QUESTOES_RESOLVIDAS_REFERENTE_AO_DIREITO-1

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QUESTÕES RESOLVIDAS REFERENTE AO DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
01) Como poderá dispor de seus bens o testador que tiver descendente, 
ascendente ou cônjuge sucessível? 
R.: Somente poderá livremente dispor de metade de seus bens, pois a outra 
metade pertencerá de pleno direito aos herdeiros necessários. 
 
02) O testador poderá estabelecer cláusula de inalienabilidade, 
impenhorabilidade ou de incomunicabilidade sobre os bens da legítima? 
R.: Não, exceto se houver justa causa, que deverá ser declarada no 
testamento. Somente poderá estabelecer essas cláusulas, sem justificá-
las, sobre os bens da parcela disponível. 
 
03) De que modo ficarão afetados os direitos do herdeiro necessário sobre a 
legítima, se o testador lhe deixar sua parte disponível ou algum legado? 
R.: O herdeiro necessário que recebe bens ou legados da parte disponível 
não perderá direito à legítima. 
 
04) Como deverá proceder o testador se desejar excluir da sucessão os 
herdeiros colaterais? 
R.: Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador 
disponha de seu patrimônio sem os contemplar. Não se exige manifestação 
expressa para a exclusão. 
 
05) O que nossa lei civil considera testamento? 
R.: Nossa lei civil considera testamento o ato jurídico unilateral, pelo qual 
alguém, de conformidade com a lei, dispõe, no todo ou em parte, de seu 
patrimônio, para valer depois da morte do testador. 
 
06) Além de direitos patrimoniais, sobre que mais pode dispor o testamento? 
R.: O testamento pode dispor sobre matérias estritamente pessoais ou 
morais, como, por exemplo, reconhecer filhos naturais, nomear tutor para 
filho menor ou constituir renda, por exemplo. 
 
07) Sobre o que não pode dispor o testamento? 
R.: O testamento não pode dispor sobre a legítima dos herdeiros 
necessários. 
 
08) Quem pode testar? 
R.: Pode testar toda pessoa capaz na data em que praticar o ato, e também 
o maior de 16 anos. Sendo ato personalíssimo, poderá ser mudado a 
qualquer tempo, prevalecendo a última versão sobre as demais. 
 
09) Quais as características do testamento? 
R.: As características do testamento são: é ato jurídico unilateral, gratuito, 
solene e revogável. 
 
10) Quem não pode testar? 
R.: Não podem testar, além dos incapazes, os que, no ato de fazê-lo, não 
tiverem pleno discernimento. 
 
11) O testador faz e registra o testamento em fevereiro de 2003, data em que 
era plenamente capaz. Em maio de 2003 é acometido de moléstia, que o 
incapacita à prática de qualquer ato da vida civil. Perderá o testamento a 
validade? 
R.: Não. A incapacidade superveniente do testador, isto é, aquela que 
ocorre após ter testado, não invalida o testamento. 
 
12) O testador faz e registra o testamento em fevereiro de 2003, data em que 
sofria de moléstia que o incapacitava à prática de qualquer ato da vida civil. Em 
outubro de 2005, após longa convalescença, recupera plenamente sua 
capacidade. Adquirirá validade o testamento? 
R.: Não. A capacidade superveniente do testador, isto é, aquela que ocorre 
após ter testado, não valida o testamento feito quando era incapaz. 
 
13) De que tipos podem ser o testamento? 
R: O testamento pode ser ordinário ou especial. 
 
14) De que espécies podem ser o testamento ordinário? 
R: O testamento ordinário pode ser público, cerrado e particular. 
 
15) De que espécies podem ser o testamento especial? 
R.: O testamento especial pode ser marítimo, aeronáutico e militar. 
 
16) Quais os tipos de testamento expressamente vedados pela legislação 
brasileira? 
R: Proíbe-se o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou 
correspectivo. Também não se admitem outras formas de testamentos 
especiais, além dos mencionados no CC. 
 
17) Que é testamento público? 
R: Testamento público é o lavrado pelo tabelião ou por seu substituto legal, 
no livro de notas, contendo a declaração de vontade do testador. 
 
