Buscar

TCC -Duvidas e Diagnosticos TDAH Final

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Universidade Paulista
Educação a distância 
PEDAGOGIA 
DÚVIDAS DE DIAGNOSTICO EM RELACAO AO TDAH – TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
DOURADOS/MS 
2018
DÚVIDAS DE DIAGNOSTICO EM RELACAO AO TDAH – TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
Trabalho Monográfico – Curso de Pedagogia – Licenciatura em Pedagogia, apresentado à comissão julgadora da UNIP EaD sob a orientação do professor Me 
DOURADOS/MS
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO 
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho a nossa família que esteve presente em todos nossos momentos de aflição e êxito, obrigado pela paciência e por entenderem nossa ausência em muitos momentos
AGRADECIMENTOS
 Agradecimentos especiais a nossos mestres e orientadores da UNIP, que com muita paciência, nos orientou durante todo o curso e em especial nesta reta final. Um curso de graduação não se vence sozinho, obrigado a todos que nos incentivaram e apoiaram nessa etapa de nossas vidas. Obrigado!
. 
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.”
Paulo Freire
Sumário
Introdução										9
Capítulo I – o conceito e o pensamento literario 				11
1.1 - TRAJETO HISTORICO 						13
1.2 - PARADIGMAS 							15
1.3 - A LDBEN- LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO 
NACIONAL									17
1.4 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM BASE NA LEGISLAÇÃO 
VIGENTE									19
Capítulo II – diagnostico 								21
2.1 – desatenção 								22
2.2- hiperatividade							23
2.3 – impulsividade							24
	
Capítulo III – intervenção pedagogica 						25
3.1 – PRATICAS DO ENSINO 						28
3.2- ESTRATEGIAS DE ENSINO 					30
Considerações finais								33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 						34
RESUMO
	Podemos observar atualmente uma quantidade excessiva de diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH), e isso se da ao não acompanhamento de psicólogos e professores qualificados no ambiente escolar. Veremos alguns problemas com esses diagnósticos, onde crianças saudáveis são rotuladas por sua agitação normal da idade. Entenderemos o papel do psicólogo na analise desse diagnostico, e também posteriormente o tratamento, psíquico e clinico. O TDAH não pode ser considerado uma doença, e sim um comportamento desajustado que deve ser analisado e controlado com terapia e em casos mais severos com medicamentação. Psicólogos tem essencial importância em desenvolver um politica dentro das escolas que contribuam para o diagnostico correto, para que o portador não sofra com alguns julgamentos errôneos e o não portador não seja rotulado também erroneamente.
Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Dúvidas no diagnóstico de TDAH, tratamento, professor, lúdico; 
 
ABSTRACT
	We can currently observe an excessive amount of Deficit Disorder Diagnoses of Attention, and this is not to the accompanying psychologists and qualified teachers in the school environment. We will see some problems with these diagnoses where healthy children are labeled by its normal bustle of age. We understand the role of psychologists in the analysis of this diagnosis, and also later treatment, psychological and clinical. Deficit Disorder Diagnoses of Attention cannot be considered a disease, but a maladjusted behavior that should be analyzed and controlled therapy and in more severe cases with medication. Psychologists have crucial importance in developing a policy within schools that contribute to the correct diagnosis so that the wearer does not suffer from some misjudgments and no carrier is not also wrongly labeled.
Keywords: Attention Deficit Disorder and Hyperactivity Disorder (ADHD) , question the diagnosis of ADHD , Work Course Conclusion (TCC) , Treatment; Teacher; Ludic.
INTRODUÇÃO
No cotidiano escolar o professor e os demais profissionais da educação, se deparam com diferentes problemas como a desordem, o desrespeito a regras de conduta e à falta de limites, a indisciplina, ou seja, fatores que possivelmente, inviabilizam a prática educacional. Ao mesmo tempo o professor encontra em sala de aula alunos agitados, com Déficit de Atenção, ou seja, são incapazes de manter uma atenção concentrada e que ainda assim são rotulados de indisciplinados (SILVA, 1999).
Entendendo que os profissionais que estão inseridos nesse contexto, de acordo com SILVA (1999), têm como objetivo trabalhar a individualidade e limitações de cada aluno, e saber que cada aluno é detentor de características específicas. 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) há muitas décadas, vem sendo objeto de estudo de pesquisadores principalmente das áreas de Psicologia, Educação e Medicina. Nos últimos 20 anos, de acordo com a Academia Americana de Pediatria, os critérios de diagnóstico e tratamento desse Transtorno foram revisados em várias ocasiões (AAP, 2000). O DSM IV, Manual Estatístico e Diagnóstico publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, define o TDAH como um problema de saúde mental, considerando-o um distúrbio bidimensional, que envolve a atenção e a hiperatividade/ impulsividade (DSM-IV, 1994). 
O TDAH é um diagnóstico clínico fundamentado na presença de sintomas comportamentais determinados pelo DSM-IV e, portanto, é importante reconhecer as limitações do mesmo. A própria AAP afirma, em seu Guia Prático, que a maioria dos testes e avaliações foi desenvolvida em ambientes psiquiátricos e pouco se sabe sobre o seu uso por pediatras e médicos generalistas (AAP, 2000). Os critérios de DSM-IV permanecem como um consenso sem dados empíricos claros que justifiquem o número de itens requisitados para o diagnóstico de TDAH. 
Além disso, segundo a AAP (2000), os critérios não diferenciam os gêneros nem valorizam as variações de desenvolvimento comportamental. Em função da complexidade do diagnóstico do TDAH, recomenda-se que os profissionais utilizem em seu julgamento clínico os critérios do DSM-IV juntamente com informações obtidas junto aos pais e professores, buscando conhecer o comportamento da criança em diferentes contextos, seu desempenho acadêmico, seu rendimento escolar em relação à sua idade cronológica e série escolar, suas relações sociais e familiares, seus interesses, suas habilidades, sua autonomia e independência na rotina diária do lar, entre outros.
