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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ – IFCE CAMPUS ACARAÚ Relatório de aula experimental: Eletricidade e Campo Elétrico Acaraú – CE 03 de novembro de 2019 Nome: José Eurimar Araújo Curso: Licenciatura em Física Disciplina: Física Experimental II 2 1. INTRODUÇÃO A eletricidade sempre causa grande fascínio ao ser humano, o conhecimento sobre essa força da natureza alavancou a indústria e o desenvolvimento de cidades com muita intensidade com suas maquinas, equipamentos além de agilizar a vida do ser humano com seus eletrônicos e objetos para a realização mais rápida de atividades diárias. Fenômenos elétricos como, eletrização, descargas elétricas, repulsão e atração são bastante comuns e são fáceis de serem analisados e estudados. Um objeto de material metálico pode ser friccionado com um tecido de lã até o ponto de retirar partículas carregadas da superfície desse material, podendo assim, repelir ou atrair outros materiais mais leves ao seu entorno. Dentro dos estudos da eletricidade, pode-se encontrar o conceito de campo elétrico que segundo Dominguez, M. E. D., & Moreira, M. A. (1988), é uma grandeza vetorial usada para medir o campo de força de interação entre partículas (cargas) eletricamente carregadas. O campo elétrico tem como função, transmitir as interações entre essas cargas elétricas, podendo ser de afastamento ou de aproximação, de acordo com o sinal da carga que o produziu. A equação que permite encontrar o modulo de campo elétrico é dada por: �⃗� = 𝐾0. |𝑄| 𝑑2 Sendo: �⃗� : intensidade do campo elétrico (N/C) 𝐾0: constante eletrostática no vácuo (9.109 N.m2/C2) |Q|: módulo da carga que está gerando o campo d: distância entre a carga e um ponto do campo Conceitos de eletrização também são muito importantes de serem analisados e estudados, pois são através deles que se pode entender como que cargas elétricas se comportam dentro de condições que as coloquem separadas e então postas a se movimentarem para buscar o equilíbrio elétrico. Há três formas de deixar um corpo carregado eletricamente, eletrização por contato, eletrização por indução e eletrização por atrito. A eletrização por contato acontece quando se aproxima um corpo carregado eletricamente perto de um corpo neutro, isso faz com que as cargas em excesso, no corpo 3 que se aproxima se movimentarem para o corpo que não está carregado, deixando-o carregado. Processo de eletrização por contato Outro processo é a eletrização por indução, neste caso, o corpo neutro é induzido a ficar carregado sem que haja contrato entre eles. O corpo carregado se aproxima do corpo neutro, afim de repelir as cargas iguais as do corpo eletrizado que estão em excesso, deixando as opostas sendo atraídas. Depois de um tempo, faz-se uma ligação terra no corpo neutro com o intuito de retirar as cargas que estão sendo repelidas pelo corpo eletrizado, feito isso, o corpo que antes estava neutro agora encontra-se eletricamente carregado. Processo de eletrização por indução A eletrização por atrito é mais comum, esse processo é caracterizado pela eletrização por fricção de materiais de composições diferentes que ao ser gerado o atrito, elétrons irão abandonar um dos corpos que tiver maior facilidade para perder elétrons ficando carregado positivamente, já aquele que ganhar as cargas negativas ficará carregado negativamente. Processo de eletrização por atrito 4 Sabe-se que a eletricidade tem uma vasta gama de aplicabilidade, sendo assim é de extrema importância estudar fenômenos que envolvem a força eletromagnética. Diversos fenômenos podem ser realizados em laboratório e alguns podem ser facilmente replicados no cotidiano, dentro dessa perspectiva, realizou-se alguns experimentos com o propósito de analisar, verificar e estudar fenômenos com os descritos acima. A realização dos experimentos ocorreu no Laboratório de Física Experimental do Instituto Federal do Ceará – Campus Acaraú, no dia 01 de novembro de 2019. 