18) Quais os requisitos de validade do testamento público? 
R: Os requisitos de validade do testamento público são: a) depois de 
lavrado o instrumento, deverá ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador 
e a 2 testemunhas, a um só tempo; poderá, se o testador o desejar, ler ele 
próprio o instrumento em voz alta, na presença de 2 testemunhas e do 
oficial; b) o instrumento deverá será assinado pelo testador, pelas 
testemunhas e pelo tabelião. 
 
19) Como se procederá se o testador não souber ou não puder assinar? 
R: Nesses casos, o tabelião ou seu substituto legal assim o declarará, 
assinando pelo testador, a seu rogo, uma das testemunhas 
instrumentárias. 
 
20) Como será lavrado o testamento público do indivíduo inteiramente surdo, 
sabendo ler? 
R.: Se inteiramente surdo o testador, sabendo ler, lerá seu testamento. Se 
não souber ler, designará quem o leia em seu lugar, presentes as 
testemunhas. 
 
21) Como será lavrado o testamento público do indivíduo cego? 
R: O cego, ao qual somente se permite o testamento público, terá o 
testamento lido duas vezes, uma pelo tabelião ou seu substituto legal, e a 
outra por uma das testemunhas, por ele designada, fazendo-se de tudo 
menção circunstanciada no testamento. 
 
22) Que é testamento cerrado? 
R.: Testamento cerrado (ou testamento secreto, ou ainda, testamento 
místico) é o escrito pelo próprio testador, ou por alguém a seu mando, com 
caráter sigiloso, completado pelo instrumento de aprovação lavrado pelo 
tabelião ou seu substituto legal, na presença de 2 testemunhas. 
 
23) Quais os requisitos de validade do testamento cerrado? 
R: Os requisitos de validade do testamento cerrado são: a) o testador 
deverá entregá-lo ao tabelião em presença de 2 testemunhas; b) o testador 
deverá declarar que aquele é o seu testamento e manifestar sua vontade 
de que seja aprovado; c) o tabelião deve lavrar o auto de aprovação, na 
presença de testemunhas, imediatamente depois da última palavra do 
testador, declarando sob sua fé, que o testador lhe entregou para ser 
aprovado na presença de testemunhas; d) o tabelião deverá cerrar e coser 
o instrumento aprovado; e) o tabelião deverá ler o auto de aprovação ao 
testador e às testemunhas e; t) o auto ( aprovação deverá ser assinado pelo 
tabelião, pelas testemunhas e pelo testador. 
24) Que é testamento particular? 
R: Testamento particular é o escrito pelo testador, de próprio punho ou 
mediante processo mecânico, lido e assinado em presença de 3 
testemunhas, que também o subscreverão. É também chamado de 
testamento hológrafo (holos = inteiro + graphein = escrever). 
 
25) O que é codicilo? 
R: Codicilo é o ato de última vontade, em que o de cujus dispôs sobre 
assunto de menor importância, tais como donativos de pequeno valor a 
pessoas certas determinadas, despesas pequenas, além de nomear ou 
substituir testamenteiro perdoar o indigno, reservar parcelas para o 
sufrágio de sua alma. 
 
26) Qual o grau de autonomia que guardam entre si o codicilo e o testamento? 
R: Ambos são autônomos, independem um do outro, mas o codicilo pode 
ser parte integrante de testamento. 
 
27) Quais as formas previstas de codicilo? 
R: Admite-se somente a forma hológrafa, ou seja, escrita, podendo ser feito 
aberto ou cerrado. 
 
28) Como pode ser revogado o codicilo? 
R: Por outro testamento ou outro codicilo posteriores. Para que um 
testamento revogue codicilo anterior, basta que não se refira a ele. Mas 
testamento não pode ser revogado por codicilo. 
 
29) Qual o prazo para impugnar a validade do testamento ou do codicilo? 
R: O prazo para impugnar a validade do testamento ou do codicilo é de 5 
ano contados da data do seu registro. 
 
