Buscar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA


Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

EVOLUÇÃO DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
No Código anterior, a Lei nº 11.232, de 22.12.2005 já havia substituído a ação de execução de sentença condenatória a prestação de quantia certa por um procedimento complementar incidental denominado "cumprimento da sentença", que se realiza dentro da mesma relação processual em que se pronunciou a condenação (arts. 475-I a 475-R, do CPC/73).
Embora a abolição da ação de execução de sentença separada da ação condenatória tivesse sido adotada como regra para aquele sistema renovado do Código de Processual Civil de 1973, o antigo sistema dual foi preservado para as ações que buscassem impor o adimplemento de prestações de quantia certa ao Poder Público.
Assim, no regime anterior, tais ações, a despeito da sentença de mérito, continuavam sendo o ato pelo qual o órgão judicial "cumpre e acaba o ofício jurisdicional", no processo de conhecimento, tal como dispunha o art. 463, em sua redação anterior à Lei nº 11.232/2005. Agora, na sistemática do novo CPC, publicada a sentença condenatória contra a Fazenda Pública, não mais se tem por finda a prestação jurisdicional a que se destinava o processo, de modo que, para alcançar medidas concretas de coerção da devedora, com vistas à satisfação do direito reconhecido em juízo, em favor do credor, desnecessário se torna a propositura de uma nova ação - a ação de execução da sentença (actio iudicati). 
GENERALIDADES DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
Execução por quantia certa sem penhora e expropriação
Diferentemente de seu antecessor, o novo Código separa um procedimento específico tanto para o cumprimento de sentença, antes inexistente, quanto para as execuções de título extrajudicial contra a Fazenda Pública. No Código de 1973, ambas as hipóteses de título judicial ou extrajudicial davam ensejo ao mesmo procedimento previsto nos arts. 730 e seguintes daquele diploma. 
Entretanto, a despeito da inovação quanto à separação dos procedimentos de acordo com a espécie de título, a sistemática de ambas as codificações é a mesma: não se realiza atividade típica de execução forçada, diante da impenhorabilidade dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios. Não se procede, pois, à expropriação (via penhora e arrematação) ou transferência forçada de bens. O que se tem é a simples requisição de pagamento, feita entre o Poder Judiciário e o Poder Executivo, conforme dispõem os arts. 534, 535e 910, observada a Constituição Federal (art. 100).
Na verdade, há tão somente uma execução imprópria na espécie, cujo procedimento irá variar em algumas peculiaridades, conforme se trate do valor e da modalidade do título executivo, se judicial ou extrajudicial.
O presente tópico se dedica à primeira modalidade de título executivo. A execução de título extrajudicial foi tratada no Capítulo XXVII. Assim, se o credor da Fazenda Pública dispuser de um título executivo extrajudicial, deverá observar o procedimento do art. 910, cuja diferença em relação àquele previsto neste capítulo consiste basicamente: (i) na necessidade de citação do ente público (e não apenas a intimação) e na ampliação da matéria de defesa a ser eventualmente oposta em sede de embargos à execução (art. 910, § 2º). De resto, aplica-se o procedimento previsto nos arts. 534 e 535, por disposição expressa do Código (art. 910, § 3º).
PROCEDIMENTO
O procedimento adotado pelo art. 534 do NCPC – mudança do procedimento anterior preconizado pelo ART. 730 do CPC/73
O art. 534 do NCPC alterou o procedimento adotado pelo CPC de 1973, que preconizava um processo de execução contra a Fazenda Pública, conforme a dicção de seu art. 730.
Não será mais instaurado um processo autônomo de execução, com a citação da Fazenda Pública para a oposição de embargos, mas será requerido pelo credor o cumprimento de sentença, com a intimação da devedora para apresentar a sua impugnação.
Com efeito, na linha do que se passou para a execução de título judicial entre particulares com a Lei 11.232/2005, que, na vigência do CPC revogado, eliminou o processo autônomo de execução e passou a prever a fase de cumprimento de execução, com a instauração de um processo sincrético, o art. 534 do atual CPC estende a mesma modificação à execução de título judicial contra a Fazenda Pública.”
DEFESA DA FAZENDA
O princípio da igualdade defesa e reconhecimento das prerrogativas da fazenda pública como necessárias e proporcionais
O novel art. 534 do CPC deve ser interpretado em consonância com as regras especiais conferidas à Fazenda Pública, que ostenta posição diferenciada das demais pessoas físicas e jurídicas de direito privado.
De fato, “A Fazenda Pública apresenta-se em situação bastante diferenciada dos particulares, merecendo, portanto, um tratamento diverso daquele que lhes é conferido. Exatamente por atuar no processo em virtude da existência de interesse público, consulta (sic) ao próprio interesse público viabilizar o exercício dessa sua atividade no processo da melhor e mais ampla maneira possível, evitando-se condenações injustificáveis ou prejuízos incalculáveis para o Erário e, de resto, para toda a coletividade que seria beneficiada com serviços públicos custeados com tais recursos.” 
