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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO (anotações)

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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
ANOTAÇÕES DO PROFESSOR
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conceito de direito coletivo: é o seguimento do direito do trabalho encarregado de estudar a organização sindical num sentido amplo da relação do trabalho.
O SINDICATO NÃO REPRESENTA SÓ O EMPREGADO!
Representação: coletivo ou individual (não pode prevalecer sobre o coletivo). Afeta o direito individual e, consequentemente, o contrato de trabalho.
SINDICATO
O conceito de sindicato é uma forma de organização de pessoas físicas ou jurídicas que figuram como sujeitos nas relações coletivas de trabalho. A característica principal do sindicato é ser uma organização de um grupo existente na sociedade. Essa organização reúne pessoas físicas, os trabalhadores, mas pode reunir também pessoas jurídicas, as empresas, uma vez que estas se associam em sindicatos também – os sindicatos dos empregadores. As pessoas que se associam o fazem não para fins indiscriminados, mas como sujeitos das relações coletivas de trabalho.
A CLT possui título próprio que trata dos sindicatos, que é o Título V – DA ORGANIZAÇÃO SINDICAL. Se iniciando através do art. 511:
“Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.”
Percebe-se que não apenas os trabalhadores que possuem vínculo empregatício podem se organizar em sindicatos: a própria CLT prevê a possibilidade de organizações sindicais de autônomos e profissionais liberais.
ANOTAÇÕES DO PROFESSOR
Sindicato é a associação ou agremiação de pessoas (jurídica/física) que executam atividade profissional ou econômica, visando a defesa dos interesses coletivos e/ou individuais de seus membros ou da categoria, sendo uma associação espontânea.
Natureza jurídica: Direito Privado
Características do sindicato: é uma associação civil de natureza privada, autônoma e coletiva.
Atuação direta: no interesse da categoria (coletivo); no interesse individual (representado). – repercussão no contrato de trabalho.
Representação: possibilidade de organização em grupo.
Finalidade: reivindicar direitos (recíprocos); melhoria de condições de trabalho (criando, extinguindo e delimitando direitos e obrigações); possibilidade do grupo criar regras.
Reconhecimento/surgimento: Revolução Industrial.
LIBERDADE SINDICAL
ANOTAÇÕES DO PROFESSOR
Conceito de liberdade sindical: É o direito que os sujeitos possuem de se organizar e constituir livremente as agremiações que desejarem, no número por eles idealizados, sem que sofram intervenção do Estado e nem uns em relação aos outros.
A liberdade é restrita, mas seus aspectos são amplos (fundação, filiação, autonomia institucional – sem intervenção do Estado).
Importante: Sobre a liberdade sindical é oportuno mencionar que o Brasil NÃO ratificou a Convenção 87 da OIT, intitulada CONVENÇÃO SOBRE A LIBERDADE SINDICAL E A PROTEÇÃO DO DIREITO SINDICAL. Nesse sentido, a Convenção 87 da OIT estabelece que:
PARTE I – Liberdade sindical
ARTIGO 2
Os trabalhados e as entidades patronais, sem distinção de qualquer espécie, têm o direito, sem autorização prévia, de constituírem organizações da sua escolha, assim como o de se filiarem nessas organizações, com a única condição de se conformarem com os estatutos destas últimas.
ARTIGO 3
(...)
2. As autoridades públicas devem abster-se de qualquer intervenção susceptível de limitar esse direito ou de entravar o seu exercício legal.
Pressupõe-se, portanto, que a liberdade sindical disposta na Convenção de 87 possui como características: liberdade sindical plena, pluralismo sindical, não necessita de registro e sem total intervenção do Estado.
AUTONOMIA SINDICAL
É a atuação do grupo organizado em sindicato, com prerrogativas de representatividade, e não de seus componentes individualmente considerados.
PLURALISMO SINDICAL
É a possibilidade de mais de um sindicato de uma mesma categoria. Não existe restrição! NO BRASIL É VEDADO!