Esta monografia está estruturada em três capítulos. No primeiro apresentamos a revisão de literatura sobre o tema. Mostrando primeiramente, seu papel diante da sociedade, a influência na vida dos alunos e seus deveres e obrigações. Depois o que é o Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade, suas resoluções mediantes ao DSM-IV, seu diagnostico clinico, e por ultimo, o papel do pedagogo mediante a esse diagnóstico, como lidar com um aluno que possui esse transtorno. 
O segundo capítulo trata o problema da pesquisa. Onde vamos intervir para que isso seja solucionado e tratado. O terceiro capítulo descreve as análises e os resultados alcançados, enfatizando os aspectos importantes considerados durante a pesquisa. Por fim, são apresentadas as conclusões a que se chegou sobre ao problema investigado e aos objetivos propostos. 
CAPÍTULO I – REVISAO LITERARIA 
Os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são originados por disfunções no funcionamento cerebral. As variações das manifestações clinicam do transtorno reflete, possivelmente, a complexidade de processos biológicos implicados na origem de seus sintomas, suponde se que alterações em diferentes sistemas de neurotransmissores (NT) devam estar envolvidas. Embora os resultados ainda não sejam definitivos, uma serie de estudos de neuro imagem, neuropsicológica e bioquímica vem corroborando essa ideia (FARONE, 2004).
Diferentes teorias já foram propostas para explicar a fisiopatologia do transtorno. Uma delas foi a da disfunção front límbica, considerandoque o transtorno não seria, em essência, um distúrbio de atenção, mas o resultado numa falha no desenvolvimento dos circuitos cerebrais que possibilitam a inibição e o autocontrole. Um fraco controle inibitório da região cortical frontal sobre as funções límbicas seria a origem dos sintomas desse transtorno (SATTERFIEL e DAWSON, 2000). 
Essa hipótese foi posteriormente foi testada e modificada por uma série de investigações. Dados de estudos neuropsicológicos mostraram que crianças com síndrome tem um desempenho prejudicado em tarefas que demandam funções cognitivas tais como atenção, percepção, planejamento e organização, além de falhas na inibição comportamental, processos esses relacionados com o lobo frontal e com as áreas subcorticais (SWANSON, 2005 e TANNOCK, 2005).
O transtorno está associado a vários déficits neuropsicológicos que, por sua vez, se correlacionam ao comprometimento do funcionamento acadêmico, social e profissional. Diversos estudos já demonstraram que esses déficits podem ser observados tanto em crianças como em adolescentes e adultos. Para, Smith e Strick (2001), e O TDAH é uma doença que afeta até 5% da população escolar infantil atualmente. Ela compromete o desempenho escolar, as relações interpessoais e provoca ainda a baixa autoestima. 
Pois as crianças que tem esse transtorno geralmente são rotuladas como agitadas, que possuem mal comportamento, pois não conseguem ficar quietos, sentados em seus lugares, estão o tempo todo falando e se movimentando. Elas parecem estar no mundo da lua, pois crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e se prender em determinada situação. Na verdade, a criança com TDAH não tem dificuldade em prestar atenção, o que é difícil para elas é manter-se atento em apenas em um estímulo, ou seja, elas prestam atenção a tudo, mas não são capazes de focalizar a atenção seletivamente e organizar respostas rápidas. Além disso, são crianças impulsivas, que não param para olhar e ouvir (SMITH e STRICK, 2001).
A causa pode estar ligada a pré-natais, como as decorrentes de álcool na gestação, prematuridade, etc. E pós-natais, como sequelas de doenças no início da infância como meningite, encefalites e traumatismos crânio-encefálico (BASTOS, THOMPSON, MARTINEZ, 2000).
No século XX, segundo GOLDSTEIN (1996), conceitualiza hiperatividade nas crianças referindo-se como inquietas, disfunção cerebral, falha de controle moral, reação hipercinético da infância distúrbio poscefálico, distúrbio de falta de atenção e de hiperatividade. Apesar de vários nomes que dão a crianças com TDAH, o problema vem gerando muitos estudos a fim de descobrir a real causa acometida a estas crianças. Segundo YAEGASHI (2012), muitos acreditam que pode ser hereditário e atingem mais meninos, é uma doença sem cura, porém pode ser controlada.
	Uma criança TDAH é extremamente agitada e com isso tem certa dificuldade de concentração prejudicando a aprendizagem, a falta de um bom tratamento pode transformar essas crianças em adultos instáveis, depressivas e até com tendências a problemas de conduta.
	A criança com problemas de conduta parece assumir o desafio contestador um degrau além da tolerância. Esta manifesta comportamentos que violam os direitos básicos dos outros. Regras importantes são violadas. Isto certamente é um problema muito mais sério que a simples oposição. Crianças com problemas de conduta são normalmente agressivas, cruéis, fisicamente violentas, destruidoras da propriedade e podem enfrentar suas vítimas, muitas têm problemas de vadiagem, drogas, álcool e má conduta sexual. Os pesquisadores têm sugerido pelo menos 30% à 40% das crianças hiperativas fatalmente apresentam problemas de conduta. (GOLDSTEIN, 1996, p.150)
	Na escola é onde a criança com TDAH começa a dar sinais desse problema, o que antes o comportamento era aceito como engraçadinho ou imaturo na escola já não é aceito, esta criança tem que seguir regras, limites da organização da escola, percebendo o problema a escola encaminha essas crianças aos consultórios médicos, a fim de identificar o problema.
	Em sala de aula o aluno hiperativo não se ajusta aos padrões e expectativas da escola e seu comportamento passa a ter proporções maiores ocupando grande atenção da professora, e com isso prejudicando o restante da sala.
Infelizmente, esta atenção por parte do professor e frequentemente negativa e dirigida à criança por ela não estar fazendo o que dela se espera. Isto desintegra ainda mais a classe, pois existem muitas outras crianças que prefeririam assistir a uma batalha entre professor e a criança hiperativa completar seu próprio trabalho. (GOLDSTEIN, 1996, p.150) 
 
	Segundo o autor ainda, se uma criança está tendo problemas e se os pais desconfiam que ele possa ser hiperativo, eles devem sim procurar a assistência de um profissional e ter várias outras opiniões a respeito do diagnóstico.
