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Impactos na adoção de Basiléia III nos Bancos Brasileiros

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UBS - Escola de Negócios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impactos na adoção de Basiléia III nos Bancos Brasileiros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fernando Henrique Bacchereti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fernando Henrique Bacchereti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impactos na adoção de Basiléia III nos Bancos Brasileiros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como parte 
dos requisitos para a conclusão do Curso de 
MBA em Gestão e Desenvolvimento de 
Negócios Bancários "Clientes, Produtos e 
Mercados", sob a orientação do Prof. Msc. 
Mauricio Godoi Amaral Lima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2013 
 
 
 
RESUMO: 
 
O objetivo principal deste artigo é correlacionar as principais peculiaridades existentes 
no arcabouço regulatório brasileiro frente às novas regras prudenciais intituladas de 
Basiléia III, as quais objetivam fazer frente a futuras crises de capital e liquidez que os 
bancos mundiais possam vivenciar, bem como analisar as principais peculiaridades e 
impactos nos Bancos Brasileiros frente a este conjunto de novas normas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
1.0 - INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 7 
1.1 - Contextualização .................................................................................................. 7 
1.2 - Problemas de Pesquisa ......................................................................................... 7 
1.3 - Objetivos gerais do trabalho ................................................................................. 7 
1.4 - Objetivos específicos do trabalho ......................................................................... 7 
2.0 - REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 8 
2.1 - Comitê de Basiléia ................................................................................................ 8 
2.2 - Acordo de Basiléia I ........................................................................................... 10 
2.2.1 - Críticas a Basiléia I ...................................................................................... 12 
2.2.2 - Regulamentação de Basiléia I no Brasil ...................................................... 13 
2.3 - Acordo de Basiléia II .......................................................................................... 16 
2.3.1 - Críticas a Basiléia II ..................................................................................... 17 
2.3.2 - Regulamentação de Basiléia II no Brasil ..................................................... 18 
2.4 - Acordo de Basiléia III ........................................................................................ 21 
2.4.1 - Atualizações recentes ................................................................................... 23 
2.4.2 - Regulamentação de Basiléia III no Brasil .................................................... 24 
3.0 - PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ........................................................... 26 
4.0 – Desempenho do Sistema Financeiro Nacional ...................................................... 27 
4.1 - Índice de Liquidez .............................................................................................. 28 
4.2 - Patrimônio de Referência ................................................................................... 29 
4.3 - Patrimônio de Referência Exigido ...................................................................... 30 
4.4 - Índice de Basiléia do SFN .................................................................................. 31 
4.5 - Índice de Basiléia das principais instituições financeiras ................................... 32 
4.6 - Impactos de Basiléia III no Brasil ...................................................................... 33 
4.6.1 - Implementação dos Indicadores de Liquidez no Brasil ............................... 34 
5.0 – CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35 
6.0 - BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 37 
ANEXO.......................................................................................................................... 40 
 
 
 
 
TABELAS 
 
Tabela nº 1 – Definição conforme o Acordo de Basileia (I) 
Tabela nº 2 – Ponderadores dos Ativos 
Tabela nº 3 – Definição conforme o Acordo de Basileia (II) 
Tabela nº 4 – Requisitos de Capital 
Tabela nº 5 – Cronograma de implementação dos Indicadores de Liquidez 
Tabela nº 6 – Fonte dos dados 
Tabela nº 7 - Exposição dos Bancos Europeus aos GIIPS x Bancos do Brasil 
Tabela nº 8 - Patrimônio de Referência Exigido 
Tabela nº 9 – Comparativo Índice de Basiléia das Principais Economias 
Tabela nº 10 – Resumo dos Impactos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRÁFICOS 
 
Gráfico nº 1 - Índice de Liquidez do Sistema Financeiro 
Gráfico nº 2 - Patrimônio de Referência 
Gráfico nº 3 - Índice de Basiléia do SFN 
Gráfico: nº 4 - Índice de Basiléia das principais instituições financeiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
1.1 - Contextualização 
 
O Objetivo deste trabalho é pesquisar o comportamento dos bancos frente à 
adoção das novas normas de capital intituladas Basiléia III. Qual foi a evolução desde 
Basiléia I a Basiléia III? Quais as principais críticas? Como foi a implantação no Brasil? 
Com relação à Basiléia III quais são as principais peculiaridades e pontos que 
dificultarão a implementação destas nos bancos brasileiros? 
Estas e outras perguntas deverão ser respondidas ao final deste trabalho. 
1.2 - Problemas de Pesquisa 
 
Impactos na adoção de Basiléia III nos Bancos Brasileiros 
 
1.3 - Objetivos gerais do trabalho 
 
Este trabalho tem por objetivo geral analisar o arcabouço regulatório, dados do 
setor financeiro, buscando entender quais os principais pontos de impacto na 
implementação de Basiléia III no Brasil. 
 
1.4 - Objetivos específicos do trabalho 
 
Descrever e listar os principais teóricos, teorias e pesquisas a respeito da 
regulação bancária. 
Analisar os principais pontos decorrentes de passadas crises financeiras bem 
como suas causas, efeitos e possíveis precauções para que as mesmas não continuem. 
Analisar o arcabouço regulatório Brasileiro, bem como as principais normas 
relacionadas à governança propicia para a estabilidade financeira e a liquidez bancária. 
Tecer analise a partir de tabelas e estudos de impacto por intermédio de dados 
fornecidos do setor e dos dados de relatórios dos principais órgãos internacionais. 
 
 
 
 
8 
 
 
 
2.0 - REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 - Comitê de Basiléia 
 
O Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia foi constituído, inicialmente, 
pelas dez maiores economias desenvolvidas (G10) 
1
 ao final de 1974, na sede do Banco 
de Compensações Internacionais (BIS) 2, na cidade de Basiléia, na Suíça, para permitir 
um diálogo informal entre os supervisores bancários dos países membros, a respeito das 
atividades de bancos que operavam em bases multinacionais e promover maior 
coerência em relação à gestão de riscos entre jurisdições (BCBS, 1988). 
 Este Comitê não possui qualquer autoridade supranacional formal de 
supervisão, e suas conclusões não fazem, e nunca foram destinados a ter forças 
jurídicas. A entidade formula amplos padrões de supervisão e diretrizes e recomenda 
declarações de boas práticas na expectativa de que as autoridades individuais tomarámedidas para implementá-las através de regras - legais ou não - que melhor se 
enquadram aos seus próprios sistemas nacionais. Desta forma, a Comissão encoraja a 
convergência para abordagens e normas comuns sem tentar harmonização detalhada das 
técnicas de supervisão dos países-membros. (BCBS, 1988). 
No ano de 1975, uma das primeiras iniciativas deste Comitê foi à aprovação 
das diretrizes do documento, denominado “Concordata” 
3
 em que foram estabelecidos 
os seguintes princípios básicos de supervisão destacando-se: i) Responsabilidade 
conjunta das autoridades supervisoras do país de origem e do país anfitrião na 
supervisão de estabelecimentos bancários estrangeiros; ii) Supervisão de todos os 
estabelecimentos bancários estrangeiros; iii) a supervisão da liquidez como 
responsabilidade do país de origem no caso de agências e do país anfitrião no caso de 
 
1 O G10 era formado pelos representantes dos Bancos Centrais da Bélgica, Holanda, Canadá, Suécia, Suíça, França, 
Alemanha, Itália, EUA, Japão, Reino Unido. 
2 The Bank for International Settlements (BIS) é uma instituição financeira criada em 1930 e sediada em Basiléia, 
Suíça. Tem como objetivo promover a cooperação entre os bancos centrais e facilitar as operações financeiras 
internacionais e promover a estabilidade financeira diante da globalização econômica. Funciona, sobretudo, como 
coordenador de movimentações financeiras, internacionais de curto prazo. Dentro da estrutura de cooperação e 
integração internacional, o BIS realiza pesquisas e estudos, que contribuem para a estabilidade financeira e 
monetária; publica material estatístico sobre finanças internacionais – por meio de comitês de especialistas; formula 
recomendações para a comunidade financeira, cuja finalidade é fortalecer o sistema financeiro internacional. Ver em 
www.bis.org. 
3 O documento foi chamado de “Concordata”, justamente para indicar que não tinha a força de um tratado, que é um 
instrumento típico das relações entre países na esfera do direito internacional público. Seu objetivo central era 
estabelecer o princípio de que nenhum banco poderia escapar à supervisão bancária. [SALAMA – (2010 p. 331)] 
9 
 