Assim sendo, para que possa atuar de forma eficiente em prol de toda a coletividade, a Fazenda Pública é dotada de condições especiais para sua atuação, ou “vantagens processuais“.
Por outro lado, essas prerrogativas processuais da Fazenda Pública também tem fundamento no Princípio da Igualdade, insculpido no art. 5º, caput, da Constituição Federal.
Com efeito, “considerando, porém, que se deve, na aplicação do princípio da isonomia, levar na devida conta a ideia aristotélica de conferir tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, há regras, no processo, que se apresentam diferenciadas, com vistas a alcançar equilíbrio e adaptar-se às peculiaridades daquela parte que detém uma nota marcante e diferenciada em relação às demais.”
Sobre esta questão, a jurisprudência é pacífica, como bem demonstra o julgado a seguir reproduzido:
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO  PÚBLICO  NÃO ESPECIFICADO. DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO PROCESSUAL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. TÍTULO JUDICIAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 475-J E SEGUINTES. REGRA ESPECIAL DO ART. 730 DO CPC . As alterações introduzidas pela Lei 11.232 /2005, com a criação do cumprimento de sentença, não derrogaram o regramento especial das execuções contra a Fazenda Pública, pois o rito especial previsto coaduna-se com as prerrogativas processuais do ente público. Assim, ainda que o título executado seja judicial, segue-se a norma constante no art. 730 do Código de Processo Civil e não àquela presente no art. 475-J e seguintes. Na hipótese, sendo reconhecida a natureza de direito público à FEPAM, a execução contra ela intentada deve seguir o rito do art. 730 do CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA 
O cumprimento provisório da sentença nada mais é do que a execução provisória. Cumprimento de sentença é o nome atribuído pelo legislador, pois pode ser cumprida inclusive decisão interlocutória.
A partir do momento em que há um título executivo judicial, há três possibilidades:
A decisão judicial não á recorrida (não há recurso contra a decisão) – há o trânsito em julgado e, a partir do desse momento, há o cumprimento de sentença definitiva.
Recurso com efeito suspensivo (ele impede que a decisão impugnada gere seus efeitos, entre ele o da executabilidade). Nessa circunstância não cabe cumprimento de sentença.
Recurso sem efeito suspensivo. Se o recurso não tem efeito suspensivo, esse título executivo é executável, cabendo o cumprimento de sentença. Havendo recurso pendente de julgamento, pode haver a reforma ou anulação do título executivo judicial, razão pela qual o cumprimento de sentença será provisório.
Logo, cumprimento provisório de sentença é a execução cabível na pendência de recurso sem efeito suspensivo. É importante registrar
que o artigo 587 do CPC/73 permitia que uma execução de um título executivo extrajudicial (processo de execução) poderia ser uma execução provisória.
SEQUESTRO DE VERBAS PÚBLICAS 
Não há admissibilidade constitucional e legal para a medida constritiva fora dessas hipóteses.
O pagamento através de precatórios e requisições de pequeno valor é uma garantia da Fazenda Pública conferida pelo Constituinte, no sentido de proteger o ente público de sequestros que prejudiquem a gestão municipal e orçamentária. É decorrência, portanto, do próprio regime jurídico dos bens públicos e do regramento de Direito Público que norteia o ordenamento jurídico no tocante à Fazenda Pública.
Mostra-se inviável para qualquer gestor cumprir o seu múnus institucional face aos sequestros arbitrários sem previsão. A realização de despesa pública depende de um trâmite burocrático específico, previsão orçamentária e um diálogo entre Legislativo e Executivo para que não haja prejuízo ao equilíbrio orçamentário, e consequentemente, à coletividade. A decisão judicial constritiva cria um verdadeiro subterfúgio para o devido processo legal administrativo-financeiro previsto na Constituição e nas leis de regência.
É possível identificar diversos casos controversos sobre o sequestro de verbas públicas, sobretudo em Municípios de pequeno e médio porte cuja atuação junto às instâncias superiores, ou até mesmo aos Tribunais locais, encontra limitações logísticas e institucionais. Inúmeros julgados elucidam a problemática, como exemplo pode-se citar;
Em janeiro do corrente ano de 2017, na comarca de Teresópolis proferiu-se decisão interlocutória onde foi determinado o sequestro de verbas públicas para o pagamento de vale alimentação de servidores no valor total de R$ 2.263,800,00 (dois milhões, duzentos e sessenta e três mil e oitocentos reais), como forma de sanção pelo suposto não cumprimento de decisão anterior que determinava a realização de licitação. Tal decisão inviabilizou completamente a gestão municipal e orçamentária, bem como a prestação de serviços públicos essenciais pelo Município, além de contrariar decisões do Supremo Tribunal Federal e criar nova hipótese de sequestro não prevista no texto constitucional.