	BOIASKI (2007) afirma, que no ano de 1846, Henrich Hoffman um médico fez em forma de poema descrições sobre TDAH que foi publicado no livro infantil de Hoffman der Struwwelpeter (o menino desleixado).
	Na França, no ano de 1897, houve também relatos de sintomas característicos da Hiperatividade, só que o problema começa a ser identificado a partir do século XX como ressalta RAZERA (2001). E “[...] o crédito científico costuma ficar com George Still e Alfred Tredgold, que foram os primeiros autores a dedicar atenção clínica séria a uma condição comportamental infantil que se aproximaria do que hoje se conhece como TDAH. ” 
	Percebe-se que nas pesquisas atuais como características principais do TDAH, a dificuldade da criança em inibir seu comportamento, tanto focar na atenção, controlar impulsos, agitação. Afirma Barkley (1990 apud BOIASKI, 2007, p.24) “Muitos eram frequentemente agressivas, desafiadoras, resistentes à disciplina e excessivamente emocionais ou passionais. ” 
	 
1.1 A PSICOLOGIA ALIADA DA EDUCAÇÃO
Ao longo dos últimos anos produziu-se um debate substancial entre a disciplina mais ampla da psicologia e a disciplina da psicologia da educação. Alguns autores argumentaram que a psicologia da educação representa uma especialização dentro da psicologia, similar a que representa a psicologia cognitiva ou psicologia social. Outros argumentaram que é uma disciplina encarregada de aplicar a teoria e os princípios psicológicos a uma classe particular de comportamento, principalmente aqueles relacionados com ensino e a aprendizagem, geralmente em ambientes educacionais formais. E outros, ainda, argumentaram que é uma disciplina com suas próprias bases teóricas, relacionadas com a psicologia, mas independente dela. (SHEURMEN e outros, 2003).
Incluem se sob tal denominação um conjunto de formulações que concebem a psicologia da educação como um mero campo de aplicação do conhecimento psicológico, isto é, como psicologia aplicada à educação. Em primeiro lugar, a crença de que o conhecimento psicológico é o único que permite abordar de maneira cientifica e racional as questões educacionais. Em segundo lugar, o postulado de que o comportamento humano responde a uma serie de leis gerais que, uma vez estabelecidas pela pesquisa psicológicas, podem ser utilizadas para compreender e explicar qualquer âmbito da atividade das pessoas. Em terceiro lugar, e como consequência do anterior, o que caracteriza a psicologia da educação não é o tipo ou a natureza do conhecimento que maneja, mas campo ou área de aplicação no qual se pretende utilizar tal conhecimento, isto é, educação (MARCHESI, 2004).
Ela sofreu grandes mudanças durante os anos, e isso trouxe uma agregar de conhecimentos, que contribuiu para a desestruturação do modelo de psicologia clinica escolar para a psicologia escolar de maneira social e preventiva. Na atualidade a psicologia da educação tem um papel importantíssimo nas salas de aula, tanto para os professores como para os alunos, existe um respaldo diferenciado e minucioso sobre algumas patologias e comportamentos apresentados em sala. (COLL, 2004).
A psicologia da educação desdobrará seusinstrumentos e técnicas disciplinares na perspectiva de uma busca moralmente fundamentada de melhores maneiras de educar, ou se, ao contrario, continuara se esforçando para aperfeiçoar seus instrumentos e técnicas dentro de seus próprios contextos disciplinares (psicológicos) com o objetivo de propor resolutamente, a seguir, como a educação, deve conformar-se aos conceitos, as teorias e aos resultados empíricos assim gerados. Essas duas opções não podem acomodar-se facilmente tomando de forma seletiva o melhor de cada uma delas; ao contrario, trata-se de duas aproximações radicalmente distintas de um campo de conhecimento no interior de uma comunidade profissional (COLL, 2004). 
De acordo com os argumentos expostos até aqui, pode-se dizer que a finalidade da psicologia da educação é estudar os processos de mudanças que se produzem nas pessoas como consequência de sua participação em atividades educacionais. Essa afirmação sucinta requer, no entanto, alguns comentários adicionais que ajudam a compreender e a valorizar melhor seu alcance e suas implicações. Em primeiro lugar, a definição se ajusta as exigências formuladas por uma concepção da psicologia da educação como disciplina-ponte. Por um lado seu interesse esta voltado ao estudo dos processos de mudança que ocorrem nas pessoas, isto é, ao estudo de processos psicológicos (PALACIOS, 2005).
Não obstante, e diferentemente de outras aéreas ou domínios da psicologia, interessa se por um tipo muito especial de mudanças: aquelas que têm sua origem na, ou que possam relacionar-se com a participação das pessoas em atividades ou situações educacionais. Em segundo lugar a definição proposta não deixa margem para duvidas sobre a necessidade de uma aproximação multidisciplinar do estudo dos fenômenos educativos (COLL, 2006).
A complexidade intrínseca desses fenômenos, a multiplicidade de dimensões e aspectos presentes neles faz com que seu estudo exija o concurso de diferentes perspectivas disciplinares. Em terceiro lugar, a psicologia da educação esta comprometida, junto com outras disciplinas educacionais e em estreita coordenação com elas, na elaboração de uma teoria educacional de base cientifica e na configuração de uma pratica de acordo com ela. Esse compromisso lhe confere um caráter de disciplina aplicada e a induz abordar seu objeto de estudo com uma tripla finalidade, que persegue a elaboração de modelos interpretativos dos processos de mudanças estudados. (MARCHESI, 2004).
Juntamente com a psicologia da educação temos a psicologia escolar, que trabalha essa psicologia da educação em sua pratica, na escola e na sala de aula. A Psicologia Escolar vem sendo considerada até agora como uma área secundária da Psicologia, vista como relativamente simples, não requerendo muito preparo, nem experiência profissional. Dentro da instituição-escola é pouco valorizada, até mesmo dispensável, haja vista a inexistência de serviços dessa natureza, enquanto os de orientação educacional e supervisão escolar são previstos e regulamentados por lei (MARCHESI, 2004).
