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Expressões da Questão Social em Unidade de Pronto Atendimento


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INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar a pesquisa e entrevista realizada em uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA, afim de conhecer as “Expressões da Questão Social” nas instituições, espaço de atuação do assistente social. Para a realização deste trabalho foi feita uma visita na instituição acima mencionada, na cidade de Oeiras, interior do Piauí. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica em sites oficiais, artigos científicos e materiais disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. 
Por meio da entrevista realizada e a pesquisa bibliográfica, observou-se que, são atendidas as questões sociais da população, os profissionais têm uma visão ampla e se importa com os pacientes, procurando entender a situação e solucionar o inconveniente.
2. O CONTEXTO DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL
A questão social se dá em detrimento da desigualdade social, oriunda de um processo de urbanização e industrialização que deu origem ao empobrecimento da classe operária, o que para Maria Lucia Martinelli (2010,p.63), “por questão social entende-se o amplo aspecto de problemas sociais que decorrem da instauração e da expansão da industrialização capitalista”, ou seja, a questão social é compreendida como o amplo conjunto de problemas sociais provocados pela concentração dos meios de produção em posse de uma pequena parcela da sociedade, e pela ausência de distribuição dos bens socialmente produzidos, típico do modo de produção capitalista.
Considerada um dos fenômenos históricos, a Revolução Industrial iniciada primeiramente na Europa, significou uma grande transformação no processo de produção de bens, as máquinas que inicialmente foram inventadas com o propósito de poupar o tempo do trabalho humano, acarretou em exaustivas jornadas de trabalho, na qual mulheres e crianças vinham sendo submetidas e ganhavam muito pouco, o que acarretou na dificuldade para manter uma qualidade de vida digna aos trabalhadores. 
A falta de condição aos trabalhadores para manutenção de uma vida digna na cidade acarretou em sérios problemas sociais que geravam um enorme descontentamento da classe trabalhadora perante o Estado e a burguesia. Enquanto os burgueses comemoravam o lucro, os trabalhadores chegavam à conclusão de que teriam que começar a lutar por direitos. A Revolução Industrial trouxe riqueza para os burgueses, porém, os trabalhadores viviam na miséria.
A união dos trabalhadores que se fortalecia para lutar contra as precárias condições de trabalho e de vida, preocupava a burguesia a qual se une ao Estado e igreja, objetivando conter as manifestações que de acordo com Martinelli (2010, p. 66), “o resultado dessa união foi o surgimento da Sociedade de Organização da Caridade, em Londres em 1869”.
	Tendo em vista as condições históricas que determinam o surgimento da profissão do Assistente Social, Martinelli (2010) afirma que o Serviço Social é “uma criação típica do capitalismo, por ele engendrada, desenvolvida e colocada permanentemente a seu serviço” (MARTINELLI, 2010, p. 66).
Assim como nos países europeus, no Brasil, o movimento operário também vinha se articulando, e “a luta pela sobrevivência, pelo trabalho, pela liberdade, levava o proletariado a avançar em seu processo organizativo, o que era visto com muita apreensão pela burguesia”. (MARTINELLI, 2010, p. 122). Diante deste complexo cenário surgem as primeiras ações filantrópicas. Sendo a desigualdade social determinada pelo desenvolvimento da sociedade capitalista, o Serviço Social como profissão decorre da sistematização das práticas filantrópicas. 
O significado da palavra “filantropia” é de origem grega (philos: amor, antropos: homem), está relacionado ao amor do ser humano por outros seres humanos, ou seja, amor pela humanidade; “no mais restrito, constitui-se no sentimento, na preocupação do favorecido com o outro que nada tem, portanto, no gesto voluntarista, sem intenção de lucro, de apropriação de qualquer bem”. (MESTRINER, 2008, p. 14).
No Brasil até o fim do século XIX, a desigualdade social se manifestava na exploração do trabalho escravo, expressa na forma como eram tratados, as moradias desumanas (senzalas), os castigos, as surras, exaustivas horas de trabalho, alimentação precária, etc. Fato esse que refletiu no processo de formação da sociedade brasileira, a exclusão social que a maior parte dos escravos libertos sofreram, se deu em ocupações de morros, locais ao qual não era interessante para as elites. Portanto a desigualdade social não se reduz com a libertação dos negros, ao contrário, se intensifica e se manifesta em outras formas da questão social.
Com a extinção da escravidão, grande parte dos fazendeiros se negou a pagar pelo trabalho dos ex-escravos, o que agravava a questão social neste período, com a situação de desemprego e com o aumento populacional da cidade decorrente da imigração. Á medida que aumenta as expressões da questão social, o Estado passa a intervir na área social, apoiando às instituições filantrópicas, que prestam serviços e caridade às populações e famílias que demandam de assistência.
Na década de 1990, apresenta um significativo crescimento das chamadas Organizações Não Governamentais (ONG), as quais vão protagonizar as intervenções na questão social, de modo que o Estado se exonere de sua responsabilidade para com o setor. 
As ONGs são denominadas de “terceiro setor” a qual está vinculado às organizações que se caracterizam “sem fins lucrativos”, ou seja, não são empresas públicas, estatais e nem privadas com fins lucrativos. A denominação “terceiro setor” se dá para diferenciá-lo do Estado (primeiro setor) e do setor privado (segundo setor). 
