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Petição - Temática 1 - Seção 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA LONDRINA/PR
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XXXX E XXXX, já qualificada nos autos XXXXXX da CONTESTAÇÃO C/C RECONVEÇÃO, aforada contra XXXX, por sua advogada, que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não tendo se conformado com a r. sentença de fls. XXX interpor, com base no artigo 496, I e 513 e seguintes do Código de Processo Civil, o presente recurso.
APELAÇÃO
Substanciado nas anexas razões de apelação, as quais requer sejam recebidas, processadas e encaminhadas à superior instância, após pagas as custas, na forma da lei.
Termos em que, espera receber
Deferimento.
Londrina, XXX de XX de XXXX
Advogado
OAB/XXX
RAZÕES DA APELAÇÃO
Apelante: XXXX e XXXX...
Apelado: XXXX
Origem: Juízo da XXX Vara Cível da Comarca de Londrina/PR
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESTADO DE PARANÁ
ILUSTRES DESEMBARGADORES,
I – DO DIREITO
A) CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
ART. 1009 do CPC ART. 1003 § 5º do CPC Razões dos pedidos de anulação ou reforma
O Cabimento da Apelação no Novo CPC vem previsto no artigo 1.009 do Novo CPC e tem como objetivo atacar qualquer sentença, seja ela de mérito ou não, proferida em processo ou em qualquer rito comum.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
ART. 1003 § 5º do CPC Razões dos pedidos de anulação ou reforma
Art. 1003 parágrafo 5ª CPC. Executados os Embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
B) DA ANULAÇÃO DA SENTENÇA POR VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA
ART. 5º LV do CF ART. 355 do CPC ART. 1208 do CC
Depois de vários meses de espera, o juiz proferiu sentença em julgamento antecipado do mérito, alegando não haver necessidade de produção de outras provas.
O direito à ampla defesa está previsto na Constituição Federal de 1988 no seu artigo 5º, inciso LV:
Art. 5º, LV. “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”
ART. 355 do CPC
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
ART. 1208 do CC
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
C) DA EXTINÇÃO DO PROCESSO POR INÉPCIA DA INICIAL
ART. 73, caput do CPC ART. 320 do CPC ART. 485, I do CPC
O artigo 485 do CPC/15 segue a mesma lógica do antigo 267 do CPC/73 ao elencar as hipóteses de extinção sem resolução do mérito em seus diversos incisos, iniciando especialmente pela hipótese de indeferimento da inicial, no inciso primeiro, em correspondência com os artigos 319, 320, 106 parágrafo 1º e 801, todos do CPC/15, que apresentam, em última análise, o elenco de todos os requisitos que devem, obrigatoriamente, ser cumpridos e atendidos pelo demandante, quando do ajuizamento de sua pretensão.
A decisão proferida em relação à ilegitimidade passiva, caso não implique em extinção do processo pelo reconhecimento de ilegitimidade passiva, não se tratará de sentença, mas sim decisão interlocutória.
ART. 73, caput do CPC
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
ART. 320 do CPC
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
ART. 485, I do CPC
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
D) DA EXTINÇÃO DO PROCESSO POR ILEGITIMIDADE PASSIVA
ART. 595 do CPC ART. 485, VI do CPC
Legitimidade ad causam consiste no atributo jurídico conferido à alguém para atuar no contraditório e discutir determinada situação jurídica litigiosa. ... Dessa forma, se não for estabelecida uma relação entre o legitimado e o que será discutido, não haverá legitimidade para a discussão na causa, com base nos artigos mencionados abaixo:
ART. 595 do CPC
Art. 595. Os peritos proporão, em laudo fundamentado, a forma da divisão, devendo consultar, quanto possível, a comodidade das partes, respeitar, para adjudicação a cada condômino, a preferência dos terrenos contíguos às suas residências e benfeitorias e evitar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas.
ART. 485, VI do CPC
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
E) DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ENSEJADORES DA USUCAPIÃO
ART. 5º, XXII da CF ART. 1239 do CC ART. 1208 do CC
O usucapião é o modo de aquisição da propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais
Prova documental e testemunhal inequívoca quanto à posso mansa, pacífica e com “Animus Domini” exercida pelo autor/apelado cumprimento dos requisitos da Usucapião, requisitos da reintegração não preenchidos.
ART. 5º, XXII da CF
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
ART. 1239 do CC
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
ART. 1208 do CC
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
F) DA PROCEDÊNCIA DO DESPEJO COM COBRANÇA DE ALUGUEIS EM ATRASO
ART. 9º, III da lei 8245/91 ART. 62, I da lei 8245/91
O objetivo da caução é de assegurar ao locatário, caso seu recurso seja procedente contra a decisão que decretou seu despejo, um valor mínimo de indenização por perdas e danos. O Art. 63 da Lei nº 8.245/91, em seu parágrafo quarto, que "A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o caso de ser executada provisoriamente."