A decisão determinou ainda que fosse realizado o sequestro de qualquer verba, com exceção de saúde e educação, não fazendo ressalva quanto às demais, ainda que de natureza federal, ou oriundas da repartição das receitas constitucionais, ou de tributos vinculados, ou de qualquer natureza. Ademais, a decisão interlocutória estabeleceu que o valor de mais de 2 milhões fosse destinado ao Sindicato autor para que este repartisse o montante aos servidores respectivos. Tudo isso antes mesmo da sentença de primeiro grau.
O PRECATÓRIO E AS EXCEÇÕES AO REGIME DOS PRECATÓRIOS 
A Lei n. 11.232/05 aboliu a ação de execução de sentença separada da ação condenatória e instituiu o sincretismo processual como regra no processo civil. Porém, o regime dualístico foi mantido para ações que busquem impor o adimplemento de prestações de quantia certa ao Poder Público, decorrentes de sentenças condenatórias. Ou seja, nova petição inicial terá de ser proposta em juízo, assim como ocorrerá nova citação e abertura de prazo para a interposição de embargos à execução.
A execução promovida contra a Fazenda Pública não adota o sistema de penhora e expropriação de bens do devedor nos moldes comuns, visto que o patrimônio público não é passível de penhora (RODRIGUES, 2010).
O Código de Processo Civil prevê um procedimento especial para as execuções por quantia certa em que a Fazenda Pública figure no polo passivo, o qual não tem natureza própria de execução forçada, uma vez que não há penhora e arrematação. Cumpre-se, portanto, a execução contra a Fazenda Pública, conforme artigos 730 e 731 do Código de Processo Civil, requisitando-se a inclusão da dívida no orçamento público para que o crédito seja satisfeito de maneira voluntária pela própria Fazenda Pública.
Cabe à parte interessada requerer ao juiz a requisição do pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente. Esta requisição tem o nome de precatório judicial.
Ocorre, então, como explica Theodoro Júnior (2012) uma execução imprópria, adotando-se o seguinte procedimento:
a) Não haverá penhora e ocorrerá a citação da Fazenda para a interposição de embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, sendo judicial ou não o título executivo;
b) Caso a Fazenda não oponha embargos ou estes sejam rejeitados, o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente. A partir de então, cabe ao presidente do tribunal requisitar à Fazenda ora executada o pagamento. É obrigatória a inclusão, no orçamento público, da verba necessária para o pagamento dos débitos constantes dos precatórios apresentados até 1º de julho do ano anterior com os valores devidamente corrigidos;
c) Os valores referentes ao orçamento que se destinam ao pagamento dos precatórios ficarão consignados diretamente ao Poder Judiciário, recolhidos nas repartições competentes;
d) Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos. Não se submetem a essa ordem cronológica os créditos de natureza alimentícia, os quais gozam de preferência sobre os ordinários e seguirão uma ordem cronológica autônoma;
e) Terão preferência os créditos alimentares cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei. Nestes casos, o teto para o crédito será de 180 salários mínimos no caso de a Fazenda executada seja a federal, 120 salários mínimos para a estadual e distrital, e 90 salários mínimos para a municipal.
Entretanto, evidencia o referido doutrinador, a possibilidade de que vários precatórios sejam expedidos referentes a uma mesma causa, no caso de julgamento fracionado da lide, que ocorre quando parte da condenação transite em julgado sem que tenha ocorrido o fim do processo.
Os créditos relativos aos precatórios podem ser objetos de cessão civil, até mesmo os de natureza alimentar, independente da anuência da Fazenda devedora. Porém, caso ocorra este tipo de cessão em precatórios concernentes a obrigações alimentares, não haverá mais o que se falar em privilégio na ordem de recebimento deste tipo de crédito, ou seja, passará então a ser tratado como crédito comum, sem nenhuma preferência em relação aos demais.
É possível também, caso haja um débito líquido e certo mantido pelo exequente em face da executada, uma compensação entre os valores do precatório a serem percebidos e a dívida com a Fazenda, neste caso não necessitando de inscrição na dívida ativa. Para que ocorra esta compensação, o Tribunal, antes de expedir o precatório, solicitará à Fazenda devedora que informe, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, se há débitos que possam ser compensados (THEODORO JÚNIOR, 2012).
