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ENADE 1. Leia os enunciados: (adaptada do ENADE Texto 1 Texto 2 A própria produção literária atual encaminha segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa, tradicionalment em sua diferença negativa, constitui tão somente um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da literatura clássica e de herança nacional, um casamento expresso e legitimado pela construção e manutenção de repertórios recheados de um saber cultural canônico. No entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que transcendem as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte de pertença a espaços nacionais linguística e geograficamente circunscritos. (OLINTO, H. K. Literatura/ cultura/ ficções reais. In: OLINTO Tomando como referência os textos 1 e 2, avalie as afirmações a seguir. I. A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade cultural recriada. II. A literatura apropria-se de valores d fusão entre eles e reelabora III. A fusão estabelecida entre literatura e cultura tem por princípio apenas os valores culturais canônicos. ENADE – SIMULADO 1 – MARÇO 2020 (adaptada do ENADE – 2014) A própria produção literária atual encaminha-se na direção de uma fusão com vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa, tradicionalment em sua diferença negativa, constitui tão somente um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da literatura clássica e de herança nacional, um casamento expresso e legitimado pela construção e manutenção de repertórios echeados de um saber cultural canônico. No entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que em as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte de pertença a espaços nacionais linguística e geograficamente circunscritos. (OLINTO, H. K. Literatura/ cultura/ ficções reais. In: OLINTO, H. K. SCHØLLHAMMER, K. E. Literatura e Cultura. de Janeiro: EPUC, 2008, p.75 (adaptado). Tomando como referência os textos 1 e 2, avalie as afirmações a seguir. I. A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade cultural se de valores de diversos segmentos culturais, estabelece fusão entre eles e reelabora-os, por meio da língua, em formas estéticas. III. A fusão estabelecida entre literatura e cultura tem por princípio apenas os valores se na direção de uma fusão com vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa, tradicionalmente discutida em sua diferença negativa, constitui tão somente um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da literatura clássica e de herança nacional, um casamento expresso e legitimado pela construção e manutenção de repertórios echeados de um saber cultural canônico. No entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que em as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte de pertença SCHØLLHAMMER, K. E. Literatura e Cultura. Rio de Janeiro: EPUC, 2008, p.75 (adaptado). Tomando como referência os textos 1 e 2, avalie as afirmações a seguir. I. A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade cultural e diversos segmentos culturais, estabelece os, por meio da língua, em formas estéticas. III. A fusão estabelecida entre literatura e cultura tem por princípio apenas os valores IV. A literatura canônica está inserida em formas culturais mistas que transcendem a esfera do tradicional. É correto apenas o que se afirma em: Resposta: I, II e IV. Justificativa: As afirmativas I, II e IV estão corretas. A literatura é uma transfiguração do real, é a realidade cultural recriada, ela apropria-se de diversos segmentos culturais, estabelece fusão entre eles e a literatura canônica está inserida em formas culturais mistas, e não tem apenas os valores culturais canônicos. 2. (Enade 2015 – com adaptações). Leia o texto a seguir. A alfabetização midiática e informacional tem como proposta desenvolver a capacidade dos cidadãos de utilizar mídias, bibliotecas, arquivos e outros provedores de informação como ferramentas para a liberdade de expressão, o pluralismo, o diálogo e a tolerância intercultural, que contribuem para o debate democrático e a boa governança. Nos últimos anos, uma ferramenta de grande valia para o aprendizado de línguas, dentro e fora da sala de aula, têm sido os dispositivos móveis. Como principal meio de acesso à internet e, por conseguinte, às redes sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais importante de utilização social das diferentes mídias, com apropriação de seu uso e significado, sendo, assim, uma das principais formas para o letramento digital da população. Esse letramento desenvolve-se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com colegas até a utilização em transações financeiras nacionais e internacionais. WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, 2013 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as asserções e a relação entre elas. I. Para ser considerada digitalmente letrada, a pessoa deve acessar as redes sociais por meio dos aparelhos celulares e dispositivos móveis. PORQUE II. Todas as pessoas letradas digitalmente desenvolvem as mesmas habilidades de comunicação e ação, que incluem desde a simples utilização de um aplicativo de conversação até a realização de transações financeiras nacionais e internacionais. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Resposta: As asserções I e II são preposições falsas. Justificativa: I – Asserção incorreta. JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, “como principal meio de acesso à internet e (...) às redes sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais importante de utilização social das diferentes mídias (...), sendo, assim, uma das principais formas para o letramento digital da população”. No entanto, existem pessoas digitalmente letradas que não usam o celular nem as redes sociais. II – Asserção incorreta. JUSTIFICATIVA. De acordo com o texto, o letramento digital “desenvolve-se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com colegas até a utilização em transações financeiras nacionais e internacionais”. Ou seja, as pessoas letradas digitalmente não desenvolvem, necessariamente, as mesmas habilidades de comunicação e ação. 3. (Adaptado do ENADE - 2011) Leia o texto a seguir e responda a questão a respeito da formação de palavras na língua: Quero pedir permissão à língua portuguesa para usar duas palavras que, na verdade, são inexistentes oficialmente, quais sejam: crackudo e vacilão. Crackudo é originário do termo crack. A palavra foi recentemente criada para identificar o indivíduo que é usuário dessa droga, ou seja, crackudo nada mais é do que o consumidor do crack. Quanto à vacilão, tal palavra é originada do verbo vacilar, que significa não estar firme, cambalear, enfraquecer, oscilar. Vacilão, na linguagem popular, nada mais é do que o indivíduo que não mede as consequências dos seus atos e sempre ingressa em algo que não é bom para si e que só lhe traz malefícios ou aborrecimentos. E, em assim sendo, o crackudo é um vacilão! O sufixo [-ão] opera como uma desinência formadora de aumentativos, superlativos e agentivos (que exprime o agente da ação) em português, como indicado no exemplo apresentado no texto acima.Tem-se, também, o sufixo [-udo], que indica grande quantidade de X; em seu uso mais típico, X é igual à parte aumentada (orelhudo, narigudo, beiçudo, barrigudo etc). Considerando essas informações e o texto acima, conclui-se que o vocábulo “vacilão” possui um sufixo: Resposta: agentivo, assim como o vocábulo “resmungão”, e que o uso do sufixo [-udo] em “crackudo” resulta em uma formação vocabular incomum na língua portuguesa. Justificativa: O texto apresenta duas formações lexicais: crackudo e vacilão. Para a análise é importante pensar que -ão é um sufixo formador de aumentativos, logo, vacilação seria aquele que vacila muito, como beberrão é aquele que bebe muito. Além disso, o sufixo -ão forma substantivos agentivos, ou seja, que exprime o agente da ação. Já o sufixo -udo tem um valor semântico que expressa uma característica em exagero e, por isso, transforma o substantivo em adjetivo, como nos exemplos: nariz (narigudo), orelha (orelhudo), bigode (bigodudo), boca (bocudo), bico (bicudo). Para a formação “crackudo”, o valor semântico do -udo, que indica uma característica ressaltada, é improdutiva, por ser uma construção incomum na língua. Em macarrão, panelão e caminhão não temos o valor semântico de resmungão, mijão, vacilão. 