30) Quais os princípios a que deve obedecer a instituição de herdeiro ou 
legatário? 
R: Os princípios a que deve obedecer a instituição de herdeiro ou legatário 
são os seguintes: a) as disposições relativasàs nomeações devem emergir 
diretamente do testamento; b) as disposições testamentárias somente 
podem ser feitas em benefício de pessoas físicas ou jurídicas; c) a herança 
deverá ser atribuída diretamente a determinada pessoa ou pessoas, sendo 
inadmissível sua atribuição a gerações futuras, ainda inexistentes, exceto 
no caso de fideicomisso e instituição condicional; d) a vontade de 
beneficiar deve estar manifestada de modo expresso e; e) não serão 
cumpridas disposições meramente enunciativas ou disjuntivas. 
 
31) De que formas pode ser feita a nomeação de herdeiro ou legatário? 
R: Pura e simples, quando efetuada sem imposição de qualquer cláusula, 
limitação ou modificação; e condicional, quando, para tomar-se eficaz, 
deverá ocorrer evento futuro e ainda incerto. 
 
32) Em que consiste a nomeação de herdeiro ou legatário por certa causa? 
R.: Via de regra, o testador não precisa dar a razão pela qual nomeia alguém 
seu herdeiro ou legatário, mas é possível indicar a causa determinante do 
ato. 
 
33) Indicada pelo testador a causa pela qual nomeia alguém seu herdeiro, e 
verificada posteriormente que esta causa é falsa, qual a solução que se impõe? 
R: O testamento não será cumprido em relação à pessoa indicada. 
 
34) O que é nomeação a termo? 
R: Nomeação a termo é a nomeação de herdeiro ou legatário a partir de 
determinada data, e não a partir do momento em que se abre a sucessão 
ou se partilha o monte. É modalidade não permitida no direito brasileiro 
para o herdeiro, mas permitida para o legatário. 
 
35) Como deverá ser interpretada a cláusula testamentária, caso mais de uma 
interpretação seja possível? 
R: Caso a cláusula testamentária seja suscetível a mais de uma 
interpretação, prevalecerá o entendimento que melhor assegure o 
cumprimento da efetiva vontade do testador. 
 
36) Quais as nulidades das disposições testamentárias previstas no Código 
Civil? 
R: As nulidades das disposições testamentárias previstas no CC são as 
seguintes: a) instituição de herdeiro, ou legatário, sob a condição 
captatória de que este disponha, em seu testamento, em beneficio do 
testador ou de terceiro; b) a referência à pessoa incerta, cuja identidade 
não seja possível averiguar; c) a referência à pessoa incerta, cuja 
identidade deva ser determinada por terceiro; d) a determinação de que o 
herdeiro ou outrem arbitre o valor ao legado e; e) a disposição que favoreça 
as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802. 
 
37) Em que circunstâncias permite a lei que se atenue a proibição de testar em 
favor de pessoa incerta? 
R: Admite-se disposição em favor de pessoa incerta, cuja determinação 
deva ser feita por terceiro, dentre duas ou mais pessoas expressamente 
indicadas no testamento, ou pertencentes a uma família, ou a um corpo 
coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado (art. 1.901, I CC). 
 
38) Em que circunstâncias permite a lei que se atenue a proibição de testar, 
deixando o valor para ser arbitrado por terceiros? 
R: O testador pode testar em favor daquele que lhe prestou serviços,por 
ocasião da moléstia de que faleceu, mesmo que o valor seja determinado 
por terceiro. (art.1.901, II CC). 
 
39) Será nula a disposição que contiver erro na designação de herdeiro, de 
legatário ou na individuação da coisa legada? 
R.: Em princípio, será nula, exceto se for possível identificar, pela análise 
do contexto do testamento, pela leitura de outros documentos, ou pelo 
exame de fatos inequívocos, a pessoa ou coisa a que o testador desejava 
verdadeiramente referir-se. 
 
40) Como será feita a partilha dos bens se o testador indicar dois ou mais 
herdeiros, sem discriminar a porção que cabe a cada um? 
R: Será partilhada por igual. Mas, se o testador possuir herdeiros 
necessários, somente poderá ser partilhada a porção disponível. 
 
41) Em que consiste a cláusula de inalienabilidade, em testamento? 
R: A cláusula de inalienabilidade imposta aos bens por ato de liberalidade 
consiste na proibição, feita ao herdeiro beneficiado, de caráter temporário 
ou vitalício, de vender ou doar os bens legados. A existência dessa 
cláusula implica também na impenhorabilidade e na incomunicabilidade 
dos bens aos quais é imposta. 
 
