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MOTOR STIRLING Inconfidentes - MG 2019 MOTOR STIRLING Inconfidentes - MG 2019 1 MOTOR STIRLING Relatório apresentado ao curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Federal do Sul de Minas - Campus Inconfidentes como pré-requisito para aprovação na disciplina de Física II. Professor: Marcelo Augusto dos Reis Inconfidentes - MG 2019 2 EQUIPE TÉCNICA Ellen Fernandes Marina Bueno Vintém Verônica Lauria da Silva 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………..5 2. OBJETIVO………………………………………………………………………….7 3. MATERIAIS E MÉTODOS………………………………………………………...7 3.1 MATERIAIS…………………………………………………………………….7 3.2 METODOLOGIA……………………………………………………………….8 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES………………………………………………..11 5. CONCLUSÃO……………………………………………………………………..12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………....12 4 1. INTRODUÇÃO Com a grande demanda energética nos dias de hoje vemos a necessidade de fontes de geração de energia que tenham alta eficiência e geram pouca poluição, e que ainda sejam flexíveis quanto ao combustível utilizado. O motor Stirling é um mecanismo de transformação de energia térmica em mecânica bem versátil quanto a combustível, pois ele é um motor de combustão externa e precisa apenas de uma fonte de calor, que pode ser uma combustão, energia solar concentrada ou fluido quente de algum processo. Do ponto de vista ambiental ele é bem aceito devido às suas próprias características de funcionamento (FURTADO; NOVENTA, 2014). Em 1816, o engenheiro escocês Robert Stirling (1790 –1878) criou um modelo de um motor que utilizava um determinado volume de um gás qualquer, que aquecido externamente, era forçado a entrar numa câmara de volume maior que o inicial, onde o gás podia expandir-se livremente. Ele chamava o motor de “motor de ar” porque as máquinas a vapor de sua época podiam frequentemente explodir, matando ou mutilando pessoas que, por azar, estivessem nas proximidades. Os motores Stirling não poderiam explodir, e produziam mais potência do que as máquinas a vapor então em uso (FERNANDES, 2010). A patente original n° 4081 de 1816 tinha o obscuro título: “Improvements for Diminishing the Consumption of Fuel, and in Particular an Engine Capable of Being Applied to the Moving (of) Machinery on a Principle Entirely New – Melhora para Redução do Consumo de Combustível, e em Particular um Motor Capaz de ser Aplicado ao Movimento de Máquina com um Princípio Completamente Novo”.Nesta patente, Robert Stirling não apenas descrevia a construção e o uso do regenerador pela primeira vez na história, como também prevê as suas principais aplicações, como para fornos de vidros ou para fusão de metais. Também está incluída uma descrição do primeiro motor de ciclo fechado, como o apresentado na Figura 1 (BARROS, 2005). 5 Figura 1: Motor feito por Robert Stirling Fonte: Cruz,2012 Neste motor, calor é gerado pela queima de um combustível em uma fornalha, os gases da combustão passavam pó B, F e sai em uma chaminé em A (Figura 1). Em F, está posicionado a parte quente do motor Stirling. O pistão de deslocamento C, é o responsável por deslocar o fluido de trabalho do espaço de expansão para o de compressão. O pistão D é o de trabalho. Com o aquecimento do fluido de trabalho na parte quente do motor (espaço de expansão) e resfriamento na parte fria (espaço de compressão), e com um mecanismo para sincronizar o movimento destes pistões,havia o funcionamento do motor (BARROS, 2005). Em 1873, o motor stirling foi usado para refrigeração e/ou aquecimento, absorvendo calor no estágio de compressão e liberando trabalho ou mais calor na fase de expansão. Nesta época foram criados alguns protótipos com base no ciclo Stirling. Mas o projeto Stirling foi efetivamente usado em refrigeração, no séc. 20. Em breve espera-se que os motores de combustão interna que trabalham com a queima de alguns derivados de petróleo na forma líquida entrem em desuso, devido à viabilização do ciclo Stirling e outros ciclos (FERNANDES, 2010). Em 1970 e 1980 várias pesquisas foram realizadas sobre utilização de motores Stirling em automóveis por empresas como General Motors e Ford. A principal desvantagem é a tendência que o motor Stirling tem de trabalhar com potência constante e isto não é ideal para automóveis. Mas esta característica é 6 perfeita para aplicações tais como bombeamento de água. Estudos sobre os motores de alta temperatura foram amplamente relatados. Na maioria dos modelos, os motores operam com temperaturas de aquecimento e resfriamento em torno de 923 K a 338 K respectivamente. O limite térmico de operação dos motores de alta temperatura depende do material usado na sua construção. A eficiência desses motores é entre 30 e 40% numa faixa de temperatura típica de 923-1073 K e velocidade de operação entre 2000 a 4000 rpm (CRUZ, 2012). 