4. (Adaptada Cebraspe- 2014) Leia atentamente o texto do filósofo Vladmir Safatle: A Carta Roubada é um dos contos mais célebres de Edgar Allan Poe. Nele, o escritor norte-americano conta a história de um ministro que resolve chantagear a rainha roubando a carta que lhe fora endereçada por um amante. Desesperada, a rainha encarrega sua polícia secreta de encontrar a carta, que provavelmente deveria estar na casa do ministro. Uma astuta análise, com os mais modernos métodos, é feita sem sucesso. Reconhecendo sua incompetência, o chefe de polícia apela a Auguste Dupin, um detetive que tem a única ideia sensata do conto: procurar a carta no lugar mais óbvio possível, a saber, em um porta-cartas em cima da lareira. A leitura do conto de Edgar Allan Poe deveria ser obrigatória para os responsáveis pela educação pública. Muitas vezes, eles parecem se deleitar em procurar as mais finas explicações, contratar os mais astutos consultores internacionais com seus métodos pretensamente inovadores, sendo os problemas a combater primários e óbvios para qualquer um que queira, de fato, enxergá-los. Por exemplo, há semanas descobrimos, graças ao Censo Escolar de 2011, que 72,5% das escolas públicas brasileiras simplesmente não têm bibliotecas. Isto equivale a 22 113.269 escolas. Um descaso que não mudou com o tempo, já que, das 7.284 escolas construídas a partir de 2008, apenas 19,4% têm algo parecido com uma biblioteca. Diante de resultados dessa magnitude, não é difícil entender a matriz dos graves problemas educacionais que atravessamos. Difícil é entender por que demoramos tanto para ter uma imagem dessa realidade. Ninguém precisa de mais um discurso óbvio sobre a importância da leitura e do contato efetivo com livros para a boa formação educacional, ou melhor, ninguém a não ser os administradores da educação pública, em todas as suas esferas, não fazendo sentido algum discutir o fracasso educacional brasileiro se questões elementares são negligenciadas a tal ponto. Em política educacional, talvez vamos acabar por descobrir que “menos é mais”. Quanto menos “revoluções na educação” e quanto mais capacidade de realmente priorizar a resolução de problemas elementares (bibliotecas, valorização da carreira dos professores etc.), melhor para todos. (Vladimir Safatle. A biblioteca roubada. In: Folha de São Paulo, São Paulo, 5/2/2013 - com adaptações). Com base na leitura desse texto, assinale a opção correta: Resposta: O conto de Edgar Allan Poe é utilizado como argumento para a defesa da seguinte ideia: para a melhoria da educação no Brasil, é necessário considerar a realização do que parece mais óbvio, priorizando a resolução de problemas elementares. Justificativa: O texto de Safatle dialoga com a novela A Carta Roubada de Edgar Allan Poe, escritor do Dark Romanticism estado-unidense. A partir da referida obra, Safatle fundamenta seu argumento: tal como o detetive Dupin encontra a carta roubada partindo do óbvio, agindo com simplicidade, no campo das mudanças educacionais também seria recomendável “considerar a realização do que parece mais óbvio, priorizando a resolução de problemas elementares” da educação nacional. O texto não faz menção ao estabelecimento de ”uma sintonia entre a educação no Brasil e inovações educacionais internacionais” tampouco comprova “a eficácia do investimento em novas tecnologias por parte dos gestores da educação brasileira”. Além disso, não há qualquer menção no texto ao fracasso da educacional associado à “formação de professores”. Vale relembrar o tema e enredo centrais da novela edgariana: The Purloined Letter (A carta roubada, no Brasil e em Portugal) é uma novela de Edgar Allan Poe escrita em 1844. É o último caso do detetive Dupin escrito por Poe, que já o havia usado nas seguintes novelas: The Murders in the Rue Morgue (1841), The Mystery of Marie Roget (1842). O conto se passa nos idos de 1800 e o detetive Auguste Dupin mora em Paris com um amigo (narrador interno da história). Certo dia entra em sua residência o delegado da polícia parisiense, Monsenhor G., em busca de conselhos para solucionar o roubo de uma carta. Conta que a carta fora roubada pelo Ministro D., de dentro dos aposentos reais e descreve o aspecto da carta. O delegado já fizera todas as revistas e buscas sugeridas pelo detetive que revela, então, não ter mais o que aconselhar. O delegado volta, passado um mês, deprimido por não ter desvendado o crime e diz a Dupin que pagaria 50 mil francos a quem o ajudasse a solucionar o caso. Dupin, surpreendendo a todos, pede que ele preencha o cheque e lhe entrega a carta. O amigo pergunta como ele conseguira e Dupin narra a sua busca. Como o delegado subestimara o Ministro por ser um poeta e levara em conta as estatísticas de seus anos de polícia - em que todos os casos de objetos escondidos os criminosos ocultaram de maneira rebuscada - não considerou que o Ministro, também um matemático, poderia agir com simplicidade e obviedade. Assim, foi visitá- lo, uma vez que conhecia o Ministro de outros tempos. Enquanto conversavam, observou um porta-cartas pendurado no meio da lareira, com um documento que reconhecera ser a carta procurada. 5. Leia a crônica abaixo: (adaptado do ENADE 2014) Recado ao senhor 903 Rubem Braga Vizinho Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a leste pelo 1005, a oeste pelo 1001, ao sul pelo Oceanos Atlântico, ao norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao saber da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso azul. Prometo. Quem vier a minha casa(perdão; ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45, e explicarei; o 903 precisa repousar das 22 às sete horas, pois às 8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro do limite de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio. ...Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou.” E o outro respondesse: “Entra, vizinho e come do meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela.” E o homem trouxesse a sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz. (Palavras em negrito é grifo do autor/adaptador da questão) Portal da Crônica brasileira – Instituto Moreira Salles – Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/11526/recado-ao-sr-903 (acesso em 26/02/2020). Em relação à crônica de Rubem Braga, avalie as seguintes afirmações a seguir: I. No trecho “Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas...”, o modalizador “sinceramente” atribui valor de verdade ao enunciado, ao mesmo tempo em que marca a subjetividade e contribui para a construção da ironia, que permeia todo o texto. II. Nos trechos “(...) não incomoda outro número, mas o respeita, (...)” e “,,,Mas que me seja permitido sonhar (...)”, o operador argumentativo “mas” é empregado com funções diferentes nos trechos “não incomoda outro número, mas o respeita” e “Mas que seja permitido sonha”. Na segunda ocorrência, funciona como reorientador argumentativo, quando o locutor, embora admitido a realidade, passa a valorizar outra mais ideal e pertinente a seu modo de conceber as relações interpessoais. III. O autor usou o operador argumentativo “e”, no trecho “Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão”, para produzir o efeito de reforço das expectativas geradas no conteúdo do enunciado anterior, o que mantém a força argumentativa construída e marca a resignação do locutor em face da realidade vivida. É correto o que se afirma em Resposta: I e II apenas Justificativa: As afirmativas I e II estão corretas, e a afirmativa III é falsa. O autor usou o operador argumentativo “e”, no trecho “Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão”, não é para produzir o efeito de reforço das expectativas geradas no conteúdo do enunciado anterior, o que mantém a força argumentativa construída e marca a resignação do locutor. A partir desse “e” a argumentação torna-se irônica. Tem o reforço argumentativo para, através da ironia, mostrar a reclamação do vizinho como sem cabimento. 6. Leia o texto seguinte para refletir sobre o conceito de dialogismo como estratégia de leitura e produção de texto. Em seguida, analise as quatro assertivas apresentadas para identificar as que conversam com as ideias expressas no formato do texto lido e confirmam ou não esse diálogo. No descomeço era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som. Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos - O verbo tem que pegar delírio. (BARROS, 1994: 17, poema VII, integrante da parte inicial de O livro das ignorãças, chamada Uma didática da invenção.) I. Há relações dialógicas entre o conteúdo: ideia de criação do mundo / das coisas e a forma poética clássica usada para expressar as ideias. II. Há intertextualidade no poema de Barros, quando cita a leitura da criança “Eu escuto a cor dos passarinhos.” e na leitura da Gênesis: “No descomeço era o verbo”. III. Importante é perceber que o nível da linguagem deve variar de acordo com a intenção do enunciador e a situação em que se desenvolve o enunciado. IV. O diálogo, isto é, a interação entre nós e o mundo acontece por meio de vários tipos de linguagem, entre os quais destacamos o verbal, que chamamos de língua. É correto o que se diz em: Resposta: II, III e IV Justificativa: A resposta correta está na alternativa que combina as assertivas II, III e IV, nelas há conteúdos complementares que dialogam / conversam entre si e se relacionam com as ideias apresentadas pelo texto referência de Barros. Na assertiva I, quando diz que a forma p para expressar as ideias, temos uma afirmação inadequada como podemos comprovar no item II: Há relações dialógicas entre o conteúdo, ideia de criação do mundo/das coisas e a forma poética clássica usada para expr poema não se classifica no gênero poético clássico, ao contrário, ele é moderno, contemporâneo em seu formato de expressar as ideias através de versos livres, com neologismos (descomeço) e figuras de linguagem (delírio do verbo, escuto a passarinhos). Como a asserção I aparece combinada nas alternativas a, d, e, acaba por torná-las também inadequadas. 