Caso a ação de despejo tenha como fundamento a falta de pagamento, o artigo 64 cominado com o art. 9º, da Lei de Locações, estabelece que a caução será de, no mínimo, 12 aluguéis.
Lei nº 8.245 de 18 de Outubro de 1991
Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes.
ART. 62, I da lei 8245/91
Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
I - o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito;
III – FATOS
Proferir uma sentença de julgamento antecipado do mérito (art. 355, CPC/2015) – quando nenhuma das partes pede a produção de provas, ou o juiz entender que as provas constantes no processo são suficientespara o julgamento dos pedidos (inciso I). O juiz também fará o julgamento antecipado do mérito se o réu for revel e for declarada a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, mas só se este, intimado para indicar as provas que pretende produzir, nada requerer (inciso II).
Tendo em vista a necessidade da distribuição do tempo do processo de forma adequada e célere, a observância do princípio da primazia do julgamento do mérito, bem como, o princípio da sanabilidade e da instrumentalidade, foi inserido nos artigos 338 e 339 do Código de Processo Civil de 2015, a possibilidade da emenda da petição inicial quando alegada a ilegitimidade passiva pelo réu.
Ao contrário do que tenta fazer crer o autor, o verdadeiro desencadear dos fatos é completamente diverso da situação por ele apresentado. É totalmente infrutífero o Réu requerer por via de Usucapião um imóvel pelo qual não honra com os pagamentos já há algum tempo, alocação, seja por prazo certo ou indeterminado, também poderá ser forçadamente desfeita em algumas situações, conforme dispõe os incisos do art. 9º, da Lei nº 8.245/1991.
Visto que o autor não tinha a posse do referido imóvel, pois era mero detentor, é cabível salientar que estava na propriedade em virtude de permissão ou tolerância.
Sobretudo, ocorre que a posse é quando alguém usa ou pode usar algum dos poderes ligados ao direito de propriedade, como por exemplo, a guarda, o uso, o gozo ou disponibilidade da coisa. A posse significa ter, reter, ocupar, estar, desfrutar de alguma coisa . Estar na posse da propriedade não significa necessariamente ter direito a posse da mesma.
1º) Em que pese a cultura jurídica do digno juiz prolator da sentença de primeira instância, a suplicada, ora apelante, não pode-se conformar com os termos da decisão.
2º) Com a devida vênia, o processo acoimado de um VÍCIO INSANÁVEL, trata-se de falha processual que, segundo a lei adjetiva e a unânime jurisprudência de nossos tribunais, compromete todo o andamento do feito, e torna-se nula a sentença proferida.
3º) A pretensão da A. é fazer justiça no sentido de ver os seus direitos reconhecidos pelos Ilustres Julgadores desta respeitável corte.
4º) Constata-se que a r. sentença não menciona qual dispositivo legal adotado para o caso. O que é fundamental para que a parte saiba, dentro do ordenamento jurídico, por qual dispositivo legal fora tingida, assim aferindo o grau de justeza, ou não, da decisão que lhe atinge.
IV - PEDIDOS
Requer se que seja o presente recurso recebido, conhecido e provido no sentido de reformar a r. sentença pela inépcia da inicial e carência.
Em virtude do exposto, o Apelante requer que o presente recurso de apelação seja CONHECIDO e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO, para reformar a sentença recorrida, no sentido de acolher o pedido inicial do Autor Apelante e, por ser de inteira Justiça.
Posto isso, os recorrentes pugnam pelo conhecimento desse recurso, pois é cabível e tempestivo, e no julgamento de seu mérito, pelo provimento para:
A) Anulação da sentença por violação à ampla defesa, pois foi negado o direito à produção de prova oral, nos termos do art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988, e do art. 355, do CPC/15.
B) Reforma da sentença. Extinção do processo sem resolução do mérito por inépcia da inicial, pois é necessário o consentimento do companheiro em união estável, com base no art. 458, I, do CPC/15, por violação aos arts. 73 e 320, ambos do CPC/2015.
C) Reforma da sentença. Extinção do processo sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva, pois não cabe apenas ao analfabeto alegar defeito no instrumento de prestação de serviços, com fulcro no art. 485, VI, do CPC/15, por violação ao art. 595 da mesma lei.
D) Reforma da sentença. Improcedência da ação de usucapião, em virtude da ausência de seus requisitos, com base no art. 5º, caput, da CF/88, e arts. 1.208 e 1.239, do CC. 4
E) Reforma da sentença. Procedência da ação reconvencional de despejo com cobrança de aluguéis em atraso, com base nos art. 9º, III, e 62, ambos da Lei nº 8.245/91. Requer-se a condenação da parte recorrida em custas e honorários advocatícios recursais, na forma do art. 85, § 11º, do CPC/15.
Nestes termos, pede deferimento.
Londrina, XX de novembro de 2020
Advogado
OAB/XXX

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