.000) (23.000) Superávit (Déficit) Caixa 16.000 (167.300) (134.500) (174.000) (179.000) Note que apresentar ou não exercícios futuros projetados decorre apenas de prá- ticas de gestão da Empresa. Normalmente, a Administração opta por apresentar projeções futuras de Caixa quando está elaborando seu Orçamento de Caixa (também chamado de Budget), ou quando percebe a necessidade de apresentar aos acionistas ou Mercado externo (investidores, analistas) a mudança de expectativas futuras de caixa em determinado período. Nesse caso, para atender a uma demanda de maiores detalhes nas infor- mações publicadas, decorrente de um alto nível de investimentos de risco, gastos em excesso ou mudança no nível ou padrão de endividamento, por exemplo. Importante! Perceba que as práticas contábeis internacionais, por sua vez, propõem que a DFC possa ser apresentada em um método internacional, oferecendo visão mais completa dos Fluxos Operacionais, de Investimento e de Financiamento, permitindo excelente análise da operação da Empresa. Contudo, esse método não será tratado nesta Unidade. Importante! Investimento e Depreciação O FLUXO de Caixa é a essência de todo negócio empresarial e permite que o gestor opere a Empresa no seu dia a dia, honrando seus compromissos e efetuando 13 UNIDADE O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação seu planejamento estratégico em linha com as suas necessidades. A correta adminis- tração e planejamento do Caixa evita perdas desnecessárias e permite a tomada de decisões em linha com os objetivos de curto, médio e longo prazos do negócio. Segundo Gitman (2007), para fins fiscais e de divulgação de resultados financeiros, as empresas podem lançar sistematicamente,baseadas na vida útil do ativo, uma parte dos custos de aquisição de ativos permanentes contra receitas anuais, custos estes que chamamos de Depreciação. Já a vida útil do Ativo é o prazo durante o qual ele é depreciado e pode afetar significativamente as séries de fluxos de Caixa. Quanto mais curta for a vida útil, mais rapidamente o Fluxo de Caixa gerado pela despesa de depreciação será recebido. Segundo Gitman (2007), existem dois importantes conceitos que auxiliam na aná- lise do Fluxo de Caixa e no planejamento financeiro da empresa: Fluxo de Caixa Operacional (FCO) e o Fluxo de Caixa Livre (FCL). Vejamos as definições: O Fluxo de Caixa Operacional (FCO) pode ser definido como o fluxo gerado pela Empresa em suas operações regulares de sua principal atividade de atuação. Uma primeira maneira de calcular o FCO de uma Empresa é por meio da forma contábil. Nesse caso, então, devemos somar a depreciação de volta ao lucro líquido após o Imposto de Renda (IR) recolhido, ou seja: FCO = LLAI + D Onde: FCO = Fluxo de Caixa Operacional LLAI = Lucro Líquido Após IR D = Depreciação e Outras Despesas não Desembolsadas Segundo Gitman (2007), o Fluxo de Caixa Livre (FCL) da Empresa será o vo- lume de Fluxo de Caixa disponível para os investidores – os fornecedores de capital de terceiros (credores) e capital próprio (proprietários) – após a cobertura de todas as necessidades operacionais e o pagamento de investimentos em ativos permanentes e ativos circulantes líquidos pela Empresa. O FCL será, então, a soma do Fluxo de Caixa líquido disponível para credores e proprietários no período. Vejamos a seguir duas definições importantes de conceitos necessários para o cálculo do FCL: • A primeira definição é a de Investimentos em Ativos Permanentes Líquidos (IAPL), que apresenta, em determinado período de análise, a variação (acréscimo ou redução) dos Ativos Permanentes Líquidos somados às despesas de Depreciação. 