7. A natureza articulada da língua é o objeto de estudo da Sintaxe, que se preocupa em explicar a relação que se estabelece entre constituintes imediatos. Considerando a arquitetura sintática do título da seguinte notícia, avalie as assertivas a seguir: I. A ambiguidade presente na estrutura sintática do enunciado deve possível interpretar o enunciado de duas formas: 1) A polícia cercou o prédio que estava ocupado por índios; ou 2) A polícia utilizou os índios para cercar o prédio. II. A qualidade do conteúdo é tão importante quanto a qualidade da expressão linguística. Ao título analisado faltou clareza de expressão, o que só é solucionado a partir do conhecimento de mundo do leitor. O diálogo, isto é, a interação entre nós e o mundo acontece por meio de vários tipos de linguagem, entre os quais destacamos o verbal, que chamamos de língua. ta correta está na alternativa que combina as assertivas II, III e IV, nelas há conteúdos complementares que dialogam / conversam entre si e se relacionam com as ideias apresentadas pelo texto referência de Barros. Na assertiva I, quando diz que a forma poética “clássica” de fazer versos foi usada para expressar as ideias, temos uma afirmação inadequada como podemos comprovar no item II: Há relações dialógicas entre o conteúdo, ideia de criação do mundo/das coisas e a forma poética clássica usada para expressar as ideias. O poema não se classifica no gênero poético clássico, ao contrário, ele é moderno, contemporâneo em seu formato de expressar as ideias através de versos livres, com neologismos (descomeço) e figuras de linguagem (delírio do verbo, escuto a passarinhos). Como a asserção I aparece combinada nas alternativas a, d, e, acaba las também inadequadas. A natureza articulada da língua é o objeto de estudo da Sintaxe, que se preocupa em explicar a relação que se estabelece entre as partes da oração, ou seja, os constituintes imediatos. Considerando a arquitetura sintática do título da seguinte notícia, avalie as assertivas a seguir: I. A ambiguidade presente na estrutura sintática do enunciado deve-se ao fato de ser nterpretar o enunciado de duas formas: 1) A polícia cercou o prédio que estava ocupado por índios; ou 2) A polícia utilizou os índios para cercar o prédio. A qualidade do conteúdo é tão importante quanto a qualidade da expressão analisado faltou clareza de expressão, o que só é solucionado a partir do conhecimento de mundodo leitor. O diálogo, isto é, a interação entre nós e o mundo acontece por meio de vários tipos de linguagem, entre os quais destacamos o verbal, que chamamos de língua. ta correta está na alternativa que combina as assertivas II, III e IV, nelas há conteúdos complementares que dialogam / conversam entre si e se relacionam com as ideias apresentadas pelo texto referência de Barros. oética “clássica” de fazer versos foi usada para expressar as ideias, temos uma afirmação inadequada como podemos comprovar no item II: Há relações dialógicas entre o conteúdo, ideia de criação do essar as ideias. O poema não se classifica no gênero poético clássico, ao contrário, ele é moderno, contemporâneo em seu formato de expressar as ideias através de versos livres, com neologismos (descomeço) e figuras de linguagem (delírio do verbo, escuto a cor dos passarinhos). Como a asserção I aparece combinada nas alternativas a, d, e, acaba A natureza articulada da língua é o objeto de estudo da Sintaxe, que se preocupa as partes da oração, ou seja, os constituintes imediatos. Considerando a arquitetura sintática do título da seguinte se ao fato de ser nterpretar o enunciado de duas formas: 1) A polícia cercou o prédio que estava ocupado por índios; ou 2) A polícia utilizou os índios para cercar o prédio. A qualidade do conteúdo é tão importante quanto a qualidade da expressão analisado faltou clareza de expressão, o que só é solucionado a III. O cumprimento da intenção comunicativa de qualquer enunciado depende da clareza de expressão. Dessa forma, o nível sintático da língua interfere no nível semântico. IV. O uso da preposição “com”, indicadora de instrumento, colabora para a construção da ambiguidade no título. É correto o que se afirma somente em Resposta: I, II, III e IV Justificativa: Todas as afirmativas são corretas, uma vez que língua é forma, função e significado, e o nível sintático está interligado ao semântico. O enunciado do título da notícia apresenta ambiguidade, que só é solucionada a partir do conhecimento de mundo do falante, que sabe que indígenas não podem ser usados como instrumento para cercar um prédio. A clareza de expressão colabora para a construção do significado. 8. (Prova de Inglês, ENEM, 2019, adaptado.) Leia o texto a seguir para responder à questão 5 Ways Pets Can Improve Your Health A pet is certainly a great friend. After a difficult day, pet owners quite literally feel the love. In fact, for nearly 25 years, research has shown that living with pets provides certain health benefits. Pets help lower blood pressure and lessen anxiety. They boost our immunity. They can even help you get dates. Allergy Fighters: A growing number of studies have suggested that kids growing up in a home with “furred animals” will have less risk of allergies and asthma. Date Magnets: Dogs are great for making love connections. Forget Internet atchmaking — a dog is a natural conversation starter. Dogs for the Aged: Walking a dog or just caring for a pet — for elderly people who are able — can provide exercise and companionship. Good for Mind and Soul: Like any enjoyable activity, playing with a dog can elevate levels of serotonin and dopamine — nerve transmitters that are known to have pleasurable and calming properties. Good for the Heart: Heart attack patients who have pets survive longer than those without, according to several studies. DAVIS, J. L. Disponível em: www.webmd.com. Acesso em: 24 fev. 2020 (adaptado). Ao discutir sobre a influência de animais de estimação no bem autora, a fim de fortalecer seus argumentos, utiliza palavras e expressões como research, a growing number of research e several studies com o objetivo de Resposta: convencer sobre os benefícios dos animais de estimação para a saúde Justificativa: O título “Cinco maneiras pelas quais os animais de estimação podem melhorar sua saúde” já apresenta o tema do texto. As expressões destacadas no enunciado (pesquisas e vários estudos) foram utilizadas para dar suporte à ideia central do texto. No texto, tais palavras e expressões têm o objetivo de dar maior credibilidade aos argumentos forne 9. Leia o fragmento de texto e a charge. Exclusão digital Pierre Lévy, filósofo francês, pensador da área de tecnologia e sociedade, afirmou que: “every tecnologia creates exclusion”. Com essa afirmação, ele não está atacando a tecnologia, mas quer lembrar que, por exemplo, antes dos telefones não existiam pessoas sem telefone, do mesmo modo que antes de se inventar a escrita não existiam analfabetos. Com relação ao uso da mídia como via de acesso para aquisição e concretização da cidadani entanto, essas iniciativas ainda são pouco abrangentes quando se considera toda a potencialidade que poderia ser explorada nesse sentido. Disponível em: http://inclusaodigital82013.blogspot.com/2013/05/charges.html. Acesso em 22 fev. 2020 Com base na leitura dos textos, analise as afirmativas. I. Para Lévy, a tecnologia é ruim para a sociedade, pois sempre cria excluídos, como se vê na charge. Ao discutir sobre a influência de animais de estimação no bem-estar do ser humano, a autora, a fim de fortalecer seus argumentos, utiliza palavras e expressões como research, a growing number of research e several studies com o objetivo de convencer sobre os benefícios dos animais de estimação para a saúde O título “Cinco maneiras pelas quais os animais de estimação podem já apresenta o tema do texto. As expressões destacadas no enunciado (pesquisas e vários estudos) foram utilizadas para dar suporte à ideia central do texto. No texto, tais palavras e expressões têm o objetivo de dar maior credibilidade aos argumentos fornecidos no texto. Leia o fragmento de texto e a charge. Pierre Lévy, filósofo francês, pensador da área de tecnologia e sociedade, afirmou que: “every tecnologia creates exclusion”. Com essa afirmação, ele não está atacando , mas quer lembrar que, por exemplo, antes dos telefones não existiam pessoas sem telefone, do mesmo modo que antes de se inventar a escrita não existiam analfabetos. Com relação ao uso da mídia como via de acesso para aquisição e concretização da cidadania, percebe-se a existência de algumas iniciativas, no entanto, essas iniciativas ainda são pouco abrangentes quando se considera toda a potencialidade que poderia ser explorada nesse sentido. Disponível em: Acesso em 20 fev. 2019 (com adaptações). nível em: http://inclusaodigital82013.blogspot.com/2013/05/charges.html. Acesso em 22 fev. 2020 Com base na leitura dos textos, analise as afirmativas. I. Para Lévy, a tecnologia é ruim para a sociedade, pois sempre cria excluídos, como estar do ser humano, a autora, a fim de fortalecer seus argumentos, utiliza palavras e expressões como research, a growing number of research e several studies com o objetivo de convencer sobre