 
 
subsidiária; e, iv) Cooperação na troca de informações entre as autoridades nacionais. 
(CARVALHO, 2011) 
Entretanto, já no inicio da vigência este Acordo apresentou algumas falhas, 
devidos às crises financeiras que aconteciam em algumas economias, cuja ocorrência foi 
percebida, com as dificuldades de algumas instituições . 
Para [CORAZZA – (2005, p. 86)] sua posição foi que: 
“[...] Na pratica a insuficiência do Acordo de Basiléia, de 1975, ficou 
evidente quando da falência do Banco Ambrosiano, em 1982, a partir 
da insolvência de sua filial em Luxemburgo, onde nem o país 
hospedeiro (Luxemburgo), nem o de origem (Italiano) assumiram o 
ônus de honrar os passivos do banco falido”. 
Na concepção de que as regras geravam divergências, segundo [(CARVALHO 
e STUDART - 1995, p.72, apud CORAZZA)]: 
 “[...] A falta de maior consenso sobre o papel do emprestador 
internacional de última instância e a relutância de muitos países em 
socorrer bancos pouco controlados, especialmente os oriundos dos 
paraísos fiscais, evidenciaram muito cedo os limites desse primeiro 
acordo internacional sobre supervisão bancária, depois do colapso das 
normas do Acordo de Bretton Woods”. 
Já para [FREITAS & PRATES – (2001, p. 64)] a respeito do assunto defendeu 
que: 
“O Acordo de 1975 significou um considerável avanço na cooperação 
internacional, mas essa iniciativa apresentava inúmeros defeitos, [...] a 
divisão de responsabilidade entre as autoridades nacionais no que se 
refere às dependências estrangeiras não era suficientemente clara e 
suscitou em muita confusão, além de que, os critérios adotados na 
supervisão variavam entre os países”. 
Para sanar essas falhas, em junho de 1983, houve uma revisão do Acordo de 
1975, tendo como objetivo aperfeiçoar as regras anteriores e estabelecer o princípio de 
supervisão consolidada das atividades domésticas e internacionais dos bancos, para 
agregar no conjunto de medidas outras questões, como a da adequação de capital. 
10 
 
 
 
Conforme afirma Prates, (2005): “A incorporação do princípio de supervisão 
consolidada pela nova Concordata de 1983 representou um marco importante no sentido 
da regulamentação efetiva da atividade bancária internacional”. 
Porém, as iniciativas não foram capazes na definição das responsabilidades do 
emprestador internacional de última instância, e por uniformizar as diversas normas de 
supervisão, cuja prática já era adotada em alguns países, como Estados Unidos e Reino 
Unido (CORAZZA, 2005). A pretensão do Comitê era que nenhum estabelecimento 
bancário deixasse de ser supervisionado pelos reguladores. Aliado ao processo, o debate 
a respeito da adequação de capital não surgiu o efeito esperado, pelo fato das jurisdições 
possuírem seus próprios padrões de capitais para regular as instituições financeiras. Por 
outro lado, nenhum país pretendia impor custos pesados aos seus respectivos bancos, 
cujas medidas poderiam causar uma crise sistêmica e comprometer suas economias. 
 
2.2 - Acordo de Basiléia I 
 
A crescente preocupação com a vulnerabilidade das instituições financeiras em 
nível mundial e a possibilidade de risco sistêmico ajudou a vencer a resistência das 
autoridades reguladoras, e induziu à revisão dos Acordos vigentes (CORAZZA, 2005). 
Assim em julho de 1988, o Comitê de Basiléia de Supervisão Bancária (BCBS) 
divulgou a versão final do documento intitulado “Convergência Internacional de 
Mensuração e Padrões de Capital” (BCBS, 1988). No documento foram definidas as 
regras gerais para a apuração dos padrões mínimos dos riscos ponderados pelos ativos, 
como forma de refletir a exposição da carteira de crédito e fossem alocados capitais 
próprios ou de terceiros, para cobertura dessas exposições. 
Os principais objetivos desse Acordo foram reforçar a solidez e estabilidade do 
sistema bancário internacional e minimizar os riscos das exposições, bem como as 
desigualdades competitivas entre os bancos internacionalmente ativos (CARVALHO, 
2011). Para LIMA, (2005), este acordo foi “Um marco não apenas pela busca de 
harmonização regulatória, mas também pela distinção entre os tipos de ativos por risco”. 
Segundo Carvalho, 2011, o novo acordo foi dividido em três conceitos básicos 
no que tange a regulação bancária: capital regulatório, fatores de ponderação de risco 
dos ativos e índice mínimo de capital para cobertura do risco de crédito. 
 
11 
 
 
 
Tabela nº 1 – Definição conforme o Acordo de Basileia (I) 
Conceito Definição 
Capital Regulatório 
Quantidade definida previamente pelo regulador de 
capital próprio 
Fatores de Ponderação de Risco 
dos Ativos 
Exposição a Risco de Crédito através de diversos 
ponderadores (perfil do tomador tem maior 
relevância) 
Índice Mínimo de Capital para 
Cobertura do Risco de Crédito 
(Índice de Basileia ou Razão 
BIS) 
O quociente entre o capital regulatório e os ativos 
ponderados pelo risco 
Fonte: Carvalho (2011). 
Tabela elaborada pelo autor. 
 
Através dessas medidas, houve grande avanço em termos de marco regulatório 
e de exigência de capital para suportar o Risco de Crédito, cujo quociente de 
capital/APR4 foi estabelecido no mínimo de 8%. Isto significa, que para operações de 
crédito em geral e outros créditos, no total de 100%, era necessário provisionar 8% de 
capital sobre o valor da operação. Entretanto, com o passar do tempo, novas medidas 
foram necessárias para o aperfeiçoamento das regras no âmbito do Comitê de Basiléia. 
No que tange às medidas, segundo CARVALHO, (2005): “O resultado da 
tentativa de tutelar as instituições, dizendo a elas qual o risco a que cada uma estava 
sujeita em suas operações, não foi o reforço do sistema,mas, sim, a ampliação de suas 
distorções”. 
Visando sanar algumas falhas da legislação vigente e aquela que vigorava na 
realidade dos bancos, em janeiro de 1996 foi publicado adendo a Basiléia I, denominada 
de “Emenda de Risco de Mercado” 5, cujos aspectos contemplaram outros fatores, até 
então não considerados nas regras anteriores, destacando-se: i) Regras para a ampliação 
dos controles sobre riscos incorridos pelos bancos; ii) A extensão dos requisitos para a 
definição do capital mínimo, incorporando o Risco de Mercado; e iii) A possibilidade de 
utilização de modelos internos na mensuração de riscos, desde que aprovados pelo 
regulador local (CARVALHO, 2005). 
 
4 Quando Basiléia I foi lançada existiam apenas quatro categorias de risco. No Brasil a introdução da ponderação 
para créditos tributários foi feita pela Circular nº 2.916, de 6.8.1999. As demais categorias haviam sido estabelecidas 
antes, pela Resolução nº 2.099, de 17.8.1994. 
5 Diz respeito ao risco representado pela variação de preços dos títulos que se tem há em carteira. “O cálculo do 
coeficiente de capital necessário para o banco precaver-se contra crises seria feito através da formulação de modelos 
conhecidos como VAR (Value at Risk), que calculariam as perdas que o banco sofreria na eventualidade dos preços 
dos títulos variarem em medidas definidas”.[Carvalho-(2005 pg. 137)]. 
12 
 
 
 
Embora o Acordo de Basiléia I fosse concebido para ser aplicado aos maiores 
bancos dos países mais ricos, com o passar dos anos tornou-se regra para todos os ban-
cos em diversos países em desenvolvimento, que foram adaptadas as respectivas 
jurisdições. 
 