2. OBJETIVO O objetivo desse experimento, foi a construção artesanal de um motor stirling, fazendo assim com que ele realize a sua função. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS ● Abridor de lata; ● Água gelada; ● Agulha; ● Alicate; ● Arruelas; ● Bexiga; ● Bombril; ● Broca de ferro; ● Canudo; ● CD’s; ● Chave Philips; ● Clipes grandes; ● Cola branca; ● Cola epóxi; 7 ● Cola quente; ● Conectores de chuveiro (25 e 30 amperes); ● Elásticos; ● Estilete; ● Furadeira; ● Garrafa de 500ml; ● Latas de alumínio; ● Lata de atum; ● Lata de leite em pó; ● Linha de pesca (nº 5); ● Lixa; ● Régua; ● Tesoura; ● Vela. 3.2 METODOLOGIA Inicialmente montou-se a câmara do motor, que é a junção da lata de alumínio com a lata de atum. Com o auxílio do abridor de lata, retirou-se a tampa superior da lata de alumínio e com o alicate retirou-se as rebarbas. Para cortar a lata de atum, utilizou-se o estilete para fazer o corte em círculo com mais precisão e com o alicate fez-se os ajustes das rebarbas. O topo da lata de atum fica no começo da dobra da lata de alumínio e o encaixe é justo. Para vedar utilizou-se cola epóxi. Em seguida, para fazer a roda, colou-se com cola branca 2 CD’s e depois de seco, colou-se com cola quente duas arruelas, uma de cada lado dos CD’s. Pegou-se o conector de 30 amperes e retirou-se duas peças de metal, retirou-se um dos parafusos de cada uma das peças e com cola quente aderiu-se uma das peças no centro das arruelas deixando o lado que tem parafuso um pouco deslocado para cima, poisele será apertado. Guardou-se a outra peça de metal junto da roda para ainda ser utilizada. Para fazer o pistão, abriu-se o bombril até que ficasse bem ralo, cortou-se uma faixa de 5cm e a enrolou na ponta do canudo. Abriu-se o clipe com o alicate até 8 que ficasse reto, fez-se uma argola na ponta, marcou-se 5cm a partir dela para entortar e fazer uma espiral. Essa peça vai no meio do bombril ocupando o lugar do canudo. Amarrou-se o a corda de pesca na argola do clipe deixando sobrar uns 20cm. Colocou-se o pistão dentro da lata de alumínio com cuidado e certificou-se que ele movimenta livre. Já para o outro pistão, cortou-se o gargalo da garrafa e lixou-se. Colocou-se uma arruela na tampa para marcar um furo no meio e outros dois pontos nas extremidades. Furou-se o ponto do centro com uma agulha e passou-se a linha de pesca bem justa e sem atrito, e os outros dois furos foram feitos mais largos para passar o clipe. Abriu-se o clipe e o entortou em formato de U para que encaixasse nos furos da tampa. Retirou-se a rosca, encaixou-se o clipe nos furos e vedou-se com cola quente se atentando para não tampar o furo central. Em seguida cortou-se a bexiga um pouco abaixo do “pescoço” e 5mm do outro lado. Encaixou-se a rosca da garrafa na bexiga passando primeiro o corte maior e depois o corte menor, vedou-se com elástico e logo após tampar, passou-se a linha de pesca que está presa no pistão de dentro para fora do gargalo da garrafa. Encaixou-se o outro lado da bexiga na lata de alumínio, deixando a tampa centralizada e a bexiga bem esticada, e vedou-se com elástico novamente. Logo após, para fazer o virabrequim, uma peça similar a uma manivela, retirou-se três peças de metal do conector de 25 amperes, retirou-se também um dos parafusos de cada uma das peças e fez-se um furo com o auxílio da furadeira e da broca de 2mm a 90° do parafuso. Esticou-se o clipe numa régua e marcou-se alguns pontos para que possa dobrá-lo nas medidas exatas e encaixar os conectores nos lugares correspondentes. Posteriormente, preparou-se a outra lata de alumínio retirando a parte superior com o abridor e fazendo o acabamento das rebarbas com o alicate. Fez-se dois furos a 2cm do topo da lata, um de cada lado e traçou-se uma linha entre os furos, a partir da linha foi marcado um ponto a 6 cm abaixo e desenhou-se também um círculo, onde as limitações eram a linha entre os furos e o ponto marcado a 6cm abaixo. Cortou-se o círculo com o auxílio do estilete e cortou-se também o fundo da lata. 9 O próximo passo é furar a lata de leite em pó. Furou-se toda a lata com a furadeira