Essa perspectiva, que nos parece bastante equivocada e inadequada, talvez provenha do fato de que, historicamente, a área escolar tenha-se caracterizado como um desmembramento da área clínica, o que gerou a visão de uma Psicologia Escolar clínica. Outra abordagem seria a da ação preventiva da Psicologia Escolar. Prevenir significa "antecipar-se a", "evitar", "livrar-se de", "impedir que algo suceda". No contexto da escola o que se pretenderia evitar ou impedir? A existência de problemas, de dificuldades ou fracassos? A conotação por vezes encontrada, entretanto, parece ser a de evitar desajustes ou desadaptações do aluno. (COLL, 2006)
Maria Helena Novaes (2003), ao defender a importância da formação adequada do psicólogo escolar e sua responsabilidade profissional, afirma que "dado o caráter, sobretudo preventivo da atuação do psicólogo escolar, essa orientação (psicológica) merece tanto ou mais cuidado do que qualquer outra, pois tem como meta principal o ajustamento do indivíduo". 
Diante dessa realidade vamos analisar como um profissional da educação trabalha diante de um diagnostico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), como evitar possíveis diagnósticos errôneos, e como trabalhar com essa patologia dentro de sala de aula, juntamente com outros alunos. É importante ressaltar que vários comportamentos, como a indisciplina, se confunde com esse transtorno, podendo assim atrapalhar e rotular diversos alunos ainda em fase de desenvolvimento, psíquico e social (MARCHESI, 2005).
CAPITULO II – DIAGNOSTICO E CAUSAS 
A causa pode estar ligada a pré-natais, como as decorrentes de álcool na gestação, prematuridade, etc. E pós-natais, como sequelas de doenças no início da infância como meningite, encefalites e traumatismos crânio-encefálico (BASTOS, THOMPSON, MARTINEZ, 2000).
Porém, de acordo com DSM-IV existem três tipos mais frequentes de TDAH, que são: 
O tipo desatento - a pessoa deve apresentar, pelo menos, seis das seguintes características: Não enxerga detalhes ou comete erros por falta de cuidado; tem dificuldade em manter a atenção; parece não ouvir quando se fala com ela; dificuldade em organizar-se; evita/não gosta de tarefas que exigem um esforço mental prolongado; frequentemente perde os objetos necessários de uma atividade; distrai-se com facilidade; esquecimento nas atividades diárias. 
O hiperativo/impulsivo - a pessoa deve apresentar, pelo menos, seis das seguintes características: Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira; dificuldade em permanecer sentada; corre sem destino ou sobe nas coisas excessivamente (em adultos, há um sentimento subjetivo de inquietação); dificuldades de engajar-se numa atividade silenciosamente; fala excessivamente; responde perguntas antes de serem formuladas; age como se fosse movida a motor; dificuldades em esperar sua vez; interrompe conversas e se intromete. 
O combinado – como o próprio nome já diz, é caracterizada quando a criança apresenta os dois conjuntos das formas hiperativa/impulsiva e desatenta. Existem ainda outros critérios que devem ser levados em conta, tais como: Persistência do comportamento há pelo menos seis meses; Início precoce (antes dos 7 anos). Os sintomas têm que ter repercussão na vida pessoal, social ou acadêmica; tem que estar presente em pelo menos dois ambientes; Frequência e gravidade maiores em relação à outras crianças da mesma idade. 
Outras características - podem aparecer junto com as descritas ou no lugar delas: Dificuldade em terminar uma atividade ou um trabalho; ficar aborrecida com tarefas não estimulantes ou rotineiras; falta de flexibilidade (não saber fazer transição de uma atividade para outra); imprevisibilidade de comportamento; não aprender com os erros passados; percepção sensorial diminuída; problemas de sono; difícil de ser agradada; agressividade; não ter noção do perigo, entre outros. 
O quadro clínico apresentado pelo portador de TDAH durante os primeiros anos de vida mostram alterações no processo de desenvolvimento neurológico e emocional. Segundo alguns estudos, as mães de crianças com a síndrome relatam que seus filhos se mexiam muito, mesmo antes do nascimento (vida intrauterina). Algumas crianças, desde cedo, mostram se mais irritadiça, chorando muito nos primeiros meses de vida, movendo se durante o sono e acordando varias vezes durante a noite (ANDRADE, 2002).
Já nos primeiros passos, alguns pais podem perceber que a criança com TDAH é mais agitada do que as outra da sua idade, necessitando constantemente de vigilância, já que pode cometer alguma “arte”, que, em geral, é mais grave do que o esperado pela idade. Por exemplo, quebrar com frequência seus brinquedos, perder rapidamente o interesse por brinquedos ou situações, necessitando sempre de novos estímulos, ou ate machucar-se com muita frequência. (LEIBSON, 2006).
Em geral, o comportamento de crianças com o transtorno pode passar despercebidos pelos pais, mas, quando ingressam na escola, mesmo oscasos mais leves tendem a se tornar mais evidentes, uma vez que na escola existe a possibilidade de se comparar varias crianças com a mesma faixa etária, além do fato de se exigir mais atenção e da necessidade de ficar parado em um mesmo local por mais tempo (SCAHILL e SCHWAB-STONE, 2000).
As crianças podem apresentar algumas alterações na aquisição de habilidades linguísticas, elas também podem apresentar um desenvolvimento inadequado em relação a noção de espaço, o que geralmente é evidenciado por meio de seus desenhos ou pela dificuldade de reconhecer símbolos gráficos semelhantes entre si, mas que se diferenciam apenas por sua disposição espacial, por exemplo: o numero 3 e a letra E, ou as letras b, d, q, p e as letras M e W (ANDRADE, 2002, GHERPELLI, 2001).