2.2.1 - Críticas a Basiléia I 
 
As mudanças introduzidas por Basiléia I, cujo propósito era o de manter a 
estabilidade do sistema financeiro internacional, sofreram inúmeras críticas, em relação 
aos seus requisitos regulatórios, pelo fato de não refletir a realidade das exposições das 
instituições. Os reguladores apontaram que as regras não eram condizentes em função 
das limitações em relação à metodologia utilizada para o cálculo da exigência de capital, 
que não mostrava os distintos perfis de risco dos ativos das instituições. 
A partir dessas constatações havia dúvidas da capacidade do Acordo em 
manter a estabilidade financeira de alguns países que pudessem controlar 
preventivamente os empréstimos de curto prazo, em função das volatilidades do capital 
das instituições. Para contornar a situação, através de esforços para aperfeiçoar o 
controle prudencial do sistema financeiro em âmbito mundial, no ano de 1996 o Comitê 
da Basiléia publicou o documento “Alteração ao Acordo de Capital para Incorporação 
de Riscos de Mercado”. Através desse documento abriu-se a possibilidade de que as 
próprias instituições calculassem seus requerimentos de capital utilizando modelos 
internos desde que atendessem a requisitos mínimos propostos nesse regulamento. 
Para [SITGLITZ – (2002, p. 116,) apud CASTRO- (2007, p. 281)]: 
“A crítica mais contundente a Basiléia I, entretanto, se refere à 
tendência de que regras criadas aprofundem recessões, em períodos de 
baixa atividade econômica. Isso porque o uso de medidas centradas 
em taxas de adequação de capital faz com que, na fase descendente do 
ciclo de negócios, exista uma tendência a cortar empréstimos, em vez 
de buscar melhorar a adequação do capital, por exemplo, dando 
incentivos para que os bancos busquem levantar recursos em 
mercado”. 
13 
 
 
 
 No ano de 2000, de modo a fortalecer a atividade bancária o Comitê de 
Basiléia deu atenção ao risco de liquidez, definindo princípios sobre boa governança e 
gerenciamento de liquidez através do documento “Boas Práticas para a Gestão de 
Liquidez nas Instituições Bancárias”, para serem adaptadas em cada jurisdição. Em 
linhas gerais, estes princípios definiram a cada instituição a decisão de estabelecer um 
buffer de ativos líquidos de alta qualidade , isto é, fáceis de vender, e livres de encargos 
para enfrentar situações de estresse 
 
2.2.2 - Regulamentação de Basiléia I no Brasil 
 
Desde 1994
6
 o Banco Central do Brasil segue os princípios e as recomendações 
apresentadas pelo Comitê de Basiléia e devido à necessidade de uma regulação mais 
consistente e a abertura do mercado financeiro brasileiro ao capital das instituições 
bancárias estrangeiras, as proposições regulamentares de Basiléia I foram internalizadas 
por meio da Resolução CMN nº 2.099/94, que normatizou apenas do risco de crédito. 
A Resolução determinou às instituições financeiras autorizadas a funcionar 
pelo Banco Central do Brasil, a manutenção de valor de patrimônio líquido, ajustado na 
forma da regulamentação em vigor, compatível com o grau de risco da estrutura de 
ativos (SOBREIRA e MARTINS, 2011). Isto é, as regras estabeleceram a razão Capital 
APR como no padrão internacional, de 8%, sendo elevada para 11% a partir de 1997. A 
classificação dos fatores foi dividida em cinco categorias de pesos e ativos, assim 
definidos. 
 
Tabela nº 2 – Ponderadores dos Ativos 
 
Pesos Ativos 
0% Caixa, títulos públicos e operações com garantia do Tesouro Nacional; 
20% Depósitos bancários e disponibilidades em moeda estrangeira; 
50% Repasses interfinanceiros; 
100% Operações de crédito em geral e outros créditos; 
300% Créditos tributários. 
Fonte: Resolução nº 2.099/94 – CMN. 
Tabela elaborada pelo autor. 
 
6
 O Banco Central segue as regras de Basiléia desde 1994, porém somente em março de 2009 o Brasil foi convidado 
a integrar o Comitê de Basiléia para Supervisão Bancária. Fonte: Bacen. 
14 
 
 
 
Em linhas gerais, isso significa, por exemplo, para “operações de crédito em 
geral e outros créditos” (cujo percentual era 100%) o provisionamento de capital deveria 
ser de 8%, sobre o valor da operação tomada pelo cliente. 
O posicionamento de ALVES, (2010) a respeito do cumprimento do normativo 
pelas instituições, foi que: “Sob o ponto de vista prudencial essa norma é um dos 
marcos regulatório, pois a partir da sua divulgação iniciou-se um amplo processo de 
revisão da estrutura e dos instrumentos disponíveis”. 
Conforme SOBREIRA e MARTINS (2011), posteriormente, face à 
necessidade de ajustes na regulação, através da Resolução nº 2.399/97, as regras foram 
alteradas, para incluir outras classes de operações/ativos praticadas no mercado, tais 
como operações com swap e ouro. Na mesma norma foram definidos os limites 
operacionais mínimos de capital para as instituições financeiras e o respectivo 
Patrimônio Líquido Exigido (PLE) 
7
 para cobertura dessas exposições. O cálculo do 
PLE envolvia três categorias de risco: (a) o risco de crédito associado às operações de 
swap; (b) o risco de crédito das operações ativas: baseado no Acordo de Basiléia (BIS); 
e (c) o risco de taxa das posições em ouro e referenciadas em moedas estrangeiras. Estas 
inclusões tinham como objetivos limitar a alavancagem e os risco inerentes as 
atividades das instituições. 
No ano seguinte, através da edição da Resolução nº 2.543/98, o CMN define o 
conceito do patrimônio líquido ajustado (PLA), cujo parâmetro passou a ser composto 
pelo somatório dos capitais de nível I e nível II. O capital de nível I seria representado 
(SOBREIRA e MARTINS, 2011) 
“pelo capital social, reservas de lucros (excluídas as reservas para 
contingências e as reservas especiais de lucros relativas a dividendos 
obrigatórios não distribuídos) e lucros ou prejuízos acumulados 
ajustados pelo valor líquido entre receitas e despesas deduzidas os 
valores referentes a ações em tesouraria, ações preferenciais 
cumulativas e ações preferenciais resgatáveis. (BCB, 1998).” 
 
 
 
7 O PLE incorpora em sua fórmula os riscos de credito do ativo ponderado pelo riscoe de mercado relativo às 
parcelas de câmbio, ouro e taxas de juros prefixada. 
15 
 
 
 
Já o capital de nível II, seria composto pelas (SOBREIRA e MARTINS, 2011) 
“reservas de reavaliação, reservas para contingências, reservas 
especiais de lucros relativas a dividendos obrigatórios não 
distribuídos, ações preferenciais cumulativas, ações preferenciais 
resgatáveis, dívidas subordinadas e instrumentos híbridos de capital e 
dívida”. (BCB, 1998) 
Conforme descreve SOBREIRA e MARTINS (2011), adicionalmente, o BCB 
estabeleceu limites relativos à integralização do capital nível II para composição do 
PLA, que definiram: (a) o montante do capital nível II, limitado ao valor do nível I; (b) 
o montante das reservas de reavaliação limitado a 25% do PLA; e (c) o montante das 
dívidas subordinadas limitadas a 50% do capital nível I. 
Em complemento as regras, através da Resolução nº 2.682/99, o CMN 
determinou as instituições financeiras a classificar as operações de crédito para fins de 
constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa. As instituições 
financeiras se viram obrigadas a elevar a referida provisão das operações de crédito e a 
destacar um volume de capital próprio, de acordo com o rating da operação. 
(SOBREIRA e MARTINS, 2011) 
No ano 2000 as instituições tiveram até seis meses após a divulgação da norma 
para se enquadrarem aos requisitos da Resolução nº 2.804/00 (BCB, 2000), a qual 
aperfeiçoou a legislação sobre o risco de liquidez das instituições, com propósito de 
obter informações acerca do grau de descasamento de prazos, moedas e taxas entre 
ativos e passivos das instituições financeiras, para consolidar as posições do sistema e 
balizar essas exposições de forma a evitar escassez de recursos para alocação na 
economia. 
Assim, no que tange a regulação do Sistema Financeiro Nacional, conforme 
defendeu [GUIMARÃES – (2010, p. 215)]: 
“Basileia I permitiu para o Brasil a equiparação da competitividade 
das instituições financeiras no plano internacional, através da 
padronização. A necessidade de patrimônio passa a ser baseada nos 
riscos assumidos pelas instituições ao emprestarem, em vez dos riscos 
incorridos, em função do que tomam emprestados”. 
16 
 