A longa demora no cumprimento dos precatórios pela Administração Pública faz com que surja uma diferença de acessórios, quais sejam, juros e correção monetária, em detrimento do credor, de modo que a jurisprudência admite sucessivos precatórios complementares enquanto houver defasagem de juros e correção monetária entre o requisitório e o efetivo pagamento da obrigação pelo Poder Público, uma vez que a expedição do precatório não produz o efeito de pagamento, e os juros moratórios continuarão incidindo enquanto não for adimplida a obrigação. Enquanto não ocorrer a total satisfação do crédito exequendo o processo executivo não se findará.
A Emenda Constitucional n. 30, de 13/09/2000 instituiu algumas regras, na tentativa de solucionar a demora no cumprimento dos precatórios:
a) O pagamento do precatório deve ser realizado até o final do exercício seguinte ao de sua tempestiva apresentação;
b) Os precatórios
terão seus valores atualizados monetariamente na época do pagamento;
c) O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade.
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO E O FRACIONAMENTO DE CRÉDITOS NA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA: IMPOSSIBILIDADE LEGAL
O regime da unitariedade das relações entre os litigantes em face da parte contrária é muito mais amplo do que a princípio se o concebera. Isso deu azo a que se atinasse com o fato de a aplicação do litisconsórcio não se aplicar apenas ao processo de cognição, como, de resto, sucede com a grande maioria dos institutos processuais, como as condições da ação e os pressupostos processuais, que ao processo de execução também devem ser aplicados, do que a doutrina processual contemporânea agora se deu conta, como adscreve DINAMARCO na introdução à sua obra “Execução Civil”:
“A teoria da execução forçada jamais será satisfatoriamente desenvolvida se não assentar nas sólidas colunas dos princípios e dos institutos fundamentais do direito processual civil, já descobertos e elaborados com riqueza e muita criatividade em relação ao processo de conhecimento. Para chegar-se ao conhecimento verdadeiramente científico da execução é indispensável a consciência do apoio do sistema nas garantias estabelecidas a nível constitucional, associada à visão estrutural da ordem processual distribuída entre seus institutos fundamentais (jurisdição, ação, defesa e processo)”.
Assim, autoriza o Código de Processo Civil brasileiro em vigor (artigo 48) que a lei preveja hipóteses em que o regime do litisconsórcio unitário seja aplicado ao litisconsórcio facultativo, inclusive no caso do processo de execução (CPC, artigo 598). Como observa, com agudeza, GUILHERME ESTELLITA, o litisconsórcio, conquanto seja um fenômeno rigorosamente processual, suporta influxos causados também pelo direito substantivo, e mesmo pelo direito público,13 como sucede no caso do direito positivo brasileiro, que por norma de matriz constitucional, impõe um determinado regime quando se trata de execução contra a fazenda pública. É que o artigo 100, parágrafo 4o., da CF/1988, ao estabelecer que “são vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório”, instituiu, para o processo de execução de sentença condenatória, um regime especial de relações entre os credores-litisconsortes e a Fazenda Pública, ao determinar se considere, para obstar o fracionamento dos créditos, o valor total da execução. Norma de direito público, de matriz constitucional, que dota o litisconsórcio facultativo ativo na execução de um regime de interdependência de relações processuais dos credores em relação à Fazenda Pública, configurando o que a doutrina denomina de litisconsórcio unitário.
Considere-se, outrossim, tal como perceberam os romanos, que o provimento condenatório admite, mas não exige o litisconsórcio.14 Daí não ser desarrazoado impor-se aos litisconsortes, no litisconsórcio facultativo, algumas condições como contrapartida para que logrem obter alguns aspectos de frutuosidade da coligação na demanda, como, por exemplo, a economia de tempo e dinheiro. Aqui, de resto, a justificativa da existência dessa figura (do litisconsórcio facultativo), radicada na prevalecente ideia do maior aproveitamento da atividade jurisdicional, e não, como seria engano supor, na busca de evitar-se decisões conflitantes em face de casos iguais ou semelhantes. Eis o que a respeito afirma GUILHERME ESTELLITA:
“(…) a justificativa da concessão da lei processual é somente aquela do aproveitamento da atividade judiciária, embora não seja despicienda a conveniência de evitar que uma mesma questão de direito ou de fato possa, numa demanda ser solucionada num certo sentido e, noutra demanda, em sentido diverso. Mas, em verdade, essa não é a razão precípua da admissibilidade do litisconsórcio, na hipótese. Se tal contradição houvesse, seria puramente de origem teórica, isto é, sem efeitos práticos para os litigantes das causas separadas, pois em cada uma destas, a relação jurídica na mesma agitada teria solução perfeitamente autônoma em face das outras. (…)”.
Daí o litisconsórcio, que implica uma unificação do procedimento, em regra puramente exterior. Com efeito, cada litisconsorte é independente em relação a outro, de modo que pode comportar-se no processo como melhor lhe aprouver. Essa é a regra, mas que pode ser afastada por outro comando normativo, instituidor de um regime de interdependência de relações processuais, segundo ressalva que existia desde o Código Alemão de 1877 e que o direito brasileiro adotou e adota (CPC/1973, artigo 48).