14 15 A fórmula a seguir exemplifica esta definição: IAPL = VAPL + D Onde: IAPL = Variação em Ativos Permanentes Líquidos VAPL= Variação em Ativos Permanentes Líquidos D=Depreciação • A segunda definição importante para o cálculo do Fluxo de Caixa de uma Empresa é a de Investimentos em Ativos Circulantes Líquidos (IACL), que apresenta, em última análise, melhora ou piora do nível de liquidez da Empresa com o aumento ou redução de seus passivos em determinado período de análise. A seguir, a fórmula para o cálculo dessa variação: IACL = VAC – VPC Onde: IACL= Investimentos em Ativos Circulantes Líquidos VAC= Variação de Ativos Circulantes VPC= Variação de Passivos Circulantes Assim, você poderá ver uma maneira de cálculo do Fluxo de Caixa Livre da Empresa (FCL) a partir dos conceitos e fórmulas apresentadas até então: FCL = FCO – (IAPL) – (IACL) Onde: FCL= Fluxo de Caixa Livre FCO= Fluxo Caixa Operacional Na DFC apresentada da Empresa Comercial S.A., podemos observar outra forma de cálculo do FCL, definida como Caixa Líquido da Operação. 15 UNIDADE O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação Vejamos para o Ano X0: EMPRESA COMERCIAL S.A. DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO Real PERÍODO Ano x0 OPERAÇÕES Recebimento de Vendas 1.000.000 (-) Pagamentos Fornecedores (650.000) (-) Pagamentos Custos e Despesas (120.000) (-) Pagamentos de Impostos (55.000) (+) Recebimentos ou (-) Pagamentos Diversos (12.000) (=) Resultado Operacional de Caixa Antes Desp. Financeira 163.000 (-) Despesa Financeira Paga (76.000) (+) Receita Financeira Recebida - (=) Caixa Líquido da Operação da Empresa 87.000 Outro modo, também correto, de cálculo do Fluxo de Caixa Gerado pelo Negócio (FCGN) é o seguinte: FCGN = LA JI – IR + Depreciação Onde: FCGN=Fluxo de Caixa Gerado pelo Negócio LAJI= Lucro Antes de Juros e Impostos IR=Imposto de Renda Com base nas informações da DRE da Empresa Comercial S.A., calcule o Fluxo de Caixa Gerado pelo Negócio (FCGN), utilizando a fórmula descrita anteriormente, para responder às seguintes perguntas: a) Qual ano apresenta o maior FCGN?; b) O que se pode concluir a respeito do desempenho da Empresa nesse período de análise? Ex pl or Vamos lá!!! Operação Valor/Cálculo Lucro antes de Juros e Impostos R$ (–) Imposto de Renda R$ (+) Depreciação R$ (=) Fluxo de Caixa Gerado pelo Negócio R$ 16 17 Importante! • As defi nições das Demonstrações de Fluxos de Caixa (DFC); • Os conceitos, contas componentes, importância e aplicações das informações fornecidas pelas DFC na Administração Financeira moderna; • As defi nições de Fluxo de Caixa Operacional, Fluxo de Investimento e Fluxo de Financiamento da Empresa, como indicadores de desempenho das organizações; • O papel do investimento em ativos fi xos e da depreciação e respectivos impactos no caixa das empresas; • A importância da análise da rentabilidade e da administração do Caixa da Empresa nos dias atuais; • A apresentação de alguns modelos de DFC e de DRE e exemplos práticos de cálculos de fl uxos de Caixa gerados pelo negócio. Importante! 17 UNIDADE O Fluxo de Caixa e suas Aplicações nos Modelos de Avaliação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Três Maneiras de Calcular o Valor de sua Empresa https://goo.gl/DaoPCu Livros SANTOS, J. O. Valuation. Um Guia Prático. São Paulo: Saraiva, 2012 Póvoa, A. Valuation Como Precificar Ações. Rio de Janeiro: Globo, 2004 Vídeos Avaliação de Empresas, Voluation, Reorganização de Empresas. https://youtu.be/lzgWJcYgH4k 18 19 Referências BODIE, Zvi; KANE, A.; MARCUS, A. J. Fundamentos de Investimentos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson, 2007. HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Atlas, 2008. SAMANEZ, C. P. Gestão de Investimentos e Geração de Valor. São Paulo: Pearson, 2006. 19