 
 
2.3 - Acordo de Basiléia II 
 
As críticas a Basiléia I influenciada pela globalização dos mercados 
financeiros, contribuíram para melhoria nas regras de exigência de capital das 
instituições. Visando evitar novas falhas, o Comitê de Basiléia elaborou nova Proposta 
de Regras, cuja minuta do Acordo de Basiléia II foi submetida à consulta pública. 
Representantes da indústria e das autoridades reguladoras que não integravam o Comitê 
da Basiléia foram convidadas a apresentar sugestões a respeito das proposições para 
consolidação em novo documento. No entanto, a decisão de inclusão das sugestões 
recebidas ficou limitada aos membros do Comitê, representados pelas principais 
economias mundiais. 
Assim, em junho de 2004, o BIS, por intermédio do Comitê de Basiléia, 
divulgou o “Novo Acordo de Capital” 8, que foi batizado de Basiléia II em que foi 
destacado seus principais objetivos: i) Promover a estabilidade financeira; ii) Fortalecer 
a estrutura de capital das instituições; iii) Favorecer a adoção das melhores práticas de 
gestão de riscos; e iv) Estimular maior transparência e disciplina de mercado. (BCBS, 
2004) 
Em linhas gerais o Novo Acordo introduziu o conceito das melhores práticas 
de controle e gestão dos riscos e a importância de sua utilização nas instituições 
financeiras. Essas regras davam um enfoque mais flexível para exigência de capital e 
ampliavam a importância da supervisão. Exigiu também maior transparência na 
divulgação das informações ao mercado. (CARVALHO, 2011) 
A estrutura das regras foi embasada em três pilares, mencionados a seguir na 
tabela nº 3 (BCBS, 2004). 
 
 
 
 
 
 
8 Estas medidas foram consideradas o mais amplo processo de transformação já feito no que se refere à regulação do 
mercado financeiro 
 
17 
 
 
 
Tabela nº 3 – Definição conforme o Acordo de Basileia (II) 
Pilar Objetivo 
Pilar I – Capital Mínimo 
Fortalecimento da estrutura de capitais das instituições, 
com incentivo à utilização de modelos internos para 
mensurar riscos; introduz exigência de capital para 
cobertura do risco operacional e aperfeiçoamento dos 
critérios sobre o risco do crédito. 
Pilar II – Supervisão 
Destaca que os supervisores devem avaliar e monitorar 
as estratégias dos bancos, além de cobrar que operem 
acima das exigências de capital mínimo, para evitar 
desenquadramento dos limites mínimos; atribui 
responsabilidades à alta administração dos bancos pela 
estratégia de exposição aos riscos e pela 
compatibilização dos níveis de capital em volume 
adequado para suportar todos os riscos envolvidos em 
seus negócios. 
Pilar III – Transparência e 
Disciplina de Mercado: 
Destaca a necessidade da divulgação de informações 
sobre a estrutura e modelos utilizados na administração 
e gestão de riscos, bem como sua adequação de capital 
(exigência de um conjunto mínimo de informações com 
vistas a aumentar a transparência das instituições). 
Fonte: Bank for International Settlements (2004), tabela elaborada pelo autor. 
 
 
2.3.1 - Críticas a Basiléia II 
 
O texto documento recebeu grande quantidade de críticas na época, em função 
da complexidade operacional e das deficiências das regras, assim como pela falta de 
questões prudenciais para enfrentar os riscos de liquidez9. Alguns representantes de 
jurisdições acreditavam que as regras poderiam elevar os custos dos empréstimos para 
empresas pequenas e médias nos países em desenvolvimento em geral e prejudicar todo 
o ciclo econômico. Entretanto, com o passar do tempo, ficou constatado que grandes 
bancos se beneficiaram com algumas regras do referido Acordo, não acontecendo o 
mesmo com os bancos pequenos e médios. 
Segundo afirmação de [LOYOLA – (2010, p. 68)], quando se trata de bancos: 
“Uma consequência adicional da regulação baseada no risco é que o 
inerente grau de discricionariedade na avaliação do risco impede ou 
 
9 Basiléia II centrou-se amplamente nos ativos dos balancetes dos bancos e negligenciou a liquidez e a estrutura dos 
passivos do sistema bancário. 
 
18 
 
 
 
desencoraja os supervisores a fazerem recomendações mandatárias ás 
instituições sob sua supervisão, exceto quando já evidenciado o 
comportamento de seu capital”. 
Outra crítica levantada pelos participantes foi o fato que o Comitê de Basiléia 
era composto exclusivamente por membros supervisores dos sistemas financeiros dos 
países centrais, todos representantes no G10, enquanto economias em desenvolvimento 
não tinham nenhum representante para defender suas questões relacionadas aos seus 
sistemas financeiros. Desta forma, as decisões tomadas pelo Comitê acabavam 
favorecendo os grandes bancos internacionais, que têm sede nos países membros, não 
acontecendo com instituições dos demais países, que não possuíam representantes. 
Neste particular, houve tantos problemas associados às regras, como por 
exemplo, à sua falta de abrangência, como também dificuldades em compatibilizar a 
regulação e as práticas dos mercados financeiros nas respectivas jurisdições, 
evidenciando que o Acordo demandava complementação em suas definições. 
Por outro lado, a importância de Basiléia II foi de grande relevância para o 
mercado financeiro mundial, mesmo que as regras tenham sido consideradas 
insuficientes para prevenir novas crises, como à verificada no final de 2008, cujos 
reflexos permanecem até o presente momento (CARVALHO, 2011). Com o objetivo 
de manter a estabilidade no mercado financeiro mundial, e ciente das limitações das 
regras anteriores, o Comitê de Basiléia, elaborou uma nova proposta quefoi batizada 
como “Acordo de Basiléia III” a qual será apresentada no capitulo 2.4 deste trabalho. 
2.3.2 - Regulamentação de Basiléia II no Brasil 
 
Em dezembro de 2004, o BACEN divulgou o Comunicado nº 12.746 sobre “os 
procedimentos para a implementação da nova estrutura de capital – Basiléia II". As 
principais diretrizes relativas ao Novo Acordo definiram cinco etapas a serem 
cumpridas até 2011. Para 2005, estava prevista a adoção da abordagem padronizada 
simplificada para risco de crédito, bem como novos requerimentos de capital para riscos 
de mercado não cobertos ainda pelas regras vigentes, e estudos de impacto junto ao 
mercado financeiro para as abordagens mais simples previstas em Basiléia II para risco 
operacional (GOTTSCHALK e SODRÉ, 2006). 
19 
 
 
 
No ano de 2007, foi definido um critério de elegibilidade para adoção do 
modelo interno para risco de crédito
10
 e modelos internos para avaliação do risco de 
mercado
11
 e planejamento de validação. Em complemento, foi incluído requerimento de 
capital para risco operacional, com a utilização do método indicador básico, ou 
padronizado alternativo (GOTTSCHALK e SODRÉ, 2006). Para o período de 2008 a 
2009, foi previsto a validação dos modelos internos para risco de mercado; 
estabelecimento de cronograma de validação da abordagem baseada em classificações 
internas para risco de crédito (fundamental ou básica); início do processo de validação 
dos sistemas de classificação interna para risco de crédito; Para o ano de 2009-2010 foi 
previsto a validação dos sistemas de classificação interna pela abordagem avançada para 
risco de crédito; estabelecimento de cronograma de validação para abordagem avançada 
de risco operacional. O calendário definiu para o ano 2010-2011 validação de 
metodologias internas de apuração de requerimento de capital para risco operacional 
(BACEN, 2004). 
Durante esse período os grandes bancos poderiam adotar modelos internos de 
avaliação do risco de crédito para o cálculo do capital mínimo enquanto os bancos de 
porte médio a recomendação foi de adotar a abordagem padronizada (GOTTSCHALK e 
SODRÉ, 2006). 
Para instituições que adotassem modelo interno foi permitido o uso de agências 
de rating externas para medir os níveis de risco. Já as instituições que fariam uso do 
modelo padronizado, o Banco Central facultou a contratação de agências externas de 
rating e optou por ampliar as faixas de ponderação de risco de 0% a 150% (BACEN, 
2004) 
No decorrer do processo, devido o grau de heterogeneidade e complexidade 
envolvido na elaboração dos respectivos modelos para a determinação de capital 
requerido relacionado a esses tipos de riscos, os principais bancos privados fortaleceram 
seu quadro de pessoal técnico para implementar as novas regras de Basiléia II. Já os 
bancos públicos procuraram adequar-se de forma mais cautelosa devido às limitações 
tanto técnica como de pessoal. Assim, neste processo, aliada as dificuldades, havia 
preocupações por parte dos gestores, dos prováveis impactos negativos que poderiam 
 