AUTONOMIA DO CRÉDITO DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS
O crédito de honorários de sucumbência trata de condenação ao vencido a pagar ao vencedor, determinada quantia ou, percentual sobre a causa, variando a sua fixação, de acordo com o zelo empenhado, complexidade do trabalho desenvolvido e local da prestação. Neste sentido, após a fixação do credito de sucumbência, necessário se faz, a correta interpretação dos dispositivos legais 
O vocábulo "honorário" tem origem latina e seus primeiros registros remontam à Roma Antiga. Derivado do latim honorarius, cujo radical honor também dá origem à palavra honra, o termo tem sua acepção clássica traduzida como sendo toda a coisa ou valor dado em contraprestação e que é recebida em nome da honra, sem conotação pecuniária.
Os honorários de sucumbência, assunto do nosso artigo, são aqueles fixados pelo juiz na sentença, condenando o vencido, nos termos do artigo 20 do Código de processo Civil que assim dispõe:
Artigo 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Essa verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.
Assim, a fixação de honorários ocorre por conta da interpretação estatal balizada sobre a nomenclatura de “sentença” acerca de determinado caso concreto, que utilizando um instrumento chamado de advogado, provocou o poder judiciário através de uma demanda.
CREDORES LITISCORSORCIADOS
É uma espécie de intervenção de terceiros. Pendente uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. Já quando o assistente intervém apenas para auxiliar uma das partes a obter sentença favorável, sem a defesa de direito próprio, estamos diante da assistência simples. O assistente simples exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Ademais, temos a assistência litisconsorcial. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
POSSIBILIDADE DO FRACIONAMENTO DO PRECATÓRIO
Inicialmente, convém esclarecer que, nos casos em que a Fazenda Pública, ao opor embargos, afirme apenas o excesso de execução como matéria de defesa, é de se registrar que inexiste discordância do Poder Público, pelo menos, com relação a parte dos valores indicados nas planilhas de cálculos apresentadas pelo credor e acostadas aos autos em que se processa a sua pretensão executiva, tendo-se, por certo e evidente, que, neste instante, exsurge como incontroverso o valor não impugnado pelo Estado.
A partir de então, apresenta relevância para o prosseguimento do estudo, a demonstração da possibilidade de se dar prosseguimento à execução, com a expedição da Requisição de Pequeno Valor – RPV ou do Precatório na exata extensão do valor da parcela que, após a oposição dos embargos parciais à execução, tornou-se incontroversamente devida pelo Poder Público.
Tratando sobre a matéria, o artigo 739-A, §3º, do Código de
Processo Civil, com redação determinada pela Lei nº 11.382, de 06 de dezembro de 2006, é absolutamente inequívoco ao afirmar que:
Art. 739-A. (...).
(...).
§3º. Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, essa prosseguirá quanto à parte restante.
Sobre a aplicação de tal dispositivo às execuções movidas em face da Fazenda Pública, a melhor doutrina não diverge quanto à possibilidade de prosseguimento da execução quando esta, alegando excesso de execução, opõe-se apenas parcialmente ao valor deduzido em juízo pelo credor, afirmando, nos próprios embargos, o valor que entende ser correto, o que faz por ordem do artigo 475-B do CPC.
Conveniente, inclusive, evidenciar alguns excertos da lição de Leonardo Carneiro da Cunha, sem dúvidas, autor de alto renome no País, que, com incontestável propriedade para tratar da matéria, afirma, categoricamente que:
O que não se permite é o fracionamento do valor, ou seja, não se admite que um credor de valor equivalente a, por exemplo, 150 (cento e cinquenta) salários mínimos fracione a execução, cobrando 100 (cem) salários mínimos mediante precatório e 50 (cinquenta) salários mínimos por meio de requisição de pequeno valor. Ou ele renuncia ao excedente, ficando com 60 (sessenta) salários mínimos, para evitar a sistemática do precatório, ou ele executa o valor total, submetendo-se à requisição por precatório.