42) Em que casos poderá ser invalidada a cláusula de inalienabilidade? 
R: Em princípio, nenhum ato judicial poderá invalidá-la. No entanto, bens 
por ela clausulados poderão ser expropriados por necessidade ou por 
utilidade pública, ou ainda por interesse social, e também levados a leilão 
ou praça para pagamento de tributos relativos aos próprios bens. 
 
43) Em que consiste a cláusula de incomunicabilidade? 
R.: A cláusula de incomunicabilidade, que resulta, em regra, da cláusula de 
inalienabilidade, é a que proíbe o beneficiário de transmitir o bem a 
terceiros. Pode, entretanto ser instituída, em relação a determinadas 
pessoas, como, por exemplo, ao cônjuge do herdeiro. 
 
44) Qual a diferença entre legatário e herdeiro? 
R: O legatário recebe coisa determinada e precisa, deixada a título singular. 
O herdeiro aufere todos os direitos patrimoniais do autor da herança, ou 
fração, sem individuação de valores ou de objetos. 
 
45) Em que momento entra o legatário na posse da coisa legada? 
R: O domínio de coisa infungível é adquirido no momento da sucessão; se 
a coisa for fungível, somente será transmitida quando feita a partilha. 
 
46) Em que difere a situação do legatário da do herdeiro? 
R: O herdeiro adquire a posse sobre os bens da herança a partir do 
momento da abertura da sucessão, sendo os bens fungíveis ou infungíveis, 
independentemente de pedido. É situação superior à do legatário que, no 
caso de bens fungíveis, deverá aguardar a partilha para recebê-los, além 
de ter de pedi-Ia ao juiz do inventário. 
 
47) Como podem caducar os legados? 
R.: Podem caducar, basicamente por oito formas: a) se, depois do 
testamento, o testador modificar a coisa legada a ponto de não ter a forma, 
nem lhe caber a denominação que possuía; b) se o testador alienar, por 
qualquer título, no todo ou em parte a coisa legada; c) se a coisa perecer 
ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro; d) se o 
legatário for excluído da sucessão nos termos do art. 1.815; e) se o 
legatário falecer antes do testador; f) se o legatário renunciar ao legado; g) 
se falecer o legado antes do implemento de condição suspensiva a que a 
liberalidade estava subordinada; h) por incapacidade do legatário no 
momento da abertura da sucessão. 
 
48) Qual a conseqüência da caducidade do legado? 
R: Os bens legados voltam à massa hereditária, aproveitando os herdeiros, 
entre os quais se partilhará. 
 
49) Em que consiste o direito de acrescer? 
R: É o que sucede, na sucessão testamentária, quando o testador institui 
vários herdeiros, deixando-lhes a mesma herança ou o mesmo legado, em 
quinhões não determinados, e um destes herdeiros não puder ou não 
quiser aceitar o benefício, por qualquer razão, acrescendo-se sua parte aos 
demais. 
 
50) Por que o direito de acrescer não se aplica à sucessão legítima? 
R: Porque, faltando o herdeiro, no momento da abertura da sucessão, 
opera o direito de representação, nos casos legalmente previstos, e o 
quinhão de cada herdeiro permanece o mesmo. 
 
51) O que são substitutos sucessórios? 
R: Substitutos sucessórios são pessoas indicadas para recolher a herança, 
ou legado, na falta ou depois de outra, herdeira instituída ou legatária, 
nomeada em primeiro lugar. 
 
52) Quaisquer pessoas podem ser substitutos sucessórios? 
R: Não, apenas os herdeiros ou os legatários, nomeados pelo testador, em 
segundo lugar. 
 
53) Que espécies de substituição podem ser efetuadas pelo testador? 
R: O testador poderá substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário, 
podendo a substituição ser de três espécies: a) vulgar; b) recíproca;e c) 
fideicomissária. 
 
54) Em que consiste a substituição vulgar? 
R: A substituição vulgar é aquela em que o testador designa a pessoa que 
deve substituir o herdeiro ou legatário, quando estes não querem, ou não 
podem, aceitar a herança, ou o legado. 
 
