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Filosofia e etica


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Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e ética
Nome do aluno: André José das Graças 
Polo: Nova Iguaçu
Matricula: 19213110040
Questões da atividade a Distancia
1) Como se deu a passagem da cosmologia à metafisica?
R: A Filosofia nasce como cosmologia. A busca do princípio que causa e ordena tudo quanto existe na Natureza (minerais, vegetais, animais, humanos, astros, qualidades como úmido, seco, quente, frio) e tudo quanto nela acontece (dia e noite, estações do ano, nascer, transformar-se e morrer, crescer e diminuir, saúde e doença, bem e mal, feio e bonito, etc.) foi a busca de uma força natural constante e imortal, subjancente às mudanças, denominada pelos primeiros filósofos com o nome de physis. A cosmologia era explicação racional sobre a physis do Universo e, portanto, uma física.
Como, então, surgiu a metafisica? Como surgiu um saber que superou a cosmologia ou a fisica dos primeiros filósofos? Como e por que a metafisica acabou se tornando o centro e a disciplina mais importante da Filosofia? 
2) O que significam as palavras metafisica e ontologia? Quem empregou pela primeira vez? 
R: Metafísica: A palavra grega meta quer dizer: depois de, após, acima de. 
Ta: aqueles; meta: após, depois; ta physika: aqueles da fisica. Assim a expressao ta meta ta physika significa literalmente: aqueles [escritos] que estão [catalogados] após os [escritos] da fisica. 
A palavra ontalogia é composta de duas outras: onto e logia. Onto deriva-se de dois substantivos gregos, ta onta (os bens e as coisas realmente possuidas por alguém) e ta eonta (as coisas realmente existentes). Essas duas palavras, por sua vez, derivam-se do verbo ser, que, em grego, se diz einai. O particípio presente desse verbo se diz on (sendo, ente) e ontos (sendo, entes). Dessa forma, as palavras onta e eonta (as coisas) e on (ente) levaram a um substantivo: to on, que significa o Ser. O ser é o que é realmente e se opõe ao parece ser, à aparência. Assim, ontologia significa: estudo ou conhecimento do Ser, dos entes ou das coisas tais como são em si mesmas, real e verdadeiramente. 
A palavra metafisica foi empregada pela primeira vez por Andrônico de Rodes, por volta do ano 50 a.C,. quando recolheu e classificou as obras de Aristóteles que, durante muitos séculos, haviam ficado dispersas e perdidas. 
3) Por que atribuir a Parmêmides de Eléia a primeira elaboração ontológica?
R:Quando estudamos o surgimento da lógica, vimos a importância do pensamento de Parmênides. Ele foi primeiro filósofo a afirmar que o mundo percebido por nossos sentidos – o cosmos estudado pela cosmologia – é um mundo ilusório, feito de aparências, sobre as quais formulamos nossas opniões. Foi ele também o primeiro a contrapor a esse mundo mutável (feito de mudança perene dos contrários que se tranformam uns nos outros) a idéia de um pensamento e de um discurso verdadeiros referidos àquilo que é realmente, ao Ser – to on, On. 
O Ser é, diz Parmênides. Com isso, pretendeu dizer que o Ser é idêntico a si mesmo, imutável, eterno, imperecível, invisível aos nossos sentidos e visível apenas para o pensamento. Foi Parmênides o primeiro a dizer que a aparência sensível das coisas da Natureza não possui realidade, não existe real e verdadeiramente, não é.Contrapôs, assim, o Ser (On) ao Não-Ser (me On) declarando: o Não-Ser não é. A Filosofia é chamada por Parmênides de a Via da Verdade (aletheia), que nega realidade e conhecimento à Via da Opnião (doxa), pois esta se ocupa com as aparências, com o Não-Ser. 
Parmênides tornou a cosmologia impossível ao afirmar que o pensamento verdadeiro exige a identidade e não-contradição do Ser. considerando a mudança de uma coisa em outra contrária como o Não-Ser, Parmênides também afirmava que o Ser não muda porque não tem como e nem por que mudar e não tem no que mudar, pois, se mudasse, deixaria de ser o Ser, tornando-se contrário a si mesmo, o Não-Ser. como consequência, mostrou que o pensamento verdadeiro não admite a multiplicidade ou a pluralidade de seres e que o Ser é uno e único. 
Multiplicidade, mudança, nascimento e perecimento são aparencias, ilusões dos sentidos. Ao abandoná-las, a Filosofia passou da cosmologia à ontologia. 
4) Como Platão superou o problema deixado por Parmênides?
R: Platão superou o problema deixado por Parmênides quebrando a unidade-unicidade do Ser de Parmênides. Foi o que fez Platão. Que disse ele? 
Em primeiro lugar, seguindo Sócrates e os sofistas, Platão distinguiu dois sintidos para a palavra Ser: o sentido forte, em que Ser significa realidade ou existencia (o Ser é), e o sentido mais fraco, em que Ser é o verbo ser como verdo de ligação, isto é, o verbo que permite ligar um sujeito a um predicado (por exemplo: O homem é mortal). Distinguiu, assim, dois sentido para o verbo ser: o sentido existencial e o sentido predicativo. Por exemplo: “O homem é” (existe) e “O homem é mortal” 
Em segundo lugar, afirmou que, no sentido forte de Ser, existem múltiplos seres e não um só, mas cada um deles possui os atributos do Ser de Parmênides (identidade, unidade, eternidade, imutabilidade). Esses seres são idéias ou formas imaterias, que constituem o mundo verdadeiro, o mundo inteligivel. 
São seres reais as idéias do bem, do belo, do justo, do homem, dos astros, do amor, do animal, do vegetal, etc.
5) Para Platão, o que são idéias? Como é possivel conhecelas? 
R: Platão afirmou que, no sentido mais fraco do verbo de ligação ou da predicação, cada ideia é um sujeito real, que possui um conjunto de predicados reais ou de prioridades essenciais e que a fazem ser o que ela é em si mesma. 
Uma idéia é (existe) e uma idéia é uma essência ou conjunto de qualidades essenciais que a fazem ser o que ela é necessariamente (possui predicados verdadeiros). Por exemplo, a justiça é (há a idéia de justiça) e há seres humanos que são justos (possuem o predicado da justiça como parte de sua essência).
Dessa maneira, cada idéia, em si mesma, é una, idêntica a si mesma, eterna e umutável – uma idéia é. Ao mesmo tempo, cada idéia difere de todas as outras pelo conjunto de qualidades ou propriedades internas e necessárias pelas quais ela é uma essência determinada, diferente das demais (a idéia de homem é diferente de planeta, que é diferente da idéia de peleza, que se difere da idéia de coragem, etc.). 
A tarefa da Filosofia é dupla:
	
1. deve conhecer q idéias existem, isto é, idéias são;	
2. deve conhecer quais são as qualidades ou prioridades essenciais de uma idéia, isto é, o que uma idéia é, sua essência. 
Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ed Àtica, 2000.

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