Essa situação não ocorre no caso de execução de parte incontroversa da dívida. Em outras palavras, quando os embargos forem parciais, a execução, nos termos do art. 739, parágrafo 2º, do CPC (que, a partir da Lei nº 11.382/2006, passou a corresponder ao art. 729-A, parágrafo 3º, do CPC), prosseguirá quanto à parte não embargada
CESSÃO E COMPENSAÇÃO NO ÂMBITO DOS PRECATÓRIOS
Sobre o tema Leciona Humberto Theodoro Júnior: 
“Os créditos constantes de precatórios, mesmo os de natureza alimentar, podem ser livremente cedidos, sem depender da concordância da Fazenda devedora (CF, art. 100, § 13, com a redação da EC nº 62/2009). Contudo, se tal ocorrer em relação a créditos alimentares, o cessionário não se beneficiará dos privilégios executivos anteriormente conferidos ao cedente. Vale dizer: após a cessão, o crédito perde sua natureza alimentar, passando à categoria de crédito comum, em face da executada. O mesmo ocorre com a obrigação de pequeno valor: o cessionário não poderá se valer da execução por requisição direta. É nesse sentido que se deve entender a ressalva do § 13 do art. 100 da CF, que afasta o cessionário das regras dos §§ 2º e 3º do mesmo dispositivo constitucional. 
Há, por outro lado, uma compensação possível entre o crédito que se pretende executar por meio do precatório e o débito líquido e certo acaso mantido pelo exequente em face da executada (CF, art. 100, § 9º). Não se trata de compensação tributária regida pelo CTN, mas de compensação constitucional que nem sequer reclama inscrição prévia em dívida ativa da Fazenda credora. Basta que se trate de obrigação líquida e certa, expressa em valor monetário tal como se dá com o crédito exequendo, pouco importando a fonte de que se tenha originado.
Para se cumprir a compensação constitucional, o Tribunal, antes de expedir o precatório, solicitará à Fazenda devedora que informe sobre os débitos passíveis de compensação. A informação deverá ser prestada no prazo de trinta dias, sob pena de perda do direito de abatimento (CF, art. 100, § 10).
Havendo dívida compensável, o precatório será expedido pela soma líquida, isto é, pelo apurado depois do devido abatimento.
Outra compensação autorizada pela EC nº 62/2009 é aquela que se previu no novo art. 97, § 10, II, do ADCT, para caso de não liberação tempestiva dos recursos relativos ao regime especial instituído pelo citado dispositivo transitório. Em tal conjuntura, o credor poderá obter do Presidente do Tribunal ordem de compensação automática com seus débitos líquidos mantidos com a Fazenda executada. Sobejando saldo em favor do exequente, seu valor terá automaticamente poder liberatório para pagamento de tributos devidos à executada, até onde se compensarem.
Prevê, por último, a EC nº 62/2009 a possibilidade de utilização do crédito constante de precatório para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. Essa faculdade, todavia, dependerá de futura regulamentação em lei (CF, art. 100, § 11)”.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
Fazem parte da Fazenda Pública os integrantes da Administração Pública direta e indireta, com exceção das sociedades de economia mista e as empresas públicas, pois fazem parte do regime jurídico das pessoas jurídicas de direito privado. Equipara-se à condição de Fazenda Pública, a Empresa de Correios e Telégrafos, em que pese ser uma empresa pública, portanto, seus bens são impenhoráveis e está ainda enquadrada no regime dos precatórios. E ainda, as agências reguladoras, que são autarquias sob regime especial, que também integram o conceito de Fazenda Pública (THEODORO JÚNIOR, 2012).
Trata-se de execução que há um tratamento diferente no trâmite dessas ações, por se tratar da Administração Pública. 
Nesse sentido é o Escólio de Lourenço: 
Existe todo um “procedimento diferenciado para a Fazenda Pública por uma série de razões, tais como a inalienabilidade dos bens públicos, a continuidade do serviço público e, ainda, a isonomia no pagamento que será feito, considerando que este se dará em grande parte por precatório” (LOURENÇO, 2013, p. 371).
O processo de execução por quantia certa, regulado pelos arts. 730 e 731 do Código de Processo Civil, aplica-se às autarquias e demais pessoas jurídicas de direito público interno, como as fundações de direito público, cujos bens, tal como os das autarquias, são impenhoráveis. É o ensinamento de José Henrique Mouta Araújo citando Flávio Luiz Yarshell:
“Não apenas o fato de os bens da Fazenda Pública serem impenhoráveis justifica o tratamento diferenciado, não apenas a separação estrutural de Poderes, essencial à própria existência e funcionamento do Estado, justifica tratamento diferente, mas também o próprio modo de ser da Fazenda em relação aos indivíduos o justifica.” (Mouta apud Yarshell, 2007, p. 87) 
Portanto, a impenhorabilidade tem por escopo defender a continuidade do serviço público exercido através dos bens públicos. Tendo em vista que o que se pretende é evitar que o patrimônio público, pertencente à coletividade, seja utilizado para fins diversos e inapropriados ao interesse público. Como os bens lhe pertencem, nada mais natural que a alienação dependa de lei, pois é este o ato de exteriorização da vontade da sociedade. (PERLINGEIRO, 1999, p. 222).