1.3 CRITERIOS DE DIAGNOSTICO 
Na fase escolar é onde se percebe grande parte dos sintomas do TDAH, e a desatenção é o que fica mais evidente em sala de aula, porque a criança com a síndrome tem uma capacidade grande para não prestar atenção e com isso os problemas em sala começam a surgir com frequência. E com esta atenção flutuante que o professor começa a lidar com os primeiros sintomas do problema. Sendo assim: Os déficits cognitivos estão na base de todos os problemas das crianças com TDAH, na atenção, na concentração, na impulsividade, [...], na aprendizagem e na solução dos problemas sociais. ” (BONET, Soriano e Solano, 2008, p.58)
2.1 – DESATENÇÃO 
A criança desatenta, não consegue prestar atenção por muito tempo no conteúdo apresentado pela professora qualquer objeto ou pessoa é suficiente para tirar sua concentração, com isso ela não consegue aprender por não conseguir controlar sua atenção. 
Percebe-se que um dos principais sintomas do TDAH é sem dúvida a desatenção e com isso agrava ainda mais os outros sintomas de hiperatividade, porque a criança que é hiperativa também não tem controle de sua atenção agravando demais o seu estado clínico.
(a) Frequentemente não presta atenção a detalhes ou comete erros por omissão em atividades escolares, de trabalho e outras;
(b) Com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
(c) Com frequência parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra;
(d) Com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções);
(e) Com frequência tem dificuldades para organizar tarefas e atividades;
(f) Com frequência evita, demostra ojeriza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa);
(g) Com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais);
(h) É facilmente distraído por estímulos alheio a tarefa;
(i) Com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias;
2.2 HIPERATIVIDADE 
A hiperatividade pode ser identificada quando o indivíduo em uma situação cotidiana se mostra de forma inadequada, que são igualmente caracterizadas como falta de controle do comportamento e com uma dificuldade em ficar quieto ou sentada, se movimentando excessivamente sem proposito definido.
(a) Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
(b) Frequentemente abandona sua cadeira na sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
(c) Frequentemente corre ou escala em demasia, em situações improprias (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação);
(d) Com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
(e) Esta frequentemente a mil ou muitas vezes age como se estivesse a todo vapor;
(f) Frequentemente fala em demasia;
(g) Frequentemente da respostas antecipadas antes das perguntas terem sido completamente formuladas;
(h) Com frequência tem dificuldade em aguardar sua vez; 
(i) Frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos alheios (p. ex., em conversas ou brincadeiras);
2.3 - IMPULSIVIDADE
O fator impulsividade é um dos sintomas do TDAH que mais consequências negativas dão as pessoas com este distúrbio, atingindo diretamente no convívio social por não controlar seus impulsos, gerando vários conflitos na escola e que muitas vezes se alastra até a adolescência assumindo consequências muitas vezes gravíssimas.
Impulsividade se caracteriza pela dificuldade do indivíduo portador do distúrbio em controlar seus impulsos, cometem erros porque agem sem pensar antes de agir. Apesar de agir com espontaneidade e estar sempre se mostrando atirados, são considerados sem educação, fazendo com que elas tenham um péssimo convívio social. 
A. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção causadores de comprometimento estavam presentes antes dos sete anos de idade.
B. Algum comprometimento causado pelos sintomas esta presente em dois ou mais contextos (p. ex., na escola [ou trabalho] e em casa).
C. Deve haver claras evidencias de um comprometimento clinicamente importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
D. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno Global do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro transtorno Psicótico, nem são melhores explicados por outro transtorno mental (p. ex., Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou um Transtorno de Personalidade).
	
2.4 – ETAPAS PARA O DIAGNOSTICO	
Podemos estabelecer algumas etapas fundamentais para um processo de diagnostico de um TDAH: 
1) Procurar um médico especialista para que o individuo possa dizer seus comportamentos e atitudes frente a situações, pra que ele observe. 
2) Descrever para ele as dificuldades e desconfortos diários. 
3) Dizer se esses problemas o acompanham a pouco tempo ou desde a infância. 
4) Relatar se a intensidade dessas dificuldades e sintomas se apresentam de forma significativamente maior que para as outras pessoas do convívio dele. 
5) Eliminar a presença de qualquer outra possível situação médica ou não médica que seja capaz de explicar tais comportamentos e dificuldades no seu dia a dia (BARBOSA, 2008).
	O DSM-IV traz a tona ainda um aspecto individual para os portadores de TDAH que, em quase 100% dos casos, tornam-se o motivo pelo qual o individuo procura ajuda especializada. Esse aspecto seria a presença de prejuízo e consequentes problemas causados pelos sintomas TDAH em, pelo menos duas aéreas, ou contextos vitais de um individuo: familiar, profissional/escolar ou social.
	Podemos também, usar testes psicológicos para a identificação do TDAH. Se tratando de crianças um dos mais aceitos e utilizados é o WISC (Wechsler Intelligence Scale for Children), é um teste de inteligência e execução composto de subescalas para habilidades verbais, espaciais, de atenção, entre outras (BARBOSA, 2008).
 Considerando a enorme discussão e dúvidas com relação ao diagnóstico do TDAH, ainda é muito fácil ser confundidos, diversos problemas biológicos e psicológicos podem favorecer o aparecimento de sintomas similares ao TDAH. O diagnóstico precisa de uma avaliação minuciosa e ampla, onde envolva todos os lados a família e seu histórico, a escola e o meio onde vive, nada podem passar despercebido, pois vários fatores podem contribuir para que tenha um diagnóstico mais completo sobre o indivíduo. Tiba aponta algumas diferenças entre portadores de TDAH e uma simples criança mal-educada:
Há, porém diferenças notáveis entre um portador de TDAH e um mero mal-educado. O portador de DDAH continua agitado diante de situações novas, isto é, não consegue controlar seus sintomas. Já o mal-educado primeiro avalia bem o terreno e manipula situações, buscando obter vantagens sobre os outros. (TIBA, 2012, p.159)
A importância de um diagnóstico precoce reforça a tese de um resultado com mais eficácia, porque envolve uma investigação detalhada sobre toda sua história de vida. No adulto isso pode ficar mais difícil, porque muitasvezes ele pode não se lembrar dos detalhes de sua infância que pode fazer toda a diferença.