os benefícios dos animais de estimação para a saúde O título “Cinco maneiras pelas quais os animais de estimação podem já apresenta o tema do texto. As expressões destacadas no enunciado (pesquisas e vários estudos) foram utilizadas para dar suporte à ideia central do texto. No texto, tais palavras e expressões têm o objetivo de dar maior Pierre Lévy, filósofo francês, pensador da área de tecnologia e sociedade, afirmou que: “every tecnologia creates exclusion”. Com essa afirmação, ele não está atacando , mas quer lembrar que, por exemplo, antes dos telefones não existiam pessoas sem telefone, do mesmo modo que antes de se inventar a escrita não existiam analfabetos. Com relação ao uso da mídia como via de acesso para aquisição se a existência de algumas iniciativas, no entanto, essas iniciativas ainda são pouco abrangentes quando se considera toda a Acesso em 20 fev. 2019 (com adaptações). nível em: http://inclusaodigital82013.blogspot.com/2013/05/charges.html. Acesso em 22 fev.2020 I. Para Lévy, a tecnologia é ruim para a sociedade, pois sempre cria excluídos, como II. O objetivo da charge é mostrar que a internet e as redes sociais e o uso de palavras em língua inglesa fazem parte do cotidiano de todos e são ferramentas importantes para estimular a imaginação. III. A charge ilustra o fato de uma parcela da população estar excluída do acesso à tecnologia atual, fato também mencionado por Lévy. IV. A charge e o texto concluem que a inclusão digital é necessária para a construção da cidadania e que a eliminação da exclusão é uma questão de tempo, pois foi assim com outras tecnologias, como o telefone e a escrita, por exemplo. É correto o que se afirma somente em Resposta: III Justificativa: I - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Lévy considera que toda tecnologia cria excluídos, mas não a julga ruim por isso. II - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A charge tem como objetivo denunciar as desigualdades sociais, que se refletem também no acesso às tecnologias de informação e comunicação. III - Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Lévy considera que a exclusão é característica intrínseca de qualquer tecnologia, e essa exclusão é o tema da charge. IV - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Embora os dois textos abordem, implicitamente, a necessidade da inclusão digital, eles não afirmam que a superação das desigualdades é questão de tempo. 10. (adaptado do ENADE 2014) O meu nome não. Vivo nas ruas de um tempo onde dar o nome é fornecer suspeita. A quem? Não me queira ingênuo: nome de ninguém não. Me chame como quiser, fui consagrado a João Evangelista, não que o meu nome seja João, absolutamente, não sei de quando nasci, nada, mas se quiser o meu nome busque na lembrança o que de mais instável lhe ocorrer. O meu nome de hoje poderá não me reconhecer amanhã. Não soldo à minha cara um nome preciso. NOLL, J. G. A fúria do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1989, p. 9 O caráter anticanônico e contemporâneo da linguagem literária no trecho do romance de João Gilberto Noll se justifica pelo Resposta: fato de o narrador não nomear o protagonista de seu romance e narrar suas trajetórias sem origem, itinerário ou destino Justificativa: Podemos justificar o uso do caráter anticanônico, ou seja, o ritmo e a linguagem empregados no texto com predominância da oralidade, por algumas características que aparecem, como o fato do protagonista suas trajetórias sem origem, itinerário ou destino 11. (Adaptada ENEM- 2017) Observe a imagem e leia o texto a seguir: One of the things ‘that made an incredible impression on me in the film was Frida’s comfort in and celebration of her own unique beauty. She didn’t try to fit into conventional ideas or images about womanhood or what makes someone or something beautiful. Instead, she fully inhabited her own unique gifts, not particularly caring what other people thought. She She painted for years, not to be a commercial success or to be discovered, but to express her own inner pain, joy, family, love and culture. She absolutely and resolutely was who she was. The trueness of her ow in her own truth was what made her successful in the end. A autora desse comentário sobre o filme Frida mostra a pintora Resposta: assumir sua beleza singular Justificativa: A autora do blog Laurie Hutzler mostra Frida assumir sua sua beleza singular (alternativa D), o que pode ser verificado no seguinte trecho: “One of the things O caráter anticanônico e contemporâneo da linguagem literária no trecho do romance de João Gilberto Noll se justifica pelo (a) : fato de o narrador não nomear o protagonista de seu romance e narrar suas ias sem origem, itinerário ou destino : Podemos justificar o uso do caráter anticanônico, ou seja, o ritmo e a linguagem empregados no texto com predominância da oralidade, por algumas características que aparecem, como o fato do protagonista não ter nome, e ele narrar suas trajetórias sem origem, itinerário ou destino. 2017) Observe a imagem e leia o texto a seguir: One of the things ‘that made an incredible impression on me in the film was Frida’s ration of her own unique beauty. She didn’t try to fit into conventional ideas or images about womanhood or what makes someone or something beautiful. Instead, she fully inhabited her own unique gifts, not particularly caring what other people thought. She was magnetic and beautiful in her own right. She painted for years, not to be a commercial success or to be discovered, but to express her own inner pain, joy, family, love and culture. She absolutely and resolutely was who she was. The trueness of her own unique vision and her ability to stand firmly in her own truth was what made her successful in the end. (HUTZLER, Laurie. Texto retirado do blog: www.etbscreenwriting.com.) A autora desse comentário sobre o filme Frida mostra-se impressionada com o fato : assumir sua beleza singular A autora do blog Laurie Hutzler mostra-se impressionada com o fato de Frida assumir sua sua beleza singular (alternativa D), o que pode ser verificado no seguinte trecho: “One of the things that made an incredible impression on me in the O caráter anticanônico e contemporâneo da linguagem literária no trecho do romance : fato de o narrador não nomear o protagonista de seu romance e narrar suas : Podemos justificar o uso do caráter anticanônico, ou seja, o ritmo e a linguagem empregados no texto com predominância da oralidade, por algumas não ter nome, e ele narrar 2017) Observe a imagem e leia o texto a seguir: One of the things ‘that made an incredible impression on me in the film was Frida’s ration of her own unique beauty. She didn’t try to fit into conventional ideas or images about womanhood or what makes someone or something beautiful. Instead, she fully inhabited her own unique gifts, not particularly was magnetic and beautiful in her own right. She painted for years, not to be a commercial success or to be discovered, but to express her own inner pain, joy, family, love and culture. She absolutely and resolutely n unique vision and her ability to stand firmly (HUTZLER, Laurie. Texto retirado do blog: www.etbscreenwriting.com.) se impressionada com o fato de se impressionada com o fato de Frida assumir sua sua beleza singular (alternativa D), o que pode ser verificado no that made an incredible impression on me in the film was Frida’s comfort in and celebration of her own unique beauty”. No trecho em questão é fundamental atentar à palavra unique que pode ser traduzida por único, singular, exclusivo. O texto não menciona em momento “uma aparência exótica”, “poder de sedução”, venda da “imagem”, tampouco “recriar-se por meio da pintura”. Importante notar que, podemos aplicar três estratégias básicas de competência leitora nesse caso: 1. capacidade de selecionar palavras ou ideias úteis para compreensão geral do texto, 2. a predição, isto é, a capacidade de antecipar o conteúdo do texto a partir da compreensão do gênero textual em questão (no caso, um blog tende a fazer textos de alto teor opinativo, expondo o que o autor pensa sobre o assunto em pauta) 3. a inferência, capacidade de deduzir o que está implícito no texto com a ajuda da imagem. 