5 2. OBJETIVOS - Reconhecer que as cargas elétricas se distribuem na superfície externa do condutor; - Reconhecer a importância da pressão e da distância entre os eletrodos na capacidade de condução elétrica de um gás; - Descrever as condições necessárias para que se estabeleça uma descarga elétrica num gás sob pressão atmosférica; - Interpretar a divisão ocorrida na chama sob a presença de um campo elétrico, em termos de ionização do ar; 6 3. MATERIAIS UTILIZADOS 3.1 – Experimento 1: Principio do funcionamento do eletroscópio de folhas e a distribuição de cargas • Gerador eletrostático; • 1 eletrodo com gancho e lâmina de alumínio de 10 mm x 180 mm; • 1 esfera auxiliar de descarga; • 1 cuba cilíndrica; • 2 conexões elétricas com pinos de tensão; • 1 lâmina de alumínio de 10mm x 50mm; • Fita adesiva 3.2 – Experimento 2: Descarga em gás sob pressão atmosférica: • Gerador eletrostático; • 1 esfera auxiliar de descarga; • 1 conexão elétrica com pinos de tensão; 3.3 – Experimento 3: A ionização das moléculas de ar submetidas à ação de um campo elétrico: • Gerador eletrostático; • 1 esfera auxiliar de descarga; • 2 conexões elétricas com pinos de tensão; • 1 condensador de placas paralelas para acoplamento ao gerador eletrostático; • 1 vela; • 1 caixa de fósforo 3.4 – Experimento 4: Efeito do vento elétrico: o “torniquete”: • 1 Gerador eletrostático; • 1 pino banana com agulha; • 1 torniquete elétrico com pivô 7 4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 4.1 - Experimento 1: Principio do funcionamento do eletroscópio de folhas e a distribuição de cargas a) Fixar o eletrodo com gancho na esfera do gerador; b) Colocar a lâmina de alumínio dobrada com as duas extremidades do mesmo tamanho no eletrodo; c) Ligar o aparelho por alguns segundos e desliga-lo após esse tempo; d) Encostar a esfera auxiliar de descarga na cabeça esférica; e) Analisar o observado; f) Prender 1 lâmina de alumínio na superfície externa e outra na superfície interna com a fita adesiva; g) Ligar o aparelho; h) Analisar o observado; 4.2 - Experimento 2: Descarga em gás sob pressão atmosférica a) Montar o gerador eletrostático e liga-lo; b) Aproximar a esfera auxiliar da cabeça metálica do gerador eletrostático; c) Descrever e analisar o observado; 4.3 - Experimento 3: A ionização das moléculas de ar submetidas à ação de um campo elétrico: a) Conectar um dos fios com pinos conectores na cabeça metálica do gerador eletrostático (-) a uma das placas paralelas; b) Conectar um dos fios com pinos na base da correia do gerador (+) a outra placa paralela; c) Posicionar as placas frente uma da outra; d) Colocar a vela numa distância de modo que fique no meio das placas; e) Ligar o gerador eletrostático; f) Analisar o observado; 4.4 - Experimento 4: Efeito do vento elétrico: o “torniquete” a) Conectar o pino banana com agulha no orifício existente no topo da esfera do gerador; b) Encaixe a agulha no torniquete de modo a mantê-lo na horizontal; c) Ligue o gerador eletrostático e observe; d) Analise observado; 8 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Experimento 1: Principio do funcionamento do eletroscópio de folhas e a distribuição de cargas Ao realizar o experimento seguindo as instruções detalhadas nos procedimentos experimentais, notou-se que as folhas de alumínio são repelidas, pois ao carregar a esfera metálica a lâmina também fica carregada com elétrons, sendo assim repelida pela esfera do eletroscópio. Na segunda parte deste experimento, que foi colocado uma lâmina de alumínio dentro e fora do aparato, notou-se que ambas também eram repelidas. De início, apresentouproblemas pois a lâmina que estava no interior não apresentava mudanças perceptíveis. Precisou-se ajustar para que a folha de alumínio ficasse mais afastada da correia, pois era essa que estava interferindo. Abaixo, as questões sobre o experimento estão resolvidas: 1. Cite três partículas fundamentais dos átomos com o valor e o sinal de suas cargas elétricas. R= Elétron com carga de -1,6 x 1019𝐶, próton com carga de 1,6 x 1019𝐶, e o nêutron não possui carga. 2. O que você entende por carga elétrica? R= Carga elétrica são partículas carregadas de energia elétrica que perturbam o campo elétrico assim como a massa perturba o campo gravitacional. 3. Expresse a lei das cargas de Coulomb? R= |𝐹| = 𝑘. | 𝑞1𝑞2 𝑑2 | “A força de ação mutua entre dois corpos carregados tem a direção da linha que une os corpos e sua intensidade é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.” 4. Compare a eletrização por atrito com a eletrização por indução. R= A eletrização por atrito necessita de uma fricção, um contato para acontecer. Na eletrização por indução é necessário somente que o corpo carregado permaneça próximo do corpo neutro, tempo suficiente para separar cargas negativas de cargas positivas. 