55) De que formas pode dar-se a substituição vulgar? 
R: A substituição vulgar pode ser: a) simples, quando um só substituto é 
indicado para um ou para muitos herdeiros ou legados instituídos; b) 
coletiva, quando há mais de um substituto e; c) recíproca, se os 
contemplados no testamento substituem-se uns aos outros. 
 
56) Em que consiste a substituição fideicomissária? 
R: Substituição fideicomissária - firmada em fideicomisso - é aquela em 
que o testador estipula encargo ao herdeiro, ou ao legatário (denominados 
fiduciários ou gravados), a quem se transmitem os bens, que consiste em 
fazer com que esses bens também se transmitam, por sua vez, após a 
morte destes, ou depois de certo tempo, a terceiro (denominado 
fideicomissário), indicado pelo testador. Existem, portanto, duas 
disposições, a ser cumpridas sucessivamente. O fiduciário é chamado à 
propriedade da coisa fideicometida, para transmiti-Ia, depois de seu 
falecimento, ao fideicomissário, depois de decorrido certo tempo, ou 
depois de verificada determinada condição. 
 
57) Em que hipótese é permitida a substituição fideicomissária? 
R: A substituição fideicomissária é permitida somente em favor dos não 
concebidos ao tempo da morte do testador e se, ao tempo da morte do 
testador, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá este a propriedade 
dos bens fideicometidos, convertendo-se em usufruto o direito do 
fiduciário. 
 
58) Qual a finalidade da substituição fideicomissária? 
R: A substituição fideicomissária é a única forma legal de legar bens a 
pessoas incertas ou ainda não existentes, como, por exemplo, a prole 
eventual de um de seus descendentes. 
 
59) Quais os requisitos para que seja reconhecida a substituição 
fideicomissária? 
R: Os requisitos para que seja reconhecida a substituição fideicomissária 
são: a) deve haver dupla vocação hereditária, do fiduciário e do 
fideicomissário em relação a fideicomitente; b) a ordem de vocação 
hereditária deverá ser sucessiva; e c) o fiduciário deve assumir a obrigação 
de conservar a coisa, para depois transmiti-la. 
 
60) Quais as diferenças entre o usufruto e o fideicomisso? 
R: São, basicamente, três diferenças: a) no usufruto, o domínio fragmenta-
se, tendo o proprietário a nua-propriedade e o usufrutuário a permissão de 
retirar da coisa seus frutos; no fideicomisso, o domínio permanece 
integral; b) no usufruto, o nu-proprietário e o usufrutuário exercem seus 
direitos simultaneamente; no fideicomisso, os direitos são exercidos 
sucessivamente, primeiro pelo fiduciário, e depois da substituição, pelo 
fideicomissário; c) ao tempo da constituição do usufruto, é obrigatório já 
serem conhecidos os titulares da relação jurídica; no fideicomisso, o 
fideicomissário não será nascido, ao tempo da instituição da substituição 
fideicomissária. 
 
61) De que formas se extingue o fideicomisso? 
R: Extingue-se o fideicomisso pelas seguintes formas: a) por renúncia 
expressa do fideicomissário; b) por morte do fideicomissário antes do 
fiduciário; c) por morte do fiduciário que não deixa herdeiros legítimos nem 
testamentários; e d) pela renúncia do fiduciário, admitida em casos 
especiais. 
 
62) Quais as espécies de substituição existentes? 
R: a) Vulgar, direta ou ordinária; b) fideicomissária e; c) compendiosa. 
 
63) Em que consiste a substituição vulgar? 
R: Substituição vulgar é aquela estabelecida no caso de o beneficiário não 
querer ou não poder recolher sua parte na herança. 
 
64) O que ocorre se o fiduciário renunciar à herança ou ao legado? 
R: Nesse caso, salvo disposição em contrário do testador, defere-se ao 
fideicomissário o poder de aceitar. 
 
65) Até que grau de parentesco pode ser feita a substituição fideicomissária? 
R.: A lei permite substituição fideicomissária até o 2° grau; além do 2" grau, 
são nulos os fideicomissos (art. 1.959). 
 
66) Em que consiste a substituição compendiosa e como se opera? 
R: Substituição compendiosa consiste em um misto da substituição vulgar 
e da fideicomissária. Ocorre, por exemplo, se o testador institui o filho 
como herdeiro, mas estabelece que, caso faleça ele antes do testador, 
outra pessoa deverá receber a herança, em lugar do filho. 
 