12. (Adaptado do ENADE 2014) Entre as perspectivas teóricas e analíticas que têm buscado compreender o funcionamento da linguagem em seus diferentes níveis, tem- se destacado, no cenário brasileiro, a Análise do Discurso (AD). Tomando a Análise do Discurso de linha francesa, avalie os textos abaixo: Texto 1: A Análise de Discurso tal como a conhecemos no Brasil – na perspectiva que trabalha o sujeito, a história, a língua, se constitui no interior das consequências teóricas estabelecidas por três rupturas que estabelecem novos campos do saber: a que institui a Linguística, a que constitui a Psicanálise e a que constituio Marxismo. Com a Linguística, ficamos sabendo que a língua não é transparente; ela tem uma ordem marcada por sua materialidade que lhe é própria. Com o Marxismo, ficamos sabendo que a história tem sua materialidade: o homem faz a história, mas ela não lhe é transparente. Finalmente, com a Psicanálise, é o sujeito que se coloca como tendo sua opacidade: ele não é transparente nem para si mesmo. E isto acontece nos anos 60 do século XX, momento em que a leitura suscita questões a respeito da interpretação. Abre-se aí um lugar teórico para a Análise de Discurso, uma disciplina de entremeio que busca compreender o que o ato de ler significa, se distanciando, portanto, da análise de conteúdo, na qual se procura extrair sentidos do texto, tentando responder o que o texto quer dizer. ORLANDI, E. Análise de discurso. In: ORLANDI, E.; LAGAZZI-RODRIGUES, S. (orgs.) Introdução às ciências da Linguagem: discurso e textualidade. Campinas: Pontes, 2006, p. 11-42 – adaptado) Texto 2 Enquanto seres humanos somos seres históricos, simbólicos e sociais. Ao considerar criticamente o sujeito e o sentido, compreendemos o processo de identidade, assim como o modo como os sentidos são constituídos. Para isso, precisamos atravessar a interpretação para chegar à compreensão do discurso. Na interpretação, somos pegos pelas evidências já construídas, ao sabor das quais nos relacionamos com nossa realidade, imaginária. Com a compreensão, não ficamos nos produtos, mas conhecemos os processos de produção, a historicidade em sua materialidade contraditória, concreta, que atingimos analisando a materialidade discursiva. Considerando os textos acima, avalie as afirmações a seguir: I. A Análise de Discurso se institui como uma escuta particular que tem como característica trabalhar com sentidos ou sujeitos idealizados; assim, o que interessa no discurso é a sua forma abstrata, desvinculada de seu processo de produção. II. A articulação de três áreas (Linguística, Psicanálise e Marxismo) nos estudos do discurso resultou, nos anos 60, em uma posição crítica em relação à noção de leitura e interpretação, a qual problematizava a relação do sujeito com o sentido. III. A Análise do Discurso, como teoria de leitura que visa a explicar como um texto funciona, trabalha a relação entre sujeito, história e língua; nessa perspectiva, compreender é saber como um objeto simbólico (enunciado, texto, pintura, música etc.) produz sentidos. É correto o que se afirma em: Resposta: II e III, apenas Justificativa: A única afirmativa incorreta é a I, pois a Análise do Discurso trabalha com sujeitos históricos e não com sujeitos idealizados. Além disso, parte do geral, do contexto de produção e não de uma escuta particular. O discurso é contextualizado e real, ou seja, considerado em seu processo de produção. 13. (Adaptada Cesgranrio 2010) Leia o texto a seguir da crítica Bárbara Heliodora: Um retrato do artista Se o bom teatro nos ajuda a compreender o ser humano, William Shakespeare o faz como ninguém. Sua paixão sem limites pela humanidade resultou em imensa viagem pelo corpo e pela alma de seus semelhantes, tratados todos com a mesma compaixão; tinha o mesmo fascínio pelos incontáveis aspectos do potencial humano. Se for necessário apresentar motivos pelos quais se deva ler Shakespeare hoje em dia, todos eles poderão ser encontrados em sua capacidade de investigar e compreender a fundo os processos do ser humano, tanto em sua condição de indivíduo como de integrante do grupo social. Nestas palavras estão incluídos não só o grupo social imediato, mas também o quadro mais amplo no qual esse grupo imediato se insere, pois o bem da comunidade é o primeiro referencial de todas as obras teatrais shakesperianas, sejam elas comédias, peças históricas ou tragédias. Nada parece fascinar mais William Shakespeare que a abrangência do potencial humano. (Disponível em: https://jornalggn.com.br/noticia/barbara-heliodora-escreve-sobre-a-paixao-de-shakespeare-pela- humanidade/) A dramaturgia teatral da Renascença tem como um dos seus maiores expoentes o inglês William Shakespeare. Na perspectiva e no conteúdo geral de sua obra encontra-se a súmula de uma grande época, remetendo a uma universalidade. Nesse sentido e com base no texto de Barbara Heliodora, é correto dizer que a obra de Shakespeare abrange, principalmente Resposta: temas pertinentes ao gênero humano: seus vícios, virtudes e paixões Justificativa: Com base no texto da crítica teatral Bárbara Heliodora, é correto afirmar que a obra de Shakespereare abrange, principalmente “temas pertinentes ao gênero humano: seus vícios, virtudes e paixões”. O estudo apaixonado pelo gênero humano pode ser depreendido do seguinte excerto do texto de Heliodora: “sua paixão sem limites pela humanidade resultou em imensa viagem pelo corpo e pela alma de seus semelhantes”. Não há menção nos textos de apoio de que o dramaturgo inglês trate de “questões eminentemente políticas e econômicas”. Ainda que Shakespeare trate de “costumes e hábitos corriqueiros da corte na Renascença, expostos em tom jocoso”, “de problemas existenciais populares da época da Renascença, narrados em gênero de comédia” e de “temas como amor e romance vividos na corte renascentista”, não se pode dizer que essas são as linhas de força de sua dramaturgia. 14. De acordo com Paulo Freire, filósofo da Educação, “A leitura da palavra é a leitura da palavramundo”. Ler é escrever a palavramundo. O trabalho com a leitura e a escrita deve ser enfatizado nas aulas de língua portuguesa. Para isso, é preciso que o professor esteja atento a alguns pontos essenciais: I- A Língua Portuguesa é um sistema de signos histórico-sociais que possibilitam ao homem dar significado ao mundo e ao contexto em que está inserido. II- O professor precisa ensinar a língua de forma contextualizada na prática e seus empregos, fazendo com que o estudante perceba as relações existentes entre as regras gramaticais e a utilização delas em textos. III- Para que o aluno domine a leitura, de forma interpretativa, elabore textos coesos e coerentes, apenas a memorização de regras gramaticais pode ajudá-lo. Sobre essas afirmativas, pode-se dizer que: Resposta: A I e a II são corretas Justificativa: As duas primeiras asserções estão corretas: a I e a II também. A língua portuguesa é um sistema de signos linguísticos e é importante ensinarmos a gramática de forma contextualizada dando mais sentido para quem aprende. Porém, para que o aluno domine a leitura, de forma interpretativa, elabore textos coesos e coerentes com a realidade a que se refere, a memorização, apenas, de regras gramaticais não contribui para a construção e leitura de textos. As regras precisam ser internalizadas e aplicadas conscientemente em relação aos usos nas práticas sociocomunicativas. 15. O especialista em história da leitura, o francês Roger Chartier, fez uma revolução ao demonstrar que é possível estudar a humanidade pela evolução do escrito. Na história da leitura, Chartier enfatiza a distância entre o sentido atribuído pelo autor e por seus leitores. Para o historiador, o mesmo material escrito, encenado ou lido não tem significado coincidente para as diferentes pessoas que dele se apropriam. Uma só obra tem inúmeras possibilidades de interpretação, dependendo, entre outras coisas, do suporte, da época e da comunidade em que circula. Além de auxiliar no aprendizado, a tecnologia faz circular os textos de forma intensa, aberta e universal e, acredito, vai criar um novo tipo de obra literária ou histórica. Dispomos hoje de três formas de produção, transcrição e transmissão de texto: a mão, por impressão e por meio eletrônico - e elas coexistem. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2529/roger-chatier-o-especialista-em-historia-da-leitura Acesso em: 20fev. 2020 (com adaptações). A partir da citação de Chartier, o que se pode afirmar em relação ao uso das tecnologias da informação e da comunicação no ensino da escrita e da leitura? Resposta: A transformação da técnica de produção, reprodução e circulação da cultura escrita, provocada pela tecnologia, reforça possibilidades diversas de acesso à leitura, mas não descaracteriza outras formas e outros suportes. Justificativa: O texto-base da questão apresenta uma citação na qual Roger Chartier demonstra apostar no papel positivo da tecnologia na educação e acreditar na coexistência de diferentes formas de produção, transcrição e transmissão de obras literárias e históricas: “a mão, por impressão e por meio eletrônico”. A alternativa (A) não está correta, porque o autor não faz menção explícita ou implícita às variantes da língua portuguesa. Em segundo lugar, essas variantes podem coexistir, sem que, para isso, precise haver a substituição de uma pela outra. A variante culta e o internetês podem ser utilizados pelo mesmo grupo de falantes, resguardadas as peculiaridades de cada situação. A alternativa (B) também não é adequada. É inegável que os instrumentos digitais móveis, cada vez mais modernos, oferecem a seus usuários liberdade e mobilidade, mas isso não significa dizer que a leitura do texto impresso imponha convenções que prejudiquem o acesso ao conhecimento. A alternativa (D) também não responde adequadamente à questão, pois refere que a extinção da leitura em livros impressos no Brasil é inevitável, haja vista os leitores hoje conviverem com repositórios digitais de leitura cada vez mais modernos, como os tablets. O conteúdo da alternativa (E) igualmente sugere a predominância da cultura digital sobre a impressa, já que aquela oferece inúmeras facilidades de leitura, pesquisa e entretenimento. No entanto, não faz referência direta ao ensino da leitura e da escrita, sendo, portanto, errada. 