10
 Para uso de modelo interno o Bacen permite a utilização de classificação de risco feita por agência de rating. 
11 O método estatístico interno mais utilizado pelas instituições para mensuração do risco de mercado, é o do tipo 
VaR. 
20 
 
 
 
ocasionar nos negócios das instituições, pelo aumento do requerimento e capital e pela 
consequente redução da margem de disponibilidades de recursos (GOTTSCHALK e 
SODRÉ, 2006). 
Embora reconhecidas às dificuldades na implementação desse Acordo, no 
âmbito das instituições financeiras, pode-se sustentar, que no Brasil, Basiléia II foi 
utilizada como um instrumento relevante para melhorar a segurança e a solidez do 
sistema financeiro, proporcionado por diversas medidas prudenciais complementares do 
CMN, em que é dada maior ênfase no próprio controle interno e dos riscos inerentes às 
atividades dos bancos. Estas medidas permitiram que a sistema financeiro local passasse 
ileso a crise de 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
2.4 - Acordo de Basiléia III 
 
As regras de Basiléia II induziram os supervisores da indústria bancária a 
acreditar que atendia boa parte dos requisitos essenciais à estabilidade do mercado 
financeiro. Entretanto, a crise financeira dos anos 2008/2009 mostrou a existência de 
vulnerabilidades e evidenciou o desconhecimento dos reais riscos envolvidos na 
intermediação financeira resultante do uso de outros instrumentos complexos, como por 
exemplo, derivativos, que estavam sendo negociados no mercado. 
A combinação desses fatores e à crescente preocupação com a vulnerabilidade 
e o risco sistêmico 12 em decorrência das falhas regulatórias do sistema financeiro em 
nível internacional ajudaram a vencer a resistência por parte de alguns países e abriu 
caminho para discussão em torno da necessidade de se consolidar uma regulamentação 
financeira mais rígida, e abrangente para o setor, com o propósito de conter a tendência 
à tomada excessiva de risco pelas instituições, para que fosse possível aumentar suas 
reservas de liquidez (BCBS, 2011). 
Dada a essas necessidades, no plano específico da regulamentação prudencial 
aplicável a instituições financeiras, o Comitê de Basiléia13, propôs mudanças nas regras 
de regulação bancária vigente, de forma a corrigir as deficiências constatadas. Assim, 
em setembro 2010, o Comitê debateu as propostas com membros do G20
14
 em reunião 
na Suíça, cujas discussões resultaram em um documento apresentado em Seul no mês de 
novembro do mesmo ano. 
 A proposta defendida pelo Comitê foi uma reformulação do Acordo de 
Basiléia II de 2004, antes mesmo que estivessem plenamente adotadas pelas principais 
economias do mundo. Os membros do G20 aprovaram um conjunto de medidas
15
 
 
12 O Comitê de Bancos da Basiléia definiu risco sistêmico como sendo aquele em que a inadimplência de uma 
instituição para honrar seus compromissos contratuais pode gerar uma reação em cadeia, atingindo grande parte do 
sistema financeiro, exigindo a ação pronta e eficiente da Autoridade Monetária. 
13 O Comitê de Basiléia não tem poder para determinar a implementação de qualquer estratégia, contudo, suas 
recomendações são muito influentes e têm alta probabilidade de serem absorvidas pelos sistemas domésticos de 
regulação e supervisão financeiras. 
14 G20 (Grupo dos 20) é um grupo constituído por ministros da economia e presidentes de bancos centrais dos 19 
países de economias mais desenvolvidas do mundo, mais a União Européia.(África do Sul, Alemanha, Arábia 
Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, 
Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia - Países membros da União Europeia. Foi criado em 1999, em meio a 
várias crises econômicas da década de 1990, o G20 é uma espécie de fórum de cooperação e consulta sobre assuntos 
financeiros internacionais. Ver: www.bis.org. 
15
 O conjunto de medidas é formado, principalmente, pelos seguintes documentos: “Basel III: A global regulatory 
framework for more resilient Banks and banking system” (BCBS, 2010) e “Basel III: International framework for 
liquidity risk measurement, Standards and monitoring”. (BCBS, 2010). 
 
22 
 
 
 
denominado Acordo de Basiléia III, cujas regras de regulação financeira buscam 
melhorar o acordo anterior, tais como: i) a restrição à alavancagem; ii) a preocupação 
com a atuação pró-cíclica das instituições financeiras; e, iii) o retorno das exigências de 
liquidez, que deverão ser adotadas pelos países membros entre os anos de 2013 a 2019, 
e adaptadas aos seus respectivos sistemas financeiros (BCBS, 2010). 
Dessa forma, as novas propostas pretendemaumentar a qualidade do capital 
das instituições financeiras e constituir colchões adicionais de capital para uso em 
momentos de eventuais crises financeiras. Além dessas medidas, os bancos devem 
manter um colchão de liquidez composto de ativos líquidos desonerados, de alta 
qualidade, para protegê-los contra períodos de estresse de liquidez, incluindo perdas 
potenciais de fontes de financiamento colateralizadas ou não (BCBS, 2010). 
Outra decisão foi a de classificar as instituições financeiras globais que geram 
risco sistêmico no mercado internacional. Isto é, aquelas consideradas “grandes demais 
para falir”, para diminuir a probabilidade de que os contribuintes tenham que pagar a 
conta em caso de insolvência dessas instituições. Essas instituições terão de obedecer a 
requerimentos adicionais de capital (BCBS, 2011). 
Tabela nº 4 – Requisitos de Capital 
 
Resumo 
 Ações Ordinárias + Capital Tier 1 Capital Total 
Requisitos Mínimos de 
Capital Lucros Retidos 
 Atual 
Basiléia 
III Atual 
Basiléia 
III Atual 
Basiléia 
 III 
Mínimo Exigido 2,00% 4,50% 4,00% 6,00% 8,00% 8,00% 
Colchão de Conservação 0,00% 2,50% 0,00% 2,50% 0,00% 2,50% 
Mínimo + Colchão de 
Conservação 2,00% 7,00% 4,00% 8,50% 8,00% 10,50% 
Colchão Contracíclico 0,00% 0-2,5% - - - - 
Fonte: Bank for International Settlements. 
Tabela elaborada pelo autor. 
 
Em complemento, outro requisito do Acordo é a inclusão de dois índices de 
liquidez, um de curto ou de longo prazo. O LCR (Liquidity Coverage Ratio - Índice 
de Liquidez de Curto Prazo). Este índice busca evidenciar quais instituições apresentam 
recursos de alta liquidez para resistir a um cenário de estresse financeiro agudo 
 
 
23 
 
 
 
com duração de 30 dias. Já o NSFR (Net Stable Funding Ratio - Índice de Liquidez de 
Longo Prazo) tem como objetivo incentivar os bancos a financiarem as suas atividades 
com fontes mais estáveis de captação, ao medir a liquidez disponível no horizonte de 
doze meses (BCBS, 2010). 
O Acordo firmado pelas autoridades monetárias tem o objetivo de fortalecer as 
regulamentação do sistema financeiro global, no que diz respeito à liquidez e capital 
para tornar a indústria bancária mais resiliente. Além disso, contribuir no 
aperfeiçoamento das regras para que as instituições tenham capacidade de absorver 
perdas originadas de choques do próprio sistema ou dos demais setores da economia, e 
tenham recursos o suficiente para manter a estabilidade financeira (BCBS, 2010). 
Ainda que o prazo de implementação das regras seja escalonado fica evidente 
que o desenho da nova regulação traz desafios complexos às instituições, em função da 
abrangência dos requisitos para mensuração das exposições, cujos resultados impactam 
diretamente o seu capital e a liquidez, que são componentes básicos para alocação de 
novos recursos na economia e proporcionar seu desenvolvimento. 
 