67) Em que consiste a revogação do testamento? 
R: Revogação do testamento é o ato jurídico pelo qual o testador exprime 
a vontade de modo diverso ao anteriormente manifestado no testamento, 
que perde, então, a eficácia. 
 
68) Qual a única parte do testamento cuja revogação é vedada por lei? 
R: A Lei n° 6.515/77 (Lei do Divórcio) estabeleceu que, ocorrendo reconheci-
mento de filho havido fora do matrimônio, em testamento cerrado, aprovado 
antes ou depois do nascimento do filho, esta parte será irrevogável. Pela redação 
do novo CC (art. 1.609), o reconhecimento de filho é irrevogável ainda que 
incidentalmente manifestado em testamento. 
 
69) Quais os modos possíveis de revogação? 
R: A revogação pode ser expressa, quando o testador estabelece novo 
testamento, considerado válido, ou tácita, quando o testador faz novas 
disposições, incompatíveis com as primeiras. 
 
70) A que forma deverá obedecer o testamento que revoga o anterior? 
R: De acordo com a regra do paralelismo das formas, para que um testamento 
revogou o anterior, deverá obedecer ao mesmo modo e forma legais do 
testamento que se pretende revogar. 
 
71) Em que hipótese rompe-se o testamento? 
R.: Rompe-se o testamento em todas as suas disposições nas seguintes 
hipóteses: a) se sobrevier descendente sucessível ao testador, que não o tinha 
ou não o ,conhecia quando testou, desde que sobreviva ao testador; ou b) se o 
testamento foi feito na ignorância de existirem outros herdeiros necessários. Não 
se rompe o testamento, no entanto, se o testador dispuser de sua metade, não 
contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os 
exclua dessa parte. 
 
72) 0 que é testamentaria? 
R.: Testamentaria é o conjunto de direitos e obrigações do testamenteiro, 
ao 
exercer suas funções. 
 
73) Qual a natureza jurídica da testamentaria? 
R.: É instituto que não se confunde com o mandato nem com a tutela. A 
melhor doutrina considera-o instituto sui generis, cujo traço característico 
é a determinação das funções do testamenteiro pelo testador, atuando 
aquele como agente de execução da vontade deste. 
 
74) Quais as obrigações do testamenteiro? 
R.: O testamenteiro deve, com ou sem o concurso do inventariante e dos 
herdeiros instituídos, defender a validade do testamento. Isto significa que 
fará cumprir as estipulações contidas no testamento nos prazos 
estabelecidos, defender a posse dos bens da herança e requerer ao juiz os 
meios necessários para cumprir as disposições testamentárias. Além 
disso, deverá prestar contas do que recebeu e despendeu, enquanto 
subsistir a validade do testamento. 
 
75) Quem pode servir como testamenteiro? 
R.: De modo geral, qualquer pessoa física idônea, homem ou mulher, 
qualquer que seja seu estado civil, desde que no pleno gozo de sua 
capacidade civil. Em princípio, pessoa jurídica não poderá servir como 
testamenteiro, mas, se a nomeação não for devidamente impugnada, 
exercerá o cargo, com todas as obrigações e direitos, inclusive a 
percepção do prêmio (remuneração de 1 % a 5% sobre o valor da herança 
líquida denominada vintena). 
 
76) Quem expressamente não pode servir como testamenteiro? 
R.: Além dos civilmente incapazes (ainda que representados ou assistidos 
por seus tutores ou curadores), não podem exercer a função de 
testamenteiros: a) aquele que escreve o testamentoa rogo do testador, 
seus descendentes, ascendentes, cônjuges e irmãos, exceto se renunciar 
ao prêmio; b) pessoa em débito para com o espólio; e c) pessoa residente 
fora do Brasil, a não ser que outorgue mandato. 
 
77) Qual a ordem de preferência na nomeação de testamenteiro quando o 
testador não o tiver feito? 
R.: Na falta de testamenteiro nomeado pelo testador, a execução 
testamentária 
compete a um dos cônjuges , e, em falta destes, ao herdeiro nomeado