Como exemplo de instituição do terceiro setor que atua com demandas sociais, temos a comunidade terapêutica DAREVI (Descalvado Ajudando na Recuperação da Vida), situada na cidade de Descalvado-SP, destinada a dependentes químicos. A DAREVI comunidade terapêutica sem fins lucrativos está a 20 anos atuando no tratamento e reinserção social de homens maiores de 18 anos, aderindo por livre e espontânea vontade ao tratamento da dependência de álcool e outras drogas.
De utilidade pública municipal n° 1763 e inscrita no conselho municipal de saúde n° 05/2012, a DAREVI conta com um quadro de funcionários preenchido por: coordenador, terapeuta, assistente social, psicóloga, nutricionista, enfermeiro padrão, cozinheiro e monitores. 
A Assistente Social da DAREVI luta e resiste diariamente em prol da emancipação dos residentes. Seu trabalho tem como base a fundamentação, especialização e intervenção a questão social, visando garantir a justiça social, defender a liberdade, os direitos humanos e sociais.
O profissional de enfermagem, no exercício de suas funções, incentiva e apoia o dependente químico a assumir a responsabilidade pela melhora na qualidade de sua vida em todos os níveis. Ele procura identificar os problemas associados ao uso das substâncias, ouve as queixas do paciente, percebe os mecanismos de defesa envolvidos (negação, por exemplo), identifica o padrão de consumo da substância no dia, no mês e ao longo da história do paciente, na busca da caracterização do uso nocivo ou dependência. 
A DAREVI tem parceria junto ao Mesa Brasil-SESC, projeto que possui uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome e o desperdício, tendo por objetivo contribuir para a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, oferta cursos que buscam inovar e aproveitar melhor os alimentos, cursos esses que os responsáveis em manipular os alimentos (cozinheiro e nutricionista) frequentam todos os meses. Em prol de uma alimentação e	quilibrada e sustentável, a entidade tem uma ampla horta que é cuidada voluntariamente por seus residentes. 
	A principal expressão da questão social na DAREVI, foi indicada pela Assistente Social como sendo a falta de estrutura familiar, desemprego e emprego com o uso da droga para “se manter no trabalho”, como por exemplo, o trabalho em turnos noturnos que podelevar a pessoa a fazer o uso de substâncias que a deixa acordada por mais tempo e as significativas horas extras. 
Pela cidade ter cerca de 30.000 habitantes, algumas políticas públicas por conta do Estado deixam de ser aplicada na cidade, a qual daria continuidade ao tratamento fora da comunidade terapêutica, como por exemplo um centro POP, uma casa de passagem etc. Sem esse apoio muitas vezes o dependente químico volta ao mundo das drogas, já que o laço familiar nem sempre é constituído e tais indivíduos ainda são marginalizados pela sociedade. 
Dependente químico por se tratar de uma doença crônica, ou seja, uma vez dependente a pessoa vai ser sempre dependente e por isso é trabalhado a abstinência total, a pessoa tem que se manter longe da droga e por isso precisa de respaldo pós tratamento, e por falha nas políticas públicas acaba não encontrando.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao conhecer a comunidade terapêutica DAREVI, na cidade de Descalvado, caracterizada sem fins lucrativos, ou seja, “terceiro setor”, observa-se que apesar das mudanças ocorridas no âmbito do Estado e da sociedade, a questão social continua sendo as mesmas do século passado, ou seja, as expressões das contradições entre capital e trabalho continuam inalteradas, observado pelo uso de drogas por desemprego e ou emprego.
Essas instituições executam um importante serviço para a sociedade e principalmente para essa população de dependentes químicos, que juntamente com o trabalho do Assistente Social que ajuda a garantir o direito a saúde, a justiça social e o restabelecimento do indivíduo na sociedade. 
Conclui-se então que o dependente químico, necessita de apoio moral e social, e com esse apoio dificilmente ele terá uma nova recaída. É dever da família, do Estado, da sociedade e também podemos dizer do capital, em reintegrar o dependente químico, no contexto social, apresentando a ele novas oportunidades de recomeçar a vida.
4. REFERÊNCIAS 
GUERRA, Y.; ORTIZ, F. S. G.; VALENTE, J.; FIALHO, N. O Debate Contemporâneo da Questão Social. Universidade Federal do Maranhão. Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. III Jornada Internacional de Políticas Públicas. São Luís – MA, 28 a 30 de agosto de 2007. Disponível em: 
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/mesas/31faf46bb74c9b64aa7dYolanda_fatima_Joana_Nadia.pdf >. Acesso em 17/05/2018. 
MARTINELLI, M. L. Serviço Social: Identidade e alienação. São Paulo. Cortez, 2010.
MESTRINER, M. L. Estado entre a Filantropia e a Assistência Social. São Paulo: Cortez, 2008.
MONTAÑO, Carlos. Terceiro Setor e Questão Social: Crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo: Cortez, 2008.
SANTOS, J. S. Questão Social: particularidades no Brasil. São Paulo: Editora Cortez, 2012.
SESC. Programa Mesa Brasil. Disponível em:
www.sesc.com.br/mesabrasil >. Acessado em: 20/05/2018.