2.4.1 - Atualizações recentes 
 
Em janeiro de 2013, o BIS divulgou o documento “Basel III: The Liquidity 
Coverage Ratio and liquidity risk monitoring tools” onde revisou o calendário da 
implantação do índice de cobertura de liquidez (LCR), escalonado em intervalos de 
prazos, para serem adotados pelas jurisdições em seus respectivos sistemas financeiros. 
A partir de 2015 sua adoção ficou estabelecida em 60% e sua totalidade de 100%, até 
2019 
16
. Em complemento foi ampliado o número de ativos que serão considerados de 
alta liquidez, isto é, ativos fáceis de vender que os bancos terão que ter no futuro em 
seus balanços, para enfrentar uma crise de liquidez durante 30 dias (BCBS 2013). 
Destaca-se neste conjunto, por exemplo, investimentos em dívida corporativa 
com rating elevados. Esta nova proposta visa minimizar impactos na expansão do 
crédito na economia mundial e suavizar o impacto sobre as instituições financeiras. 
Numa primeira análise, o prazo de 2015 pode não ser um suficiente para cumprimento 
desses requisitos adicionais, em função de fatores operacionais e estratégicos como da 
 
16
 Conforme Tabela nº 5. 
24 
 
 
 
maior demanda por papéis públicos que os bancos devam possuir em carteira. Dada à 
necessidade, para assegurar sua liquidez e manter-se enquadrado no índice mínimo, 
pode limitar a negociação desses ativos entre bancos e ficar concentrado nas tesourarias 
de grandes conglomerados, prejudicando os bancos pequenos e médios (BCBS, 2013). 
 
Tabela nº 5 – Cronograma de implementação dos Indicadores de Liquidez 
 
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019 
Índice de cobertura de liquidez (LCR) 60% 70% 80% 90% 100% 
Fonte: Bank for International Settlements. 
Tabela elaborada pelo autor. 
 
 
2.4.2 - Regulamentação de Basiléia III no Brasil 
 
Em fevereiro de 2011, o Banco Central publicou o Comunicado nº 20.615 no 
qual define as medidas básicas necessárias à adaptação das recomendações do Comitê 
de Basiléia. O documento constitui-se nos objetivos de reforçar os requisitos de capital 
próprio das instituições de crédito; Aumentar a qualidade desses fundos próprios e 
reduzir o risco sistêmico para melhorar a qualidade do capital disponível de modo a 
assegurar que os bancos lidem melhor com as perdas; Aumentar os requerimentos 
mínimos de capital, incluindo um acréscimo no capital principal de 2% para 4,5%; Criar 
um colchão de conservação de capital e de um colchão anticíclico de capital, ambos em 
2,5% cada; Define ainda, que as instituições diversifiquem a cobertura do risco, 
incorporando as atividades de trading, securitizações, exposições fora do balanço e 
derivativos. Como parâmetro de limite de exposições, introduz uma taxa de 
alavancagem máxima (3%) para as instituições (BACEN, 2011). 
O Comunicado inclui também os dois índices de liquidez, um de curto ou de 
longo prazo. O LCR (Liquidity Coverage Ratio - Índice de Liquidez de Curto Prazo). 
As instituições devem apresentam recursos de alta liquidez para resistir a um cenário de 
estresse financeiro agudo com duração de 30 dias. E o NSFR (Net Stable Funding Ratio 
- Índice de Liquidez de Longo Prazo) tem o propósito de incentivar os bancos a 
financiarem as suas atividades com fontes mais estáveis de captação, ao medir a 
liquidez disponível no horizonte de doze meses (BACEN, 2011). 
No intuito de dar procedimento ao calendário de Basiléia, o BACEN divulgou a 
Audiência Pública nº 40, em que propõe regras para composição do Patrimônio de 
25 
 
 
 
Referência. O documento contempla os critérios de aceitação de dívidas subordinadas 
como parte do Patrimônio de Referência (PR), além de outros componentes integrantes. 
Obtido a partir do Patrimônio Líquido (PL), o PR é o conceito de capital próprio usado 
no Brasil para efeitos de parâmetros dos limites operacionais de bancos e outras 
instituições financeiras
17
. O volume de ativos, alocados em empréstimos e 
financiamentos, é limitado em função do PR. Por outro lado, o passivo representado por 
dívidas subordinadas foi definido critérios ainda mais restritivos de pagamento para que 
possam ser considerados como parte da composição do PR (BACEN, 2012). 
Cientes da abrangência e do impacto que a as regras pode ocasionar no sistema, 
a proposição recebeu diversas sugestões dos bancos e profissionais do mercado, 
especialmente no dizem respeito a ativos fiscais diferidos, seguro, intangíveis, que pode 
interferir nos planos das instituições financeiras para captação de recursos mediante 
emissão de dívidas subordinadas 
18
. Essas captações vêm sendo usadas pelas instituições 
para reforçar sua capacidade de conceder crédito e manter seus resultados em patamares 
aceitáveis pelo regulador.17 O Patrimônio de Referência é composto por: Nível I: Faz parte do Nível 1 o capital social, certas reservas e lucros 
retidos, menos alguns intangíveis; Nível II: inclui, dentre outros e sujeito a certas limitações, reservas para 
reavaliação de ativos e dívida subordinada, e está limitado ao valor do Capital de Nível I. 
18
 Estas dívidas se subordinam às dívidas comuns, ficando atrás delas na ordem de prioridade de pagamento em caso 
de dificuldade. 
26 
 
 
 
3.0 - PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 
 
Conforme mencionado por Ander-Egg (1978:28), a pesquisa é um 
“procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos 
fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”, portanto é o 
processo de investigação que se faz necessário para o conhecimento dos fatos e da 
realidade. 
 A metodologia que será apresentada neste artigo é a de documentação indireta 
através do método de pesquisa documental. Conforme Marconi e Lakatos o método de 
documentação indireta implica no levantamento de dados de diversas fontes tanto 
primárias e secundárias. 
 
Tabela nº 6 – Fonte dos dados 
 
FONTES ESCRITAS 
Primárias Secundárias 
 Artigos de jornais  Relatórios de Pesquisa
 Artigos Científicos  Pesquisas Estatísticas
 Informativos  Dados de Websites
 Apresentações 
Fonte: Marconi e Lakatos (2010). 
Tabela adaptada pelo autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
4.0 – Desempenho do Sistema Financeiro Nacional 
 
No primeiro semestre de 2012, os dados apresentados pelo Sistema Financeiro 
Nacional revelaram que o recurso alocado na economia reduziu 17,9% 
19
 comparado ao 
mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 2.168,6 trilhões, que corresponde a 50,8% 
do PIB. Este desempenho está justificado pelo menor ritmo de crescimento da 
economia, que comprimiu a concessão de crédito, afetado pelo comprometimento das 
famílias que já haviam tomado recursos anteriormente. Na esteira do processo houve 
aumento da inadimplência tanto no segmento de pessoa física como de pessoa jurídica 
causando grande impacto nos resultados das instituições financeiras brasileiras. 
Já o saldo das captações apresentado pelo sistema foi R$ 2.613,9 bilhões, 
representando um aumento de 16,8% em relação a junho de 2011. Este aumento foi 
proporcionado pelo acréscimo de 102,0% no estoque de letras financeiras que finalizou 
o semestre em R$ 151,1 bilhões. 
Visando estimular a produção e proporcionar maior crescimento da economia, 
o governo adotou medidas de incentivo aos investimentos, reduzindo a taxa de juros 
pelos Bancos Públicos, para aumentar a participação dos mesmos nas concessões de 
crédito. Estas medidas representam novos desafios ao setor ter que conviver com 
menores spreads e atrair ativos de maior rentabilidade e menor risco e conquistar uma 
parcela maior de clientes. 
Por outro lado, no comparativo, segundo estatísticas do BIS, as exposições dos 
bancos da França e Alemanha a Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha (economias 
europeias mais vulneráveis) tem se reduzido em patamares superiores ao do Brasil. Em 
março de 2012, os bancos brasileiros tinham o total de exposições de US$ 2,4 bilhões 
(2,9% exposição total), ante US$3 bilhões (3,8% da exposição total no exterior) um ano 
antes. Se comparado com a exposição de economias como França e Alemanha não é 
relevante conforme podemos observar na Tabela n° 5 abaixo. 
 