O ATRASO NO CUMPRIMENTO DOS PRECATÓRIOS E SEUS CONSECTÁRIOS 
Problema que aflige partes e juízes, devido ao inevitável lapso de tempo entre a execução e o cumprimento do precatório. O credor não deverá arcar com o prejuízo decorrente dessa defasagem. O pagamento das execuções pela administração pública só podem ser feitos dentro de um prazo longo, devido ao rígido controle orçamentário quanto à aplicação das rendas públicas. (Lei de Responsabilidade Fiscal) É inadmissível que a liquidação e a solução da execução se tornem infindáveis em razão de sucessiva e infinita apuração de diferenças.
Assim, numa mesma execução de sentença contra a Fazenda, só deveria, em princípio, haver dois requisitos:
 Expedido logo após apuração do quantum da dívida exequenda; e
Expedido após o pagamento do primitivo, e compreendendo tão apenas os acessórios vencidos entre o cálculo originário e a data do efetivo pagamento do credor.
A melhor solução a qual os precatórios deveriam ser expedidos com valor expresso em ORTN, ou seja, com cláusula de correção monetário automática.
O quadro jurisprudencial, todavia, mudou-se completamente, de sorte que a orientação atual da jurisprudência é a seguinte:
Admitem-se sucessivos precatórios complementares enquanto houver defasagem de juros e correção monetária entre o requisitório
e o efetivo adimplemento da obrigação pelo Poder Público, porque a expedição do precatório não produz o efeito de pagamento; os juros moratórios continuarão incidindo, enquanto não solvida a obrigação
Firmou-se a jurisprudência do STF no sentido de não permitir a expedição de precatório em que o valor da obrigação seja expresso em certa quantidade de ORTNs, para assegurar sua correção monetária automática.
A EC nº30 de 2000, solucionou de vez o problema da demora nocumprimento, alterando o texto dos parágrafos do art. 100 da CF e instituído as seguintes regras novas:
O pagamento do precatório deve ser realizado até o final do exercício seguinte ao de sua tempestiva apresentada;
Os precatórios terão seus valores atualizados monetariamente na época do pagamento, não tendo a regra constitucional autorizada o acréscimo de juros moratórios, o pagamento dentro do prazo marcado pelo parágrafo 1º do art.100 CF não os incluirá.
O presidente do Tribunal competente que, por ato omissivo ou remissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade.
Nesse sentido é a jurisprudência: 
(…) 2. É cediço que na obrigação de pagar quantia certa, o procedimento executório contra a Fazenda é o estabelecido nos arts. 730 e 731 do CPC que, em se tratando de execução provisória, deve ser aplicado em harmonia com as normas constitucionais, que determinam que a expedição de precatório ou o pagamento de débito de pequeno valor de responsabilidade da Fazenda Pública, decorrentes de decisão judicial, mesmo em se tratando de obrigação de natureza alimentar, pressupõem o trânsito em julgado da respectiva sentença. (…) (REsp 1271184/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/09/2011, DJe 21/09/2011). 
PROCEDIMENTO PARA OBTENÇÃO DO PRECATÓRIO COMPLEMENTAR
Para se executar o precatório, o mesmo deverá ser apresentado pelo juiz que julgou a ação contra o ente público ao Presidente do Tribunal. Os precatórios apresentados até o dia 1º de julho de um ano devem ser inscritos no orçamento do ano seguinte, durante o qual, até o dia 31 de dezembro, devem ser pagos.
Caberá ao Poder Judiciário a função de organizar a fila dos pagamentos dos precatórios e determinar os respectivos pagamentos de acordo com a ordem cronológica destes
Nos termos da segunda parte do caput do artigo 100 da Constituição Federal, o pagamento dos precatórios será feito de acordo com a ordem cronológica de apresentação dos mesmos, de modo que o precatório deverá ser pago no valor total da dívida, com as devidas correções do período.
Em relação aos juros e correção monetária dos precatórios, do valor inicialmente decidido pelo juízo de primeira instância até o efetivo pagamento, os valores estabelecidos no precatório não poderão sofrer uma desvalorização monetária até o recebimento pelo beneficiário, sendo que, além da correção monetária, incorrerão juros de mora. Cabendo ao juízo: 
I - decidir as questões incidentes que envolvam modificação ou atualização da conta em que baseou o precatório (salvo a correção monetária até o pagamento, dentro do exercício seguinte, sem inovação do indexador fixado pela sentença exequenda);
II - proceder à expedição de precatório complementar, para fins de pagamento atualizado do valor depositado a menor;
III - corrigir ou emendar a defeituosa formação do precatório, quando se tratar de erro que não possa ser considerado material. 