UNICIDADE SINDICAL
Na unicidade sindical, adotada pela CF/88, somente se admite um sindicato representativo dos trabalhadores na mesma base territorial (a base não pode ser inferior a um Município):
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
Observação: A unicidade sindical imposta pela CF/88, portanto, limita a liberdade de organização dos sindicatos no Brasil (razão pela qual esta não é considerada plena).
Nesse sentido, faz-se necessário observar o art. 517 da CLT. Vejamos:
Art. 517. Os sindicatos poderão ser distritais, municipais, intermunicipais, estaduais e interestaduais. Excepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de determinadas categorias ou profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e Comércio poderá autorizar o reconhecimento de sindicatos nacionais.
ATENÇÃO: Existem irregularidades no art. 517 da CLT, sendo elas: intervenção estatal no que diz respeito aos sindicatos nacionais, bem como os chamados sindicatos distritais, por não cumprirem a abrangência territorial estabelecida na Constituição Federal!
UNIDADE SINDICAL
Enquanto a unicidade sindical constitui a imposição de sindicato único, a unidade sindical representa a unificação de vários sindicatos em um só, de forma espontânea.
REGISTRO DO SINDICATO
A doutrina é unânime no sentido de que os sindicatos possuem natureza jurídica privada, pois, se ostentassem natureza jurídica, estariam sujeitos à interferência estatal.
Princípio da autonomia sindical – garante aos sindicatos liberdade de se organizarem sem interferências do Estado e das empresas.
Por serem autônomos, não cabe autorização do Estado para sua criação. Entretanto, a própria CF/88 exige o registro de tais entidades no órgão competente:
“Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical.”
A Constituição não identificou qual seria o órgão competente, e isto gerou interpretação de que bastaria o registro do sindicato no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Após controvérsias, o STF decidiu que é necessário o registro no Ministério da Justiça (mesmo que já tenha havido o registro no cartório).
Sintetizando:
1. Início da personalidade jurídica: após registro no cartório;
2. Início da personalidade sindical (jurídico-sindical): após registro no MJ.
ANOTAÇÕES DO PROFESSOR
CRIAÇÃO E REGISTRO DE SINDICATO
- Decorre da liberdade sindical (art. 8º, I, CF/88).
- Exige-se o registro no órgão competente: Ministério da Justiça (com relação às finanças será o Ministério da Economia).
Forma: É ato vinculado, subordinado (não depende da discricionariedade do Estado), verificação dos pressupostos legais (cumprimento dos requisitos), fins cadastrais, dirigido ao MJ.
Finalidade: Verificação da unicidade sindical; reconhecimento da personalidade jurídica do sindicato.
1. Requerimento eletrônico: dirigido ao Ministério da Justiça ao órgão de Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES);
2. Edital de Convocação dos membros da representação pleiteada para a Assembleia Geral de Fundação da Entidade;
3. Publicação no Diário Oficial da União (com antecedência de no mínimo 5 dias);
4. Atas das assembleias: de fundação, eleição, apuração e posse da diretoria;
5. Indicação do número de filiados na data da eleição;
6. Dados cadastrais dos dirigentes/representantes sindicais (não pode faltar o CPF);
7. Lista de presença da assembleia de fundação e da última eleição;
8. Estatuto Social da Entidade (aprovado em assembleia);
9. Certidão de inscrição ou solicitação do CNPJ;
10. Comprovanteda sede do sindicato.
Observação: Na elaboração do Estatuto a entidade tem autonomia, em que podem ser fixados prazos próprios.
OJ nº 35/TST-SDC – “Se os estatutos da entidade sindical contam com norma específica que estabeleça prazo mínimo entre a data de publicação do edital convocatório e a realização da assembleia correspondente, então a validade desta última depende da observância desse interregno.”
Observação: A controvérsia do registro violar a liberdade sindical foi declarada pelo STF como constitucional, o que foi referendado pela Súmula 677 do STF.
Súmula 677 do STF – “Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho (da Justiça) proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.”