 
 
 
19
 Fonte: Banco Central – www.bcb.gov.br ECOIMPRENSA. 
http://www.bcb.gov.br/
28 
 
 
 
 
Tabela nº 7 - Exposição dos Bancos Europeus aos GIIPS x Bancos do Brasil 
 US$ milhões 
Bancos da Alemanha 2011 % de 2012 % de 
 Mar (A) Mar (A) 
(A) Exposição - GIIPS 512.950 - 400.679 - 
Setor Público GIPS 106.441 20,4 78.838 19,7 
Setor Bancário - GIIPS 164.727 31,6 103.053 25,7 
(B) Exposição a todos os Países 3.087.270 - 2.767.534 - 
Banco da França 
(A) Exposição - GIIPS 671.715 - 534.060 - 
Setor Público GIPS 162.493 24,2 88.518 16,6 
Setor Bancário - GIIPS 101.904 15,2 63.690 25,7 
(B) Exposição a todos os Países 3.266.294 2.870.445 - 
Banco do Brasil 
(A) Exposição - GIIPS 3.032 - 
 
 2.432 - 
Grécia 1 0 2 0,1 
Irlanda 8 0,3 0 0 
Itália 466 15,4 169 5,6 
Portugal 1.105 36,4 1.087 35,9 
Espanha 1.452 47,9 1.174 38,7 
(b) Exposição a todos os países 84.535 - 84.281 - 
Fonte: Bank of International Settlements (Bis) - Consolidação Banking Statistics (Julho 2012) 
 
4.1 - Índice de Liquidez 
 
O elevado índice de liquidez 
20
 apresentado pelo Sistema Financeiro Nacional 
no período de junho de 2011 a junho de 2012 revelou baixo risco dessa natureza mesmo 
considerando a queda apresentada no último semestre e as incertezas no mercado 
externo. Assim, manteve-se elevado o índice de liquidez do SFN no parâmetro de 2,5%, 
para cada 1,0%. Por outro lado, em casos de situações de estresse, o BCB pode fazer 
uso dos depósitos compulsórios como instrumento para regular a liquidez e manter a 
estabilidade cujo volume de recursos foi de R$ 395,0 bilhões, apresentado em junho. 
 
Em fevereiro de 2012, visando manter o equilíbrio de liquidez do mercado o 
Banco Central, através de medidas prudenciais e por meio Circular n° 3.576 redefiniu as 
regras do recolhimento compulsório estabelecendo o uso de até 36% da exigibilidade 
 
20
 IL: O índice de liquidez é medido pelos ativos líquidos (LT), em relação a necessidade estimada de liquidez (NEL) 
em situação de crise. (2) Índice de liquidez medido pela soma dos ativos líquidos com as reservas compulsórias em 
relação a necessidade estimada de liquidez (NEL) em situações de crise. 
 
29 
 
 
 
em operações que proporcionem maior liquidez às instituições de pequeno e médio 
porte. Este procedimento poderá demandar uma maior procura por títulos públicos para 
composição da carteira própria dessas instituições, para serem usados no futuro, em 
novas demandas de negócios. 
 
Gráfico nº 1 - Índice de Liquidez do Sistema Financeiro 
 
 
Fonte: Relatório de Estabilidade (set 11 e set 12) - Banco Central. 
Gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2 - Patrimônio de Referência 
 
O Patrimônio de Referência (PR) apresentado pelo sistema financeiro atingiu 
R$ 543,5 bilhões em junho de 2012, demonstrando um crescimento semestral de R$55,7 
bilhões. Em sua composição, o capital nível I foi responsável por 44,5% desse 
acréscimo, proporcionado pelas emissões de dívidas subordinadas (DS) e instrumentos 
híbridos de capital e dívida (IHCD). Assim, estes instrumentos contribuíram para que os 
lucros líquidos retidos dos bancos fossem os maiores responsáveis por essa elevação. 
Além disso, o PR nível I foi reforçado por aumentos de capital provenientes da oferta 
primária de ações e do aporte de recursos em algumas instituições de médio porte. 
Já o aumento no PR nível II, foi sustentado principalmente por emissões de R$ 
20,1 bilhões em LFS, cujo estoque de dívida subordinada elevou-se para R$123,7 
bilhões. Em complemento houve ainda R$6,8 bilhões proveniente de ajuste a valor de 
mercado de títulos e valores mobiliários (TVM), que foram reclassificados da categoria 
de “títulos mantidos até o vencimento” para a categoria “disponível para venda” nas 
instituições consolidadas. 
30 
 
 
 
Gráfico nº 2 – Patrimônio de Referência 
 
 
Fonte: Relatório de Estabilidade (set 11 e set 12) - Banco Central. 
Gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.3 - Patrimônio de Referência Exigido 
 
O Patrimônio de Referência Exigido (PRE) apresentado pelo Sistema 
Financeiro Nacional passou de R$ 290,5 bilhões para R$ 364,1 bilhões, em 12 meses. 
No comparativo houve uma redução daexposição em crédito (PEPR) diminuindo 
1,65% no período, resultado da contração do crédito na economia. No que tange a 
parcela de PRE para cobertura das exposições sujeitas a risco de mercado tiveram uma 
pequena evolução de 0,2%, influenciado pela inclusão da parcela de VaR estressado, 
incorporado no cálculo a partir de janeiro de 2012. Já o requerimento de capital para 
cobertura do risco operacional houve uma pequena variação de -0,3%, sendo calculado 
basicamente sobre o resultado semestral das instituições. 
 
Tabela nº 8 - Patrimônio de Referência Exigido 
 jun/11 dez/11 jun/12 
 Valor % Valor % Valor % 
PRE 290 100 328,5 100 364,1 100 
PEPR 262,9 90,7 298,9 91 324,6 89,2 
Risco de mercado 9,6 3,3 11,4 3,5 19,2 5,2 
Risco operacional 17,5 6 18,2 5,5 20,3 5,6 
Fonte: Relatório de Estabilidade (set 11 e set 12) - Banco Central 
 Tabela elaborada pelo autor. 
 
31 
 
 
 
4.4 - Índice de Basiléia do SFN 
 
No primeiro semestre de 2011 o IB foi de 16,9%, caiu para 16,4% em junho de 
2012, permanecendo acima do mínimo regulatório de 11%. Ainda que considere o 
acréscimo à exposição do risco de mercado, pelas medidas prudenciais do BACEN, este 
resultado demonstra que o SFN se encontra suficientemente capitalizado para enfrentar 
eventuais riscos. 
 Se compararmos com o IB dos países participantes do G20, o Brasil fica atrás 
apenas de Indonésia, Alemanha e Turquia que apresentaram índices superiores de 
18,2%, 16,7% e 16,6%, respectivamente., conforme mostra a Tabela nº 4. 
 
Gráfico 3 - Índice de Basileia do SFN 
 
 
Fonte: Relatório de Estabilidade (set 2011 e set. 2012) - Banco Central. 
Gráfico elaborado pelo autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
Tabela nº 9 – Comparativo Índice de Basiléia das Principais Economias. 
 
 Índice de Basileia 
Países do G20 Último Disponível 
África do Sul 15,1 dez-11 
Alemanha 16,7 mar-12 
Argentina 15,5 dez-12 
Austrália 11,6 mar-12 
Brasil* 16,4 jun-12 
Canadá 15,1 mar-12 
China 12,7 dez-11 
Coréia do Sul 14,0 dez-11 
Estados Unidos 14,7 dez-11 
França 12,8 jun-11 
Índia 13,1 dez-11 
Indonésia 18,2 mar-12 
Itália 12,7 dez-11 
Japão 14,2 set-11 
México 15,7 mar-12 
Rein Unido 15,8 jun-12 
Rússia 14,6 mar-12 
Turquia 16,6 mar-24 
Fonte: FMI e Banco Central – Relatório e Estabilidade Financeira Set. 2012 
 
4.5 - Índice de Basiléia das principais instituições financeiras 
 
Os dados da Tabela 8 revelam que o Banco Santander apresenta um 
confortável Índice de Basiléia, demonstrando com isso, uma margem de 5,9%, de 
disponibilidade para alocação em novos negócios, ante 1,9% de margem apresentado 
pela CEF. O bom índice apresentado pelo Banco foi proporcionado pelas captações 
externas equivalentes a R$ 800 milhões ocorridas no período
21
. Já no caso da CEF, em 
eventual cenário de estresse ou expansão de negócios os dados revelam que a instituição 
tende a comprometer este índice, e ficar abaixo do mínimo de 11%, estabelecido pelo 
CMN. 
Os demais bancos possuem uma margem adequada para expansão de novos 
negócios, proporcionados pela boa gestão dos recursos que se encontram diversificados 
entre a tesouraria e crédito que suavizam o requerimento de capital, para cobertura das 
exposições. 
 