Um fato muito importante de frisar é que o TDAH não é uma doença e sim uma disfunção cerebral e a melhor maneira de diagnosticar é através de seu histórico das fazes de sua vida, seja, familiar, escolar, profissional social e afetivo sabemos que um professor bem preparado, que tem experiência no assunto que seja capacitado é de grande importância para o aprendizado do aluno, e isso vai fazer toda a diferença na hora de lidar com alunos com TDAH.
Os mestres são insubstituíveis do ensino, devem obrigatoriamente ser capacitados em TDAH, 6 á 8% dos seus alunos apresentam este transtorno. O perfil comportamental e cognitivo destes alunos é especial e a capacitação permitirá o uso de estratégias específicas bastante eficazes. ARRUDA, 2006, p.130.
	Na graduação o professor terá apenas uma base da sua prática profissional, sendo de grande importância o professor estar buscando novas capacitações, uma pós-graduação na área ou cursos que ajudem este profissional a lidar com essas situações corriqueiras do dia a dia. O que sabemos é que o professor tem que se atualizar estar sempre buscando conhecimento, com técnicas novas, pois cada aluno com TDAH, possuem sintomas diferentes, alguns mais evidentes outros com menos frequência, e estar preparado para essas diferenças será essencial para o seu sucesso como professor.
	A formação do professor passou a ser prioridade em todos os aspectos da educação, estar bem preparado intelectualmente com um bom conhecimento teórico é muito importante, porém o profissional da educação tem que acima de tudo gostar do que faz, porque é gostando do que faz, ele poderá demonstrar o carinho para as diversas situações complexas do cotidiano escolar, não somente com o aluno com TDAH, mas as outras situações que apareceram, com paciência e amor, professor tem que ser afetuoso e carinhoso o tempo todo, até mesmo nos momentos que tem que mostrar sua autoridade.
	Professor tem luz própria e caminhar com seus pés próprios. Não é possível que pregue autonomia sem ser autônomo; que fale de liberdade sem experimentar a conquista da independência que é o saber ele queixa que seu aluno seja feliz sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir afeto e preciso que sinta afeto ninguém dá o que não tem. (CHALITA, 2004, p. 161)
	
O educador nos dias atuais vem sofrendo um processo de reformulação na educação especial, com técnicas novas com estruturas físicas adequadas com todo o instrumental para facilitar o acesso do aluno e o trabalho do professor, porém nada substitui o papel deste profissional na educação, ser professor é ser a peça fundamental para a aprendizagem, a estrutura física as técnicas, não terá importância nenhuma, sem o ser humano professor.
O psicólogo toma frente de maneira essencial nesse trajeto, os médicos identificam, tratam com medicamentos, mas é a psicoterapia que consegue mudanças de comportamento nesse transtorno. Para que alguém tenha um tratamento completo é necessário que todos se envolvam, principalmente a família. É importante que a família entenda que não é um simples desvio de comportamento, e sim um transtorno, que precisa de medicação e psicoterapia (NODEAU, 2003).
2.6 TRATAMENTO 
Os tratamentos comprovadamente eficazes para o manejo do TDAH, além da farmacoterapia, incluem treino de pais em manejo de contingências, aplicação do manejo de contingências em sala de aula e uma combinação destas estratégias. É importante ressaltar que nenhum destes tratamentos promove a cura do TDAH, mas sim uma redução temporária dos sintomas e das dificuldades associadas ao problema (ex. depressão, baixa autoestima, baixo rendimento escolar) (BARKLEY, 2000).
Quando existe comorbidade associada ao quadro de TDAH, como transtorno de conduta ou depressão, um encaminhamento para psicoterapia individual com orientação familiar deve ser realizado. Este tipo de acompanhamento deve ser considerado, mesmo na ausência de comorbidade, quando sofrimento clinicamente significativo é identificado na criança ou adolescente e família. Para alguns autores, a combinação entre tratamento farmacológico e psicossocial é a única forma terapêutica que produz a normalização no funcionamento de crianças com o transtorno (KLEIN & ABIKOFF, 2003).
Existe atualmente ênfase para que a família seja integrada nos cuidados de saúde fornecidos a qualquer um de seus membros. Quando o atendimento tem como alvo crianças ou adolescentes, profissionais da saúde têm procurado estabelecer uma parceria ativa e produtiva com a família. A qualidade da interação entre equipe de saúde e família parece ter um importante impacto positivo sobre os resultados do tratamento (MIYAZAKI, 2005).
	
CAPITULO III - TDAH x MAU COMPORTAMENTO
Muitas vezes, o comportamento agitado e desordenado da criança pode ser confundido ou interpretado, por adultos desavisados como indisciplina e teimosia. No entanto, esse é o modo dela expressar sua curiosidade, sua ânsia por experimentar sensações e situações novas (desafios), não conseguindo conter sua ansiedade. Vale considerar que cada criança reage de acordo com sua personalidade, e essa reação pode ser impulsiva muitas vezes, afirma LEITE (2006).
Neste sentido, CARDOSO (1998), destaca que caso seja constatada uma conduta acentuada e permanente, cabe além dessa simples observação, buscar um entendimento mais profundo de seu significado, através da consulta de um especialista, com o objetivo de investigar se essa conduta possui uma causa orgânica, de fundo físico, o que sugere um tratamento neurológico e/ou psicológico, ou se é uma influência do meio em que a criança vive. A teimosia e a ausência de limites podem estar mascarando uma insatisfação da criança com seu meio ambiente e um desejo de mudá-lo; pode ser um protesto contra os pais ou contra as relações conflitivas entre ele, e mesmo, encobrir uma carência afetiva (necessidade de ser notada).
A indisciplina é vista como uma atitude de desrespeito e segundo DAMON (1995), também de intolerância aos acordos firmados, do não cumprimento de regras capazes de pautar a conduta de um individuo ou de um grupo. No contexto escolar, o aluno é desafiador, o tempo todo testa a autoridade do professor, não é capaz de participar e ter um bom aproveitamento das aulas, pois, o tempo todo tende a causar desordem na sala de aula.