16. (Prova de Português, ENEM, 2019, adaptado.) Leia o texto a seguir que problematiza a questão da substituição da criatividade humana pela inteligência artificial (IA): “O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. É assim que termina o conto “O dia em que um computador escreveu um conto”, escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos. Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, que serviria como guia para a inteligência artificial. A partir daí, o computador criou o texto combinando as frases e seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram. Os juízes não sabem quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito. “O dia...” só não passou para as etapas seguintes porque, de acordo com os juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável. A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada tipo de projeto — escrita, pintura, música, desenho e por aí vai. D’ANGELO, H. Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em: 5 dez. 2018. O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na elaboração do conto evidenciam a Resposta: diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana Justificativa: A Inteligência artificial (IA) é a inteligência similar à humana, exibida por mecanismos ou softwares, além de ser também um campo de estudo acadêmico, que se dedica a fazer computadores realizarem tarefas que os humanos, por enquanto, fazem melhor. No texto, apresenta-se a tarefa da escrita de um conto, pela IA, que é bem-sucedido ao participar de um concurso em que os juízes não sabem quais textos foram escritos por IA e quais por humanos. No entanto, embora o conto tenha chegado a uma etapa avançada do concurso, o trecho a seguir mostra que no âmbito das artes e da literatura há ainda um caminho a trilhar nos estudos relativos à IA que é o da criatividade: “A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana.” No caso do concurso de contos, os juízes declararam que o conto não seguiu concorrendo porque “os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável.” Estamos por enquanto lidando com alguns êxitos, mas também com algumas limitações no uso da tecnologia, no que se refere à escrita ficcional e às artes, pois demandam mais do estruturas impecáveis. Por isso, a alternativa correta é “diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana”, o que ficou evidenciado na elaboração de um conto em que se uso da tecnologia e da IA 17 (Prova de Português, ENEM, 2019, adaptado.). Leia o seguinte excerto de um texto de jornal: Expostos na web desde a gravidez Mais da metade das mães e um terço dos pais ouvidos em uma pesquisa sobre compartilhamento paterno em mídias sociais discutem nas redes sociais sobre a educação dos filhos. Muitos são pais e mães de primeira viagem, frutos da geração Y (que nasceu junto com a internet) e usam esses canais para saberem que não estão sozinhos na empreitada de educar uma criança. Há, contudo, um risco no modo como as pessoas estão compartilhando essas experiências. É a chamada exposição parental exagerada, alertam os pesquisadores. De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha uma foto ou vídeo do seu filho pequeno fazendo algo ridículo, por achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos, pode se sentir constrangida. A autoconsciência vem com a idade. A exibição da privacidade dos filhos começa a assumir uma característica de linha do tempo e eles não participaram da aprovação ou recusa quanto à veiculação desses conteúdos. Assim, quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar violada. OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado). Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias sociais, o texto traz como impacto Resposta: o desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido divulgadas nas redes sociais. Justificativa: No texto, encontramos a resposta à questão nos seguintes trechos: “Há, contudo, um risco no modo como as pessoas estão compartilhando essas experiências. É a chamada exposição parental exagerada, alertam os pesquisadores. De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha uma foto ou vídeo do seu filho pequeno fazendo algo ridículo, por achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos, pode se sentir constrangida.”; e ainda, “Assim, quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar violada.” O compartilhamento abusivo dos pais de imagens dos seus filhos bebês, portanto, consiste em uma invasão à privacidade deles (os filhos), pois esses pais não levam em conta que essas imagens são registros que permanecem e num futuro, bastante próximo, seus filhos poderão se sentir constrangidos com essa exposição pública, em rede. Esse efeito, que as fotografias e os vídeos, modos de registros de gerações de pais nascidos antes da popularização d poderiam causar, mas numa esfera ainda privada, o que ameniza a exposição dos filhos frente aos registros excessivos por parte de seus pais. 18. (Prova de Português, ENEM, 2019, adaptado). Leia o texto da Ministério Público de Pernambuco, a seguir: A partir da leitura atenta e por meio do levantamento de palavras constatar no texto, que essa campanha publicitária tem como função social Resposta: conscientizar a população que di Justificativa: A campanha publicitária tem como temaprincipal liberdade com responsabilidade expresso várias vezes no texto de formas diferentes: “Liberdade de expressão. A escolha é sua. A responsabilidade, também.”; “O que todos saber é que liberdade traz responsabilidades.”; “Para promover a liberdade de expressão com responsabilidade”. Sendo assim, por meio das palavras "liberdade" e "responsabilidade" e suas repetições no texto em diferentes expressões e frases, podemos constatar tanto o tema, direitos e deveres dos cidadãos, quanto a função social dessa campanha: conscientizar a população que direitos implicam deveres, tendo em vista a aplicação da lei, caso haja desrespeito ao outro e aos direitos humanos, e incitamento a preconceitos e à violência. 19. Leia o texto expositivo a seguir para responder ao que se pede: próximo, seus filhos poderão se sentir constrangidos com essa exposição pública, em Esse efeito, que as fotografias e os vídeos, modos de registros de gerações de pais nascidos antes da popularização da web, da era dos aplicativos e redes sociais, já poderiam causar, mas numa esfera ainda privada, o que ameniza a exposição dos filhos frente aos registros excessivos por parte de seus pais. (Prova de Português, ENEM, 2019, adaptado). Leia o texto da Ministério Público de Pernambuco, a seguir: A partir da leitura atenta e por meio do levantamento de palavras-chave, podemos constatar no texto, que essa campanha publicitária tem como função social : conscientizar a população que direitos implicam deveres. A campanha publicitária tem como tema principal liberdade com responsabilidade expresso várias vezes no texto de formas diferentes: “Liberdade de expressão. A escolha é sua. A responsabilidade, também.”; “O que todos saber é que liberdade traz responsabilidades.”; “Para promover a liberdade de expressão com responsabilidade”. Sendo assim, por meio das palavras "liberdade" e "responsabilidade" e suas repetições no texto em diferentes expressões podemos constatar tanto o tema, direitos e deveres dos cidadãos, quanto a função social dessa campanha: conscientizar a população que direitos implicam deveres, tendo em vista a aplicação da lei, caso haja desrespeito ao outro e aos citamento a preconceitos e à violência. Leia o texto expositivo a seguir para responder ao que se pede: próximo, seus filhos poderão se sentir constrangidos com essa exposição pública, em Esse efeito, que as fotografias e os vídeos, modos de registros de gerações de pais a web, da era dos aplicativos e redes sociais, já poderiam causar, mas numa esfera ainda privada, o que ameniza a exposição dos (Prova de Português, ENEM, 2019, adaptado). Leia o texto da campanha do chave, podemos constatar no texto, que essa campanha publicitária tem como função social A campanha publicitária tem como tema principal liberdade com responsabilidade expresso várias vezes no texto de formas diferentes: “Liberdade de expressão. A escolha é sua. A responsabilidade, também.”; “O que todos precisam saber é que liberdade traz responsabilidades.”; “Para promover a liberdade de expressão com responsabilidade”. Sendo assim, por meio das palavras-chave "liberdade" e "responsabilidade" e suas repetições no texto em diferentes expressões podemos constatar tanto o tema, direitos e deveres dos cidadãos, quanto a função social dessa campanha: conscientizar a população que direitos implicam deveres, tendo em vista a aplicação da lei, caso haja desrespeito ao outro e aos A geografia linguística no Brasil É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza- a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara. Nesse sentido, pode-se afirmar que na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. [...] Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal – seu idioleto -, mas também filiá-lo a um determinado grupo. [...] O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e de colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso. [...] (BRANDÃO, S. F. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991, p.5-17., com adaptações) A partir da leitura realizada, e considerando o universo de referência, ou seja, os conhecimentos prévios que todo leitor traz para a atribuição de sentidos a um texto, analise as assertivas a seguir: I. Como convém a um texto expositivo a linguagem utilizada prima por ser objetiva, marcada temporalmente e com índices de pessoalidade (exemplos: ao falar um indivíduo transmite; pode-se afirmar que etc.). II. Os interlocutores/leitores previstos para esse texto são pessoas interessadas em questões de linguagem e cultura, sejam professores, estudantes ou outros profissionais, que por algum motivo, estejam interessados em tema dessa natureza. III. Trata-se de um texto expositivo porque remete a informações do campo científico, a atividades de formação ou de aprendizagem, à divulgação de noções teóricas que fundamentam e explicam, as variações de uso das línguas e sua ligação à história e à cultura dos povos que as falam. Está/Estão correta(s) a(s) assertiva(s): Resposta: II e III, apenas. Justificativa: Estão corretas as assertivas II e III, apenas, pois o texto expositivo caracteriza-se por remeter à exposição científica, é um texto informativo, que tem como foco divulgar experiência, noções teóricas, dados de pesquisa, ou seja, trazem dados concretos de algum tema que interesse aos estudos, à formação de seus leitores (assertiva III). Por isso, seu público leitor/interlocutores previstos são professores ou estudantes, ou ainda pessoas interessadas ao tema de que o texto trata, tendo como propósito mais do que informar, formar. (assertiva II). Já a assertiva I não está correta pois apresenta uma contradição e afirmações que não cabem a um texto expositivo: é fato que em um texto expositivo a linguagem utilizada prima por ser objetiva, no entanto, não é marcado temporalmente, ou seja, não há uma marcação de passagem de tempo nas informações, apenas quando relata algo do passado, mas não apresenta ações que se sucedem no tempo, como nas narrativas. Observe a presença quase total dos verbos no presente do indicativo (exemplos: é, pertence, utiliza, contribui, pode-se afirmar, se projeta, abarca e assim por diante no texto.). Além disso, uma linguagem que se pretende objetiva, não pode apresentar marcas de pessoalidade, o que a tornaria subjetiva, ou seja, verbos conjugados em 1ª pessoa (eu), exemplos: sou, utilizo, contribuo, posso afirmar, me projeto, abarco etc.. A linguagem objetiva, pelo contrário, necessita que os verbos estejam conjugados em 3ª pessoa (ele): o homem expressa suas ideias; pode-se afirmar; um indivíduo transmite; o Brasil [...] apresenta grandes contrastes etc. O texto trata “do outro”, e não traz as marcas de quem escreve, do “eu” que escreve. 20. Leia o texto a seguir com atenção, para responder ao que se pede. Observe que há uma lacuna proposital no texto (...............):Qual é a primeira coisa que você faz quando entra na Internet? Checa seu e-mail, dá uma olhadinha no Twitter, confere as atualizações dos seus contatos no Orkut ou no Facebook? Há diversos estudos comprovando que interagir com outras pessoas, principalmente com amigos, é o que mais fazemos na Internet. Só o Facebook já tem mais de 500 milhões de usuários, que, juntos, passam 700 bilhões de minutos por mês conectados ao site — que chegou a superar o Google em número de acessos diários. (...........) e está transformando nossas relações: tornou muito mais fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova. Mas será que as amizades on-line não fazem com que as pessoas acabem se isolando e tenham menos amigos off-line, “de verdade”? Essa tese, geralmente citada nos debates sobre o assunto, foi criada em 1995 pelo sociólogo americano Robert Putnam. E provavelmente está errada. Uma pesquisa feita pela Universidade de Toronto constatou que a Internet faz você ter mais amigos — dentro e fora da rede. Durante a década passada, período de surgimento e ascensão dos sites de rede social, o número médio de amizades das pessoas cresceu. E os chamados heavy users, que passam mais tempo na Internet, foram os que ganharam mais amigos no mundo real — 38% mais. Já quem não usava a Internet ampliou suas amizades em apenas 4,6%. (Como a Internet está mudando a amizade. Superinteressante, n. 288, fev./2011 - com adaptações) No texto, o trecho que está representado por uma lacuna, (...........), em destaque no início do segundo parágrafo, foi suprimido. Releia o texto, e escolha a alternativa que corresponde ao trecho suprimido e que completa, coerentemente, o sentido do texto: Resposta: A Internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à amizade e... Justificativa: A alternativa “a” completa de forma coerente o que foi suprimido: “A Internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à amizade e está transformando nossas relações: tornou muito mais fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova.” Quanto às outras alternativas, veja: A continuação do trecho esclarece que a Internet tornou muito mais fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova, logo não cabe um início que trata das diferenças de caráter ou das dificuldades interpessoais que “obscurecidas” pelo anonimato e pela cumplicidade recíproca. (alternativa b). Se é possível manter contato com os amigos, então não se pode afirmar que a Internet não salva as relações (alternativa c). A Internet possibilita conhecer gente nova, então não cabe a proposição de que a Internet raramente cria amizades do zero (alternativa d). A continuação do trecho diz respeito ao contato com amigos e novas amizades, não à capacidade de elevar ao infinito as possibilidades de interação (alternativa e). Observe que as palavras presente na alternativa A. 21. QUESTÃO ANULADA no âmbito do Sistema das Nações Unidas há 24 anos, constitui, em essência, um arranjo institucional dinâmico e de construção permanente. Criado para facilitar o entendimento e promover a cooperação entre as 195 partes signatárias, é dotado de estrutura jurídica e organizacional próprias. A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas prevê mecanismos para a solução dos conflitos e para promoção da cooperação entre os Estados nacionais. A partir do contexto apresentado, é correto afirmar que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas objetiva Resposta: estabelecer mecanismos flexívei utilizam toda a sua quota prevista de emissões vendam o seu excedente a outros que necessitam de limites maiores. Justificativa: Esta questão envolveu conteúdos de Meio ambiente, sustentabilidade e intervenção humana. Caso tenha alguma dificuldade, sugerimos que retome as informações que foram discutidas no material de Conhecimentos Gerais. 22. Conforme dados do Atlas da Violência 2019, apresentados no gráfico a seguir, verifica-se o crescimento no número de homic período de 2007 a 2017. Nesse período, a taxa de homicídios entre as mulheres negras cresceu mais do que a taxa de homicídios entre as mulheres não negras. A classificação de raça/cor do IBGE agrega negras como a soma de não negras como a soma de brancas, amarelas e indígenas. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Fórum Brasileiro de Segurança Pública (Orgs.). Observe que as palavras-chave nesse texto são: internet e amizade, o que está O regime internacional de mudanças climáticas, organizado no âmbito do Sistema das Nações Unidas há 24 anos, constitui, em essência, um arranjo institucional dinâmico e de construção permanente. Criado para facilitar o imento e promover a cooperação entre as 195 partes signatárias, é dotado de estrutura jurídica e organizacional próprias. A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas prevê mecanismos para a solução dos conflitos e para ação entre os Estados nacionais. Disponível em: Acesso em: 22 jul. 2019 (adaptado). A partir do contexto apresentado, é correto afirmar que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas objetiva estabelecer mecanismos flexíveis destinados a permitir que países que não utilizam toda a sua quota prevista de emissões vendam o seu excedente a outros que necessitam de limites maiores. Esta questão envolveu conteúdos de Meio ambiente, sustentabilidade e ana. Caso tenha alguma dificuldade, sugerimos que retome as informações que foram discutidas no material de Conhecimentos Gerais. Conforme dados do Atlas da Violência 2019, apresentados no gráfico a seguir, se o crescimento no número de homicídios de mulheres no país durante o período de 2007 a 2017. Nesse período, a taxa de homicídios entre as mulheres negras cresceu mais do que a taxa de homicídios entre as mulheres não negras. A classificação de raça/cor do IBGE agrega negras como a soma de pretas e pardas e não negras como a soma de brancas, amarelas e indígenas. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Fórum Brasileiro de Segurança Pública (Orgs.). Atlas da violência 2019. Brasília: Ipea, 2019 (adaptado). chave nesse texto são: internet e amizade, o que está O regime internacional de mudanças climáticas, organizado no âmbito do Sistema das Nações Unidas há 24 anos, constitui, em essência, um arranjo institucional dinâmico e de construção permanente. Criado para facilitar o imento e promover a cooperação entre as 195 partes signatárias, é dotado de estrutura jurídica e organizacional próprias. A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas prevê mecanismos para a solução dos conflitos e para Acesso em: 22 jul. 2019 (adaptado). A partir do contexto apresentado, é correto afirmar que a Convenção Quadro das s destinados a permitir que países que não utilizam toda a sua quota prevista de emissões vendam o seu excedente a outros que Esta questão envolveu conteúdos de Meio ambiente, sustentabilidade e ana. Caso tenha alguma dificuldade, sugerimos que retome as informações que foram discutidas no material de Conhecimentos Gerais. Conforme dados do Atlas da Violência 2019, apresentados no gráfico a seguir, ídios de mulheres no país durante o período de 2007 a 2017. Nesse período, a taxa de homicídios entre as mulheres negras cresceu mais do que a taxa de homicídios entre as mulheres não negras. A pretas e pardas e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Fórum Brasileiro de Segurança Pública (Orgs.). . Brasília: Ipea, 2019 (adaptado). Considerando as informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O maior crescimento dos casos de homicídios de mulheres negras em comparação com os casos de mulheres não negras indica a relevância dos estudos a respeito das múltiplas variáveis relacionadas a este fenômeno social. PorqueII. A análise do gráfico permite concluir que, no início da série histórica, havia um contexto favorável à superação da situação social de maior vulnerabilidade da mulher negra, em razão da menor diferença entre as taxas de homicídios. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Resposta: A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. Justificativa: Esta questão envolveu conteúdos de Meio ambiente, sustentabilidade e intervenção humana. Caso tenha alguma dificuldade, sugerimos que retome as informações que foram discutidas no material de Conhecimentos Gerais 23. TEXTO 1 Com base em dados de 2015, estima-se que, no Brasil, haja em torno de 100 mil pessoas em situação de rua. A população que vivencia situação de rua é formada por pessoas que, em sua maioria, possuem menos que o necessário para atender às necessidades básicas do ser humano, estando no limite da indigência ou da pobreza extrema, com comprometimento da própria sobrevivência. A situação desse grupo excluído e marginalizado pode decorrer de diversos fatores, como desemprego estrutural, migração, uso prejudicial de álcool e outras drogas, presença de transtornos mentais, conflitos familiares, entre outros. HINO, P.; SANTOS, J. O.; ROSA, A. S. Pessoas que vivenciam situação de rua sob o olhar da saúde. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 71, Suplemento 1, p. 732-740, 2018 (adaptado). TEXTO 2 O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), lançou uma campanha que objetiva valorizar a saúde como um direito humano de cidadania e ressaltar que as pessoas em situação de rua têm o direito de ser atendidas na rede de serviços do SUS. Disponível em: Acesso em: 11 set. 2018 (adaptado). A respeito da população que vivencia situação de rua e considerando os textos apresentados, avalie as afirmações a seguir. I. Na elaboração de políticas públicas, devem ser considerados os fatores pessoais e contextuais que levam pessoas a viver em situação de rua, o que exige o trabalho de equipes multidisciplinares, com o objetivo de assegurar direitos de saúde, dignidade e cidadania a essa população. II. A inexistência de endereço fixo que possibilite fazer cadastros oficiais e estabelecer contato quando necessário, inviabiliza a inserção dos indivíduos em situação de rua nas políticas públicas de saúde, educação e moradia. III. A homogeneidade do grupo de pessoas que vivem em situação de rua contribui para o desenvolvimento das estratégias de acolhimento e de atendimento pelas equipes envolvidas em campanhas dirigidas a esse público. IV. A falta de moradia convencional e o comprometimento da identidade, da segurança, do bem-estar físico e emocional e do sentimento de pertencimento são problemas vivenciados pelas pessoas que vivem em situação de rua e requerem atenção do poder público. É correto apenas o que se afirma em Resposta: I e IV Justificativa: Estão corretas as afirmações I e IV, pois na elaboração de políticas públicas, devem ser considerados os fatores pessoais e contextuais que levam pessoas a viver em situação de rua, o que exige o trabalho de equipes multidisciplinares, com o objetivo de assegurar direitos de saúde, dignidade e cidadania a essa população. A falta de moradia convencional e o comprometimento da identidade, da segurança, do bem-estar físico e emocional e do sentimento de pertencimento são problemas vivenciados pelas pessoas que vivem em situação de rua e requerem atenção do poder público. 24. O princípio da acessibilidade dispõe que na construção de espaços, na formatação de produtos e no planejamento de serviços deve deficiência (PCD) são usuárias legítimas, dignas e independentes. Nenhum serviço pode ser concedido, permitido, autorizado ou delegado sem acessibilidade plena, para não obstaculizar o exercício pleno dos direitos pelas pessoas com deficiência. acessibilidade é um direito de todos os cidadãos e, por isso, não se limita a propiciar a inclusão de pessoas com deficiência, mas também de pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e em situação vulnerável. OLIVEIRA, S. M. de. Cidade e acess Iberoamericano em comércio internacional, desenvolvimento e integração regional Considerando a imagem e as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir. I. Projetar e adaptar as vias públicas facilita a circulação das pessoas com dificuldade de locomoção e usuários de cadeiras de rodas, sendo uma medida adequada de acessibilidade. II. Padronizar as calçadas com implantação universal de rampas, faixas de livres de barreiras, guias e pisos antiderrapantes atende ao princípio da acessibilidade. III. Garantir a ajuda de terceiros a pessoas com deficiências, nos edifícios públicos e em espaços abertos públicos, é uma previsão legal convergente ao p acessibilidade. IV. Implantar sinalização sonora nos semáforos e informações em braille nas sinalizações dos espaços urbanos para pessoas com deficiência visual são providências de acessibilidade adequadas. É correto o que se afirma em Resposta: I, II e IV, apenas. Disponível em: Acesso em: 11 set. 2019 (adaptado). O princípio da acessibilidade dispõe que na construção de espaços, na formatação de produtos e no planejamento de serviços deve-se considerar que as deficiência (PCD) são usuárias legítimas, dignas e independentes. Nenhum serviço pode ser concedido, permitido, autorizado ou delegado sem acessibilidade plena, para não obstaculizar o exercício pleno dos direitos pelas pessoas com deficiência. acessibilidade é um direito de todos os cidadãos e, por isso, não se limita a propiciar a inclusão de pessoas com deficiência, mas também de pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e em situação vulnerável. OLIVEIRA, S. M. de. Cidade e acessibilidade: inclusão social das pessoas com deficiências. Iberoamericano em comércio internacional, desenvolvimento e integração regional Considerando a imagem e as informações apresentadas, avalie as afirmações a Projetar e adaptar as vias públicas facilita a circulação das pessoas com dificuldade de locomoção e usuários de cadeiras de rodas, sendo uma medida adequada de Padronizar as calçadas com implantação universal de rampas, faixas de livres de barreiras, guias e pisos antiderrapantes atende ao princípio da acessibilidade. Garantir a ajuda de terceiros a pessoas com deficiências, nos edifícios públicos e em espaços abertos públicos, é uma previsão legal convergente ao p Implantar sinalização sonora nos semáforos e informações em braille nas sinalizações dos espaços urbanos para pessoas com deficiência visual são providências de acessibilidade adequadas. É correto o que se afirma em I, II e IV, apenas. Acesso em: 11 set. 2019 (adaptado). O princípio da acessibilidade dispõe que na construção de espaços, na formatação de se considerar que as pessoas com deficiência (PCD) são usuárias legítimas, dignas e independentes. Nenhum serviço pode ser concedido, permitido, autorizado ou delegado sem acessibilidade plena, para não obstaculizar o exercício pleno dos direitos pelas pessoas com deficiência. A acessibilidade é um direito de todos os cidadãos e, por isso, não se limita a propiciar a inclusão de pessoas com deficiência, mas também de pessoas com mobilidade ibilidade: inclusão social das pessoas com deficiências.In:VIII Simpósio Iberoamericano em comércio internacional, desenvolvimento e integração regional, 2017 (adaptado). Considerando a imagem e as informações apresentadas, avalie as afirmações a Projetar e adaptar as vias públicas facilita a circulação das pessoas com dificuldade de locomoção e usuários de cadeiras de rodas, sendo uma medida adequada de Padronizar as calçadas com implantação universal de rampas, faixas
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