9 Experimento 2: Descarga em gás sob pressão atmosférica Ao realizar este experimento, à medida que se aproxima a esfera auxiliar de descarga da esfera metálica carrega do eletroscópio, pode-se perceber o surgimento de faísca que saem de uma das esferas em direção à outra. A distância mínima para que as faíscas comecem a surgir é de 3 cm. As faíscas apresentavam tonalidades azuladas e um barulho forte era produzido quando surgia uma delas. O tom azulado é devido a ionização do ar envolta da esfera metálica e durante a descarga, a faísca elétrica aquece o ar produzindo o brilho azulado e o barulho por ser um aquecimento muito rápido, assim como o trovão, o raio e o relâmpago. Vale ressaltar que a medida que se aproximava a esfera auxiliar de descarga, o número de faíscas produzidas aumentava, o brilho e a intensidade do som também aumentavam. Isso se dá pelo fato do campo elétrico que envolve as duas esferas aumentar de intensidade a medida que a distancia entre as duas diminui. Abaixo, as questões sobre o experimento estão resolvidas: 1. O que se entende por campo elétrico e porque dizemos que um campo elétrico é um campo conservativo? R= É uma grandeza vetorial usada para medir o campo de força de interação entre partículas (cargas) eletricamente carregadas. O campo elétrico é conservativo porque o trabalho realizado pelo mesmo não depende da trajetória e sim de pontos relativos, ou seja, em um campo elétrico a existência de um potencial associado a cada ponto do campo, ou a existência de superfícies equipotenciais nos mostra que é um campo conservativo. 2. O que se entende por linhas de força de um campo elétrico? R= São linhas imaginarias que saem ou entram em uma partícula carregada dependendo se é positiva ou negativa, respectivamente. 3. Cite três propriedades das linhas de força do campo elétrico. R= O campo elétrico é sempre tangente as linhas de força, saem das cargas positivas e entram nas cargas negativas e as linhas nunca se cruzam. 4. Na figura apresentada no manual do experimento, assinale qual região apresenta maior intensidade de campo elétrico. R= A região que apresenta maior intensidade é a região em que se concentram maior numero de linhas de campo elétrico. 10 5. Caso abandonássemos uma carga no interior deste campo, trace as possíveis trajetórias que a mesma teria se: a) fosse positiva; b) fosse negativa R= Se fosse positiva a carga teria uma trajetória igual a das linhas de campo se fosse negativo, teria uma trajetória contraria as linhas de campo. Experimento 3: A ionização das moléculas de ar submetidas à ação de um campo elétrico Neste experimento, pode-se notar que há uma perturbação na chama da vela ao ser ligado o gerador eletrostático. À medida que as placas se afastam mais umas das outras, a perturbação demora ocorrer e diminui a intensidade de perturbação. Isso ocorre porque entre as placas carregadas existe um campo elétrico que perturbado pela presença de cargas elétricas, movimenta as partículas de ar presentes na chama, fazendo com que a chama se dívida. O distanciamento das placas revela mais uma vez que o campo elétrico diminui de intensidade à medida que a distância aumenta, por isso a perturbação é menor em cada posição que foram colocadas as placas. Abaixo, as questões sobre o experimento estão resolvidas: Experimento 4: Efeito do vento elétrico: o “torniquete” Durante a realização do experimento, pode-se notar que ao ligar o equipamento, após algum tempo a hélice (torniquete) começa a girar no sentido anti-horário devido à presença do campo elétrico. O tempo mínimo cronometrado para que a hélice começasse a girar foi de aproximadamente 6,8 s. Um detalhe que vale maior analise é que, depois do equipamento desligado, a hélice continua seu movimento até perder energia por atrito e parar, levando um tempo muito maior para que isso ocorra. O que pode-se constatar disso é que com a presença do campo elétrico, a força elétrica presente naquela região realizou trabalho sobre a hélice, dando movimento para a mesma fazendo-a girar devido ao ganho de momento angular, demorando mais tempo para parar do que para iniciar o movimento. 11 6. CONCLUSÕES O que pôde-se concluir de todos esses experimentos realizados é que o campo elétrico atua de forma a englobar todo o corpo carregado eletricamente e que ele interfere em tudo que interaja com ele. Além disso, é notável a importância do estudo a cerca dos conhecimentos da eletricidade, que pode ser facilmente reproduzida, observada, estudada e analisada em laboratório. 12 7. BIBLIOGRAFIA Dominguez, M. E. D., & Moreira, M. A. Significados atribuídos aos conceitos de campo elétrico e potencial elétrico por estudantes de física geral. Revista de ensino de física. Vol. 10 (dez. 1988), p. 67-82. Dias, V. S., & Martins, R. D. A. (2004). Michael Faraday: o caminho da livraria à descoberta da indução eletromagnética. Ciência & Educação (Bauru), 517-530. Alves, V. C., & Stachak, M. (2005). A importância de aulas experimentais no processo ensino aprendizagem em física: eletricidade. XVI Simpósio Nacional de ensino de Física-SNEF. Universidade do Oeste Paulista-UNOESTE, Presidente Prudente-SP, 1-4.