FORMAS DE CRIAÇÃO DO SINDICATO
Simples: é quando da criação não haja na base territorial nenhum sindicato de uma mesma categoria;
Desmembramento: é quando ocorre uma fusão ou cisão de sindicatos (pode ser de categoria ou de base territorial);
Dissociação: é quando deixa de existir parte de ramo ou profissão.
Art. 519 - A investidura sindical será conferida sempre à associação profissional mais representativa, a juízo do Ministro do Trabalho, constituindo elementos para essa apreciação, entre outros: a) o número de associados; b) os serviços sociais fundados e mantidos; c) o valor do patrimônio.
Observação: Quando houver mais de um sindicato de uma mesma categoria e uma mesma base territorial, há uma divergência, pois, a CLT determina quanto a representatividade (art. 519) já o STF determinou pelo Princípio da Anterioridade, que quer dizer que deverá permanecer aquele que primeiro efetivou o registro sindical.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Em relação aos critérios para agregação dos trabalhadores aos sindicatos é importante conhecer as conceituações de categoria econômica, categoria profissional e categoria profissional diferenciada, conforme preceituado na CF/88 e na CLT.
CATEGORIA ECONÔMICA:
Art. 511 § 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitue o vínculo social básico que se denomina categoria econômica.
A categoria econômica se refere à atividade desenvolvida pelo empregador, de modo que as empresas que realizam atividades iguais ou semelhantes se organizam em sindicatos patronais. Ou seja, as categorias econômicas reúnem os empregadores, dos setores das indústrias, dos bancos, dos comércios etc. São os representantes patronais.
Existem diversos setores de atividades econômicas nas quais as categorias estão inseridas, como os industriais e comerciais, havendo em cada um deles várias subdivisões, como indústria alimentícia, metalúrgica, comércio, hoteleiro, entre outras.
CATEGORIA PROFISSIONAL:
Art. 511 § 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional.
O sindicato organizado por categoria profissional é aquele em que os trabalhadores são agregados em virtude de seus empregadores desenvolverem atividade econômica similar ou conexa. As categorias profissionais representam os trabalhadores empregados, como os industriários, os bancários, os comerciários etc.
O ponto de agregação na categoria profissional é a similitude laborativa, em função da vinculação a empregadores que tenham atividades econômicas idênticas, similares ou conexas. A categoria profissional, regra geral, identifica-se, pois, não pelo preciso tipo de labor ou atividade que exerce o obreiro (e nem por sua exata profissão), mas pela vinculação a certo tipo de empregador. Se o empregado da indústria metalúrgica labora como porteiro na planta empresarial (e não em efetivas atividades metalúrgicas), é, ainda assim, representado, legalmente, pelo sindicato de metalúrgicos, uma vez que seu ofício de porteiro não o enquadra como categoria diferenciada.
Observação: Não se deve confundir categoria com profissão, que são conceitos distintos. Por exemplo, pedreiro é uma profissão, mas se este profissional for contratado aos serviços de uma indústria têxtil, pertencerá à categoria dos têxteis, devido à atividade preponderante da mesma.
CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA:
§ 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
A categoria profissional diferenciada tem regulamentação específica do trabalho diferente da dos demais empregados da mesma empresa, o que lhes faculta convenções ou acordos coletivos próprios, diferentes dos que possam corresponder à atividade preponderante do empregador, que é regra geral.
As pessoas que exercem a mesma profissão podem criar seu sindicato. Os engenheiros podem formar um sindicato por profissão. Reunirá todos os engenheiros de uma base territorial, não importando o setor de atividade econômica em que a sua empresa se situe. Assim, um engenheiro contratado para uma indústria metalúrgica, para exercer este cargo, será filiado ao sindicato dos engenheiros, e não ao sindicato dos metalúrgicos.
Outros exemplos de categoria diferenciada são: secretárias, técnicos de segurança do trabalho e químicos, professores, jornalistas profissionais, motoristas etc.