para permitir bastante ventilação, primeiramente com uma broca de 4mm, depois com uma broca de 6mm e para finalizar com uma broca de 10mm. Na montagem, encaixou-se o virabrequim na lata de alumínio na qual abriu-se um círculo, uma ponta em cada furo e com os parafusos das peças de metal virados todos para baixo e para fora. Em uma ponta, prendeu-se a roda feita com os CD’s e na outra ponta a peça de metal para ficar bastante firme. Os parafusos foram apertados. Depois disso, inseriu-se a lata que está o virabrequim sobre a lata que está fechada com a bexiga, as duas pontas do clipe foram parafusadas nas peças de metal das extremidades do virabrequim e a corda de pesca parafusada na peça central depois de ser bem esticada. Colocou-se água gelada na lata de atum e a vela acesa dentro da lata de leite em pó, junto com todo o sistema superior. O projeto final está demonstrado na Figura 2. Figura 2: Projeto final do Motor Stirling Fonte: Autoral 10 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O motor de Stirling pode ser considerado muito simples, consistindo basicamente em duas câmaras com temperaturas diferentes. A dilatação do ar nessas câmaras move um êmbolo, gerando trabalho mecânico. Como não há emissões de poluentes por parte da substância de trabalho (gases ou o ar atmosférico), os motores de Stirling são considerados de ciclo fechado. Comparados com os motores de combustão interna (como aqueles que movem os carros a gasolina) o motor de Stirling apresenta uma eficiência mais alta, atingindo 45% de eficiência energética, muito além dos 20% a 30% atingidos por outros tipos de motores, como os motores movidos a óleo diesel ou gasolina. Os motores de Stirling funcionam por meio do Ciclo Stirling: um ciclo termodinâmico reversível e cíclico que apresenta quatro tempos de funcionamento. Na figura a seguir, o diagrama P-V (Pressão x Volume) representa o funcionamento do ciclo Stirling: Figura 2: Diagrama P-V (Pressão x Volume) O número 1 é onde está acontecendo a expansão isotérmica, processo em que o ar presente no motor sofre uma expansão aproximadamente isotérmica, absorvendo calor de fontes externas (queima de carvão, velas etc.). O que acontece no número 2 é o Resfriamento isovolumétrico, o ar presente no motor transfere calor para o meio externo, mantendo-se a volume constante. Na Compressão isotérmica, 11 que é o número 3, ocorre um processo em que o ar contido dentro do cilindro do motor é contraído e sua pressão aumenta grandemente, em um processo que ocorre em temperatura constante. E por último, no número 4, o Aquecimento isovolumétrico, esse último processo ocorre a volume constante e envolve transferência de calor da fonte quente para o ar contido dentro do cilindro do motor. Os motores baseados no ciclo de Stirling apresentam algumas vantagens como por exemplo o alto rendimento, geram poucas vibrações, ou seja, são silenciosos, são pouco poluentes e podem utilizar qualquer fonte de calor. Apresentam também algumas desvantagens como um custo de fabricação mais elevado, o sistema de vedação do gás utilizado nas câmaras é de difícil controle e Mudar a velocidade de rotação desse tipo de motor é um processo complexo. 5. CONCLUSÃO Ao terminar a montagem do motor de Stirling e conseguir fazer-lo rodar concluiu-se que a prática atingiu seu objetivo. Ao ser utilizada a latinha, que funciona como um pistão deslocador, esta é movimentada para cima e o ar que estava na parte fria do cilindro é deslocado para baixo, indo para a parte mais quente. O ar é aquecido quando entra em contato com as paredes aquecidas e a pressão dentro do cilindro aumenta. O pistão de trabalho é empurrado para cima, fazendo o conjunto de manivelas girar e rodar o disco. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] BARROS, Robledo W. Avaliação Teórica e Experimental do Motor Stirling Modelo Solo 161 Operando com Diferentes Combustíveis. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Itajubá. 2005. [2] CRUZ, Vinícius G. Desenvolvimento Experimental de um Motor Stirling Tipo Gama. Dissertação de mestrado. Universidade Federal da Paraíba. 2012. 12 [3] FERNANDES, B.L.; SOUSA,R.P. Motor Stirling. Centro Universitário Salesiano Campinas. Campinas. 2010 [4] FURTADO, Gilberson Neves; NOVENTA, Mikael Martins. PROJETO DE UM MOTOR STIRLING DIDÁTICO E ANÁLISE DE RESULTADOS. 2014. 59 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do EspÍrito Santo Centro de TecnolÓgico Departamento de Engenharia Mecânica, Vitória, 2014. 13