No momento em que as crianças iniciam a vida escolar, elas levam consigo suas inseguranças, angustias, traumas e revoltas que são reflexos de uma educação recebida não só da sociedade, como também, do ambiente familiar. Quando menciono família não estou me referindo a concepção tradicional com a presença do pai, mãe e filhos, pois se sabe que essa concepção familiar vem sofrendo grandes transformações, o ambiente familiar a que me refiro é aquele em que a criança convive, seja com pais, avós, tios, padrinhos e etc, pois serão estas pessoas que a criança tomará como exemplo e que direcionarão e influenciarão em sua conduta (OLIVEIRA, 2003).
Temos como exemplo um caso de uma criança que tinha muitos problemas de comportamento e os pais não compareciam na escola. Quando a professora foi ate a casa dessa aluna constatou que tanto o pai como a mãe eram usuários de drogas passando o tempo todo em estase, deixando a criança relegada a sua própria sorte. Há também casos que os pais ou responsáveis passam o dia fora e casa procurando emprego ou trabalhando para o sustento da casa e não lhes sobra tempo para o cuidado com a criança (TRAVI, 1999).
Existem casos mais graves quando os responsáveis pela criança se agridem ou ate mesmo agridem a criança, conforme dados obtidos no Conselho Tutelar da Infância e Juventude, lamentavelmente, 53% das vitimas de violência, são crianças na faixa etária de 0 a 11 anos. 58% dos atos de violência contra crianças e adolescentes são praticados por pais ou responsáveis. Em suma, interessa ressaltar que a educação oferecida pelos responsáveis reflete na relação da criança com oscolegas e professores, podendo gerar atitudes indesejáveis na escola que culminam em desobediência, agressividade, falta de respeito perante os colegas, professores e outros, isso mostra indisciplina (ROHDE, 2003).
Em contrapartida, um ambiente familiar onde os pais e filhos se relacionam bem, respeitando-se mutuamente, facilita a criação de um clima de equilíbrio emocional dentro de casa, o que ajuda no bom comportamento e desempenho do filho na escola, filhos disciplinados. Sabemos que mesmo em escolas publicas de periferia, que atendem crianças que pertencem a uma mesmo comunidade e tem um mesmo nível social, não existe a homogeneidade, já que todas as pessoas são providas de sentimentos, desejos, ambições, crenças e valores, e são imbuídas de costumes e praticas que adquirem no seu ambiente familiar e social, que, desde cedo, vão formando sua personalidade (SILVA, 2005).
Este e um fator com o qual os profissionais da educação devem se preocupar, pois o professor determina como aceitável o comportamento daquele aluno cujas atitudes e costumes demonstrem proximidade com os seus valores, ou seja, com aquilo que ele julga correto. Logo, aquele aluno que não se enquadra no modelo estabelecido pelo professor passa a ser indisciplinado. Essa discriminação pode se manifestar no juízo que o professor faz da aparência do aluno, pelo modo de se comportar, pela forma como se expressa e pela sua dificuldade em aprender o conteúdo (OLIVEIRA, 2003).
	Essas são algumas características que mostram as possibilidades de um aluno indisciplinado, e como isso afeta seu convívio no ambiente escolar, e vamos analisar no próximo capitulo como isso pode ser trabalhado, como o profissional da educação pode trabalhar primeiramente a diferença do diagnostico de TDAH e indisciplina e posteriormente trabalhar cada um (TRAVI, 2004).
3.1 O PAPEL DO PEDAGOGO
	O papel do pedagogo diante desse dilema é identificar tais comportamentos e problematizar de maneira correta cada um, alunos que apresentam indisciplina dentro de sala de aula não podem ser tratados de maneira igual aos com TDAH. 
Como já foi visto, o TDAH é caracterizado por três principais sintomas: distração, impulsividade e hiperatividade (PALACIOS, 2004). Uma vez que essas três características são muito comuns na população infantil, como distinguir uma criança comum de uma com TDAH? Afinal, são típicas da infância a agitação, as correrias, a falta de atenção em atividade encadeadas e um tanto prolongadas, principalmente se não tiverem algum atrativo especial (BARBOSA, 2008).
	O sinal que pode diferenciar uma criança com TDAH de outra que não seja é a intensidade, a frequência e a constância daquelas três principais características. Tudo nela parece estar a mais, ela é mais agitada, mais bagunceira e mais impulsiva, se for do tipo de alta atividade. E ainda significativamente mais distraída, dispersa e não perseverante, se for daquele tipo mais desatento (BARBOSA, 2008).
É normal que as escolas ampliem essa patologia a grande parte dos alunos, já que muitas não possuem um psicólogo que possa fazer tais analises e direcionar e filtrar. Ao diagnosticar os transtornos o pedagogo deve encaminhar a um especialista que definirá como iremos trabalhar com cada aluno individualmente, para que a educação não seja prejudicada e os pais saibam também como lidar em casa com eles, é essencial essa participação da família junto à escola para que seja completo o empenho para o bom desenvolvimento destes alunos (COLL, 2004).
	A capacidade de o professor identificar comportamentos considerados desviantes, advindos de fatores psicológico ou emocional, e que se configuram em distúrbio de atenção é imprescindível para que ele possa tomar atitudes adequadas que ajudem a criança e minimizem o problema. Atualmente, com a política e inclusão das crianças que apresentam necessidades especiais em escolas comuns, há se levar em conta que em qualquer sala de aula pode se haver um aluno com distúrbios psicológicos, de natureza variada, que precise de um acompanhamento especial já que esses alunos, em sua maioria, não conseguem acompanhar o andamento da aula (MARCHESI, 2004).
	Se os profissionais da escola souberem diagnosticar esses distúrbios e assumir uma postura de comprometimento para ajudar no encaminhamento dessas crianças, estarão não só ajudando a criança, como também poderão evitar que o comportamento desta culmine em indisciplina influenciando negativamente no comportamento dos colegas. Entretanto, os professores tem que ter cautela para não encaminhar para tratamento psicológico ou medico crianças que tenham alguma dificuldade de aprendizagem. Às vezes, essas crianças precisam apenas de um pouco mais de atenção do professor e da família (BARBOSA, 2008).
	Não pretendo passar uma visão simplista de que detectar esses problemas seja uma tarefa fácil, sei que os professores enfrentam muitas dificuldades no seu cotidiano e às vezes não tem a quem recorrer na escola para compartilhar seus problemas. Mas se os educadores ignorarem essas crianças, deixando-as de lado ou tratando-as como as demais, no que diz respeito a aprendizagem poderão dificultar ainda mais sua pratica pedagógica, pois enfrentarão outros tipos de problema em sala de aula (MARCHESI, 2004).
	Costuma se afirmar que o melhor critério para se diagnosticar a síndrome é a própria historia pessoal vista pelos mais diversos ângulos de sua existência: escolar, profissional, familiar, social e afetiva. A visão global é que nos dará oportunidade de criar, de maneira empírica, porém bastante adequada, o critério para se estabelecer, a necessidade de tratamento para essa alteração. Um TDAH na realidade precisa muito mais de um ajuste de comportamento do que de um tratamento, e o que determina sua necessidade é o desconforto sofrido por ele na sua vivencia diária. Em outras palavras, se um TDAH vem sofrendo com seus esquecimentos, desorganizações, impulsos, ou sua agitação física e mental, deve procurar ajuda, visando estabelecer um equilíbrio entre sua forma de ser e as obrigações e encargos impostos por sua vida (LEITE, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As crianças com TDA/H estão cada dia mais presentes nas salas de aulas, são crianças que apresentam algumas características capazes de confundir os profissionais da educação, são crianças agitadas, que não conseguem manter sua atenção concentrada, impulsivas, devido a isso essas crianças apresentam baixo rendimento escolar, repetências, expulsões, além de prejuízo nos relacionamentos sociais, porem essas crianças com TDA/H são inteligentes e criativas.
Por outro lado às crianças com indisciplina são crianças que não conseguem manter o respeito em sala de aula, o tempo todo está tentando atrapalhar o andamento da aula, não sabem o limite entre ser questionador e desafiador.
Em síntese, este trabalho confirma a hipótese inicial, a qual dizia que os professores não sabem diferenciar TDA/H de Indisciplina, verificou-se que os professores tem dificuldade em definir esse transtorno e acabam rotulando os alunos indevidamente.
Ao término deste trabalho, espera-se que esse estudo contribua com os profissionais da área de educação, de forma que possam estar qualificando-se mais sobre o TDA/H e ajudando-os a um melhor planejamento de sua prática em sala de aula com essas crianças. 
Assim mostrando aos profissionais da educação a importância de um diagnostico correto para cada aluno, assim o planejamento da educação individualizada, visando a participação também da família nesse processo e colaboração de todos os profissionais envolvidos, psicólogo escolar e professor.
Entendemos que uma criança com TDAH, precisa sim de uma atenção especial e inserir a mesma no âmbito escolar sem que haja preconceito, e deixar os paradigmas de lado para ter um olhar de especialistas. 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
AQUINO, J. G. (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,1996a.
BARBOSA, G. A; GOUVEIA, V . V. O fator hiperatividade do questionário de Conners: validadeconceitual e normas diagnosticas, Temas, v. 23, n. 46, p. 188 – 202, 1993.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 19ª Ed. Lisboa/Portugal: Edições 70, 2008.
BASTOS, F. L.; THOMPSON, T. A.; MARTINEZ O, C. A. -Uma revisão do distúrbio de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd62/atencao.htm
BROMBERG, M.C.. Disponível em: http://www.hiperatividade.com.br
BUSCAGLIA, L. Vivendo, amando e aprendendo. 15. ed. Rio de Janeiro: Record, 1993
CARDOSO, S. Estabelecendo Limites - Professor, Porto Alegre: 1998.
DSM-IV-TR – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (Trad.
Cláudia Dornelles; 4 e.d. rev. – Porto Alegre: Artmed, 2002.
FREITAG, B. Escola. Estado e sociedade. 4. ed. São Paulo: Moraes, 1980.
HOSSNE, W. S.; VIEIRA, S. Metodologia Cientifica na área da saúde. Rio de Janeiro : Editora Campus, 2001.
LANCET. A. Hiperatividade com Déficit de Atenção-Equipe ABC da Saúde. Disponível em: www.psicosite.com.br.tex/inf/tdah01.htm. 
LEITE, Neiva Terezinha. Contribuições para o Cotidiano Escolar. Disponível em: http://www.profala.com/arthiper7.htm
LEITE, Fábio Henrique Cardoso. Normas para o trabalho de conclusão de curso. Dourados: Seriema Indústria Gráfica e Editora Ltda., 2008.
LOPES, Sandra L. Haerter. Tecnologia como recurso alternativo na reeducação de crianças com Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA): um estudo de caso, 2001, 135p., Tese (Doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social: Teoria,método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1999.
ROHDE, L.A.P.; BENCZIK, E.B.P. Transtorno Déficit de Atenção - O que é? Como ajudar?. Porto Alegre. RS: Artes Médicas, 1999. 
SANTOS, Claudevone; NUNES, Marinildes. A Indisciplina no cotidiano escolar. Revista Candombá. Salvados, BA, v.2, n.1,p 14-23, 2006. 
SILVA, Ezequiel. O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo: Cortez, 1999.
SILVA, E. L.; MENEZES E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de Dissertação. Florianópolis: Editora UFSC, 2001.
SMITH,C.; STRICK,L. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z. 1ª ed. Ed. Artes Médicas, 2001.
TRAVI, Marilene Gomes. Hiperatividade: Características e procedimentos básicos para amenizar as dificuldades. Revista do professor, Porto Alegre, v. 15, 1999.
COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação escolar. Porto Alegre, v. 2, 2004.
OLIVEIRA, Maria Izete. Indisciplina Escolar: determinações, consequências e ações. Brasília, 2005. 
ROHDE, L. A.; MATTOS, P.; Principios e praticas em TDAH (Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade). Porto Alegre, Artmed, 2003.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes inquietas – TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Rio de Janeiro, 2008.

Continue navegando

Outros materiais