Trata-se de procedimento no qual irá a Fazenda Pública proceder com o pagamento atualizado do valor que foi eventualmente depositado a menos, afere-se então que há a existência de um precatório originário, cujo valor restou depositado a menos do que deveria, devendo ser expedido novo precatório (complementar), e o pagamento deste será atualizado,
Em se tratando de simples apuração de complemento do débito aforado, não fica obrigado o credor a promover nova citação executiva, nem tampouco se permite à devedora manejar novos embargos à execução. Nesse sentido é a jurisprudência:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - DESAPROPRIAÇÃO - EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIO COMPLEMENTAR - DIFERENÇAS APURADAS DESNECESSIDADE DE INAUGURAÇÃO DE OUTRA VIA EXECUTÓRIA ADMISSIBILIDADE DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO REQUISITÓRIO COMPLEMENTAR. A discussão não está fulcrada na admissibilidade ou não de juros moratórios após a expedição do precatório e pagamento de suas parcelas. Cinge-se à necessidade de inauguração de uma nova via executiva para a cobrança de diferenças de precatórios depositados a menor. Nesse passo, a expedição de precatório complementar, no caso, não se enquadra na vedação trazida pelo artigo 100, § 4º. da CF, destacando-se, também, a dispensa de prévia citação da Fazenda Pública. Decisão mantida. PRELIMINARES REJEITADAS.RECURSO DESPROVIDO.
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA A CARGO DO PODER PÚBLICO. 
No Código de Processo Civil brasileiro a execução por quantia certa contra a Fazenda Pública é regida pelos artigos 730 e 731 do referido código. Esclarece Lourenço (2013, p. 873) que: 
“O procedimento para execução contra a Fazenda Pública mostra-se simples, pois não há expropriação de bens, avaliação, garantia do juízo, porém, é bem peculiar”.
Como se infere no artigo 730 do Código de Processo Civil, o processo executivo contra a Fazenda Pública se inicia com a sua citação, entretanto, não para apresentar contestação e sim para a oposição de embargos, conforme art. 910: 
ART. 910.  NA EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL, A FAZENDA PÚBLICA SERÁ CITADA PARA OPOR EMBARGOS EM 30 (TRINTA) DIAS 
Quanto à citação é importante ressaltar que deve ser ela realizada por oficial de justiça, sendo inadmissível na modalidade postal, vide artigo 222, alínea d, do CPC Devidamente citada, a Fazenda terá duas opções, qual seja: I – propor os embargos, devendo esta ser no prazo de 30 (trinta) dias, prazo este de acordo com a alteração realizada pelo artigo 1-B da Lei n. 9.494/1997 no artigo 730do CPC; II – não embargar, devendo então ser expedido precatório para que seja realizado o pagamento da dívida.
“Os embargos opostos pela Fazenda exigem petição autônoma, autuação em separado, bem como a distribuição por dependência” (LOURENÇO, 2013, p. 875). 
De acordo com o artigo 740 do CPC, o embargado deverá ser ouvido no prazo de quinze dias, e da decisão que decidir os embargos será cabível apelação. Pela razão dos bens da Fazenda Pública serem impenhoráveis, os pagamentos serão realizados por precatórios a serem requisitados por intermédio do presidente do tribunal competente (GONÇALVES, 2012).
Na hipótese dos embargos debaterem parcialmente o objeto da execução, disciplina o artigo 739-A, § 3º do CPC que será admissível a expedição do precatório da parte incontroversa.
EXECUÇÃO FORÇADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA FUNDADA EM OBRIGAÇÃO DE QUANTIA CERTA DEFESA DA FAZENDA PÚBLICA. JULGAMENTOA FAZENDA
Fazenda Pública se defende através de embargos à execução que segue a sistemática geral prevista no CPC. Como os embargos possuem natureza de ação de conhecimento, a possibilidade de defesa é ampla, podendo alegar quaisquer das matérias previstas no art. 917 do CPC:
ART. 917.  NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO, O EXECUTADO PODERÁ ALEGAR:
I – INEXEQUIBILIDADE DO TÍTULO OU INEXIGIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO;
II – PENHORA INCORRETA OU AVALIAÇÃO ERRÔNEA;
III – EXCESSO DE EXECUÇÃO OU CUMULAÇÃO INDEVIDA DE EXECUÇÕES;
IV – RETENÇÃO POR BENFEITORIAS NECESSÁRIAS OU ÚTEIS, NOS CASOS DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA;
V – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA OU RELATIVA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO;
VI – QUALQUER MATÉRIA QUE LHE SERIA LÍCITO DEDUZIR COMO DEFESA EM PROCESSO DE CONHECIMENTO.
O art. 910, §2º do CPC destaca ainda que a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. Execução contra 
Art. 910.  Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
§
1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal.
§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.
§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535.Pública e o novo CPC
Opostos os embargos, eles serão julgados por sentença. Da sentença que rejeita ou acolhe os embargos caberá apelação.
Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, será expedido precatório ou requisição de pequeno valor (a depender do valor do crédito) em favor do exequente.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina