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PODER JUDICIÁRIO
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
(Arts. 92 ao 135, CF/88)
PODER JUDICIÁRIO
Ao Poder Judiciário é atribuída a função jurisdicional, pela qual o
Estado aplica o direito, disciplinando os casos concretos,
mantendo o equilíbrio e a paz da sociedade.
“O intermediário qualificado para resolver conflitos, em uma
sociedade organizada, é o Poder Judiciário. Uma democracia só
se consolida e se mantém sólida quando o Judiciário, como
instituição imparcial, é acionado e oferece soluções aos casos
concretos levados a seu conhecimento pelas partes”. Cláudio
Lembo.
PODER JUDICIÁRIO
Forte autonomia e independência do Judiciário, garantindo a
ele autonomia administrativa e financeira (art. 99).
Despertar de uma nova missão e vontade política dos seus
integrantes, que experimentaram uma nova realidade dentro do
Estado de Direito.
Em linhas bem gerais Ao Judiciário coube a tarefa de exercer a
jurisdição, ou seja, de exercer a atividade preordenada à
concreção terminal do direito.
Cabe a tarefa de aplicar a norma jurídica abstrata e geral ao
caso concreto, resolvendo conflitos individuais e sociais, numa
atuação voltada para pacificação social, que lhe é bem
própria.
ESTRUTURA BÁSICA
Órgãos do Poder Judiciário (art. 92, CF/88):
. Supremo Tribunal Federal
. Conselho Nacional de Justiça (EC 45/2004)
. Superior Tribunal de Justiça
. Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais
. Tribunais e Juízes do Trabalho
. Tribunais e Juízes Eleitorais
. Tribunais e Juízes Militares
. Tribunais e Juízes dos Estados e do DF e dos Territórios
PODER JUDICIÁRIO- GARANTIAS
VEDAÇÕES
REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO
- EC 62/2009 - PRECATÓRIOS
- EC 45/2004:
 ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS
 SÚMULA VINCULANTE
 CRIAÇÃO DO CNJ – Art. 92, I-A, CF
 INCLUSÃO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO
PROCESSO COMO DIREITO FUNDAMENTAL
PODER JUDICIÁRIO
A tradição brasileira de desprestigio do Poder 
Legislativo e da ascensão do Judiciário.
Judiciário, onde seus membros não são conduzidos mediante o voto popular,
seria o ambiente mais adequado para as figuras políticas, que bem
procuram aparecer perante o seu eleitorado. Assim se verificou em temas
recentes e polêmicos, como uniões homoafotetivas, interrupção de gestação
ou demarcação de terras indígenas.
Atuação positiva do Supremo Tribunal Federal no campo político. 
O grande desafio a ser vencido pelo sistema de tripartição de
poderes, tendo em conta que seu espírito é exatamente evitar a
concentração de “poderes” em único ente; no caso brasileiro, o
Judiciário vem se sobrepondo estrategicamente sobre o Executivo
quando interfere na opção do gestor da coisa pública; e sobre o
Legislativo quando se substitui à lei.
DEMOCRACIAS MODERNAS- Judiciário forte e independente
Constitucionalização abrangente e analítica – constitucionalizar é, em última
análise, retirar um tema do debate político e trazê-lo para o universo das
pretensões judicializáveis – e do sistema de controle de constitucionalidade
vigente entre nós, em que é amplo o acesso ao Supremo Tribunal Federal
por via de ações diretas.
PODER JUDICIÁRIO
Funções do Poder Judiciário moderno
Eugenio Raúl Zaffaroni identifica três funções do Poder Judiciário 
contemporâneo: 
1. decidir os conflitos;
2. controlar a constitucionalidade das leis;
3. realizar seu autogoverno. 
Luiz Flávio Gomes afirma serem cinco as funções do Poder Judiciário:
1. aplicar contenciosamente a lei aos casos concretos;
2. controlar os demais poderes;
3. realizar seu autogoverno;
4. concretizar os direitos fundamentais;
5. garantir o Estado Constitucional Democrático de Direito.
Essa independência pode se confundir em usurpação de poderes. 