OJ 36 DA SDC/TST – É por lei e não por decisão judicial, que as categorias diferenciadas são reconhecidas como tais (...)
Importante: Para que a norma coletiva da categoria diferenciada seja de cumprimento obrigatório, o empregador (diretamente ou através de seu sindicato patronal) deve ter figurado como parte na celebração de tal acordo.
Súmula 374 do TST – Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria.
Para que o empregador seja obrigado a cumprir as disposições específicas do diploma coletivo da categoria profissional diferenciada, a empresa ou o sindicato do segmento econômico devem ter participado da celebração deste instrumento.
Se nem a empresa e nem o sindicato patronal figuraram como parte nesta negociação coletiva, aplicar-se-á ao empregado da empresa a CCT ou ACT aplicável aos demais empregados.
ÓRGÃOS SINDICAIS
É composto por 3 Órgãos, quais sejam, Assembleia Geral, Diretoria, Conselho Fiscal.
a) Assembleia Geral: é órgão máximo e soberano do sindicato, sendo composto por associados do sindicato, com a finalidade de deliberar sobre vários assuntos de interesse da categoria (Art. 524, CLT) - traçar diretrizes e formação do sindicato, eleger os membros de representação da categoria, tomar/aprovar as contas da Diretoria, julgar os atos da Diretoria, dentre várias outras.
b) Diretoria: é órgão executivo do sindicato (que tem por função administrar o sindicato), pois representação dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, sendo composto por mínimo 3/máximo 7 membros, dentre eles o presidente, sendo eleitos pela Assembleia Geral e cada membro terá um suplente, sendo o mandato de 3 anos.
Os membros são detentores da garantia de emprego (desde o registro da candidatura até 1 ano após o término do mandato, aos membros e seus suplentes).
Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral.
§ 1º A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato.
Observação: A limitação de membros não viola o princípio da liberdade sindical, pois diante do princípio da razoabilidade, não seria razoável não limitar o número, pois poderia causar transtornos às empresas, haja vista a questão da estabilidade (falar do número infinito). Dessa forma entende a doutrina majoritária que o art. 522 da CLT nãofoi revogado pela atual Constituição – Súmula 369, II do TST.
E, ainda, a diretoria poderá instituir Delegacias Sindicais, as quais podem ser criadas dentro da base territorial do sindicato, com a finalidade de descentralização para melhor atender aos interesses dos representados, sendo que a representação se dará por meio dos delegados sindicais, que serão designados pela Diretoria.
Art. 517 § 2º Dentro da base territorial que lhe for determinada é facultado ao sindicato instituir delegacias ou secções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão liberal representada.
Art. 522 § 3º - Constituirão atribuição exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei.
Art. 523 - Os Delegados Sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no § 2º do art. 517 serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia.
Importante: Dentre os membros associados no território correspondente a Delegacia, os quais não possuem garantia de emprego. O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo. – (OJ-SDI1-369).
c) Conselho Fiscal: tem por finalidade a fiscalização da gestão financeira do sindicato (analisa as contas prestadas pela Diretoria), sua atribuição está definida no art. 522, §2º, CLT, sendo composto por 3 membros (eleitos pela Assembleia Geral), com mandato de 3 anos e não possuem estabilidade (pois sua competência não é de representação da categoria, mas exclusivamente de fiscalização da gestão financeira. Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. – (OJ-SDI1-365).
Sintetizando:
- Composto por 3 membros; mandato de 3 anos;
- Escolhidos por eleição e pela Assembleia Geral;
- Fiscalização da gestão financeira do sindicato (Diretoria);
- Membros não possuem garantia de emprego/estabilidade provisória.
ENTIDADES SINDICAIS DE GRAU SUPERIOR
São formadas pelas Federações e Confederações.
a) Federações: possui âmbito estadual e para ser constituída deve ter a união de no mínimo 5 sindicatos (representando a maioria absoluta dos sindicatos existentes no Estado), possui legitimidade secundária, pois o sindicato tem legitimidade primária, podendo Celebrar ACT (art. 617, §1º, CLT); CCT (art. 611, §2º, CLT); instaurar Dissídios Coletivos (art. 857, §Único, CLT).