21
 Fonte: 50 maiores bancos – 1º semestre 2012 – Banco Central 
33 
 
 
 
Tabela nº 8 – Índice de Basiléia das principais instituições financeiras 
 
 
Instituições jun/11 dez/11 jun/12 
ITAU 15,8 16,0 16,6 
BB 15,1 14,5 14,5 
BRADESCO 14,9 15,0 16,8 
CEF 14,5 13,3 12,9 
SANTANDER 27,2 24,8 21,9 
Fonte: 50 maiores bancos – Banco Central 
Tabela elaborada pelo autor. 
 
Gráfico: nº 4 – Índice de Basiléia das principais instituições financeiras 
 
 
Fonte: 50 maiores bancos – Banco Central. 
Gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.6 - Impactos de Basiléia III no Brasil 
 
Dados simulados pelo Banco Central, com as posições apresentadas pelo 
sistema financeiro no mês de junho de 2012, e utilizando-se dos parâmetros propostos 
na Audiência Pública nº 40, que define nova metodologia de apuração do Patrimônio 
de Referência (PR), dos requerimentos mínimos de manutenção de PR, Nível I do PR e 
Capital Principal, e introduz o Adicional de Capital Principal, revelam que o sistema 
bancário necessitaria de R$7,8 bilhões, equivalente a apenas 2,5% do estoque atual de 
recursos, para cobertura das suas exposições sujeitas a riscos, de crédito, mercado, e 
operacional. 
Dada essa simulação, a Adoção de Basiléia III no Brasil, poderá induzir 
muitos bancos a aumentar o seu capital, para assegurar que tenham Patrimônio de 
Referência para sustentar a alavancagem, que possa absorver choques em períodos de 
estresses. 
34 
 
 
 
Por outro lado, essa necessidade de capital por parte das instituições, tende a 
declinar as disponibilidades de recursos para financiamentos e como consequëncia, 
causar grande impacto sobre o crescimento econômico, sob efeito da contração do 
crédito e refletir nos níveis de rentabilidade dos bancos. 
4.6.1 - Implementação dos Indicadores de Liquidez no Brasil 
 
Considerando as diferentes proposições de Basiléia III e a determinação do 
BACEN no Comunicado 20.615/11, no que tange a implementação dos indicadores de 
liquidez (LCR e NSFR) de curto e longo prazo, respectivamente por parte do sistema, 
há uma propensão que as instituições financeiras reestruturem seus balanços para 
aumentar a qualidade de ativos considerados líquidos e ajustem suas maturidades, cujos 
procedimentos tem implicações nos diferentes segmentos dos mercados financeiros e de 
capitais, pelo lado da oferta e pela demanda. 
Neste processo há uma tendência de seletividade de instrumentos, em que 
ativos considerados ilíquidos e de financiamento de longo prazo serão prejudicados, em 
função de que os bancos são mais conservadores a manter ativos dessa natureza e a 
financiar operações com prazo mais longo. Para cumprir os parâmetros dos indicadores, 
é provável que dos bancos invistam em ativos menos rentáveis e mais líquidos (como 
exemplo da dívida pública), reduzindo a alocação em crédito, cuja estratégia pode 
diminuir o resultado das instituições. 
 
Tabela nº 10 - Resumo dos Impactos 
EVENTO IMPACTO NAS 
INSTITUIÇÕES 
RESULTADO 
Competição entre instituições por 
depósitos. 
 
 
Aumento da necessidade de 
buscar alternativas de captação 
(tornam-se mais caras). 
Maior disponibilidade de 
recursos para alocação na 
economia. 
 
Competição por fundos no 
mercado de títulos. 
Aumento no custo da captação 
e diminuição dos spreads. 
 Efeito nos resultados da IF. 
Necessidade de manter um 
portfólio com alta qualidade de 
ativos líquidos. 
Retorno mais baixo em um 
portfólio com alta qualidade de 
ativos. 
Favorável para desfazer 
posições. 
 
Custo de Oportunidade. 
Mudança na definição de capital. 
Crescimento de capital limitado, 
tornando-se escasso e mais caro. 
Custo de capital. 
Disponibilidade de capital. 
Tabela elaborada pelo autor. 
 
35 
 
 
 
5.0 – CONCLUSÃO 
 
O debate a respeito de Basiléia III sugere que não há consenso entre os 
reguladores, em função da abrangência das regras, as quais deixam dúvidas a respeito 
da sua implementação na totalidade dos requisitos. Um dos pontos fundamentais de 
divergências refere-se à forma pelas quais os ativos são ponderados, gerando incertezas 
quanto a sua classificação. Além disso, considerando à heterogeneidade das instituições 
em cada jurisdição, e as maturidades da composição dos seus ativos e passivos,os 
gestores levam em conta os possíveis impactos diferenciados na gestão dos negócios de 
forma que possibilite conciliar o objetivo do supervisor, de solidez do sistema e 
estabilidade econômica, proporcionado pela regulação e pela dinâmica dos seus 
negócios, com vistas a diminuir o risco tanto em situações normais, como em eventuais 
cenário de estresse. 
No Brasil a análise preliminar dos impactos das medidas referentes ao projeto 
Basiléia III, se destaca pela crítica advinda da possibilidade de que as novas medidas 
levem ao encarecimento do crédito para as empresas médias e pequenas, dado que de 
maneira geral as mesmas apresentam um maior risco para as instituições. Ciente destas 
dificuldades o Banco Central não tem medido esforços para que as novas regras de 
Basileia III sejam compatíveis com a realidade dos bancos, e tem analisado 
conjuntamente com o sistema financeiro através de consulta pública possíveis ajustes, a 
fim de evitar que ocorram distorções no processo de adaptação da legislação. 
Adicionalmente, o que se tem discutido é que sua adoção implicará em maiores 
custos para os bancos, dada a maior necessidade de investimentos em recursos 
computacionais, e de profissionais especialistas, para desenvolvimento dos processos 
operacionais. Nesta lógica as novas exigências podem encarecer e limitar a 
disponibilidade de crédito, como consequência dos novos investimentos e do aumento 
do consumo de capital para cobertura das exposições sujeitas a riscos. 
Porém, fica evidente através das proposições de que as regras sugeridas 
melhoram um pouco o nível de segurança dos bancos. Por outro lado, há uma conotação 
de que os órgãos reguladores tenham se preocupado com questões específicas de 
negócios sem um estudo adequado das situações mais complexas, sem que levasse em 
conta o comportamento diferenciado dos sistemas financeiros em cada jurisdição. 
36 
 
 
 
Na esteira do processo, considerando que o Brasil já venha adotando regras 
prudenciais mais restritas que a média das outras jurisdições, e com uma estrutura de 
supervisão sólida sob o ponto de vista legal e operacional, a introdução de Basiléia III 
poderá dificultar as avaliações por parte do regulador, face à heterogeneidade das 
instituições locais, em termos de porte e de composição de ativos e passivos. Esta 
diferenciação requer um monitoramento maior das posições de capital e de instrumentos 
líquidos das instituições, para limitar seus riscos e garantir recursos suficientes para 
alocação na economia. 
Neste contexto considerando que a indústria bancária tem se configurado como 
uma das áreas que mais demanda estudos e pesquisas, que servem de subsídios aos 
órgãos reguladores, instituições financeiras e analistas de mercado, o trabalho se 
justifica por ser atual e de suma importância, ao colaborar com a discussão dessa 
temática e examinar as medidas propostas pelo Comitê de Supervisão Bancária, através 
do Acordo de Basiléia III, que estão sendo internalizadas pelo Banco Central, com 
vistas à adequação do Brasil às regras internacionais, estando prevista sua 
implementação gradual ao longo dos próximos anos, se estendendo até 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
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