PODER JUDICIÁRIO
Aplicar Contenciosamente a Lei aos Casos Particulares
 Montesquieu- juízes são “a boca que pronuncia as palavras da lei; são seres
inanimados que não podem moderar nem sua força, nem seu rigor”.
Simplifica o exercício da jurisdição a um fenômeno estritamente mecânico e
reduzir a figura do magistrado a mero aplicador da lei.
CARLOS MAXIMILIANO- a aplicação do direito consiste no
enquadrar um caso concreto em a norma jurídica adequada.
Submete às prescrições da lei uma relação da vida real; procura
e indica o dispositivo adaptável a um fato determinado. Por
outras palavras: tem por objeto descobrir o modo e os meios
de amparar juridicamente um interesse humano.
Demandas plurissubjetivas, onde se buscar dar mais celeridade
efetivada ao processo, aplicar a lei contenciosamente aos casos
particulares continua sendo
PODER JUDICIÁRIO
CONTROLAR OS DEMAIS PODERES E A CHAMADA “JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA”
 O Controle judicial é aquele exercido privativamente pelos órgãos do Poder Judiciário, sobre
os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário quando este
realiza atividades administrativas.- controle a posteriori
 Não se pode excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça de
direito, individual ou coletivo (art. 5° XXXV CF/88)
A Justiça Ordinária tem a faculdade de julgar todo ato da administração praticado por agente de
qualquer órgão ou Poderes do Estado, limitando-se apenas quanto ao objeto do controle, que há de ser
unicamente a legalidade, sendo-lhe vedado, a rigor, pronunciar-se sobre a conveniência, oportunidade
ou eficiência do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo.
Antoine Garapon-REDIMENSIONAMENTO DO PAPEL DO JUDICIÁRIO NAS SOCIEDADES
CONTEMPORÂNEAS SERIA CONSEQÜÊNCIA DA RUÍNA DO EDIFÍCIO MENTAL E INSTITUCIONAL DA
MODERNIDADE E A CRISE DO PARADIGMA POLÍTICO DA DEMOCRACIA E DA SUA EXPRESSÃO
DOGMÁTICA – A SOBERANIA POPULAR
O Judiciário tem avançado o campo da política onde prosperam o individualismo absoluto, a
dessacralização da natureza simbólica das leis e da ideia de justiça, a deslegitimação da comunidade
política como palco da vontade geral, a depreciação da autonomia cidadã e sua substituição pela
emergência do cidadão-cliente e do cidadão-vítima, com seus clamores por proteção e tutela, a
racionalidade incriminadora e, afinal, o recrudescimento dos mecanismos pré-moderrnos de repressão e
manutenção e da ordem.
PODER JUDICIÁRIO
 Dalmo de Abreu Dallari sustenta que “Os juízes exercem atividade
política em dois sentidos: por serem integrantes do aparato de
poder do Estado, que é uma sociedade política, e por aplicarem
normas de direito, que são necessariamente políticas”.
Ernani de Carvalho elenca seis condições para o surgimento e a
consolidação da judicialização da política, a saber:
a) Democracia
b) Separação de Poderes
c) Direitos Políticos
d) O Uso dos Tribunais pelos Grupos de Interesse
e) O Uso dos Tribunais pelos Partidos de Oposição
f) Inefetividade das Instituições Majoritárias
De um ponto de vista institucional, a JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA define-se
como um processo de transferência decisória dos Poderes Executivo e
Legislativo para os magistrados e tribunais, que passam, dentre outros
temas controversos, a revisar e implementar políticas públicas e rever as
regras do jogo democrático.
PODER JUDICIÁRIO
Proteger os Direitos Fundamentais
O Poder Judiciário deve atuar de forma ativa, suprindo
omissões legislativas e executivas, redefinindo políticas
públicas quando ocorrer inoperância de outros poderes.-
buscar a concretização de todas as normas
constitucionais .
Constitucionalismo cooperativo
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeitodos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos
Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo
anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos
jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-
lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de
órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na
qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação
da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após
três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
A Defensoria Pública é instituição
permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
como expressão e instrumento do
regime democrático,
fundamentalmente, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral
e gratuita, aos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º desta
Constituição Federal.
O advogado é indispensável à administração
da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos
limites da lei.

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