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação.
Regra: reunião da maioria absoluta das entidades sindicais, sendo no mínimo 5, isso da mesma categoria/atividade/profissão; (sindicatos abaixo de 10 – sempre 5; sindicatos a partir de 10 – maioria absoluta).
b) Confederações: possui âmbito nacional, sendo constituída pela união de no mínimo 3 Federações com sede em Brasília, pois é a capital federal, são formadas por ramo de atividade, possui legitimidade secundária, assim como a Federação, mas na inércia da Federação e do sindicado, para celebrar ACT (art. 617, §1º, CLT); CCT (art. 611, §2º, CLT); instaurar Dissídios Coletivos (art. 857, §Único, CLT). 
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República.
Importante: Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou a confederação que represente a categoria.
PROFESSOR: Quando as categorias não forem organizadas por sindicato ou o sindicato ao ser provocado não agir.
Ainda quanto às confederações, registre-se que elas detêm a prerrogativa de propor ações diretas de inconstitucionalidade (assim como as demais entidades de classe de âmbito nacional):
CF/88 - Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...)
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Tal prerrogativa não fora estendida às federações ou centrais sindicais.
c) Órgãos internos da Federação/Confederação: são compostos pela Diretoria, Conselho de Representantes e Conselho Fiscal (art. 538 da CLT).
I – Diretoria: constituída por no mínimo 3 membros – é o órgão executivo que escolherá o Presidente com mandato de 3 anos.
II – Conselho de Representantes: formado pelas delegações dos sindicatos – mínimo de 2 membros de cada delegação (caberá 1 voto de cada delegação), com mandato de 3 anos, que tem por legitimidade eleger os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal.
III – Conselho Fiscal: é constituído por 3 membros com mandato de 3 anos e com legitimidade de fiscalizar a gestão financeira.
CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO
Conceito: é o litígio entre trabalhadores e empresários ou entidades representativas de suas categorias, coletivamente considerados, sobre determinada pretensão jurídica de natureza trabalhista, com fundamento em norma jurídica vigente ou tendo por finalidade a estipulação de novas condições de trabalho, cujo objeto tende a satisfação dos interesses dos referidos grupos.
Classificação:
· Jurídicos: tem por escopo a interpretação ou aplicação das normas jurídicas já existentes, assim como a declaração da existência ou inexistência de relação jurídica controvertida. Exemplo: decisão de dissídio coletivo que declara legalidade ou ilegalidade de greve.
· Econômicos: destinam-se à modificação das condições de trabalho ou, dito de outra forma, à criação de novas normas. Exemplos: piso salarial, nova jornada de trabalho.
FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
a) Autodefesa: consiste no fato de que as próprias partes interessadas e envolvidas no conflito fazem sua defesa numa tentativa unilateral e coercitiva, ou seja, uma parte impõe a solução do conflito à outra. Exemplo: uma coerção – típico – greve e lockout.
b) Autocomposição: é a forma de solução de conflito realizada pelas próprias partes em consenso por meio de propostas e acordo firmado entre os mesmos, sem que haja qualquer forma de coerção ou imposição (é ato plenamente consensual).
- Por meio de:
· Transação/Concessão recíprocas/Consentimento mútuo;
· Sem intervenção de Terceiro e sem coação ou imposição;
- Divisão:
· Unilateral: apenas uma das partes cede ao acordo;
· Bilateral: ambas partes cedem ao acordo.
c) Heterocomposição: é a forma de solução de conflitos em que é determinada pela intervenção de um terceiro alheio aos interesses das partes conflitantes.
Espécies:
- Mediação: ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, vem solucionar o conflito por meio de propostas apresentadas as partes conflitantes.
Características do mediador:
· Qualquer pessoa;
· Não precisa ter conhecimento jurídico;
· Ouve as partes e apresenta proposta de solução do conflito;
· As partes não estão obrigadas a acatar a proposta (que se dá mediante composição por vontade das partes – Decreto 1572/95 – inconstitucional);
· Não possui poder de coação/coerção;
· Não decide – sendo intermediário.
· Exemplo: - CCP (Comissões de Conciliação Prévia) – art. 625-A da CLT.
- Arbitragem: ocorre quando uma terceira pessoa ou órgão é chamado pelas partes, alheio aos interesses conflitantes, com a finalidade de decidir acerca da solução do conflito.
Características do árbitro:
· Sujeito: árbitro;
· Decisão: sentença arbitral – que é uma imposição; coerção – irrecorrível/sem necessidade de homologaçãopelo Poder Judiciário, possui eficácia de título executivo judicial;
· Escolhido de forma voluntária (ou seja, deve ser uma escolha por consentimento mútuo);
· Natureza jurídica de Justiça Privada.
- Jurisdição: é a forma de solucionar os conflitos por meio da intervenção do Estado – Poder Judiciário – gerando ação judicial.
Características:
· Não há necessidade de consentimento mútuo (para submissão ao Poder Judiciário);
· Sentença Judicial é imposta – coerção.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Conceito: é o processo de entendimento entre empregadores e empregados visando a harmonização de interesses antagônicos com a finalidade de estabelecer normas e condições de trabalho, ou seja, é o ato em que trabalhadores e empresas, ou seu representantes, debatem uma agenda de direitos e obrigações, de forma democrática e transparente, envolvendo matérias pertinentes à relação de trabalho, na busca de um acordo que possibilite o alcance de uma convivência pacífica, em que impere o equilíbrio, a boa-fé e a solidariedade humana.
- Finalidade (segundo a Convenção nº 154 OIT):
· Fixar condições de trabalho e emprego;
· Regular as relações entre empregadores e trabalhadores;
· Disciplinar as relações entre empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores ou alcançar todos esses objetivos de uma só vez;
- Visa (pois qualifica-se pelo resultado):
· Formalização de ACT/CCT.
- Podendo culminar em:
· Dissídio Coletivo/Sentença normativa;
Observação: Finalidade de suprir as lacunas na legislação e moldar os direitos de acordo com as necessidades de cada categoria.
Funções da negociação coletiva:
I – Jurídica:
a) Normativa: cria norma entre as partes, aplicáveis às relações individuais de trabalho, estabelecendo regras diversas estabelecidas ne lei, atuando no espaço em branco deixado pela lei;
b) Obrigacional: determinando obrigações entre as partes negociantes (Como por exemplo a obrigação do cumprimento de suas clausulas e as penalidades impostas pelo seu descumprimento);
c) Compositiva: como forma de superação dos conflitos entre as partes, em virtude dos interesses antagônicos (oposto) delas, visando equilíbrio e à paz social entre o capital e o trabalho, mediante instrumento negociado.
II – Política:
Incentiva o diálogo, devendo as partes resolver suas divergências entre si.
III – Econômica:
Determina a distribuição de riquezas, pois possibilidade a melhoria na condição do trabalho aos trabalhadores.
IV – Ordenadora:
Soluciona as questões em momentos de crises.
V – Social:
Ao garantir aos trabalhadores participação nas decisões empresariais;
Observação: É elemento essencial da Liberdade sindical, ante ao direito que os sujeitos interessados possuem de se organizar e negociar livremente.
Validade da negociação coletiva:
- É a lei estatal (previsão em lei, sendo a tolerância do Estado – Art. 7º, XXVI, CF/88).
Funda-se:
· Teoria da Autonomia Privada (que alcança o Direito Coletivo).
Características:
· Suprir insuficiências do contrato de trabalho;
· Descentralizado;
· Atende peculiaridades das partes (categorias);
· Específico;
· Processo contínuo/ininterrupto;
· Instrumento ágil/adequado/maleável/flexível/voluntário;
· Método contratual de negociação.
IMPORTANTE: A negociação coletiva é obrigatória.
Art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as emprêsas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva.
A participação é obrigatória (uma vez convocado, não poderá negar-se a participar da negociação coletiva, o que não é obrigatório é consolidar o acordo).
Negativa da negociação coletiva:
- Instaurar dissídio coletivo (art. 114, §2º, CF/88 e art. 616, §2º, CLT).
CF, Art. 144 § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
CLT, Art. 616 § 2º No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo desatendimento às convocações feitas pelo Departamento Nacional do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério de Trabalho e Previdência Social, ou se malograr a negociação entabolada, é facultada aos Sindicatos ou emprêsas interessadas a instauração de dissídio coletivo.
A negociação coletiva ocorrerá:
· Nível de categoria;
· Âmbito – empresa (ACT)/Geral (CCT).
Legitimidade:
· Sindicato (ACT/CCT – Trabalhadores; CCT – empregador, podendo em ACT);
· Empresa (ACT)
· Federação (art. 616, §2º e 617, §1º);
· Confederação (art. 611, §2º e 617, §1º).
· Vedação:
- Associações;
- Central Sindical (sozinha).
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO (ACT) E CONVENÇÃO COLETIVA DO TRABALHO (CCT)
- ACT: É o negócio jurídico realizado entre o sindicato da categoria profissional e uma ou mais empresas pertencentes a categoria econômica, que estipulem condições de trabalhos, aplicáveis no âmbito da ou das empresas.
- CCT: É o negócio jurídico realizado entre os sindicatos profissional e da categoria econômica, onde estipula as regras aplicáveis no âmbito da categoria e da base territorial de abrangência dos sindicatos.
ACT/CCT:
· Constituem Direito Social Fundamental dos Trabalhadores (art. 7º, XXVI, CF).
Distinções/Pontos em comum:
- Resultam de negociação coletiva;
- Efeito normativo (comum);
- Sujeitos (na ACT – empresa/empresas + trabalhadores por meio de seus sindicatos; na CCT – sindicato profissional + sindicato patronal);
- Alcance (ACT – somente no âmbito das empresas que participaram na negociação coletiva; CCT – toda categoria no âmbito dos sindicatos e territorial);
Pontos em comum: constituem direito social fundamental dos trabalhadores, são resultados da negociação coletiva, possuem efeito normativo, bem como têm caráter contratual, ou seja, são os acordos de vontades entre as partes.
Diferenças: com relação aos sujeitos, o acordo coletivo é realizado pelos trabalhadores por meio de seus sindicatos, em conjunto com uma ou mais empresas; enquanto que na convenção coletiva, a realização se dá entre o sindicato profissional e o sindicato patronal; com relação ao alcance, o acordo coletivo alcançará tão somente as empresas que participaram da negociação coletiva, já na convenção coletiva, alcançará toda categoria no âmbito dos sindicatos e da base territorial de abrangência dos sindicatos.
As funções da negociação coletiva são divididas em cinco, sendo elas: 1- Função jurídica, que tem competência normativa, obrigacional e compositiva, onde haverá a criação de normas entre as partes, preenchendo as lacunas que a lei deixa em branco, estabelecendo regras aplicáveis às relações de trabalho, podendo determinar obrigações entre os negociantes, relativas ao cumprimento de cláusulas, por exemplo, bem como buscar o equilíbrio, através da resolução dos conflitos entre eles. 2- Função Política, no que diz respeito ao incentivo do diálogo, o qual as partes devem resolver suas divergências entre si. 3- Função econômica, no que tange à distribuição de riquezas, uma vez que possibilita uma boa condição de vida dos trabalhadores. 4- Função ordenadora, onde o próprio nome já sugere, que deve se estabelecer a ordem, solucionando as questões em momentos críticos. 5- Função social, no que diz respeito à garantia prevista aos trabalhadores, possibilitando sua participação nas decisões que lhes concernem.

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